Evolution escrita por S A Malschitzky


Capítulo 1
Parte I: Jaulas, nióbio e 1308.


Notas iniciais do capítulo

Bem, originalmente está história é escrita como um livro, por isto, cada capítulo tem 4.000 palavras, e como em fic eu posto na faixa de 1000 palavras, os capítulos GERALMENTE serão divididos em três.
O símbolo que dividirá algumas partes do texto não são mudança de ponto de vista, apenas... falta de inspiração. (exatamente)
Talvez ao longo de revisões do arquivo eu vá alterando coisas na fic, mas qualquer coisa eu aviso aqui as alterações - se forem de cenas ou coisas que serão importantes ao longo da história que brotou na minha mente -.
Caso ajude em alguma coisa, está mesma história está disponível em Wattpad - como EVOLUTION (http://www.wattpad.com/story/10199313-evolution)
ou em animespirit (http://animespirit.net.br/fanfics/historia/fanfiction-historias-originais-evolution-1355660)
Nota inicial meio grande né, mas enfim.
Boa leitura



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Não é um dia ruim.
Posso ver isto no rosto de Caroline.
Seus dentes brancos estão expostos entre os lábios robustos pintados de vermelho.
Seu vestido também é vermelho em um tom de tomate fresco, justo da cintura para cima e solto na saia, feito de uma malha macia e fina.
Seus cabelos loiros estão presos em um nó no topo da cabeça com alguns fios caindo sobre seu rosto e suas mãos se movem com uma fita rosa e sedosa em minha cabeça.
- Como se sente? – pergunta ela, virando meus ombros e encarando meus olhos. Dou uma última mordida em uma maçã um tanto azeda, mas ainda está comestível.
Encolho os ombros e encaro a meia calça fina e branca em minhas pernas cobertas pelo vestido florido também rosa até metade de minhas coxas.
- Acho que não precisava de tanto rosa – digo e esboço um sorriso para ela.
- Ele pensará que é uma menininha dócil. – Ela sorri novamente, penteando meu cabelo com as mãos. Sinto a ponta de suas unhas tocarem meu pescoço morno.
- Não sou um animal. – digo juntando as sobrancelhas e encarando seus olhos.
- Mas não é dócil – Ela puxa o laço mais uma vez, ajeitando-o para que as pontas fiquem do mesmo comprimento e sorrindo um pouco mais.
- Não queria ir embora. – Enrugo os lábios e ela ri.
- Não pode ficar aqui, Leah – Ela segura meu rosto redondo com as duas mãos, acariciando minhas bochechas com os polegares. – Mas venha nos visitar sempre que ele puder. Não insista. Ele trabalha muito. – Ela desvia o olhar de meus olhos para meu vestido.
- Mas ele quem quer me tirar daqui. Não quero ir embora – protesto; e ela ri.
- Ora. Sabe que é o melhor para você. – Tento não revirar os olhos. É a oitava vez que ela diz exatamente a mesma coisa e eu sempre acabo voltando para cá dentro de um táxi prateado até porque é estranho ser entregue com eles. - Terá uma vida feliz em uma família. – É a oitava vez que ela diz isto também.
- Mas eu já possuo família – digo e percebo o quanto devo estar parecendo irritante. Bem, talvez funcione.
- Uma nova família – ela se corrige e suspira. Posso ver lágrimas se formando em seus olhos. – Sabe que sentiremos sua falta.
Ela envolve seus braços em meu corpo e segura minha cabeça com uma das mãos, com desídia, amassando meu cabelo. Não que eu me importe, mas... sua tentativa de me fazer parecer fofa e dócil como um animal sedado acaba de falhar.
Observo as paredes brancas manchadas de amarelo e úmidas.
Não é uma das melhores casas, mas posso chamá-la de lar.
Não sei o que aconteceu com meus pais e Carol diz que sou muito nova para que ela possa me explicar, por isto até agora não sinto-me triste quando penso na possibilidade de eles estarem mortos. Tudo bem, são meus pais. Mas e se eles não me queriam? E se me abandonaram? E se minha conta estiver errada e não seriam apenas sete casas, mas oito.
Talvez – nestes dias em que ele não vá trabalhar demais e se dê ao trabalho de me trazer aqui – ela me explique o que ocorreu e porque eu fui deixada com ela.
Há uma bagunça atrás da porta de madeira lascada e descascada.
Crianças correndo e berrando por todos os lados, recebendo seus remédios, suas comidas e sucos em copos de plástico transparentes.
Escuto uma buzina e engulo em seco, enquanto meu coração pulsa mais rapidamente.
Não quero uma oitava casa. Ou nona, se minha conta estiver errada.
Carol se levanta do banco de madeira feito por seu pai anos antes de ele falecer e anda até a janela, coberta pela tela para mosquitos com madeira pintada de branca com um círculo branco para ser puxada e cortinas amareladas com listras beges, puxando-as para os lados e sorrindo para mim.
- Ele chegou – Ela diz, correndo em minha direção com a mão apertando a saia do vestido e com a outra segurando meu braço. – Vamos, Leah.
As malas já estão no saguão – embora não tenha sido eu que as tenha feito, muito menos tenha colocado-as lá.
Posso observar as crianças correndo por apenas alguns segundos, antes de ser arrastada até perto de minhas malas marrons e a mochila vermelha em cima delas, observando a porta se abrir e o homem alto, de cabelos castanhos e roupas de escritório passar por ela com as chaves do carro grande e preto estacionado ali fora no meio fio pintado de branco da rua, a poucos metros longe das papoulas vermelhas plantadas entre a grama recém-cortada.
- Oi – diz Carol e envolve sua mão com suas duas e seus dedos finos, sorrindo muito. – Ela está tão feliz.
- Você está tão feliz – digo um tanto alto demais e ele ri, se agachando no chão e me encarando com os olhos castanhos, com uma das mãos pressionadas no chão.
- Eu entendo que seja difícil. – Sua mão toca meu rosto com a ponta dos dedos longos, acariciando a pele macia de meu queixo. - Mas espero por este dia desde que você chegou. Não imagina o quanto eu estou tão feliz – Ele sorri, sem mostrar os dentes brancos que já vi antes enquanto conversava com Carol há algumas semanas.
- Eu estou... feliz – digo esboçando um sorriso largo, embora eu não esteja tão feliz assim.
Sim. Eu sei que verei Carol muitas vezes por semana, falarei com ela todos os dias por telefone, mas não será a mesma coisa do que estar ao seu lado todos os dias e o tempo todo que consigo.
- Podemos ir? – pergunta ele. – Ou quer ficar mais um pouco?
- Não dê tanta liberdade – Carol ri, segurando meu braço como se não quisesse soltá-lo, apesar de que eu saiba que talvez ela não queira soltá-lo, mas que... terá que fazer isto. – O senhor – Realmente não entendo este treco de chamar alguém de senhor ou senhora. É estranho... - deve ter trabalho.
- Ah – Ele revira os olhos, balançando a mão esquerda como se ela estivesse ficando maluca. – É claro que não. Tirei a semana inteira de folga para ficar com ela.
- Você será um ótimo pai – Carol se ajoelha em minha frente e segura meu rosto, pressionando os lábios. – E você será uma ótima filha – Ela sorri. – Nos veremos logo.
- Claro que sim – Ele sorri. – A propósito, Leah. Meu nome é Elvis.
- Eu te amo – digo encarando-a e as lágrimas escorrem de seus olhos.
Acho que jamais havia dito isto para ninguém.
Jamais fui muito de falar, inclusive com Carol.
- Eu também amo você – Ela sorri, me abraçando forte, mas me deixando ir.
- Tchau – diz Elvis esboçando um último sorriso, antes de andarmos pelas pedras cinzentas e ebulientes pela luz do sol, colocadas entre a grama úmida em direção ao carro estacionado no asfalto irregular e com a tinta da divisão da faixa um tanto apagada.
Ele abre a porta de trás para mim e me sento no banco de couro cinza e morno.
O carro tem cheiro de novo e o painel me deixa um tanto confusa com todos aqueles botões.
Ele coloca minhas malas e mochilas no porta-malas e bate a tampa, enquanto encaro e aceno para Carol pelo vidro.
Ela sorri, acenando com uma das mãos, enquanto a outra envolve o cotovelo e seu corpo magro está apoiado no batente da porta.
A porta do motorista se abre e Elvis se senta no banco cinzento, observando-me afivelar o cinto do meio do banco envolta de meu corpo pelo espelho retrovisor.
- Você tem um irmão. Kevin. – Ele diz, sem sorrir. Com os olhos estreitos encarando a rua. – Ele está na escola agora, mas... depois vocês se verão. – Solto um grunhido em afirmação desinteressado e concordo com a cabeça, apoiada na janela. - Acho seus olhos fascinantes – Ele sorri. – Sabe como os conseguiu? – Ele puxa o freio de mão, colocando a chave no buraco da ignição e girando-a.
- Carol diz que foram feitos em laboratório – digo sorrindo, encarando a casa amarela encolher à medida que nos afastamos dela. – Ela diz que é... genuíno... não – Balanço a cabeça, tentando me lembrar da palavra.
- Genético? – Ele pergunta com a expressão enrugada por causa do sol, enquanto ele move as mãos no volante, pelas ruas que ainda não estão asfaltadas.
- Isto! – digo arregalando os olhos. – Obrigada.
- Disponha – Ele sorri e encaro as obras de prédios de ferro e vidro pela cidade, além das casas em reforma.
Chegamos a um prédio de vidro prateado, com janelas enormes e um imenso muro de pedras cinza e pretas, além de um portão de ferro pintado de preto.
- Sr. Steve – cumprimenta um homem de camisa branca e gravata preta, sentado na cabine com vidros também prateados. Quando ele me observa, arregala os olhos e parece desesperado, tateando a mesa atrás de alguma coisa, como chaves ou seu telefone.
Elvis entra na garagem que entra no chão, um tanto escura, mas quando o carro passa pelo corredor de carros grandes e brilhantes as luzes retangulares e claras no teto se ascendem.
Saímos do carro, mas ele pega apenas uma das malas e a mochila, trancando o carro e colocando as chaves no bolso da calça preta.
Andamos até um elevador prateado que abre a porta dois segundos depois de seu dedo tocar o botão prateado com um círculo cinza que se acende em uma luz anilada.
O elevador é interna e completamente prateado.
Elvis pressiona o botão de número seis e sinto o elevador ascender.
A porta se abre dentro do apartamento amplo e com cheiro de produtos de limpeza de limão.
- É lindo – digo pisando no tapete felpudo cinza, querendo tirar os sapatos e balançar os dedos entre cada tira.
Olho para a mesa e as cadeiras pretas lustrosas, a televisão presa na parede com uma tela fosca e realmente imensa, uma estante de madeira pintada de preta com porta-retratos prateados sem fotos, mas com documentos, matérias em jornais, caixas pretas aveludadas com medalhas douradas circulares ou retangulares.
- Quer ver seu quarto? – pergunta ele enquanto eu começo a analisar a cozinha, passando os olhos pelas paredes pintadas de cinze escuro.
- Sim – digo e esboço um sorriso.
Ele respira fundo, segurando a mala e a mochila com apenas uma das mãos, com a outra mão em minhas costas, empurrando-me de leve até uma porta preta com a maçaneta prateada, girando-a e acendendo uma luz fraca para o caminho de uma escada comprida para baixo.
- Pode ir na frente – Ele diz, empurrando-me novamente e fechando a porta atrás dele. – Ficará mais claro no final.
Balanço a cabeça e tento não tropeçar e rolar pelas escadas ásperas feitas de pedra gelada.
Sinto cheiro de umidade como ele disse, fica mais claro no final.
Fica realmente claro no final.
Vejo uma sala separada por um vidro, com facas, metais afiados e tesouras cirúrgicas.
Há uma cama branca e roupas de cirurgia.
Mas isto é apenas o começo.
Há uma jaula.
- É feita de nióbio – diz ele ainda me empurrando na direção da jaula pequena no meio da sala fria e úmida, feita de pedra áspera e irregular. – É muito resistente.
Ele me coloca dentro da jaula, e apesar de meus gritos, chutes e socos, ele consegue me prender lá dentro, trancando um cadeado e deixando a mala e a mochila encostadas nas barras frias e prateadas.
- Leah – Ele sorri. – Você é valiosa para mim.
Que lugar é este?


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, minhas expectativas de 1000 palavras falharam (porque ai tem 2.000) então considerem isto como um bônus ou uma incapacidade minha de colocar coisas mais interessantes nas primeiras 1000 palavras.
Bem, agora que as férias começaram, talvez eu poste mais em cada dia, mas se acontecer de acabar minha inspiração depois de acabar as 130 páginas já prontas - acho que ainda demora um pouquinho, mas não custa avisar - e eu parar de escrever por alguns dias, eu aviso. Ou talvez eu esteja morta ou até... sei lá. Presa em uma jaula no porão da casa de um empresário '-'
Pedirei para minha mãe checar meus exames médicos para ver se tem risco de isto acontecer e falando em jaulas e médicos, queria pedir que tenham cuidado e se tiverem mudanças genéticas alarmantes... se escondam do Elvis (aquele Elvis, não o cantor ok? Ainda não sei de onde tirei esse nome... Blz. Eu SEI de onde tirei o nome, mas não sei porque coloquei ele ai. ENFIM chega de falar).
Beijos e até depois



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