Classe dos Guerreiros - A Sexta Geração escrita por Milady Sara


Capítulo 14
5º dia - Ataques


Notas iniciais do capítulo

Eeeu seei que passei uma eternidade sem postar, mas foi porque eu realmente não tive tempo pra escrever, sorry pessoas.



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Caleb estava sentado em uma escrivaninha, tentando desenhar, mas os solavancos quase contantes que o carroção dava impossibilitava isso. Estavam na antiga "casa" de Mia. Apesar de ser um carroção velho, já ter sido queimado e restaurado (uma espécie de consideração à Mia depois que foi banida) era muito aconchegante.

Não era muito diferente do de Dante e Diana. Tinha um tapete no chão e almofadas espalhadas por ele, lanternas e panos ciganos o enfeitavam, um ármário, uma cozinha e um banheiro quase que improvisados e no fundo, onde havia uma janela grande, ficavam duas camas, ambas penduradas na parede, a de baixo maior do que a outra.

Hunter voava do lado de fora do carroção, com os braços transformados em asas, e Mia estava sentada no teto deste, olhando a foto de sua família que encontraram ali quando Dante os deixou ficar. Lena e Drica dormiam nas almofadas enquanto Caleb ainda tentava desenhar as duas.

Já fazia dois dias que estavam ali e tudo o que faziam eram paradas rápidas, era estressante.

~*~

Melanie e Derek tinham acendido uma fogueira, mesmo ainda sendo de tarde estava frio. Derek estava animado por não estarem muito longe de seu destino, ele imaginava como seria um pégaso pessoalmente.

Melanie havia tirado suas espadas da bagagem e as tinha colocado na sua frente, revezando em olhar delas para a fogueira crepitante. Talvez a sensação de alguém os seguindo fosse apenas besteira, mas não custava nada se prevenir.

Ela só não sabia que alguns metros dali, homens de armadura sacavam suas espadas e pegavam seus arcos, preparando-se para o ataque.

~*~

Carter andava com cuidado, ele havia entrado em uma floresta fechada e escura. Por conta dos muitos galhos e dos arbustos grandes, estava abrindo caminho com sua espada para o alce poder passar.

A floresta densa e o trabalho o fizeram ficar cansado e quando o caminho finalmente parecia livre, ele se sentou no chão respirando ofegante.

Então ouviu um barulho. Era muito leve, parecia algo ou alguém pisando num monte de folhas ou em um galho, mas com certeza ele ouvira. Parou de ofegar e ouviu atento, novamente o som, e estava mais perto.

Sem parecer apressado, ele voltou para o alce e o fez correr. Com a espada ainda em mãos ele olhava para todos os lados, não poderia tentar pegar seu escudo, com ele não poderia cavalgar, a floresta já era escura demais para que ele pudesse lutar direito, mas mesmo assim ele os viu.

Deveriam ser seis ou sete, só o que ele sabia dizer com certeza é que eles o seguiam e eram rápidos.

~*~

– Acorda, Lena! - disse a voz de Hunter na escuridão. - Lena!

– Tá, acordei! - disse ela sentando enquanto esfregava os olhos. - O carroção parou?

– Uhum. Chegamos na área de acampamento, os outros estão lá fora montando nossas barracas, vamos ficar aqui essa noite.

Quando saíram do carroção, Lena viu o que pareceu para ela uma cena fantástica. Os ciganos haviam estabelecido o perímetro com estacas e tecidos, o espaço dentro deste estava repleto de barracas, fogueiras e música. Além disso, ela pôde finalmente ver as belas lâmpadas ciganas acesas, elas estavam por todo lado, enfeitando o ambiente.

– Os outros estão ali. - disse Hunter apontando para a esquerda, onde Lena pôde ver seus amigos acendendo uma fogueira na frente de três barracas e pendurando lanternas em estacas. - Vou dar uma olhada nos alces! - disse antes de sair correndo e Lena foi até seus amigos.

– Por quê as três barracas? - perguntou ajudando Lena a terminar de pôr pedras ao redor da fogueira.

– Dante e Diana vão dormir com a gente. - disse Caleb ajeitando uma estaca e a lanterna nela. - É tradição os líderes ficarem junto dos visitantes na hora de acampar.

– Vamos ter outra tradição em breve. - disse Mia saindo de uma das barracas, onde havia colocado cobertores e almofadas. - No centro do acampamento é colocada a maior fogueira, e todos se reúnem lá para comemorar com música e dança, logo seremos chamados para ir.

– Comemoram o que? - perguntou Drica ficando de pé analisando se precisaria de mais pedras.

– A vida, eu acho. - disse Mia dando de ombros.

Pouco tempo depois, Diana pareceu e os levou para a fogueira da qual Mia havia falado. A fogueira era realmente bem maior que todas as outras e todo o clã estava reunido ao redor dela, sentados em almofadas ou em pé, havia desde bebês até idosos ali.

Perto da fogueira havia um grupo de quatro homens, dois tocavam tambores, um tocava flauta e o outro violão. Eram eles que estavam tocando a música alegre contagiante que se espalhou pelo ambiente. Os seis ficaram de pé perto de um grupo de casais.

Um grupo de mulheres dançava ao som da música enquanto todos os outros batiam palmas, riam e gritavam. Era realmente muito alegre. Logo as mulheres cederam seu lugar para um garoto que conseguia dançar enquanto fazia malabarismos, aquilo arrancou gargalhadas de todos. Depois foi a vez de Dante ser o centro das atenções e fazer alguns truques com esferas de fogo que aos olhos da Classe Hélio ali presente, era coisa de principiante, mas mesmo assim todos pareceram adorar.

Enquanto Dante era cumprimentado pela sua performance, Simone se aproximou dos músicos e falou algo para eles, e começaram a tocar uma música mais lenta, mas ainda assim ritmada. Simone estava descalça, usando uma saia propositalmente aberta que deixava aparecer uma de suas pernas e sua blusa caia pelos ombros, deixando-os completamente à mostra.

Todos ficaram quietos enquanto ela dançava. Com o ritmo da música ela mexia os quadris e os braços de um modo sensual e sua perna direita estava de tal modo que aparecia quase completamente. Ela rodopiava e passava uma braço pelo outro e em certo momento ela levou a perna até a cabeça, o que causou comoção entre alguns garotos.

– Pare de ser tão vulgar! - disse Mia alto, revelando o que muitos ali pensavam. Os músicos pararam de tocar enquanto Simone, interrompida, ia até a morena com um olhar desafiador.

– Como disse? - ela perguntou.

– Você. Vulgar. Dança. - respondeu pausadamente. - Quer que repita? - Caleb levou a mão ao rosto, já estava imaginando como isso iria acabar.

– Você passou tempo demais longe, querida. Algumas coisas mudaram...

– Duvido muito, eu aprendi essa dança com você e outras meninas quando éramos pequenas e o propósito seria ser sensual sem ser vulgar. E caso não tenha percebido, vulgar foi tudo que você foi. - todos em volta estavam tensos, ao que parecia ninguém tinha coragem de desafiar Simone.

– Faça melhor então. - disse ela com um sorriso cínico e cruzando os braços. Mia semicerrou os olhos para ela.

– Me dê uma saia. - disse simplesmente. Simone estalou os dedos e Julia, que eles já conheciam, trouxe uma saia como a de Simone, entregou para Mia e esta foi para longe dos outros seguida por Drica e Lena.

– Você não devia fazer isso. - disse Lena com um ar pessimista enquanto Mia tirava as botas.

– Devia sim! - disse Drica. - Aquela menina nojenta merece uma lição!

– Que horror!

– Você entenderia se tivesse sido humilhada por ela como eu e outros fomos, Lena. - disse Mia colocando a calça de lado e ajeitando a saia. - Ela merece muito mais do que isso. - por fim, tirou a bandana da testa, deixando os cabelos soltos, e a colocou na saia.

– Eu daria uma surra nela. - opinou Drica pegando a calça e as botas de Mia. Todos olharam para Mia quando as três voltavam, todos em silêncio.

– É bom que você saiba mesmo dançar. - disse Lena e Mia deu um sorrisinho.

A morena foi até a frente da fogueira e assentiu para os músicos que começaram a tocar. Batidas espaçadas eram dadas no tambor enquanto a música crescia, e a cada batida, Mia mexia o quadril para um lado. Era um pouco difícil lembrar essa dança depois de tanto tempo.

Logo a música estava acelerada e seus quadris pareciam seguir cada batida enquanto ela mexia os ombros e se abaixava lentamente ao mesmo tempo, depois girou como se para exibir seus cabelos. Em resumo, o que se seguiu foi uma versão menos indecente da dança de Simone. Ela foi aplaudida enquanto ia até seus amigos ofegante.

– Para ficar melhor, - disse Drica. - Você deveria dar uma surra nela.

~*~

Derek havia cochilado no chão, Melanie sorriu para aquela cena, era difícil para ele se sentir normal, assim como foi para ela. O alce levantou a cabeça e aquele movimento chamou a atenção da garota. O animal olhava para uma direção atrás de onde estavam.

– Derek. - disse Melanie o cutucando para que ele acordasse.

– O que... Foi?

– Você vai ter que correr.

– O que?

– Não tenho tempo para explicar, mas você vai ter que correr.

– E você vai ficar para trás?

– Alcanço você depois. - ela ficou de pé segurando suas espadas e trouxe o alce para perto e Derek montou, no mesmo instante homens de armadura saíram da escuridão.

– Quem são eles? - perguntou assustado.

– Vou descobrir agora. Vai!

– Peguem o garoto! - um dos homens disse apontando a espada para a direção em que Derek foi.

– Que tal se concentrar em mim primeiro? - Melanie falou e jogou uma de suas espadas, que atingiu o homem que falara no peito, mas ela somente se prendeu na armadura. - Do que isso é feito?

– Enfeitiçado com o sangue de quem matamos. - respondeu.

– Precisa ser melhor do que isso para me assustar! - disse fazendo um gesto, como se puxasse uma corda e sua espada voltou para ela.

– Arqueiros! - ordenou o homem, e pelo menos quinze outros como ele apareceram com arcos e flechas entre as árvores. - Atirem! - as flechas deles eram diferentes das demais, ao invés des de terem pontas triangulares, eram finas como ferrões e Melanie suspeitou que tivessem veneno. Eles atiraram, mas com um movimento de suas espadas ela cortou todas.

– Não posso perder tempo com vocês, - ela deu chutes no ar, tirando suas sapatilhas. - tenho que terminar uma missão! - com os pés livres ela correu, derrubou alguns deles, mas não conseguia perfurar suas armaduras. - Acho melhor ser mais esperta... - ela se agachou enquanto eles iam para cima dela, acumulando energia e quando estavam perto o suficiente, a liberou, o que fez com que todos caíssem, menos o que parecia dar as ordens.

– Vamos ver o que pode fazer. - ele disse sacando sua espada.

Melanie não falou nada, mas começou a atacar em alta velocidade, cada ataque produzia somente um barulho alto e um arranhão na armadura. Então parou e começou a atacá-lo no peito enquanto os arqueiros vinham com suas próprias espadas. Ataques repetidos pareciam fazer efeito, mas mesmo assim não muito, e demorar demais não seria bom.

Ela saltou para longe antes de ser atacada pelos arqueiros. Estava à alguns metros de distância, murmurando um encanto enquanto mexia as espadas em movimentos planejados.

– Não deixem ela terminar o feitiço! - ordenou o homem enquanto os outros se levantavam, e os arqueiros pegavam seus arcos novamente, mas era tarde. A garota fincou suas espadas no solo e foi como se o chão aos pés dos inimigos tivesse virado lama, eles começaram a afundar, suas armaduras pesadas demais para resistirem, até que somente seus ombros e cabeça ficaram acima do solo, que voltou a endurecer. A garota respirou fundo, aliviada e correu na direção em que Derek fora.

– Façam. Alguma. Coisa. - disse entredentes o general, e um arqueiro cujo arco não havia afundado, apontou para Melanie, deveria ser preciso. A garota não percebeu nada, somente sentiu uma pontada em seu pé, mas a adrenalina não a deixou sentir dor, chegou até Derek e ao subir no alce, ele viu duas flechas fincadas no calcanhar dela.

– Mel... - disse e ela olhou para seu pé e finalmente sentiu a dor. Tirou as flechas dali e as jogou fora. - O que...?

– Nada. Vamos logo! - disse enquanto sentia como se seu pé estivesse sendo esfaqueado, ela não poderia correr tão cedo.

~*~

Carter estava indefeso. Seu único caminho era uma linha reta e sua vantagem uma pequena distância de quaisquer que fossem as criaturas que o perseguiam e seu braço estava cansado de segurar a espada.

Então em um instante, algo o derrubou do alce. Ele rolou pelo chão com sua espada enquanto a mulher que o derrubara se levantava. Ela tinha cabelos longos e castanhos embaraçados e apesar de estar descalça usava uma roupa elegante, mas rasgada e suja. Os olhos dela brilharam vermelhos para ele enquanto rosnava mostrando seus caninos crescidos.

– Vampiros.. - sussurrou Carter sem reação. Ela rosnou novamente enquanto outros vampiros paravam o alce. - ... - ele abriu a boca, mas não saiu som algum, estava apavorado. A mulher rosnou para ele mais uma vez e saltou o imobilizando definitivamente no chão e abriu a boca, pronta para mordê-lo.

– Monique! - uma voz feminina gritou e a mulher parou.

– O que foi? - disse ela virando a cabeça sem soltar Carter. Uma mulher loira apareceu, com o mesmo aspecto da morena, mas seus cabelos estavam presos em uma trança que chegava até suas pernas e seu vestido estava mais conservado mesmo estando sujo. A loira se aproximou dele com uma expressão séria e pegou o colar dele e observou com seus olhos azuis. - Simira. - Monique disse entredentes, com ar de impaciência.

– Temos que levá-lo para o líder. - ela mostrou o colar para a outra e ela pareceu compreender, seus olhos ficando verdes conforme se acalmava.

– Tudo bem. - se levantou e chamou a atenção dos outros. - Tragam-no com o alce, e o que der uma mordida sequer vai se ver comigo. - os vampiros pareceram entender o recado, um segundo depois colocaram um saco na cabeça de Carter e ele somente se sentiu ser carregado.


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Notas finais do capítulo

Pra ajudar: as lanternas e tambores ciganos eu imagino que nem as lanternas e tambores turcos, assim como a música.*Momento Merchandising* Gente, sorry de novo, enquanto eu posso demorar pra postar vcs podem ler (se quiserem) uma série de fics minhas, que a primeira é essa >> http://fanfiction.com.br/historia/246096/Dentro_de_Mim/



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