A Hard Love escrita por Raiane C Soares, Isa Lopes


Capítulo 9
Boston Versus Yankees


Notas iniciais do capítulo

Hi, guys!



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Passei minhas mãos nas laterais da minha calça jeans, ajeitei minha jaqueta preta e branca e meu boné azul. Já era sábado, Rachel havia perguntado se eu gostava de Baseball e me convidou para ver o jogo em sua casa. Claro que eu não era tão fã de Baseball, mas aceitei o convite, afinal Rachel era minha amiga. Toquei a campainha uma vez, ouvi algumas vozes, vindo de dentro e sorri, ao ver alguém abrindo a porta. Não era Rachel, mas sim uma garota loira, com os cabelos loiros até os ombros e olhos verdes, um boné vermelho com a letra B e uma jaqueta vermelha e branca.

– Oi. – ela disse, olhando para minha jaqueta. – Creio que seja Santana.

– Sim.

– Entre. Rachel está escondida em algum lugar, mas logo irá aparecer.

Eu entrei e olhei em volta, nós fomos até a sala e vi mais uma loira de cabelos longos e olhos azuis, ela não usava boné, mas usava uma jaqueta azul e branca.

– Olá, Santana. – Shelby disse, aparecendo da cozinha.

– Oi, senhora Berry.

– Sem formalidades, por favor. – ela pediu, me fazendo sorrir. – Sinta-se em casa. Rachel ainda não apareceu mas... – ela olhou no relógio da parede e sorriu. – Daqui à dez minutos ela deve aparecer.

– Obrigada, senho... Shelby.

Ela sorriu e voltou para a cozinha, a qual parecia bem movimentada. Me sentei no sofá, um pouco longe da loira de olhos azuis, olhei para a televisão e percebi que passava Barney.

– Você é Santana, certo? – a garota perguntou, ainda olhando para a televisão.

– Sim.

– Rachel fala de você.

– O tempo inteiro. – a outra loira disse, sentando no meio. – Sou Quinn e essa é Brittany.

– Prazer em conhecê-las.

– Olhe, sinto informar, mas acho que você sairá chorando daqui. – Brittany disse, desviando seu olhar da televisão para minha jaqueta. – Torcer para os Yankees é algo proibido nessa casa.

– Hum... – olhei para minha jaqueta e depois para Quinn. – Me desculpem?

– Somos legais. – Quinn informou, colocando seus pés na mesinha de centro. – Mas quando se trata de alguém torcer para o time adversário, pegamos pesado.

– Certo... – me levantei e pigarreei. – Eu vou... vou tomar um ar e já volto.

Me virei rapidamente e saí pela porta dos fundos. A casa parecia realmente cheia, pelas vozes que eu escutava o tempo inteiro, e isso me deixou com medo. Provavelmente todos torciam para o Boston e eu seria a única torcendo para os Yankees. Não é algo que eu me importe, mas os Yankees era o time preferido do meu pai, eu cresci conhecendo os Yankees e sentia que devia honrar a família, mesmo que eu fosse a única naquela casa. Olhei para a casa da árvore de Rachel e sorri, ao vê-la pela janela, um pouco encolhida, com um boné azul. Fiquei ali parada olhando para ela por um tempo, ela não parecia se mexer. Ouvi alguém sair pela porta atrás de mim, me virei e vi Shelby com um boné preto.

– Santana, querida, se importaria em ir chamar Rachel?

– Não.

Ela voltou para dentro, corri até a casa da árvore e subi as escadas. Assim que parei na porta, Rachel desviou seu olhar para mim, ainda séria.

– Oi. – eu disse, sorrindo. – Sua mãe está chamando. Acho que o jogo vai começar.

– Você torce para os Yankees? – ela perguntou, ainda séria.

– Hum... Sim.

– Você vai sair daqui chorando.

– Já fui informada sobre isso. – respondi, fazendo Rachel sorrir. – Você vem?

Rachel se levantou e parou em minha frente, levantou sua mão lentamente e tocou a ponta de seu dedo indicador na ponta do meu nariz.

– Você vai perder.

Eu ri, ela passou por mim e desceu, assim eu a segui. O jogo seguia, haviam mais de dez adultos naquela sala, ocupando todas as poltronas, sofás e cada canto do chão. Rachel estava em pé, pulando cada vez que o rebatedor do Boston acertava, Quinn e Brittany estavam em volta de mim, nós três estávamos sentadas no chão.

– Certo, ele vai lançar. – Quinn disse, ajeitando seu boné. – Rachel, acerte essa.

Rachel parou em frente à televisão, fazendo alguns resmungarem, fez a posição do rebatedor e colocou seu boné para trás.

– Eu preciso de um chiclete. – Rachel disse, olhando para Shelby.

– Sem chicletes. Apenas rebata essa.

Quinn e Brittany riram, Rachel revirou os olhos e voltou a olhar para a televisão.

– Vai errar. – informei, recebendo olhares de todos. – O que? Ela vai errar? Os Yankees são os melhores.

– Não duvide dela, Santana. – Brittany disse.

Rachel mordeu seu lábio inferior, fingiu fazer uma bola de chiclete na boca e se preparou. O jogador dos Yannkees se preparou bem, cuspiu no chão e lançou a bola. O rebatedor do Boston errou, Rachel gritou e correu para o quarto, fazendo alguns gritarem de frustração.

– Eu disse que ela erraria. – murmurei.

– Eu vou buscar mais pipoca. – Quinn resmungou, se levantando.

Todos continuaram prestando atenção no jogo, Quinn voltou um tempo depois com a pipoca, mas Rachel não apareceu. Quando o jogo estava quase acabando, vi Rachel passar correndo por nós, indo para fora de casa. Brittany fez menção de se levantar, mas Shelby a impediu.

– Deixe-a, logo ela volta.

Faltava um arremesso para desempatar, Quinn e Brittany mordiam seus lábios fortemente, como se aquele jogo mudasse suas vidas, alguns adultos não estavam diferentes. Me levantei chamando a atenção de todos.

– Vou ao banheiro. – respondi, levantando minhas mãos.

Rapidamente passei por todos e parei na porta do banheiro, mas logo vi Rachel sentada em frente à porta dos fundos, com seu boné ao seu lado. Me aproximei dela lentamente, peguei seu boné e me sentei ao seu lado, olhando para um ponto qualquer da grama.

– Eu errei. – ela murmurou.

– Você não tem culpa. Eu joguei uma praga em você.

Ela me olhou assustada e eu ri, colocando o boné em sua cabeça, assim ela sorriu.

– Quinn disse que te odeia.

– Por quê?

– Porque eu disse que você era minha amiga. – franzi minha testa, isso a fez rir. – Ela disse que ela era minha amiga primeiro, e que você não podia ser minha amiga.

– Isso é egoísmo. – eu disse, voltando a olhar para a grama.

– Quinn não faz por mal. Ela também disse que odiava Brittany quando elas se conheceram.

– Vocês se conhecem à muito tempo?

– Eu não sei. Mamãe disse que Quinn estudava comigo no maternal, mas eu não lembro.

– Então vocês são melhores amigas?

– Eu também não sei. – eu ri e ela sorriu.

Olhei para o lado, tinha um bastão de Baseball no chão, com uma bola ao lado. Me levantei rapidamente, peguei o bastão e a bola, e estiquei o bastão para Rachel.

– Venha. Boston contra os Yankees.

– Eu não vou acertar.

– Tente, uma vez.

Ela se levantou e pegou o bastão, nos afastamos um pouco da casa e me posicionei, vendo Rachel fingir estourar uma bola de chiclete em sua boca.

– Pronta? – gritei, por causa da distância que ela estava de mim.

– Sim.

Mirei a bola na grama atrás dela, a encarei por um tempo e joguei. Rachel rebateu a bola perfeitamente, fazendo com que a mesma caísse no jardim do vizinho. Eu comecei a rir, ao vê-la pular.

– Touchdown! – ela gritou.

– Isso aqui é Baseball. – respondi, ainda rindo.

Ela continuou gritando a mesma coisa durante um longo tempo. Minutos depois Quinn e Brittany apareceram, ambas pulando de alegria, provavelmente Boston havia ganhado.

– Eu ganhei! – Rachel gritou, se aproximando das duas loiras. – Eu ganhei da Santana!

As duas riram, Brittany pegou o bastão da mão de Rachel e começou a fingir acertar uma bola, Quinn sentou na grama e riu, ao ver Rachel jogar seu boné para o alto.

– Parece que Santana não é tão boa assim. – Quinn comentou, fazendo Rachel rir.

– Ela é boa em pular e rodar.

– Pular e rodar?

– Sou líder de torcida. – respondi, me aproximando.

– Oh! Nos mostre um pouco do seu super poder.

– Hum... Não, obrigada. Hoje é sobre Baseball, certo?

– Baseball tem lideres de torcida, não tem? – Brittany perguntou.

– Sim, tem. – Quinn respondeu. – Vamos, Santana! Aposto que Rachel adoraria vê-la pular e rodar.

Revirei meus olhos e entrei na casa, passando por todos aqueles adultos, e entrei na cozinha, me aproximando do balcão. Ouvi alguém entrar na cozinha, abaixei minha cabeça e suspirei.

– Está brava? – Rachel perguntou, parando ao meu lado.

– Não.

– Se estiver, não tem problema. Quinn também deixa mamãe brava, mas sempre pede desculpas. Quer que ela peça desculpas?

– Não precisa.

Ficamos em silêncio, Rachel colocou sua mão em cima da minha lentamente, me fazendo encará-la.

– Quer passar a noite aqui?

– Hum... E sua... – olhei para a porta da cozinha. – Sua mãe?

– Ela não liga.

– Eu... Eu não sei...

– Por favor? Quinn e Brittany não estarão aqui, eu prometo.

– Não é por isso. É que... Tem certeza disso?

– Você é minha amiga, certo?

– Sim, eu sou.

– Então...

Me virei de frente para ela, Rachel soltou minha mão e juntou as suas, como se estivesse implorando, me fazendo sorrir.

– Está bem.

– Isso! – ela gritou, pulando.

Eu ri, Rachel ficou na ponta do pé e beijou o canto da minha boca, ajeitou seu boné e correu para fora da cozinha. Eu não sentia mais minhas pernas e minhas mãos, na verdade, eu podia jurar que meu coração havia parado naquele momento, se não ouvisse Rachel me chamar.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu coloquei Quinn e Britt nesse cap, não sei se elas aparecerão mais, ou se será o único cap, mas elas não alterarão nada entre o romance confuso entre PezBerry.
See ya!