A Força do Destino escrita por Millena Gomes Lara


Capítulo 3
Capitulo 3 - Jake




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Para minha sorte estava lá, vi aquele número e pensei se realmente deveria ligar, se eu ligasse o que eu deveria falar? Não sabia o que aquele tal de Jake tinha a ver comigo

Meu celular que estava em meu bolso começou a tocar, me assustei quando vi que era Lucy, havia esquecido completamente do que havia combinado com elas. Atendei com desespero:

– Carly! .... –ela começou a dizer, sua voz era irritada.

– Oi Lucy, o que houve?

– “O que houve?” Você está se fazendo de boba ou o que? –a ironia saia das palavras dela, ela estava irritadíssima, não havia avisado que não poderia ir, e isso tinha deixado ela muito chateada.

– Lucy desculpa, não vou poder ir, minha avó... quer dizer a dona Betty... ela morreu e hoje será o enterro dela, não estou com clima para ir á uma praia! –me justifiquei.

– Ah... –o tom de voz dela passou do irritado para o assustado.

– Me desculpe, realmente não tive como avisar antes.

Nos despedimos e ela desligou, acho que ela queria realmente que eu fosse, mas não estava com humor para passear. Olhei para o papel, e para o relógio, faltava quinze minutos para o enterro e ainda não havia me arrumado. Sai correndo e vesti um casaco preto e fui para a cozinha comer algo, antes de sairmos.

No carro o clima era de morte, o silencio dominava o ambiente, isso era estranho de se ver, minha família vivia feliz, normalmente eu era a quieta de casa. Festas, jantares, musica agitada eles amavam. Hoje a única musica que estava tocando no radio do carro era uma musica clássica, confesso que algumas lagrimas haviam escorrido de meus olhos.

Havia gente de todo lugar, vovó era bem querida na cidade que morava, eu reconheci os rostos de algumas pessoas, outras não fazia ideia de quem seria. Observava cada pessoa cuidadosamente, notei alguns olhares de mamãe para um jovem moço alto, sua pele era branca como neve, cabelos com uma tonalidade parecida com a minha, sua expressão era de tristeza. Algo nele me inquietava e eu não sabia o porque. Por que Mary estaria olhando tão friamente para ele?

Depois de muitas lagrimas que saiam dos olhos de quem estava lá naquele enterro, partimos para casa. Cheguei lá exausta, tomei um belo banho. Vesti uma roupa aconchegante e fui para meu quarto botar a cabeça em ordem.

Avistei de longe o papelzinho de vovó e pensei comigo mesma –agora ou nunca, vou ligar-então foi exatamente o que fiz. Liguei para o tal de Jake, queria saber qual a ligação que eu teria com ele, e o que ele tinha que me dizer.

Disquei o numero duas vezes, na primeira deu caixa postal. Na segunda ele atendeu:

–Alô!? –uma voz rouca, mas ao mesmo tempo doce dominava o ar, era a voz de Jake.

–Oi! Conhece a dona Betty? Uma senhora que faleceu recentemente... –disse envergonhada.

– Ah sim, sim. Conheço ela!

– Então eu sou a sobrinha dela e quando ela morreu havia o seu numero em um bilhete na mão dela estava escrito “Carly, ligue para Jake...”

– Você então é a senhorita Carly Wosh, Betty havia dito que você iria ligar! –como isso podia acontecer? Ela sabia que iria morrer?

– Bom, até agora não estou entendendo nada, minha avó antes de morrer disse algumas palavras que não fazem nenhum sentido em minha cabeça, algo parecido com : “destino, poderes, mãe” –essas eram as que mais marcaram em minha mente, não sabia ao certo se devia dividir isso com alguém, poderia ser estranho.

– Bom não posso revelar nada por telefone, você poderia me encontrar amanhã na praça principal de Greengh, as quinze horas? –sua voz era misteriosa, isso estava me dando um certo medo.

– Bom.. é ....claro –minha voz saia tremula, o medo havia me dominado.

Será que eu deveria mesmo encontrar esse tal de Jake? Poderia ser perigoso pois não o conhecia, mas era o destino, então notei que aos poucos surgia dentro de mim um pouco de ansiedade.

Abri a pequena caixa que John avia me dado, então resolvi escrever tudo que havia acontecido e tudo que poderia acontecer, esse foi o primeiro dia que escrevi no “diário” que havia ganhado. Notei o quanto foi bom o presente que meu pai havia me dado, precisava desabafar tudo aquilo com algo, ou alguém e foi isso que aconteceu, desde então lá seria meu lugar de desabafo.

Quantas coisas haviam acontecido desde o fim das férias? Me mudei para a casa de meus pais, comecei a estudar em uma escola nova, fiz novas amizades, perdi minha avó, estava prestes a desvendar o bilhetinho.

A noite passou rápido, também dormi feito uma pedra. Já havia amanhecido, acordei e fui vestir uma roupa de calor, esses dias em Greengh estavam mais quentes que o comum. Depois de me alimentar e me arrumar fui para o ônibus escolar que passava toda manhã em frente a minha casa, isso era bom.

Nas aulas de História assistimos um filme imperial. A próxima aula seria de Inglês, uma matéria fácil. As outras aulas passaram como se o tempo tivesse parado, cada instante naquela classe só me deixava mais ansiosa para conhecer Jake.

A tão esperada hora havia chegado, era exatamente quinze horas como o combinado, estava na praça a espera do garoto. Em minha direção estava vindo um moço alto.. –seria aquele que mamãe encarava no enterro??- fiquei assustada quando reconheci o rosto e tive a certeza que era. O medo me dominava, a ansiedade também. Tinha muitas perguntas!


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