Foi no Instituto de Durmstrang... escrita por Sensei, KL


Capítulo 37
Quando os segredos aparecem


Notas iniciais do capítulo

Pedir desculpas é um insulto, mas peço mesmo assim! Desculpem a demora.
Michelle amor, eu falei que já estava escrito! A internet finalmente voltou ♥
Espero que gostem.
Câmbio e desligo.



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PDV Nate

As mãos de Hermione estavam mesmo grandes.

—Por Merlim, Criança. Venha, venha, venha rápido. –Madame Pomfrey a empurrou para dentro da enfermaria, preocupada.

—Você pode ir Nate. –Ela disse tentando conter as lágrimas enquanto Madame Ponfrey mexia em seu armário cheio de vidrinhos.

—O que tem de errado com as crianças de hoje? –Ela resmungava sozinha.

—Não, tudo bem, eu espero pra gente ir junto. –Falei. –Está doendo muito?

Ela acenou que sim com a cabeça.

—Maldita Skeeter! –Ela grunhiu. –Ela vai se arrepender, pode guardar o que eu estou dizendo.

—Tem certeza de que é uma boa ideia continuar com isso? –Questionei com cautela, Hermione parecia séria quanto a isso.

—Absoluta! –Ela respondeu firme.

Não era a toa que Madame Pomfrey trabalhava em Hogwarts, a mulher era uma enfermeira incrível! Meia hora depois eu e Hermione saímos da enfermaria, ela ainda tinha as mãos enfaixadas, mas estavam visivelmente menos inchadas e a garota não reclamava mais de dores.

—Você ainda quer ir para a aula?

Ela me olhou ultrajada.

—Está querendo cabular aula?

Eu ri.

—Já deve estar no fim, Hermione. –Comentei.

Ela negou com a cabeça, um sorriso discreto nos lábios. Viramos um corredor no primeiro andar com o objetivo de ir para o jardim, mas meu corpo estancou no lugar.

Respirei fundo sentindo um cheiro maravilhoso, fechei os olhos apreciando.

—Nate? –Hermione parou olhando para trás.

Me aproximei dela, o cheiro cada vez mais concentrado.

—Hermione...

Ela se afastou enquanto eu me aproximava, até bater as costas na parede, sem lugar para fugir.

—Nate, o que você...?

Ela ofegou quando aproximei meu rosto do seu cabelo, a ponta do meu nariz deslizando delicadamente pelo seu pescoço. Foi uma explosão de fragrância, o coração dela acelerou e o cheiro ficou cada vez mais forte... Maravilhoso.

—Você ainda usa o shampoo de chocolate? –Perguntei, minha voz estava rouca.

—Como sabe disso? -Ela perguntou, ofegante.

—Eu gosto... –Enfiei meu rosto em seus cabelos deslizando minha mão pela sua cintura e puxando-a para perto. –Gosto muito Hermione.

—Nate, eu... Ah, Merlim!

Ela gemeu quando beijei a curva do seu pescoço.

—O seu cheiro é muito bom Hermione. Muito bom mesmo.

Apertei a cintura dela encaixando seu corpo ao meu, tocando nossas testas como se tentasse mergulhar naquele cheiro, viver sentindo aquilo para sempre. Hermione arregalou os olhos sentindo uma parte da minha anatomia tocando a virilha dela, mas sua expressão mudou para preocupação quando olhou meu rosto.

—Nate... Seus olhos... –Hermione falou.

Coloquei minha mão em seus cabelos e cheirei novamente os fios marrons, eram tão macios, tão incríveis, e o cheiro... Era tão bom quanto... Quanto... Michelle.

Abri os olhos notando o que fazia e me afastei.

Hermione estava encostada a parede, o pescoço a mostra, a roupa amassada.

—Hermione... Desculpe, eu... Ah, droga.

Ela me olhava envergonhada, seu rosto vermelho.

—Tudo bem. -Ela respondeu se arrumando. –Eu entendi, seus olhos estavam amarelos, você não estava conseguindo se controlar, não é?

Acenei que sim com a cabeça, também me sentindo envergonhado, eu praticamente a ataquei. Puxei o colar que carregava no pescoço e cheirei o conjunto de ervas que havia ali dentro, o cheiro feriu meu nariz por uns segundos e consegui me controlar melhor.

—Desculpe. Desculpe. Desculpe. Tem umas coisas estranhas acontecendo comigo. –Tentei explicar. –Eu sinto muito, eu jamais quis...

—Tudo bem Nate. –Ela limpou a garganta a virou de costas. –Depois você me explica, eu vou...

Ela saiu andando sem terminar a sentença, fiquei ali parado me sentindo um lixo e com uma ereção vergonhosa.

—Droga! –Fechei os olhos encostando a cabeça na parede. –Parabéns Nate, você acabou de atacar uma das suas únicas amigas, seu idiota pervertido!

Suspirei.

Alguma coisa a mais podia dar errado?

—Hum... Interessante. –Uma voz arrastada falou.

Virei num pulo olhando para a escadaria, Theodore Nott me observava com um sorriso sarcástico, ele segurava a mão que tinha um grande corte, devia estar indo para a enfermaria.

—A quanto tempo você está aí? –Perguntei. De todas as pessoas tinha que ser logo ELE!?

—Eu cheguei na parte do “você ainda usa shampoo de chocolate?” –Ele riu.

Fechei a cara.

—Cala a boca. –Respondi friamente.

—O que foi, Kepner? Assustado com o que Michelle vai dizer se descobrir sobre isso? –Ele perguntou.

Me aproximei de onde ela estava, eu era bem maior do que Nott, cortesia do meu lobo, por isso ele teve que levantar a cabeça para poder continuar me encarando.

—Machucou? –Perguntei apontando para a mão dele com a cabeça.

Ele puxou a mão para longe, mas eu fui mais rápido e puxei seu braço, enfiando a unha no ferimento. Nott fez uma careta, mas não reclamou de dor... Bom, o cara era durão.

—Michelle não queria que eu quebrasse a sua cara por causa de um beijo roubado e esse é o único motivo pelo qual você ainda está inteiro, Nott. Mas acho bom você evitar se encontrar comigo sozinho... Acidentes acontecem, não é? Acidentalmente sua cara pode ir de encontro com a minha mão.

Sorri.

Ele permaneceu sério, se olhos pudessem matar, com certeza, eu estaria me contorcendo no chão.

Soltei sua mão e ele a afastou de mim.

Passei por ele, meu recado estava dado...

...mas parecia que o dele ainda não.

—Você tem razão Kepner, acidentes acontecem. –Ele falou quando me afastei. -Quem sabe quando, sem querer, você vai levar uma pedrada na cabeça num corredor qualquer? Dessa vez pode ser fatal, não é?

Olhei para ele surpreso.

Como ele sabia daquilo? Ninguém sabia daquilo, apenas Michelle, Rose, Hermione e Lyra que estavam lá.

Mas Nott não ficou ali para que eu descobrisse, com um sorriso irônico ele continuou o caminho para a enfermaria.

Theodore Nott... Sentia que ele ainda me daria muito trabalho.

Eu só não imaginava que no dia seguinte ele seria o menor dos meus problemas.

—--

PDV Rose

Lyra reclamava ao meu lado sobre as cartas anônimas que ela recebia enquanto andávamos em direção ao salão comunal naquela quinta feira pela manhã, pelos corredores eu podia perceber pequenos grupinhos conversando aos cochichos, achei estranho naquele momento.

—Minha suposta vida amorosa está toda exposta nos jornais, as mulheres estão fazendo guerra para saber quem é o melhor partido para mim, Cedrico ou Harry! –Ela disse com um tom de voz incrédulo.

—Como você sabe disso? –Perguntei chocada.

—As cartas, Rose. As cartas me contam tudo. Ao contrário de Hermione, coitada. Argh, maldita Skeeter! Está me usando para ganhar dinheiro e nem sei como fazê-la parar!

Ela jogou as mãos para o alto, irritada. Por algum motivo quando entramos no grande salão todo mundo também cochichava, inclusive na mesa dos professores estava um clima estranho, o professor Dumbledore conversava com a professor Mcgonagall que parecia preocupada. Quando nos aproximamos do lugar onde Rony, Harry e Nate estavam sentados nos surpreendemos ao ver também Fleur Delacour e a garota de mechas azuis, a Emelli, sentada com eles. Fleur tinha lagrimas nos olhos, sua irmã estava sentada enrolada nos seus braços.

—O que esta acontecendo? –Lyra se aproximou perguntando angustiada com aquela cena estranha.

Nate, com um semblante pesado, passa o Profeta diário para as mãos dela. Na capa tinha uma foto de Michelle, aquela vaca francesa, só que mais nova. Ela sorria de mãos dadas com um homem, os cabelos dela voavam e ele ria acenando para a câmera. Na borda da foto estava escrito:

Michelle McGonagoll Deveraux e Michael Shaw McGonagoll. Julho 1990.

—O que é isso?! –Lyra ofegou, os olhos passando rapidamente pelo papel.

Era mais uma da Skeeter.

Caros leitores do Profeta Diario, tenho a audácia e coragem para revelar a maior furo de reportagem desde a ascenção de vocês-sabem-quem. Michelle McGonagoll Deveraux, filha de Michel Shaw McGonagoll, um grande produtor musical morto em 1993, compositor de grandes hits bruxos, assim como trouxas, como Rock Bruxo, um enorme sucesso na década passada e sua esposa Charlotte Deveraux cantora de opera francesa é, na verdade, uma vidente.

Sim leitores uma vidente verdadeira.

De acordo com nosso correspondente em Hogwarts e pesquisas feitas por essa repórter que vos escreve ela é a última filha de Morgana, sim queridos, a última descente direta da grande bruxa Morgana. As lendas dizem que Morgana era uma vidente e que se afastou do mundo bruxo abandonando sua descendência. Há boatos que uma de suas filhas esteve casada com Merlin.

De acordo com uma fonte confiável a garota tem visões com grande frequência e elas sempre se concretizam.

Skeeter: Como ela tem essas visões?

Fonte: Ela simplesmente cai no chão dá um chilique e geme de dor, depois disso ela abre a boca e fala sobre o futuro.

Essa é a verdade, depois de séculos com a linhagem encoberta eu revelo a vocês, Michelle Mcgonagall Deveraux é uma vidente verdadeira. Procuramos a acessora de Charlotte Deveraux, mas ela tentou comprar a reportagem, felizmente queridos leitores, sou uma repórter honesta, não me venderei a uma simples cantora ...

Eu abri a boca, mas não disse nada. A reportagem continuava, por mais duas páginas, mas Lyra baixou o papel, uma expressão de terror no rosto.

—Como ela descobriu isso?! –Ela perguntou diretamente para Nate.

O garoto estava com a mão fechada em punho, então era mesmo verdade, a francesa era uma vidente, e Lyra e Nate já sabiam disso.

—Foi o Malfoy. –Nate disse com a voz repleta de raiva. –Eu tenho certeza, foi ele. Ele ouviu uma conversa minha com a Michelle escondido.

Lyra virou naquele momento em direção a mesa da sonserina.

—Malfoy. –Ela murmurou trincando os dentes em seguida.

Como se sentisse que ela estava falando dele Draco Malfoy virou o rosto em nossa direção, os olhos dele e os de Lyra se cruzaram e o sonserino sorriu cheio de escárnio. Eu não conseguia entender como era possível que os dois estivessem apaixonados como Blásio tinha me contado.

Naquele momento um homem estranho entrou no salão principal acompanhado de quinze aurores, eu realmente fiquei assustada. Eles pareciam mais sérios do que o normal.

—Temos que levar a garota, Dumbledore, o ministro quer vê-la. – ele falou alto para todos ouvirem, aquele comportamento era tão agressivo para homens do ministério, eles praticamente invadiram Hogwarts.

Eu não gosto de Michelle, mas no fundo eu senti pena. Olhei ao redor procurando a garota, mas não havia sinal dela no lugar. Dumbledore saiu da mesa dos professores e foi em direção aos homens.

—Se puderem por favor me acompanhar. –Ele pediu.

—Dumbledore, onde está a garota? –O homem perguntou. Parece que não haveria diálogo.

—Eu não tenho ideia de onde ela está... –Dumbledore respondeu simples. –Michelle Mcgonagall Deveraux não é vista desde ontem a noite quando entrou na carruagem de sua delegação para dormir. Hoje de manhã ela não foi encontrada em seu quarto.

—Você não pode escondê-la para sempre, Dumbledore. –O homem rebateu.

—Vocês não podem leva-la! – Emelli se levanta falando em voz alta e Fleur como passe mágica estava ao lado dela. Rony segurava a mão de Emelli, vermelho como um tomate.

O homem virou para ela com a sobrancelha arqueada.

—Porque não, menina?

—Ela nasceu na frança, esta sobre a proteção do ministério Francês. Isso vai contra a lei.

Emelli parecia tão certa daquilo, o salão inteiro estava em silêncio.

—Michel Mcgonagall era inglês, ela é filha de morgana, ela vem conosco.

—Non, ela non vai. –Madame Maxime se levanta da mesa dos professores assim como todos os outros professores e Ludo Bagman.

Emelli deixa a varinha a mostra.

—Nós non vamos dexarr. – A frase de Fleur ecoa pelo corredor, ela mostra a varinha, como Emelli.

A delegação de Beauxbatons toda fica de pé para mostrar apoio.

Nate se levanta da mesa da grifinória e junto com Lyra se aproxima de Emelli e Fleur, mostrando que também não iam permitir aquilo. Em seguida Harry e Cedrico, os dois campeões se juntam a eles. Com isso todos os alunos da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa ficam de pé. Viktor Krum se levanta da mesa da Sonserina e junto de Karina se colocam ao lado de Emelli e Fleur. Alguns alunos de Durmstrang se levantam em apoio.

Poucos alunos ficaram sentados, eu não fui em deles.

—Isso é um torneo, non podem fir aqui e lefar uma aluna. –Viktor Krum falou.

O auror dá um passo a frente como se fosse entrar num embate, mas Dumbledore sorri e levanta os braços.

—Nenhum aluno será prejudicado dentro de Hogwarts, independente dele ser Francês ou Búlgaro. Por favor se retirem, o ministério não tem poder aqui.

Dumbledore falou sério, os aurores resistiram um pouco, mas saíram por fim.

Olhei para a mesa da sonserina, Blásio olhava para mim, preocupado, eu sorri de lado para ele, um pedido mudo para que não se preocupasse. Eu posso não gostar de Michelle, posso até odia-la por ela estar com Nate. Mas nesse exato momento eu sinto pena dela.

E esse era o único motivo pelo qual eu permaneci de pé.

—--

PDV Kate (Mãe da Lyra)

As batidas insistentes na porta me acordaram.

—Kate? Que diabos, você está morta? –A voz simpática de Angela do outro lado da porta. –Já são mais de meio dia, você não vai trabalhar?

—Pode entrar. –Respondi, a voz rouca, a garganta seca.

Ela abriu a porta e fez uma careta.

—Jesus, você está um lixo. –Ela disse.

Suspirei. Eu me sentia um lixo. Como se alguém tivesse passado com um caminhão em cima de mim. Angela se aproximou e tocou minha testa levemente com a mão.

—Está com febre, não tem condições de ir trabalhar hoje.

—O que?! –Tentei me levantar.

—Não. Não. Não. –Ela me empurrou de volta para a cama.

—Mas Angela...

—Você não tem condições nenhuma de trabalhar hoje. –Ela falou. –Vai ficar aí. Vou ligar para o seu trabalho e pedir para Juliet cobrir o seu lugar hoje. Ninguém vai morrer se você faltar um dia.

Angela foi saindo do quarto.

—Onde está o Six? –Pedi.

Ela virou o rosto.

—Está com o Remi, os dois foram colocar comida para o hipogrifo. –Ela fez um movimento de negação com a cabeça. –Um hipogrifo, eu nunca vou me acostumar com isso...

E saiu porta a fora pelo corredor.

Empurrei o lençol para o lado, estava completamente suada e pegajosa, levantei meio ofegante e fui para o banheiro. O lugar estava frio e arrepiava minha pele.

—Droga... –Gemi desgostosa.

Odiava ficar doente.  Abri a torneira, acumulei um pouco de água nas mãos e joguei no rosto. Olhei para o espelho, eu realmente parecia tão ruim quanto me sentia. Suspirei e baixei o rosto, ali do lado da pia haviam duas escovas, uma vermelha e outra azul.

Sorri.

A escova vermelha era de Sirius.

—Vermelha como a Grifinória. –Ele disse rindo quando colocou a escova ao lado da minha no banheiro.

Lembro de revirar os olhos.

—É incrível como uma divisão de colégio influencia a vida dos bruxos até depois que saíram de Hogwarts. –Comentei.

—Eu gosto de vermelho. –Ele disse dando de ombros. –Principalmente quando você usa aquela calcinha de renda que...

—Sirius!

Ele riu alto.

Eu sorri comigo mesma ao lembrar disso.

—É um idiota completo. – Comentei baixinho.

—Espero que não esteja falando de mim.

Levantei o rosto, Sirius estava de braços cruzados, o ombro encostado no umbral da porta numa pose relaxada.

Não tinha ideia de como foi que isso começou entre nós, esse relacionamento... Ou talvez eu tivesse. Talvez eu soubesse que aos pouquinhos ele estava tentando entrar no meu coração. E conseguindo.

Senti uma tontura repentina.

—Bom dia. –Falei sorrindo fracamente e fechei os olhos.

Ele franziu o cenho, preocupado.

—Você está bem?

Angela passou por ele com um copo na mão.

—O que diabos você está fazendo de pé? –Ela gritou comigo.

Então tudo começou a escurecer devagarzinho e eu perdi minha noção de espaço, senti quando Sirius me segurou antes que eu caísse no chão e fiquei inconsciente.

—--

Quando acordei novamente a primeira coisa que notei foi que minha boca estava com um gosto estranho, virei na cama para pegar o copo de água que Sirius costuma deixar na escrivaninha. Minha mãe tateou cegamente até que bateu em algo, ouvi o barulho de vidro caindo no chão e água por todo lugar.

—Merda. –Cuspi.

A risada de Sirius veio de algum lugar do quarto.

—Deixa que eu limpo isso. –Ele falou com uma voz tranquila.

Levantei o rosto em sua direção, ele estava sentado na poltrona perto da janela.

—Poderia pegar um pouco de água pra mim? Minha boca está com um gosto estranho. –Pedi.

Ele acenou que sim com a cabeça e saiu do quarto para buscar a água que eu havia pedido.

Nós dois estávamos juntos. Oficialmente.

E ser cuidada por ele se mostrou ser uma situação bastante confortável para mim. Sirius tinha dentro dele uma grande disposição para cuidar dos outros, ele só não notou isso ainda. Mas eu notei e isso me conquistou mais do que eu poderia explicar.

O que tem me deixado muito irritada com ele é essa mania de querer me ensinar magia.

Suspirei. A varinha de Sirius estava na escrivaninha do lado de onde o copo estivera antes de eu derruba-lo. Me sentei na cama, mas não coloquei os pés no chão para não me cortar com os cacos de vidro, olhei para aquele pedaço de madeira... Quem poderia dizer que aquela coisinha faria tantas maravilhas nas mãos da pessoa certa.

Sirius não entende que eu não preciso disso, a magia não encaixa mais para mim... Só não dá.

Mas, apesar disso, minhas mãos se moveram sozinhas e fechei meus dedos ao redor do cabo da varinha.

—Magia, uh? –Sussurei.

Olhei para os cacos de vidro e para a a varinha.

Respirei fundo.

Eu não ousaria...

Por que não? Eu sabia o feitiço.

Eu sabia todos eles.

Mas...

Levantei a varinha com um movimento leve, eu lembrava sim, movimento ondulado da esquerda para a direita terminando no objeto, mentalize ele inteiro novamente e...

—Reparo.

Os cacos de vidros flutuaram em direção a escrivaninha e se colaram todos juntos, o copo estava inteiro novamente.

Eu sorri involuntariamente.

—Ainda funciona. –ri baixinho.

—Ora, ora, ora... Vejam só isso! –A voz de Sirius.

Surpresa com a aparição repentina eu joguei a varinha para a escrivaninha, mas o objeto bateu no copo e os dois caíram no chão, o copo novamente em cacos. Virei na cama sem querer encara-lo e me cobri com o lençol.

A gargalhada de Sirius preencheu o quarto.

—Você não precisava de uma reação tão exagerada.

—Cala a boca! –Resmunguei.

Ele riu novamente.

Não olhei, mas ouvi quando ele pegou a varinha no chão e sussurrou baixinho.

—Reparo.

Ele andou até o outro lado da cama para olhar meu rosto e me entregou o copo com água sentando na beira da cama. Entortei a boca e me sentei novamente para beber a água que ele trouxe.

—Eu posso ser paciente. –Ele disse enquanto eu fingia não vê-lo ali.

—Não sei do que está falando. –Respondi e bebi a água.

Ele riu.

—Eu vou estar aqui por você sempre que precisar. –Respondeu ele. –Quando estiver pronta eu serei aquele que vai ensina-la, por que eu sei que você quer isso e um dia você vai parar de negar para si mesma.

Coloquei o copo vazio junto do outro que havia acabado de ser concertado (pela segunda vez) e virei para olhar para ele.

Sirius se encostou a cama e me chamou com um movimento de cabeça, me aproximei dele e deitei a cabeça no seu peito, ele mexeu no meu cabelo.

—Não importa quanto tempo demore, eu vou esperar você estar pronta, por que é assim que as pessoas que amam fazem e eu amo você. –Ele falou baixinho.

Eu escondi um sorriso virando a cabeça para o seu peito.

—Obrigada.

Sirius se arrumou de modo confortável e me abraçou com mais força, mas ele olhou para a porta e fez um barulhinho irritado.

—Esqueci aberta, vou fechar.

Ele se moveu para levantar, mas eu o segurei ali.

—Kate? –Ele perguntou, o tom de voz confuso.

Suspirei e levantei o corpo, fiz um movimento fluido com a mão como se estivesse empurrando algo, a porta se fechou sozinha, girei o pulso e a chave girou trancando.

Sirius tinha os olhos arregalados.

—Isso é...? Como você...? –Ele balbuciou sem conseguir terminar nenhuma pergunta

Eu suspirei novamente.

—Por favor, não pergunte.

—Mas...!

—Você prometeu que seria paciente.

Ele me olhou em choque por quase um minuto inteiro e começou a balançar a cabeça devagar.

—Tudo bem... Paciente. Mas você vai ter que me explicar isso bem direitinho senhorita Katherine.

Segurei seu rosto e toquei seus lábios com os meus levemente.

—Obrigada.

Novamente eu me deitei em seu peito e fechei os olhos.

 Será que eu tinha feito certo em mostrar a ele?

Eu tinha muito medo... Medo que ele me achasse louca quando descobrisse tudo.

E havia muita coisa para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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