Era uma vez a história de uma menininha chamada...Espera, espera e espera. Que mané era uma vez? Minha vida não é um conto de fadas e tá longe de se tornar um. Pouso meu celular no criado-mudo e me jogo em minha cama trazendo meu livro junto comigo. Começo a ler, mas escuto um ''Lucy'', porém depois disso não ouço mais nada. O.k, deve ser a minha imaginação. Volto a ler, mas sou interrompida por um "Lucy'' novamente.

– LUCY - Ouço novamente alguém gritar lá de baixo. Ai meu Deus, minha casa é assombrada e ninguém avisa? Cadê minha mãe nessas horas. - LUCY, VEM CÁ CARAMBA.

– EU JÁ VOU - Respondo e largo meu livro na cama.

Desço as escadas cantarolando Demons do Imagine Dragons, mas quando chego no ultimo degrau, tropeço, mas sou impedida de cair, porque dois braços me seguram antes que o pior aconteça.

– Bela voz - Agora eu reconheço o dono da voz. Ele voltou? Sorrio e abraço o ser que me segurava. - Mais cuida...Lucy?

– Christopher! - Digo feliz e cesso o abraço. - Você voltou.

– É, voltei - Ele sorri - Eu prometi que ia voltar!

– Você voltou. Seu idiota - Bato no braço dele

– Ai! Lucy sua doida, você me bateu - Ele diz passando a mão onde eu tinha batido. Ele fazia bico igual um bebê.

Sorrio

– Eu sei. Você voltou e não avisou que ia voltar quando tava voltando, aí eu fiquei sem saber que você ia voltar. - Explico - Entendeu?

Ele ri marotamente

– Mais ou menos..Era uma surpresa, não podia te contar - Ele ri e me abraça

– Tá, Chris. Chega sessão afeto - Digo

– Você não mudou nada nesses meses. - Ele diz rindo - Continua má - Ele finge raiva, mas seus olhos verdes entregam o sorriso escondido em seus lábios.

– Nunca - pisco com um olho só e saio andando em direção a cozinha. Pego uma lata de Pringles no armário e me sento na bancada de mármore balançando os pés.

– Você não para de comer isso mesmo - Chris diz do outro lado da mesa e eu acabo me assustando.

– Ai meu Deus, quer me matar do coração? - Digo respirando pesadamente.

– Desculpa - ele da uma gargalhada meio rouca, mas engraçada.

Sorrio de volta e me deixe te explicar antes que você fique sem entender nada. Christopher Foreman, melhor amigo desde que me entendo por gente. Ele havia viajado por causa das férias - Que já estão no fim agora, infelizmente - e fazia um bom tempo que não nos víamos. Eu senti muito a falta desse idiota. Eu só tinha a minha melhor amiga pra conversar, mas ele era mais parecido comigo - Mesmo que ele seja um garoto. Tem gente que diz que sou igual um por andar tanto com ele. - Então eu sentia falta das nossas conversas. Conheci ele quando ele iniciou um namoro mal sucedido com a minha ex-amiga. Na verdade ela nem gostava dele e ela o traiu, então, isso terminou bem rápido. Depois disso eu fiquei muito mais amiga dele. - Coisa que eu não esperava. - E aqui estamos nós novamente.

– Desculpado - Ele roda a bancada e para na minha frente, ele se aproxima e... rouba minha lata de Pringles. Ele sai correndo para que eu não possa pegar a lata de volta.

– Chris seu... Devolve isso agora - Ele ri e corre mais ainda.- Me da isso Christopher Foreman!

– Vem pegar Lucy Mcclair. - Ele sorri maroto e continua correndo. Desço da bancada e me jogo em cima dele. Caímos juntos rindo feito duas hienas tendo convulsão. O.k, hienas? Pego a lata da mão dele e me levanto, mas antes que eu possa me levantar por completo, ele me puxa de volta e rouba algumas batatas da minha lata.

– Idiota - levanto, mas dessa vez sem interrupções. Ele me mostra língua e eu respondo com um bonito dedo do meio.

– Chata. Me ama muito, né? - Ele pergunta debochado

– Claro, assim como eu AMO aranhas. - Ironizo fazendo enfase no amo

– Nossa, me ofendeu - Ele finge estar ofendido colocando a mão na testa. Sorrio e deixo a lata pela metade na pia.

Ando em direção ao sofá e me sento lá. Chris me acompanha e senta ao meu lado. Apoio minha cabeça em seu ombro e relaxo.

– Tava com saudade Lucy - Ele diz dando um sorriso torto

– Iludir é feio - Respondo com um sorriso que só percebo alguns segundos depois.

– Eu não tô te iludindo

– Sei Chris, sei - Meus olhos começam a ficar mais pesados e acabo piscando freneticamente. - Lucy? - Ele pergunta calmo e passa a mão em meu rosto.

Chris me pega no colo e me leva ao meu quarto. Ele me deita na cama - Sem malicias - e a ultima coisa que escuto é "Eu te vejo outra hora, Lucy'' e sinto um beijo na minha testa. Ele sai do quarto batendo a porta devagar. Fecho os olhos e adormeço.