03:10am

Anne estava em um momento catatônico, não conseguia se mexer, acordar ou falar. Apenas respirava lentamente, no qual isso a mantinha viva. Em um longo sono profundo, pensamentos e dúvidas fluíam em sua mente, ela ainda estava atormentada com o que ocorrera no dia anterior. Exausta, antes pensava que dormir resolveria algo, mas ficara completamente enganada.

– Então Anne, vamos começar?

– Quem... Quem é você?

– Anne... Não me reconhece? Sou você... estás tão atormentada que nem conhece a si mesma.

– O que vim fazer aqui? Eu... Eu..

– Shhh... Anne... a psicóloga aqui agora sou eu... o seu diagnóstico está em minhas mãos.

– Eu não entendo...

– Confusa? Não é? Você não tem ninguém a não ser a si mesma, mas não se preocupe, eu te ajudarei a enfrentar os seus problemas... logo você irá acordar e ficará tudo bem.

– Eu não preciso da sua ajuda, estou melhor assim, apenas vou focar no meu trabalho e deixarei os meus problemas para outra hora.

– Se é assim, então tudo bem, não irei incomodá-la mais, porém lembre-se... o passado está batendo à sua porta, não ignore-o, a menos que queira continuar sofrendo.

[...]

09:10am

– Anne, acorde... Você está atrasada, ande logo!

Anne acabara de acordar assustada, mais do que estava antes. Pensara ouvir a voz de Angela acordando-a. Seu coração disparou... Porém após cinco minutos, conseguiu recuperar o fôlego, tomou um banho e foi para o trabalho.

[...]

10:07am

– JoJo, o que faz aqui? Você não tem paciente hoje... a Angela não vem mais!

Anne ignorou o apelido, mas achou estranho o que Dave havia falado.

– Mas, como assim? Preciso ajuda-la, ela não está sã. Por que ela não vem mais?

– Pois não sei, são ordens do diretor. Você está péssima, vá para casa e descanse...

– Não, irei à sala dele tirar minhas conclusões agora.

Anne ignorou a resposta de Dave e seguiu adiante até o elevador. Ao entrar, em alguns segundos, foi atacada por uma terrível dor de cabeça, no qual a fez ficar tonta e desmaiar.

– Anne... Anne... Não me deixe Anne... não deixe os outros impedirem você chegar até mim, preciso muito da sua ajuda... – A voz de Angela ecoava em sua cabeça, enquanto desmaiava

A porta se abrira, Anne tentou se levantar agarrando-se nas paredes do elevador, porém sua mão deslizou no espelho quebrado do mesmo, o que fez ela se cortar. Mas ao tentar sair, a porta fechou e o elevador despencou, causando pânico e gritos desesperados em Anne. Os estilhaços do vidro caíram sob ela, seu sangue foi aos poucos sendo derramados no chão, os seus cortes eram profundos.

[...]

Angela apareceu em uma versão fantasmagórica no elevador junto com Anne, que perdeu as forças e estava desmaiada no chão, agonizando...

– Por que Anne? Por que deixou eles nos separar assim, pensei que você me ajudaria, mas eu estava enganada... Por que Anne? Por que Anne?

O elevador chegou ao térreo, no mesmo momento, o teto desabou e uma enchente despencou, causando inundação no elevador.

[...]

11:10am

Anne lutava para sobreviver, mas percebeu que estava lutando contra a sua própria insanidade quando acordou na enfermaria do instituto, gritando...

– Calma, calma, está tudo bem? – Disse a enfermeira, tentando consolá-la.

– Onde... Onde estou?

– Na enfermaria, você desmaiou no saguão enquanto ia para o elevador. Dave que te trouxe aqui, quando viu você desmaiando. Está melhor agora?

– Sim, bem... eu acho!

– Então tudo bem, tome esse remédio, irá ajuda-la.

– Sim, obrigada!

Anne tomou as pequenas pílulas para amenizar o seu sofrimento e seguiu adiante até a sala do seu diretor Halff Reinhard.

[...]

– Senhor Reinhard, a senhorita Anne Jones está aqui para recebê-lo.

– Eu não agendei nada, estou ocupado, peça-a para voltar amanhã.

– É urgente senhor.

– Pois bem, mande-a entrar, desde que seja rápida.

Halff é um homem egoísta, assim como as outras pessoas aqui deste instituto. Ele irá ouvir tudo o que tenho para falar, já estou cansada de cumprir todas as suas inúteis ordens.

– Halff, por que Angela não vem mais consultar-se comigo?

– Senhorita, não seja ingênua, ela apenas odiou a consulta que teve contigo. E a propósito, é 'SENHOR REINHARD'.

– Mas Reinhard, ela quis que eu continuasse a ajudando. Espere... o que aconteceu com ela?

– Jones, só está perdendo o tempo aqui, eu tenho um compromisso marcado para agora, se não se importa...

– Mas é claro que eu me importo, Quero saber o que vocês fizeram com ela.

– Eu... Eu não sei de nada. Além do mais, as regras não permitem que continue com essa investigação insolente...

– Essas malditas regras não significam nada... estou cansada de seguir a mesma rotina hipócrita de sempre. Há pessoas lá fora como a Angela, mas não posso ajudar por causa dessas malditas regras!

– Querida, você não pode quebrar as regras...

– Eu posso, e vou.... tudo para ajuda-la!

Anne saiu revoltada do instituto e foi pra casa, onde tentou obter um pouco de descanso deste dia exausto. Porém, enquanto estava a espera de Halff, tinha pegado arquivos que estavam em um armário, sem ninguém perceber. Ao sentar-se em seu sofá, tomou um copo de café, e não hesitou em ler uma anotação que estava no conjunto de arquivos....

“As Regras não foram criadas em vão, Elas não podem ser quebradas. Escondendo o que há aqui algo que não pode ser revelado, A menos que tu sejas um de nós.”