– Bem vindos à Casa de Terapia Madame Amberlu’:

[...]

1960

– Entrem, entrem, temos cura para todos os loucos aqui...

– Ah, Bom dia! Mas quem é você?

– Não sou eu quem importa, obrigada, mas Madame Amberlu’ irá atende-los logo, logo...

– De...nada.

[...]

– Amberlu, temos visita! Novamente... – A narradora louca abriu a porta para as visitas entrarem no escritório de Amberlu, e em seguida fechou-a ao sair da sala.

– Aaaaah! Bom dia meus amores, qual é o problema dessa vez? Caso de Possessão denovo? Haha...

– O que?! Não! Trouxe minha filha... Irei deixa-la aqui para que ela esteja saudável na próxima vez que eu vier busca-la.

– Mamãe, você irá voltar?

– Em breve minha querida, em breve...

– Não se preocupe amorzinho... Madame Constance Amberlu está aqui para ajuda-la em seu louco problema. Você ficará boa e verá sua mãe novamente...

– Ah...

[...]

Titia Amber era boazinha, mas só as vezes. Meus “amigos” a zombavam por que ela era muito gorda, obesa... (mal cabia na cadeira ‘hihi’) e ela usava roupas estranhas e muito coloridas... enfim, eu a chamava de Perua Gorda.

E este lugar é estranho, já estou há seis meses aqui e nada da minha mãe vir me buscar. Já estou ficando louca, mas do que já era antes. A Perua Gorda me maltrata muito e há várias salas, algumas secretas, que ela me tranca lá dentro, sozinha... Mas meus “amigos” me retiram de lá sempre que podem.

[...]

– Qual o nome dessa garotinha Amberlu’?

– Ah, ela é a que mais me deu trabalho! Ela acredita que a mãe irá busca-la.... hahaha! Muito ingênua.

– Mas não vai? E o que fará com ela?

– Você verá... Esta noite...

– Oh... Fiquei assustada, mas que qual é o caso impossível dela?

– Não é impossível. Ela imagina as coisas demais, vive falando sozinha, finge ter amigos, mas há algo nela, no qual não posso falar agora, então vá... Tenho muita coisa para fazer, não posso desperdiçar a minha vida conversando com você.

[...]

– Me soltem!! Me soltem... Frannie, Albert... socorro!! – Eu gritava, mas ninguém conseguia me ouvir, meus amigos foram embora, estou nas mãos da Perua Gorda agora. Ela irá me maltratar de novo... preciso de ajuda...

– Vamos, coloquem a Charlotte aqui!

– Não, nãaaaaao... me soltem!

– Calma garotinha, você não se lembrará de nada... após isso, você será livre ou apenas uma doce e ingênua marionete, minha marionete.

[...]

– Eles voltaram, eles não me deixaram... Eles não me deixaram... Eles me salva...a..ram

“Ruídos e Barulhos terminam junto com esta gravação --- 10min10sec”

–-- FIM DA GRAVAÇÃO ---

18:58

Ao ouvir as gravações na fita que estavam no conjunto de arquivos que ela tinha pegado no escritório de Halff, Anne havia ficado paralisada. Gritos, Ruídos, tudo aconteceu no final da gravação. Ela não parava de pensar no que poderia ser aquilo (um Ritual talvez?).

Curiosa, Anne investigou todos os arquivos que estavam na caixa. Símbolos, Imagens Assustadoras e Anotações que a fizeram pensar mais sobre o Instituto onde trabalhava...

O que é na verdade o Instituto? Quem é Halff Reinhard? O que aconteceu com a garotinha da gravação? – Tais perguntas que fluíam sob a sua cabeça. Intrigada com a curiosidade queria que as respostas para as mesmas fossem em busca dela, mas sabia que não seria possível.

Exausta, foi tomar um bom banho na banheira para relaxar e fugir de tudo isso.

[..]

O silencio pairava no banheiro, onde só se escutava o tímido barulho das poucas gotículas de água caindo na banheira completamente cheia. Anne queria relaxar, mas não conseguia, os pensamentos curiosos estavam em desordem em sua mente totalmente bagunçada...

– Mamãe, Ele estragou a minha pintura...

– Não importa... Estou ocupada, não está vendo?

– Mas... mamãe...

– Escuta só: temos visita em casa, engula o choro e sorria para tudo, não queremos que os outros saibam que temos problemas aqui.

[...]

– Anne... Você me abandonou... Me ajude... está tudo acontecendo novamente...

[...]

– Há algo aqui escondido, que ninguém além de nós podem saber, segredos não se guardam sozinhos...

[...]

– Madame... a nossa última consulta...

– Ah, Anne... deixe que eu te ajudo... posso consertar a tua mente quebrada...

[...]

As memórias e pensamentos de Anne a sufocavam. Estava sendo afogada nesse mar de dúvidas turbulento, assim como se afogava em sua banheira...

Ao se levantar, e parar com seu recital problemático de suicídio, tomou fôlego novamente, enxugou seu corpo belo e sensual, terminou de vestir a roupa no momento em que Dave tocara a campainha.

[...]

– Dave! Que surpresa ver você aqui!

– JoJo! Surpresa? Sou seu melhor amigo, não tem surpresa nenhuma em me ver.

– Não quis dizer isso é que... Desde que você casou nunca mais você veio aqui.

–Ciúmes? Hehe....

Um clima meio tenso se formou, Anne nunca havia tido sentimentos “algo a mais” por Dave antes, foi a primeira vez que ficou paralisada olhando para o doce olhar angelical de Dave.

– Entãaao... posso entrar? Esse corredor me assusta, é meio escuro, você não compra lâmpadas não?

– Seu bobo, não sou eu que devo comprar as lâmpadas, o síndico que resolve isso, além do mais, tenho coisas mais interessantes para fazer a ficar trocando lâmpadas.

– Ué... convida o seu amigo forte e musculoso aqui, para trocar as lâmpadas, pode contar comigo... – Dave dizia isso em tom meio safado enquanto ria.

– Para de palhaçada Dave, você é casado! – Anne havia ficado envergonhada, mas sorriu junto com ele.

Dave é um cara legal, o único amigo de Anne... Tinha olhos bem verdes e sedutores, um rosto angelical, mas ao mesmo tempo safado pelo visto, pois bem ele sabia o momento certo de ser fofo ou sexy. Ele era forte, do tipo atlético, mas era também muito inteligente. Desde esse dia, Anne começara a reparar e observar mais seu melhor amigo gatinho.

– Enfim, Dave... olha o que eu achei no escritório do Halff...

[...]

Após ouvirem as gravações e investigar os arquivos, Anne explicou para Dave, que no começo este hesitou em saber a verdade, mas depois de um certo tempo foi entendendo.

– JoJo, o que mais me intrigou foi a Casa de Terapia, ela fica localizada no mesmo lugar do Instituto.

– Pois é! Não tinha reparado nisso. Estou muito confusa e tentando entender tudo isso. O que seria esta casa de terapia? Algo relacionado ao instituto?

– Pode ser, só sei que o Halff e aquele negócio dele escondem muitas coisas sinistras. Bem, faremos o seguinte para resolver tudo isso, que tal: Um pacto secreto entre nós e quebraremos as regras, desvendaremos o que aquele Instituto esconde de nós?

Sinto que agora tudo poderá mudar daqui pra frente – Suplicou Dave...

[...]

Anne e Dave se abraçaram no corredor, os braços fortes dele a envolveram, e por um momento sentiu que não estava mais só, Anne estava segura pela primeira vez, algo que nunca havia sentido antes...

– Bem, estou indo agora... qualquer coisa me ligue... Adeus JoJo...

– Adeus...

[...]

Anne fechou a porta e sentou no sofá. Ficou pensativa por uns instantes

– Pois bem, como Dave disse: “Tudo mudará”.

[...]

– Mas que carro estranho é esse, não é o meu, nem da Barbara.

Passos e Passos... Seguiu em direção ao quarto onde se ouvia gemidos e barulhos estranhos...

– Barbara? Barbara? Querida?

Ao abrir devagar a porta, suou frio ao ver a cena em que sua mulher estava o... o traindo

E o mundo de Dave desabou!

– Barbara! Que palhaçada é essa!

[...]

“Tudo poderá mudar daqui pra frente”.