American Idiot escrita por Raquel C P


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Esse também não esta muito grande, mas tem algumas novidades haha
Espero que gostem! :3



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Nico

Assim que me afastei de Percy Jackson, coloquei meus fones de ouvido. Andava pelos corredores em direção ao armário 786. Pessoas desviavam de mim, como sempre, elas nunca me enfrentavam, nem ao menos olhavam no meu rosto, simplesmente desviavam. Eu não me importava, funcionava muito bem assim para mim.

Cheguei ao armário e o abri devagar, estava exausto, a noite passada fora um pesadelo, e um dos piores. Apoiei-me na porta e abaixei a cabeça, estava na hora de seguir em frente e eu estava quase conseguindo. Peguei os livros para a próxima aula, Historia: Antiguidade Clássica. Quando terminava de guardar os livros de Química no armário, senti uma mão fria tocar meu pescoço, logo abaixo da minha orelha, e arrancar o fone da mesma. Não era preciso olha-la para saber que estava próxima de mim, ouvindo a mesma musica que eu, Master Of Puppets, Metallica. Fechei o armário e virei à cabeça para encarar seus olhos azuis.

Thalia Grace estava encostada nos armários e balançava a cabeça no ritmo da musica, seus olhos estavam fechados e seus pés batiam ritimadamente no chão. Seus cabelos pretos repicados caiam na altura dos ombros e suas roupas pretas, parecida com as minhas exceto pelo jeans azul escuro, eram raladas nos joelhos e nos cotovelos. A única peça impecável era a camiseta laranja do colégio. Ela podia ser rebelde, mas também tinha medo da bronca por estar sem uniforme. Continuei a encarar suas feições. Mesmo não sabendo e desacreditando quando falava, ela era linda.

Segundos se passaram até que ela parou de balançar a cabeça e abriu um dos olhos. Eu sorri, sempre parecia um bobo perto dela. Ela retribuiu o sorriso. Começamos a andar, seguindo em direção à aula de História, a qual compartilhávamos no mesmo horário. Minha mão coçava para não pegar a dela. Sentia saudades.

– Então... – Ela começou, ainda com um dos meus fones. – Como foi o “grande jantar”? – Ela fazia aspas no ar.

– Preciso responder? – Olhei-a de lado.

– Infelizmente não. As coisas na minha casa não são tão diferentes da sua.

Quando ela falou isso, senti uma pequena dor no peito. Detestava lembrar que participávamos da mesma família. Parei de andar e Thalia parou junto comigo, olhando para baixo. Tirei os fones de nossos ouvidos e olhei para os lados, os corredores agora estavam mais vazios. Certificando-me de que ninguém nos veria, peguei em sua mão e levei-a até uma porta, a do armário de limpeza.

Assim que entramos, mesmo no escuro, pude sentir seus braços abraçarem minha cintura e sua cabeça descansar em meu peito. Eu abracei seus ombros, apertando-a forte, e apoiei minha cabeça na sua. Seu cheiro sempre fora o meu favorito, agora mais do que nunca. Ela murmurou algo que não entendi pelo som abafado pelas minhas roupas. Desapoiei minha cabeça da sua e afastei um dos braços de seus ombros, fazendo minha mão parar embaixo do seu queixo, erguendo-o, ainda sem enxerga-la. Passei meu dedão pela sua linha do maxilar subindo para a bochecha, sentindo suas feições ao máximo. Ela ainda me abraçava forte, e quando meu dedão tocou seus lábios senti seu suspiro entre os meus dedos.

Mesmo naquela escuridão, eu podia sentir seus olhos em mim. Abaixei o rosto e rocei nossos lábios levemente, assim que me afastei ela falou baixinho:

– Não sei mais quanto tempo vamos conseguir esconder isso. – Seus braços me apertaram mais e eu me senti mais confortável. – Eu... sinto muito a sua falta Nico...

Coloquei minhas duas mãos em seu rosto. Não sentia suas bochechas molhadas, Thalia não era assim, e isso a tornava ainda mais maravilhosa para mim.

– Eu também sinto... você não tem ideia de como é torturante não te tocar. – Eu sorri fraco, e tinha certeza de que ela fazia o mesmo.

– Pode ter certeza que tenho ideia sim.

Soltei o ar e abaixei a cabeça para beija-la novamente, agora, mais demoradamente. Tinha certeza que ela estava na posta dos pés, então desci as minhas mãos pelo seu corpo e levantei levemente, encostando-a na porta. Senti seu corpo arrepiar-se.

Ela separou levemente nossos lábios.

– Como eu queria não ser sua prima... não tem como resistir a você. Esses olhos negros são encantadores.

Eu ri baixinho.

– Digo o mesmo a você Grace. Como eu queria não ter que me que me controlar para atacar seus lábios toda vez que esta perto.

Ela passou os braços para o meu pescoço e eu senti sua respiração mais próxima.

– Não precisa se controlar agora... – Eu sentia seu sorriso em sua voz. – Antiguidade Clássica é tão chata... ninguém perceberia se faltássemos.

Aproximei nossos corpos e encostei nossas testas.

– Acho que podemos entrar na segunda aula... – E com essa deixa, ela atacou meus lábios, e mesmo assim, ainda sentia seu lindo sorriso.

Entrei no laboratório de Biologia Celular e andei até a bancada que dividia com o Valdez, o qual já estava sentado, desmontando um autorama ao lado do microscópio. Revirei os olhos.

– Cinco minutos para o inicio da aula Leo. – Falei enquanto jogava a mochila aos meus pés e sentava ao seu lado.

– Só vou terminar isso daqui... – Ele resmungou e apertou alguns parafusos. Logo, luzes se ascenderam e o autorama ganhou vida, andando pela bancada.

– Meia-volta. – O autorama obedeceu e andou em direção a Leo. Ele sorriu vitorioso. – Parado. Muito bem. Agora, faça uma massagem um meus pés. – O autorama continuou parado. Eu ri.

– Boa tentativa Leo.

– Ei, - Ele virou-se para me olhar e apontou para o próprio peito. – Eu ainda vou conseguir fazer um escravo robótico ok?

– Se você diz... agora guarde isso que o professor já chegou.

Leo revirou os olhos.

– Relaxe garoto das sombras. – Eu enruguei a testa.

– Eu estou relaxado. – Voltei o olhar em sua direção. – E não me chame assim.

Leo imitou uma reverencia mal feita, mostrando alegre seu rosto élfico.

– Tudo o que desejar.

Eu ri de sua cara de idiota e ele guardou seus aparatos mecânicos. Nesse momento, uma garota entrou na sala. Seus cabelos castanhos claros em tranças, o jeans azul e a regata branca, chamavam a atenção. Leo parou o que estava fazendo e a seguiu com o olhar, desde a porta até sentar-se do lado de uma ruiva, na segunda bancada, longe de nós. Ele suspirou abalado.

– Você devia falar logo com ela.

Ele olhou para baixou e a sua alegria desapareceu momentaneamente.

– Nunca daria certo... ela não gostaria de um cara como eu.

Alternei o olhar entre a garota, Calypso, e Leo, desanimado.

– Cara, se ela não gostasse ela seria louca. Você é um gênio!

Ele sorriu desanimado.

– Talvez isso não seja o suficiente.

– Pare de ser idiota e tome coragem de falar logo com ela, você nunca saberá a resposta se não perguntar.

Ele olhou para mim, intrigado.

– Esta andando muito com a Thalia hem... – Senti meu estomago revirar. Eu tinha que me controlar mais para não parecer um idiota toda vez que ouvia o nome dela. – Sensível como a garota punk.

Revirei os olhos.

– A aula já vai começar.

Leo riu, e eu o ignorei enquanto o professor chamava nossa atenção para começar a aula.

Passei todos os 50 minutos sentindo o vazio, que de uns dois meses para cá, tornava-se cada vez mais forte.


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Notas finais do capítulo

Até o proximo... u.u