If I Die Young escrita por Uma FicWriter


Capítulo 3
Você está mentindo


Notas iniciais do capítulo

Esse é bem triste e tal, leiam com Fix You glee version



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Sozinha e doente. Degeneração espinocerebelar. Talvez com isso eu perceba a inutilidade do meu ser pro mundo.

Sakura pov

Pela manhã eu me ausentei das aulas. Assim, além de ir ao médico poderia acordar um pouco mais tarde. Quando a preguiça possibilitou-me de levantar, tomei meu banho rapidamente e coloquei um vestido preto com rendas nas mangas. Uma sapatilha de boneca e sai do quarto.

Ao chegar à cozinha surpreendi-me com minha tia e o meu médico aos beijos na mesa.

Pigarreei chamando a atenção dos dois, que me encararam já com um pedido de desculpas facial, sem contar com as faces ruborizadas também.

– Sakura, não é nada disso que você está pensando! – minha tia disse a típica frase.

– Tia, eu não estou pensando, eu vi! – sorri e peguei uma maçã na fruteira sob a bancada, - acho ótimo que os dois tenham finalmente se resolvido e mais, apoio super a relação conturbada e louca de vocês!

Encarei o casal ainda rubro.

– Jiraiya. Faça minha tia feliz okay? E não se atrase pra nossa consulta! – disse e sai porta afora.

Caminhando tranquilamente, tomei um susto quando meu celular começou a tocar.

– Sakura falando! – atendi.

– Saky-chan! – ouvi a estridente voz de Naruto do outro lado da linha. – por que não veio a aula?

– Tenho uma consulta, que tem que ser pela manhã, sinto muito, enfim, conversamos mais tarde, pode vir na minha casa se quiser!

– Seria ótimo, assim te passo as matérias de hoje!

– Sim, perfeito, lá pelas três está bom pra você? – indaguei enquanto abocanhava minha maçã pela primeira vez.

– Combinado! Até mais! – ele disse e desligou.

Seria bom ter alguém pra conversar. Naruto era um menino muito doido, e com certeza deu em cima de mim no restaurante naquele dia, mas é ótimo ter amigos e eu não posso só ter Ino pro resto da vida, não que ela não fosse o bastante, longe disso, no conhecemos há muito tempo, e ela sempre seria minha melhor amiga e tal’z, mas, ter outra pessoa pra compartilhar assuntos e palhaçadas seria muito bom. E por incrível que pareça eu enxergava Naruto nesse papel.

...

Já esperava por minha vez próxima a sala do Dr. Jiraiya. Ele era clinico geral, mas também era neurologista, estranho minha ti ater mandado que eu fosse nele. Muito estranho, mas ela é média, não é mesmo! Sabe o que está fazendo, acho.

– Haruno Sakura. – uma moça de curtos cabelos num estranho tom de roxo me chamou.

Eu aqui falando do cabelo dela, mas quem tem cabelos cor-de-rosa sou eu hehe.

Enfim a segui até a porta branca a minha frente.

– Bom dia afilhada! – o doutor pancada disse.

– Não entendi! – disse eu e sentei numa cadeira a frente da mesa que ele estava.

– Pedi sua tia em casamento!

Arregalei os olhos.

– Mas, ela não aceitou! Disse que não pega bem ela ficar com um funcionário.

– Como se você não fosse sócio do Hospital! – disse eu.

– Diga isso à ela! – ele riu. – bem, brincadeiras a parte, mas também antes de começarmos os exames, tenho que lhe pedir desculpas, acho que ninguém quer acordar e ver o que você viu nessa manhã.

– Hakuna Matata.

– Legal, bom ver que tem gente que ainda vê Rei Leão! – eu ri alto e ele também. – tá agora vamos conversar! Sua tia te mandou aqui por que está preocupada com você, e ela também me disse que faz um tempo que você não vai ao médico, tirando dentista!

– Verdade! Nada contra hospitais, mas pra passar nos exames de aprovação da Nara Academy eu tinha que estudar e só estudar!

– Entendo...

Era estranho ver o “tio” Jiraiya sério. Pelo pouco que o conheço é de se notar que humor é algo que não lhe falta, mas quando está como médico fica diferente, não é má educação é seriedade.

– Okay, outra coisa que sua tia me fez observar é o fato de você cair com frequencia! – ele pontuou.

– Ah, isso?! Não, imagina, não tem com que se preocupar! Sempre fui desastrada, mas de uns tempos pra cá vem piorando, acho que é o estresse de ensino médio! – eu falei sorrindo, mas ele ainda tinha a mandíbula travada.

...

Ele pediu alguns exames de sangue e umas radiografias, que eu deixei marcadas pro Sábado. Não queria me ocupar mais com nada naquele dia. Uma ânsia de vômito vinha e voltava e minha cabeça girava era como se eu tivesse levado um soco no estômago.

Com esses pensamentos a minha ânsia crescia, junto com uma angústia sem tamanho. Comecei a correr esbarrava em pessoas, mas nem me lembrava de me desculpar. Era como se algo muito ruim estivesse atrás de mim.

Num instante correndo e no outro caindo. Então, como se tudo passasse em câmera lenta fronte aos meus olhos verdes eu me vi sangrando. E não foi no sentido pejorativo que sangue pode ter.

Quando as pessoas caem é automático que coloque as mãos e braços a fim de proteger a face.

Mas, isso não aconteceu. Meu rosto bateu fortemente no chão e eu senti gosto de ferro na boca. Sangue além de uma terrível dor de cabeça. Minha ânsia aumentou e o líquido vermelho não ficou contido em minha boca.

...

E de repente acordar se tornou algo tão doloroso.

Acordei e olhei ao redor. Encontrei minha tia numa poltrona no fim do quarto e me surpreendi ao ver Ino e Naruto meio que dormindo numa mesma poltrona ao meu lado.

– Sakura! – Tsunade veio até mim.

Não demorou e meus amigos também acordaram.

– Saky! Amiga! Quer me matar sua testuda?! – Ino dizia indignada.

– Foi mal... – disse eu sorrindo fracamente, minha boca ainda doía um pouco.

Nem começamos a conversar e o “namorado” da minha tia entrou no quarto.

– Vejo que acordou Sakura! Tenho que conversar com você e sua tia!

Naruto e Ino me olharam e depois pra Jiraiya.

– Tio, a Saky é nossa amiga não tem essa de esconder as coisas da gente! – Naruto disse convicto.

– Tudo bem pra você Sakura?

Assenti, já que estava evitando falar.

– Você pode ter percebido que quando caiu seus braços não protegeram seu rosto. E isso lhe deixou meio encabulada. Isso pode acontecer por alguns motivos, mas pela sua idade é bem provável que seja somente um balanço nos nervos periféricos. Isso ás vezes faz com que nosso corpo não se mova direito e até mova-se sozinho, mas n ao se preocupe, nada que medicamentos não resolvam!

Soltei o ar finalmente, mas aquela explicação, embora simples, ainda faltava algo. Era como se ele tivesse escondendo alguma coisa.

– Pra todos os efeitos querida, vamos ficar aqui e fazer mais exames em você okay? – minha tia disse e eu dei um sorriso forçado.

– Testuda! – Ino chamou minha atenção. – vou copiar as matérias pra você okay? Mas, tem que me pagar depois, uma semana inteira á em casa! – ela riu. – tenho que ir, meu irmão já está ai fora pra me buscar! Beijo amiga, melhora logo hein! – ela me abraçou apertado e logo saiu do quarto.

– Tsunade, posso conversar com você? – ouvi Jiraiya dizer e sair do quarto com a minha tia.

– E ai pequena! Melhora logo hein! – Naruto sorriu e sentou-se ao meu lado na cama.

– Sabe... – comecei a falar um pouco enrolado, minha boca estava doendo um pouco. – é estranho né, nunca soube de ninguém que teve isso!

– Talvez Saky-chan, as pessoas tenham descoberto antes e daí os outros ao redor nem percebem, você vai ver que vai melhorar logo, logo! – o loiro me tranqulizou.

...

Semanas se passaram e as palavras de Naruto realmente me animaram, afinal, eu apresentei sinais de melhora.

Na semana que pude volta pro colégio acordei cedo me banhei e depois fui fazer o curativo no meu queixo e maçã do rosto, assim amenizaria o meu machucado nas regiões.

Peguei minhas pastas da aula de música e minha mochila. Desci as escadas correndo e só iria passar na cozinha pra pegar uma maçã e ir pro colégio, como eu ia a pé ou de bicicleta, as vezes de ônibus, tinha que sair naquele instante ou chegaria atrasada.

– Bom dia! – disse sorrindo pra minha tia e Jiraiya na mesa do café.

– Hey! Onde pensa que vai nessa pressa?! – Tsunade inquiriu com aquela cara má que só minha tia amada tem.

– Tia, hello! Tenho escola hoje, lembra! Várias matérias pra entender e tal’z, eu fiz uma puta prova pra entrar naquela escola, além do mais a senhora paga um horror pra eu ficar por ai perdendo tempo com café! – disse eu mordendo minha maçã e depois dando um gemido de dor. Minha boca ainda doía.

– Nada disso baixinha, senta ai que eu te levo pro colégio! – o albino disse depois de tomar um gole do seu delicioso café sem doce e forte (eca).

...

Na aula de música de hoje. A segunda aula. Peguei minha pasta, mas ela não tinha seu costumeiro adesivo dos Beatles. Talvez tenha caído.

– Vem Saky! Vou manjar hoje com a bateria! – Naruto chamou-me.

Enquanto eu andava pro lado dele passei pelo grupo de garotos mais “boladinhos” do colégio. Era composto pelo filho do dono, já era de se esperar, Um outro ruivo de nome Sabaku no Gaara, Hyuuga Neji e Uchiha Sasuke, Naruto também era amigo deles, mas interagia com todo mundo.

Enquanto eu encarava o grupo Uchiha Sasuke deu uma piscadela pra mim e um sorrisinho presunçoso, que eu tratei de ignorar.

Abri a pasta quando eu sentei ao piano e para minha surpresa não eram partituras e sim arquivos e pacientes, ali, vi a oportunidade de saber o que eu tinha, ou ver os resultados dos exames e ter certeza.

Haruno Sakura – 23 de Março de 1997

Diagnóstico: Balanço nos nervos periféricos. (evoluindo)

E abaixo uma anotação a caneta, com a letra que eu sabia ser de Jiraiya.

Degeneração Espinocerebelar. (Confirmada)

Fechei rápido a pasta, antes que alguém visse e comecei a tocar, pode ser nostálgico, mas só notas graves ou que levavam à músicas tristes e melancólicas saiam dos meus dedos.

Quando as aulas do dia terminaram fui embora sozinha. Se conversasse com alguém ia acabar denunciando o que vi.

Ao entrar em casa ninguém, como de costume, tia Tsunade trabalha até as sete da noite e eu estudo até duas da tarde.

Entrei na internet e pesquisei sobre a doença, as descobertas sobre ela tinham avançado muito, e isso em encheu de esperança, essas que se esvaíram quando cheguei ao fim da página, com o dizer: Incurável.

...

O barulho de porta abrindo se fez e eles entraram sorrindo um pro outro.

– Sakura querida, já está tarde, vá dormir! – Tsunade me abraçou depois de falar.

– O que eu tenho?

– Um balando nos nervos periféricos. – Jiraiya respondeu.

– Mentira! – exclamei já com lágrimas nos olhos. – mentirosos! Vocês estão mentindo pra mim! Eu vi na sua pasta Jiraiya! Eu vou morrer! – eu não conseguia respirar direito o choro me sufocava e as lágrimas escorriam sem cessar.

– Meu amor! Você não pode ficar assim, olha, nosso país é evoluído e... – minha tia tentou dizer, mas tampei os ouvidos com as palmas.

– Cala a boca! Eu não quero suas palavras de conforto! Eu só quero sumir! Eu quero morrer, logo! Eu não quero ter que cortar meu cabelo, nem ficar magra e doente! – cai de joelhos e meus ombros subiam e desciam descompassadamente pelo choro.

Senti dois braços fortes me pegando e subindo as escadas, eu não queria ver, eu só queria chorar! Pra tirar aquela dor, aquele medo de mim, de alguma forma.


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Notas finais do capítulo

Choraram?
reviews?
Pedradas?
Flores?
Lágrimas
Um litro delas?



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