– Laito-kun – Evanecer sussurra alto o suficiente para o companheiro escutar, mas baixo o suficiente para as três damas misteriosas não escutar – Quem são elas?

– Nossas mães. – responde com um sorriso desenhando seus lábios e abaixando levemente a cabeça.

– Ora... Então essas são as suas novas noivas de sacrifício? – uma das três se pronuncia.

Esta possuía cabelos lilases longos, chegando a quase relar no chão frio da sala. Suas vestes eram apenas um vestido longo branco com preto e flores em tom branco e um azul, na parte da frente do vestido extravagante e com um grande decote que destacava seu busto farto.

Caminhou em direção à morena de olhos vermelhos opacos, Evanecer Victoria Hellsing, erguendo o rosto da mesma com seus dedos através do queixo, fazendo a jovem fita-la em seus olhos.

– Hm... Parece que até que tens um bom gosto. – comentou a mais velha.

– Com licença, mas você seria quem? – indaga para com a de cabelos lilases longos e lisos.

– Cordélia. – Respondeu simplesmente e retirou seus dedos do rosto delicado e angelical da menina, indo de encontro com Laito, começando a se esfregar nele. – Né... Laito-kun – começou a falar de um jeito meloso e sensual, o que irritou a Victoria profundamente, não sabendo o porquê.

Desde que chegara aqui e vira esse acastanhado que lhe apelidara de “Bitch-chan” seu coração acelerou. Seus batimentos cardíacos foram a mil. Queria abraça-lo, para nunca mais larga-lo e assim poder ficara até o dia de sua morte ao seu lado.

Não sabia que ela já o tinha, na verdade, nem ele sabia de tal coisa. Tudo o que estava acontecendo para ambos eram totalmente desconhecido. A turbulência de sentimentos em seus “corações”, a confusão em que suas mentes se encontravam quando olhavam um para o outro, o desejo um pelo outro. Tudo isso era desconhecido, e nem se quer sabiam o que era isso... O Amor.

Ver aquela Cordélia se esfregando no seu Sakamaki a irritou e se sentiu ameaçada. Medo de perdê-lo para aquela desconhecida que há pouco tempo conheceu. Tudo isso inconscientemente.

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Tu és minha

Ninguém deve te tocar ou rela.

Ninguém deve sua bela voz escutar.

Seus cabelos sedosos acariciar

E seus doces lábios beijar.

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Empurrou-a. Em um ato de puro reflexo, surpreendendo a todos, até mesmo a si por tal ato, mas se surpreendeu mais ainda, não apenas a si, mas a todos, quando falou:

– Não ouse toca-lo novamente. – Com uma voz fria e um olhar assustador.

O que era aquilo? Por que agia de tal maneira? A vida era dele, não poderia interferir certo? Então porque fizera isso? Tantas perguntas corriam pela mente da jovem, deixando-a confusa e pensando apenas em que aquela não era si, e sim outra pessoa. Não seria capaz de fazer essa façanha, a não ser que se sinta ameaçada, certo? Mas até agora nada de mal aconteceu, apenas essa mulher se esfregando em Laito.

O que ela estava a fazer? O que ela fez? Por que, desde que Cordélia começou a se esfregar em si, sentiu nojo? Não tinha mais atração pela mulher que a tanto tivera uma relação amorosa? Por que se sentiu aliviado quando a morena a empurrou de si? Perguntas e mais pergunta também corriam pela cabeça de Laito Sakamaki.

As respostas para as perguntas e ambos? Simples... Mas eles não sabia.

Amor e Ciúmes.

Sim. O Amor estava a consumi-los e o ciúmes igualmente. Afinal, se há amor, há o maldito ciúmes. Ambos cumplices e inseparáveis.

Todos ficaram quietos e espantados e uma tensão ficou a se formar no cômodo, mas logo ele é quebrado pelo Sakamaki pervertido, que puxa o que era “seu” para fora do local, arrastando-a pelos inúmeros corredores da grandiosa mansão.

– L-Laito-k-kun – Evanecer começou a falar – G-Gomenasai – Desculpa-se desesperadamente, temendo que ele ficasse com raiva de si, não querendo o perder.

Mas de onde vinha esse medo de perdê-lo? Afinal, ele nunca fora seu. Apenas estava consigo para se alimentar, para servir como a sua fonte exclusiva de alimento, para lhe dar seu sangue e controlar a fera que há dentro dele, controlar seus instintos assassinos e vorazes.

E isso a machucava. O por que de ser machucada? Ela não sabia, apenas sentia em seu peito, em seu coração que não queria ser apenas um alimento, um brinquedo vivo pelo Sakamaki, que ainda a puxava pelo seu pulso, apertando-o fortemente e a arrastando-a por algum corredor a qual não sabia onde iria parar. E nem queria saber.

Seu coração doía por pensar que para ele ela nada mais era que seu alimento, sua fonte de alimentação exclusiva e esse pensamento piorava e aumentava cada vez mais a cada diz, hora, minuto e segundo que ele se aproveitava de si para tomar de seu sangue.

Queria ser algo a mais para ele, sua amiga... Ou não?

Para si, em seu pensamento, no pensamento da jovem Evanecer Victoria Hellsing, era ser sua amiga, mas a realidade era outra.

Ela queria ser sua amada, sua noiva, companheira. Sim. Era isso o que realmente queria, mas desconhecia esse sentimento, confundindo o amor de amigo com o amor de companheirismo mais afetivo. Algo normal, mas ao mesmo tempo fatal.

A jovem moça sabia. Bem no fundo de seu coração sabia que não era amor de amizade que sentia, tinha conhecimento de que era outro amor mais forte, mais poderoso e mais sincero e puro. Ela estava, inconscientemente, apaixonada pelo vampiro.

O outro, o jovem vampiro ainda puxava-a, segurando seu pulso fortemente com medo de que ela fugisse, de perdê-la. Algo dentro de si temia isso.

Se tinha conhecimento do amor que possuía sobre ela? Não, mesmo com algo dentro de si o cutucando ignorava esse fato. Por quê? Aquele maldito orgulho que sempre estraga tudo. Que deixa tudo a desejar, sem dó nem piedade, o orgulho que muitas vezes é o termino de tudo.

Parou de puxar a jovem apenas para prensa-la em uma parede, sob uma luminária banhada em ouro. Colocando seus braços ao lado da cabeça da jovem, impedindo-a de sair, e falou o que estava entalado em sua garganta desde que a virá entrar em sua magnifica casa.

– Por que fazes isto comigo? – perguntou, com uma feição raivosa em seu rosto, mas em seu olhar a duvida.

– O que faço contigo? – respondeu com outra pergunta. Afinal, não sabia do que o mais velho estava a falar.

– Ages tão calmamente, mas é feroz. Transforma-me em uma fera, me doma e assim tua essência se torna necessária para minha existência. Tu me seduzes, me atrai e ainda me defendes. Desde que tu chegaste aqui é assim... Evanecer. – pela primeira vez ditou o nome de uma garota, sem usar o apelido que a tanto deu para cada noiva de sacrifício que passou pela mansão Sakamaki.

_ O que estás a dizer? – diz calmamente a morena – Vejo em teus olhos sua duvida, apesar de sua feição raivosa, vejo que tu falaz com seu coração e sei que há tanto tempo pensara que ele não existia mais. O que estas a dizer não tem logica. – A Hellsing começa a dizer, finalmente raciocinando seus pensamentos, sabendo que estava enganada sobre seus sentimentos – Tu que me domas. Eu sou sua presa e tu eres o caçador. Você é um monstro que arrancou o que possuía de mais poderoso – começou a erguer sua mão direita, para assim acariciar o rosto do acastanhado a sua frente, fazendo um carinho delicado e vendo o mesmo fechar seus olhos aproveitando o doce toque – Arrancaste meu coração.

Como reação as palavras doces e calmas arregalou seus olhos de orbes verdes celestes, e um bobo sorriso se formou em seus lábios.