A árvore de memórias escrita por Licht


Capítulo 6
5.5 A árvore e um sonho


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é uma extensão do anterior porque eu achei que terminei cedo demais mas só me calhou de continuar agora. 8D
Vale dizer que ele também não é muito longo.



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Itsuki acordou em meio a escuridão. Desorientada, chegou se seus olhos não continuavam fechados, mas a dificuldade de respirar e a falta de luz a levaram a rápida conclusão de que estava presa em algum lugar relativamente pequeno. Seu coração, então, acelerou e um enorme medo tomou sua mente. Olhou para os lados, não identificou nada até ver um feixe de luz se abrir, do tamanho de um palmo. Nele, havia um grande olho de uma criatura pequena, que Itsuki reconheceu no exato momento em que viu. “Fui sequestrada pelo gato gordo do Natsume-san!”– Sua conclusão. Quis gritar, mas logo a porta se abriu completamente. Ao lado do gato, estava o próprio Natsume Takashi.
O rapaz se desculpou com muitas formalidades. Se ajoelhava no chão e repetia as mesmas palavras inúmeras vezes. Estava extremamente envergonhado por ter de colocar a menina em seu armário - mas não teve escolha. Ela não poderia ser vista por sua família. O problema logo terminou, pois os galhos da cabeça da yokai voltaram a aparecer. O gato e o rapaz suspiraram aliviados - Itsuki estava de volta ao normal

Passaram-se algumas horas até que tudo se acalmasse e ambos se explicassem. Para a surpresa do rapaz, Itsuki não parecia saber sobre seu estado de “humana”, apesar de reconhecer que às vezes se sentia estranha e mais fraca. Natsume não se surpreendeu de encontrar a menina desmaiada, dada a maneira em que vivia.

— Desculpe por... causar tantos problemas, Natsume-san. E obrigada por me ajudar também, Nyanko...san? - Itsuki estava extremamente sem jeito. Fez uma reverencia pedindo desculpas mais uma vez. Natsume fez um gesto com a mão, como quem dizia que aquilo não era necessário. Já Madara permaneceu surpreendentemente calado.

Então veio um silêncio embaraçoso. A menina tentou, da maneira mais apropriada possível, perguntar como ia a investigação sobre sua mãe.Natsume logo respondeu que não havia feito nenhum progresso, enquanto olhava com cara feia para seu gato, que o respondeu com uma careta. Quando a yokai pareceu querer ir embora, Natsume se manifestou.
— Porque você não fica aqui por um tempo?

Itsuki virou rapidamente o rosto para o rapaz, completamente vermelho. Estava extremamente envergonhada com a resposta. Já Madara olhou-o com extremo ódio.

— C-como assim? - Disseram os dois em coro, obviamente em tons diferentes.
— Por mais que eu ache perigoso você ficar aqui em forma humana, não posso dizer que estou contente com o jeito que você está vivendo lá fora... É perigoso...Por isso é melhor ficar aqui. Daremos um jeito caso você vire humana de novo. Pelo menos até acharmos sua mãe, Itsuki-san.
— Porque você sempre se mete em encrenca, seu idiota! - Nyanko avançou no rapaz que o pegou com as duas mãos, balançando como se fosse um urso de pelúcia.
— Não seja rude, sensei.
Itsuki estava pensativa. Tinha medo de deixar sua mãe, mas concordava parcialmente com o que o rapaz havia falado - por mais que se sentisse um pouco ofendida em saber que ele não achava seguro ela permanecer ao lado da árvore que, querendo ou não, era sua própria mãe. - Também deveria considerar a fala do gato, que apontou a possibilidade de ela mesmo estar causando a morte da árvore. Por fim, era muito menos solitário ficar ao lado deles, mesmo que isso significasse ter que ver este gato gordo e rabugento, o dia inteiro. Por outro lado, sentia que já estava causando problemas demais em pedir o que pediu para Natsume. Sem falar que ele parecia estar brigando muito com Madara depois que apareceu.
— Estou lhe pedindo um favor, Itsuki-san. Fique. - O rapaz interrompeu o pensamento da menina, falando com uma voz doce e uma expressão carismática.
— E-eu....fico se você me fizer uma coisa. - Respondeu a yokai, desviando o rosto que estava extremamente vermelho, enquanto apontava para um livro que estava atrás do rapaz.
— O que? - Perguntou Natsume curioso, enquanto tampava a boca do gato, que a essa altura com certeza falaria mais algumas besteiras.
— Me ensine a ler e escrever como os humanos!

Os olhos da yokai brilhavam. Era como se fosse um sonho muito antigo, apesar de tanto o garoto como o gato não saberem como ela tinha conhecimento dessa “habilidade humana” e nem que ela poderia ser aprendida. Aliás, se tratava de um pedido um tanto incomum vindo de um yokai, mas Natsume, apesar dos olhos arregalados de surpresa, não viu motivos para negá-lo.
— É claro!


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