Irmãs escrita por Zooey


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho! Já estou escrevendo outro só não sei quando posto.



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(ALASCA)

Eu não tinha muito que fazer, fiquei no quarto esperando junto com meu tio e Felipe por alguma notícia.

Minha irmã sem duvida era uma das pessoas mais complicadas que eu já conheci.

Suzana não era nada paciente... Ela ficava falando sozinha tamborilando com os dedos em frente da porta. Acho que não perdia pacientes com muita frequência.

–Finalmente! –Suzana gritou e foi lá pra fora, a segui e vi que um enfermeiro carregava uma Cece muito p da vida se me entende...

–Procurando por essa aqui? –ele disse apontando com o queixo para Cece.

–Sim. Muito. –disse a enfermeira – Pode coloca-la aqui no quarto?

–Claro

Ele passou por mim e colocou a Cece na cama.

O clima ficou um pouco tenso, pois ninguém falava nada. E era impressão minha ou Cece e o enfermeiro estavam se encarando, tipo, muito?!

–Hum – me virei bruscamente para chamar a atenção de todos – Será que eu posso... Vocês sabem... Ter uma conversa rápida com Cece?

–Ah claro! –Suzana falou rápida e bateu uma mão na outra – Estávamos de saída não é? –passou pelo enfermeiro e o puxou pela manga para a porta de saída.

–Mas eu... –o enfermeiro nem terminou de falar e não víamos mais ele.

–Imbecil... –murmurou Cece

Felipe puxou o meu tio para longe afirmando estar com fome, dei uma piscadela pra ele, tinha certeza que Tio Théo faria questão de ter uma conversa bem “interessante” com Cece se não fosse por isso.

Fui até a posta assim que todo mundo saiu. Fechei e tranquei.

Virei para Cece que encarava seus pés muito interessada.

–O QUE DEU EM VOCE? –Eu gritei

Cece bufou. Eu me aproximei.

Aconteceu alguma coisa ontem à noite, disso eu tenho certeza. –Cece nada de olhar pra mim ainda. –Cece! Eu sei que você não é de fazer alguma coisa assim!

Silêncio.

Agachei-me e fiquei do lado do rosto dela.

–Você vai me dizer certo?

(CECE)

Nunca existiram segredos entre nós. Nunca existiu nada. Tudo o que eu sabia Alasca ficava sabendo. Nunca escondi nada e nem ela. Mas eu não podia falar sobre isso. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Um segredo me fez dar um tapa em minha irmã, um segredo idiota que me atormentava todos os dias.

Tentar esquecer o segredo? Já tentei, não funcionou. Ele me atormenta cada dia da minha vida. Por que eu não conto? Não consigo. Isso faria tudo voltar a tona e não estava preparada. Ainda não.

Mais no momento eu me odiava, deixei que a coisa que mais atormentava minha vida atrapalhasse minha vida com minha irmã. Deixei que isso me consumisse. Mais nunca senti tanto medo como ontem a noite. Mais eu sinto, sinto que ainda sentirei muito mais daqui por diante.

“Flashback on

–Maaaae eu vou sair! Beijo

–Vai aonde menina? –minha mãe perguntou com uma cara confusa

–Tomar sorvete, até logo.

A sorveteria não ficava muito longe dali, no auge dos meus 12 anos a coisa que eu mais gostava de comer em um dia quente a uns poucos metros de casa era a coisa que eu mais amava. Depois de chocolate é claro. Ah e os algodões doces, como eu amava algodão doce.

Fui ao caixa, estranhei, tia Dalma não estava lá. Ela sempre estava lá. No lugar dela tinha um jovem de uns 17, 18 anos. “Ta legal... “ pensei “mais ainda vou querer meu sorvete”

Fui ao caixa, neste dia eu estava de rabo de cavalo, um shortinho e uma blusinha regata azul escura. Estava muito quente.

–Uma casquinha com 2 bolas de chocolate por favor.

–É pra já... –ele disse e foi lá pra dentro. Lembro de ter estranhado novamente a demora do rapaz, acho que não era difícil colocar 2 bolas de sorvete em um pedaço de biscoito.

Ele apareceu e me deu o sorvete. Paguei.

–Tenha um bom dia! – ele disse com um sorriso assustador

–Anh... Pra você também! –eu consegui dizer de uma forma natural e fui pra casa. Nunca me esqueci daquele sorriso.

Quando me dei por mim eu estava aos prantos chorando e Alasca tentava me acalmar. Por quanto tempo será que eu tinha apagado desta vez?

–Cece! –Alasca estava assustada – Está tudo bem! –ela estava sentada na minha cama, tentando me abraçar enquanto eu estava ereta chorando muito, muito, mesmo.

–Não ... –eu consegui dizer – Não... está... –abracei-a.

–Sinto muito por ter ... Ter te batido –continuei agora segurando o rosto dela com minhas mãos trêmulas –eu não devia descontar em você... Você é minha irmãzinha!

Eu e ela demos uma risadinha, e Alasca deixou cair uma lágrima solitária.

–Não tem problema - ela me abraçou e eu deixei sair um gemido de dor, ela afrouxou os braços. – Eu te amo. Espero que um dia você possa me contar...você sabe. – “Sim, eu também espero...” pensei

Ele se deitou e ficamos abraçadas por um tempo até que eu peguei no sono.

(ALASCA)

Nunca me senti tão mal. Cece estava aos prantos olhando fixamente pro nada. O que quer que tenha de errado com Cece é muito sério.

Consegui acalma-la. Ela dormiu nos meus braços e nem vi a hora passar. Bateram na porta, me levantei sem acorda-la e abri. Tia Esther. Oh shit

Ela estava pálida, deve ter recebido a notícia a pouco tempo. Assim que abriu a boca percebi que ia dar chilique e iria acabar acordando Cece. Pus a mão em sua boa e coloquei o dedo em minha boca em gesto de silêncio.

Fui ao corredor com ela e falei para conversarmos no refeitório.

Comprei 2 cafés grandes, sei que tia Esther ficaria muito triste ao saber da história.

Contei desde que fomos dormir, dos barulhos até a vinda dos paramédicos. Tia Esther parecia estar muito abalada com tudo isso, ela me disse que o seu plantão só foi acabar agora e viu as mensagens de meu tio.

–Alasca, peloamordeDeus... Me diga que isso tudo é uma brincadeira de muito mal gosto?

–Sinto muito tia, mais é verdade.

Tia Esther encostou sua testa em suas mãos.

–Tem algo de errado com ela ou ela já fez algo assim antes? -perguntou

–Não! Cece nunca fez isso antes, é a primeira vez.

–Mais estava tudo bem... como que... como ela... –Tia Esther não conseguia completar a própria frase.

–Eu sei tia... Cece não quis me contar o que aconteceu.

Ela suspirou e me avaliou como se duvidasse que eu mentisse. Depois suspirou de novo.

–Você precisa descobrir Alasca. Isso não pode ocorrer novamente. –ela disse em um tom sério e eu concordei. Eu não deixaria que ocorresse de novo.

–Isso pode ter certeza que não permitirei.


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria muuuito de comentarios. Eu gosto de escrever esta fic, mais que as vezes cansa vc escrever, perder seu tempo pra pessoas que nem sequer interagem ou dão sinal de vida.



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