Por te amar demais escrita por Matheus Roberto


Capítulo 5
Capítulo 5




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– Gabrielle, vá para o porão.

– Não sem você. – diz a barda.

– Vá ver como está Artêmio. Eu preciso de alguém lá com ele. – Xena insiste.

– Está bem... – concorda Gabrielle, seguindo para o porão.

Ondas começam a bater violentamente no casco, fazendo a embarcação balançar descompassadamente. Começa a chover. Os homens se assustam. Xena pega uma corda e corre até o leme. Com a ajuda do homem que o conduzia, eles amarram o leme para estabilizar o navio.

– Proteja-se e leve seus amigos. – ela diz.

O homem desce as escadas e chama pelos outros. Todos seguem para o porão. Gabrielle está lá segurando a mão de Artêmio enquanto tenta se equilibrar. Ele tenta não cair do estrado. As águas atingem o convés e Xena corre também para o porão. O navio balança sem parar e Gabrielle se solta da mão de Artêmio, caindo sobre uns barris e batendo a cabeça.

– Gabrielle!! – ele grita.

Xena chega nesse momento e tentando se equilibrar vai até Gabrielle.

– Gabrielle! Gabrielle! – ela grita.

– Xena... – diz a garota abrindo os olhos.

– Você está bem?

– Sim... eu só bati com a cabeça, mas estou bem. – responde Gabrielle, olhando para Artêmio, que não estava conseguindo se segurar.

– Eu cuido dele. – diz Xena – Segure-se!

Gabrielle se agarra nas paredes do navio enquanto várias coisas são arremessadas dentro dele, devido a seu balançar frenético. Xena ajuda Artêmio, mas sem tirar os olhos de Gabrielle. Os outros homens também tentam se segurar como podem, se debatendo em meio às coisas que caem sobre eles. Após alguns minutos de desespero, o navio começa a parar de balançar.

– Fiquem aqui! – disse Xena, se dirigindo para o convés.

Apenas uma leve chuva caía. O mar havia se acalmado, com uma leve agitação, da qual fora emitida uma voz:

– Xena!

Sabendo que se tratava de Poseidon, ela pergunta:

– O que você quer?

– Eu lhe disse para não se meter nos meus objetivos.

– Eu fiz o que era certo, Poseidon! E você sabe disso!

– Este foi só um aviso, Xena. Aprenda a não enfrentar o deus dos oceanos! – termina Poseidon, normalizando as águas.

Gabrielle chega ao convés e pega no braço de Xena:

– Tudo bem?

– Sim... e você? – pergunta a guerreira.

– Estou bem. Temos alguns homens machucados, mas nada grave.

– Ótimo. – suspira Xena – O navio ficou avariado, mas podemos consertar.

Gabrielle sente seu estômago revirar, corre até a lateral do barco e vomita.

***

Enquanto Gabrielle fazia curativos nos feridos, Xena e os outros reparavam os danos da embarcação. O dia amanheceu. Ninguém havia dormido. O navio seguiu seu curso sem maiores complicações, a não ser pelo fato de Xena e Gabrielle não conseguirem concluir o que haviam começado. A cabine ficara totalmente destruída, com exceção da rede de dormir.

Durante toda a viagem, a rotina era a mesma: os enjôos de Gabrielle, as bebedeiras dos tripulantes, Xena no leme.

Numa bela manhã, um homem grita do alto do mastro:

– Terra à vista! Terra à vista!

Xena acorda e sacode Gabrielle.

– Chegamos, Gab!!

– Hã... o que? – pergunta a barda, desnorteada.

– Estamos em casa.

Gabrielle levanta a cabeça, totalmente alerta.

– Chegamos? – ela abraça Xena, lhe dá um beijo e levanta, correndo para fora da cabine.

Xena sorri, apanha as coisas delas e sai. Artêmio está de pé e diz ao ver a guerreira:

– Obrigado, Xena, se não fosse por você e Gabrielle, com certeza eu estaria morto.

Gabrielle, que está ao lado dele, dá um abraço em seu novo amigo.

– Cuide-se! Não fique de porre por aí! – ela recomenda.

– Sim, sim, titia! – ele diz, fazendo os três darem gargalhadas.

Xena se aproxima e aperta a mão dele.

***

Já em terra firme e observando Gabrielle se esfregando na areia, Xena diz:

– Vamos, Gabrielle.

A barda levanta sorrindo alegremente e passa seu braço pela cintura de Xena, que por sua vez apóia o seu nos ombros da garota. Elas seguem abraçadas pela mesma praia onde conheceram Ulysses.

– O que você sente estando aqui novamente? – pergunta Gabrielle preocupada, pensando que aquele lugar pudesse fazer com que Xena recordasse os momentos que passou com ele.

Xena para de caminhar, fecha os olhos e suspira profundamente. Gabrielle não entende a reação da guerreira.

– O que você está fazendo?

– Quieta, Gabrielle. – pede Xena, sem abrir os olhos – Estou ouvindo a natureza.

Gabrielle sorri, feliz por Xena fazer isso sem ser a seu pedido.

– E o que você sente? – a barda pergunta.

A guerreira suspira novamente e responde quase num sussurro:

– Um maravilhoso sentimento de paz...

Gabrielle a abraça, tirando a concentração de Xena, que retribui ao abraço.

– Mas sabe o que me dá paz de verdade? – questiona Xena, agora fitando Gabrielle.

– O que?

– Olhar nos seus olhos.

Elas se beijam apaixonadamente, só parando quando precisam de ar.

– E você sabe o que me daria paz nesse exato momento? – pergunta Gabrielle.

– O que?

A garota sorri maliciosamente e responde:

– Terminar o que começamos de uma vez por todas.

Xena ergue a sobrancelha e sorri, tomando Gabrielle nos braços. A barda enlaça a cintura de Xena com as pernas e seu pescoço com os braços. Elas se beijam. Xena caminha com sua amada agarrada nela até as pedras, deitando-a num vão entre elas. E ali elas finalmente se amam, tendo apenas a natureza como testemunha.

Fim


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Comente! Eu ficaria grato. ^.^
E se gostou dê joinha ;-)