Pov Bella

Assim que ouvi que o sinal tocara, eu joguei as coisas de qualquer jeito dentro da bolsa e saí rapidamente da sala de aula. Para minha total infelicidade, Edward já estava do meu lado. Eu decidi ignorá-lo, mas não estava sendo fácil.

— Bella, ouviu o que o professor disse. Somos parceiros agora. — Disse ele andando na minha frente me cercando.

— Quer parar com isso? — Eu disse bufando e tentando encontrar uma brecha pra fugir dele, mas ele era rápido.

— Bella, é serio. Essa matéria é importante tanto pra mim quanto pra você. Vamos ser racionais, ok? Vamos fazer uma boa dupla, juntos. — Disse ele dando um sorriso torto. Eu nunca tinha o visto sorrir para mim assim antes. Eu balancei a cabeça com esse pensamento.

— Ok, Edward. — Eu disse parando e respirando fundo. — Eu sinceramente não sei o que eu fiz para merecer isso. — Eu disse o olhando com raiva. — Mas tem razão. Se vamos ser parceiros até o final desse ano letivo, podemos ser adultos e fazer isso. Com uma condição. — Alertei, séria, olhando nos olhos dele. — Não vamos falar sobre Forks. — Eu disse o fitando esperando ele dizer algo.

— Não posso concordar com isso. — Disse ele me pegando de surpresa. — Bella, cedo ou tarde vamos ter que falar sobre isso. — Disse ele se aproximando de mim. — Eu tenho tanta coisa pra te dizer, para te falar. Coisas que você nem imagina. — Disse ele me olhando de uma forma estranha.

— Isso não vai dar certo. — Eu disse voltando a andar. E dessa vez consegui desviar dele.

— Vai, sim, Bella. Você vai ver. Eu mudei. — Disse ele andando do meu lado e acabei dando a volta porque estava indo para o lado errado.

— Edward, quer me deixar em paz? — Eu disse irritada.

— Claro. Mas temos que combinar primeiro quando vamos nos ver pra fazer o trabalho. — Anuiu presunçoso.

— Olha, eu posso fazer o trabalho sozinha, ok? — Disse sem paciência.

— É! Mas aí, como eu vou aprender assim? — Disse ele dando mais uma vez um sorriso torto.

— Final de semana, ok? — Disse um pouco alto demais fazendo algumas pessoas olharem. Algo que me fez ficar corada e ele abrir um sorriso.

— Ok. — Disse ele parando em frente a minha sala. — Sábado na minha casa. — Disse ele já se afastando e não dando a oportunidade de eu falar nada. — Não se preocupe. Eu te busco. Tchau. — Disse ele me dando as costas e sumindo do meu campo de visão.

Mais uma vez não consegui de forma alguma me concentrar na aula. Sentia-me estressada e estranhamente ansiosa. Não iria dar certo eu e Edward fazendo dupla. Quero dizer: ele foi o pesadelo da minha adolescência. Ele tirava minha paz. Ele simplesmente não podia fingir que eu era invisível. Edward era um bad boy de marca maior, que tinha prazer em humilhar pessoas como eu. Podem ter se passado anos, mas eu nunca iria esquecer o que ele fez comigo.

Eu estava no refeitório arrumando minha bandeja. Hora ou outra eu varria o local com os olhos pra tentar achar Ângela e Jessica. Até que Jessica se levantou e acenou pra mim. Eu fui carregando minha bandeja em direção a elas, mas meu sorriso sumiu assim que vi Alice Cullen sentada na mesa.

Parecia que eu estava dentro de uma pegadinha de muito mau gosto. Primeiro Edward Cullen me perseguindo e para piorar se tornando minha dupla. E agora Alice Cullen. Não me entendam mal. Eu não tinha nada contra ela, mas também não tinha nada a favor. Sempre fomos completas estranhas uma para outra. Durante os anos que estudamos juntas, acho que no fundo a presença dela estava me desagradando mais pelo fato dela ser irmã de quem é.

— Bella, saiu cedo. — Observou Jessica me olhando enquanto eu me acomodava.

— Eu perdi o sono. Justifiquei dando os ombros. Eu sentia o olhar avaliador sobre mim e levantando meus olhos encontrei os olhos da Alice me fitando. — Oi. — Cumprimentei educadamente e ela respondeu com um sorriso sem graça. Ângela me deu uma olhada de esguelha. Ela sempre observadora tinha percebido, mas Jessica estava alheia como sempre.

— Alice, você ia me contar porque se mudou pra Nova York. — Disse Jessica curiosa, até eu estava.

— Ah, sim. — Disse ela tirando os olhos de mim e olhando pra Jessica. — Meu pai assumiu um hospital lá no Broklin. E meio que eu e minha família temos essa coisa de ficarmos juntos, sabe! — Disse ela dando os ombros. — Só meu irmão Emmett e Rosalie que estão faltando para a família ficar completa. — Disse ela sorrindo. E eu não sei porque, mas sorri também.

Estranhamente os Cullen pra mim eram estranhos conhecidos. Comi em silencio ouvindo mais sobre os Cullen. Era fácil imaginar algumas situações que ela contava. Contudo, cada vez mais me pareciam outras pessoas. Principalmente Edward.

Pov Edward

Durante o resto da semana eu somente via Bella durante os intervalos, mas não me sentei na mesa com ela e seus amigos. Fique na minha com Jasper e colegas de classe. Eu sempre me pegava olhando pra ela: Bella estava tão diferente da menina que eu tinha conhecido em Forks. E não só pela beleza. Não que ela tenha mudado muito. Acho que foi eu mesmo que mudei. E isso me fazia a enxergar melhor. Ela era tão simples. Enquanto a maioria das meninas estavam de salto e maquiagem, Bella estava sempre simples; cara limpa. Mas isso não conseguia esconder a beleza dela. Quem já tinha percebido meu olhar sobre ela foi sua amiga Jessica que sempre cochichava ou a cutucava. E sempre nossos olhares se encontravam. Algumas vezes a peguei se virando para me olhar disfarçadamente ou às vezes olhando para os lados. Gostava de imaginar que talvez ela estivesse me procurando.

Desde o dia que soube que Bella seria minha parceira, estava eufórico. Mal podia esperar para o final de semana. Alice fez questão de contar a novidade para nossos pais: de que tínhamos encontrado Bella. Mas ficou surpresa ao saber que faríamos dupla até o final do ano letivo. Até eu foquei surpreso. E ao que pude ver, ela não tinha contado pra ninguém isso.

No sábado eu acordei agitado. Mal dormi de sexta pra sábado. Eu tomei um bom banho, me arrumei rapidamente e desci pra tomar café com minha família. Meu pai e minha mãe estavam igualmente ansiosos pra ver Bella. Entretanto, eu os fiz prometer que não tocaríamos no assunto daquele fatídico dia com ela. Assim que terminei de tomar café, terminei de me aprontar e peguei minha chave do carro. Despedi rapidamente de todos dizendo que logo estaria de volta.

Eu dirigi na velocidade permitida, mas o transito em Nova York era horrível e levei o dobro de tempo pra chegar à faculdade. Só quando desci do carro que me toquei que não combinei um horário com Bella e nem um ponto de encontro. Enquanto olhava o local, a vi sentada em um banco embaixo de uma árvore parecendo que escrevia alguma coisa. Ela estava distraída e se possível ainda mais bonita. Seus cabelos estavam presos em uma trança e ela estava vestida simplesmente; mas linda. De repente senti um nervosismo incomum.

— Bella. — Disse a uma curta distancia dela.

— Ah! — Disse ela pondo a mão no peito. — Me assustou. — Disse ela fechando o caderno em seguida. — Não se deve abordar as pessoas dessa maneira. Sabia disso? — Acusou guardando o caderno na enorme bolsa de couro marrom a pendurando no ombro em vez de usar de lado e depois pegou uma travessa e eu olhei com curiosidade. — Eu fiz uma torta de chocolate. — Disse ela meio sem graça. — Não queria parecer de mãos vazias. — Disse ela mordendo os lábios desviando o olhar.

— Fez uma torta de chocolate pra mim? — Perguntei sorrindo bobamente.

— Não fiz a torta para você. — Disse ela séria e aquilo me desapontou.

Nós caminhamos em silêncio em direção ao carro. Destravei a porta e a abri para ela que ficou me olhando por alguns segundos. E então balançou a cabeça negativamente. E eu fiquei sem entender nada. Dei a volta ocupando o assento do motorista.

O caminho foi feito em silêncio. Sempre que eu tentava puxar algum assunto, me calava. Bella para mim era um enigma que eu estava louco pra decifrar. A cada sinal que parávamos, eu ficava a olhando. Na verdade, eu o olhava o tempo inteiro. O silêncio estava tão incomodo que eu resolvi colocar uma musica pra tocar.

— Claire Lune? — Perguntou ela virando pra mim finalmente; já que desse que tinha entrado no carro, ela estava olhando para janela.

— Conhece? — Eu perguntei meio bobo.

— Sim. — Disse ela sorrindo. — Sempre gostei de música clássica. Essa é minha preferida. — Disse ela sorrindo.

— A minha também. — Eu disse sorrindo para ela que pareceu ficar mais relaxada. O restante do trajeto continuou em silêncio. Mas agora era um silencio confortável.

Assim que estacionei o carro, vi que ela olhava admirada para minha casa. Eu saí e dei a volta abrindo a porta do carro pra ela.

— Uau. — Disse ela olhando ainda casa. — Sua casa é linda. — Disse ela caminhando ao meu lado.

— Minha mãe vai ficar feliz em saber disso. — Disse sorrindo. — Foi ela que desenhou o modelo da casa.

— É incrível. — Disse Bella pra mim. Eu só podia sorrir. Desde que nos encontramos esse foi o maior numero de palavras que ela dirigiu a mim sem ser por obrigação.

Mal chegamos à entrada e minha mãe já esperava com a porta aberta.

— Querida, seja bem vinda. — Disse Esme sorrindo para ela. — Confesso que a ansiedade de Edward contagiou a todos nós. — Disse ela sorrindo para Bella que me deu uma rápida olhada e depois arqueou uma sobrancelha. E como há muito tempo não acontecia, corei miseravelmente.

— É um prazer conhecê-la, Senhora Cullen. — Disse Bella educadamente.

— Nada de senhora. Pode me chamar de Esme. — Disse minha mãe carinhosamente para ela, que lhe retribuiu com um sorriso.

— Eu fiz a sobremesa. É torta de chocolate com morango. Espero que goste. — Disse Bella lhe estendendo a travessa.

— Que gentil, querida. — Disse minha mãe não se contendo e lhe dando um baraço e dois beijos no rosto. — Vem. Entra. — Disse minha mãe segurando ela por um braço e me deixando pra trás. — Eu estou preparando o almoço. — Disse minha mãe caminhando com ela em direção a sala.

— Quer ajuda? — Ofereceu Bella educadamente.

— Seria ótimo. — Disse minha mãe sorrindo. — Carl. — Disse minha mãe chamando meu pai que apareceu no corredor caminhando em nossa direção. Com certeza devia estar no escritório.

— Senhorita Isabella. — Disse meu pai estendendo a mão pra ela que aceitou o cumprimento com um sorriso.

— Só Bella. — Disse ela vermelha como um pimentão.

— Carl, Bella nos preparou uma torta de chocolate e morando. — Disse minha mãe sorrindo.

— É minha preferida. — Gracejou meu pai sorrindo pra Bella que sorriu em resposta.

— Que bom que acertei, então. — Disse ela tímida. Alice e Jasper saíram da sala e cumprimentaram Bella com um aceno um tanto sem graças. Apesar de Alice sempre se sentar com Bella no almoço, ela encontrava dificuldade para se aproximar dela.

Bella foi escoltada pela minha mãe até cozinha. E eu fiquei parada feito um idiota no lugar. Senti os olhares sobre mim e ao me virar, vi que meu pai, Alice e Jasper me olhavam com sorrisos nos lábios. Mas pela minha cara sabia que ninguém falaria nada. Alice fez um gesto como se estivesse passando um zíper na boca e saiu da sala rindo e puxando o namorado pela mão e sumindo da minha vista. Já meu pai ficou de braços cruzados me olhando. O silêncio estava bem constrangedor, na verdade.

— Ela me parece bem. — Disse meu pai por fim quebrando o silêncio.

— É! Eu acho que sim. — Respondi passando a mão nos cabelos. — Eu acho que vou ver se minha mãe precisa de ajuda na cozinha. — Disse já virando para ir.

— Edward, você nunca foi de ajudar na cozinha. — Disse meu pai com um sorriso de canto e eu me senti corar. — Porque não senta aqui com seu velho. — Disse meu pai numa tentativa inútil de parecer descolado. Não combinava nada com ele. — Que tal assistirmos um pouco de TV e deixamos as duas trabalharem sozinhas? — Propôs ele colocando a mão nos meus ombros e me arrastando para o sofá sem me dar chance pra protestar.

Pov Bella

Esme me levou para a enorme cozinha. Era linda e tinha todo tipo de equipamento profissional. Era moderna, requintada e incrivelmente espaçosa. Parecia que eu estava num cenário de programa culinário.

— Uau. — Exclamei olhando em volta. — Sua casa é linda, Senhora Cullen. — Disse admirada.

— Já pedi para me chamar de Esme. — Disse ela com um sorriso nos lábios e eu sorri de volta. Ela transmitia tanta paz, assim como Carmem. — Gosta muito de cozinhar? — Perguntou ela puxando assunto

— Eu simplesmente amo cozinhar. Acho terapêutico, na verdade. Eu sempre procurava fazer coisas variadas para o meu pai. — Disse dando os ombros.

— Pode cortar esses legumes, por favor? — Perguntou ela educadamente me trazendo a faca e uma tábua e apontando para duas vasilhas que estavam na minha frente.

— Claro. — Disse indo até a pia lavando as mão e logo depois comecei a picar os legumes que ela me deu. Esme tirou uma travessa do forno e logo depois outra. O cheiro estava ótimo.

— O que está cursando, Bella? — Perguntou ela quebrando o silêncio.

— Eu estudo literatura. — Disse sorrindo. — Mas faço um curso de pintura também. — Disse dando os ombros.

— Pintura? Sério? — Perguntou ela parando o que estava fazendo. — Eu gostaria de dar uma olhada nas suas pinturas se você me permitir. — Disse ela que agora estava do meu lado e eu franzi o cenho, confusa. — Eu tenho uma galeria de arte aqui em Nova York. Na verdade, ainda não foi inaugurada. Mas já estou correndo atrás de algumas peças; obras. Não sei. — Disse ela afagando meu braço. — Eu estou à procura de algo, mas não sei bem o que é. — Disse ela dando os ombros de forma espontânea.

— Agora sei quem Alice puxou. — Observei falando a primeira coisa que veio na minha cabeça, mas logo arregalei os olhos.

— Hei. Não se preocupa. Todos dizem isso. — Disse ela rindo alto.

— Esme, eu nunca mostrei as pinturas pra ninguém. Não profissionalmente. Na verdade, está tudo lá, na faculdade. Só quem viu foram os alunos e professores. — Confidenciei, meio insegura.

— Não se sinta pressionada, ok? — Disse ela de forma carinhosa. — Foi só uma ideia, mas pensa com carinho. — Disse ela me olhando e eu assenti. — Vamos fazer o seguinte: Que tal combinarmos de você ir comigo lá na galeria pra conhecer? Talvez assim, quem sabe, você não me dá até umas ideias. — Disse ela animada.

— Isso seria incrível. — Disse também animada.

— Ótimo. — Disse ela sorrindo para mim. — Vamos nos dar muito bem juntas, Bella. — Disse Esme me olhando e eu realmente tive certeza de que isso aconteceria. Em contrapartida, lá estava eu me contrariando mais uma vez na decisão de ficar longe dos Cullen.

Conversamos um pouco mais sobre arte, nos autores e pintores favoritos. Os minutos foram se passando. Era incrível como a conversa com Esme fluía naturalmente. Depois que terminamos, colocamos a mesa. Estranhamente, eu estava a vontade ali, naquela casa. Depois que pusemos tudo na mesa, Esme chamou os outros para almoçar. Eu não sabia bem o que fazer ou onde me sentar. Sei lá! Por isso esperei os outros chegarem. Edward veio para o meu lado e logo a tensão se apossou de mim. Contudo, seu gesto me deixou surpresa. Ele puxou a cadeira para que eu sentasse fazendo que eu ficasse uns segundo parada processando aquilo. De forma mecânica o fiz, olhando a minha volta. Vi que Jasper e Carlisle fizeram o mesmo com Esme e Alice. Que garoto hoje em dia faz esse tipo de coisa?

— O cheiro está ótimo, mãe. — Disse ele se acomodando ao meu lado.

— Bella me ajudou. Não se esqueçam disso. — Disse ela atraindo os olhares pra mim que me fez corar.

— Eu só ajudei com a salada. — Disse abaixando a cabeça envergonhada.

— Tenho certeza de que deve estar deliciosa. — Disse Edward e eu o olhei rapidamente, mas logo voltei a dar atenção para o meu prato. Pela visão periférica vi sorrisos nos rosto de Alice e Jasper.

Todos se serviram. Eu fui a primeira por insistência de Esme que estava sendo atenciosa e gentil comigo desde que eu cheguei. A princípio todos comeram em silêncio, mas logo Carlisle falou do hospital. Eu prestava a atenção em silêncio na conversa. Logo Edward também entrou na conversa. Na verdade, hospitais pra mim eram desagradáveis. Mas o assunto era bem altruísta. Carlisle falava de um hospital que ele queria construir para pessoas carentes em um bairro pobre de Nova York.

— E você, Bella? Veio pra Nova York assim que saiu de Forks? — Perguntou Esme.

— Na verdade, nós fomos para Boston. — Disse olhando para Esme. — Meus pais resolveram que era um bom lugar pra recomeçar. — Disse um pouco tensa.

— Me desculpa a indiscrição, mas seus pais são separados? — Perguntou Esme confusa.

— Ah, claro! Me refiro a Carmem. — E assim que acabei de dizer o nome ouvi o barulho de talher caindo na mesa.

— Carmem Denali. — Repetiu Alice, surpresa.

— É! Ela e meu pai se casaram. — Disse alternado os olhares entre os presentes na mesa.

— É que você se referiu a ela... — Esme não terminou a frase e se calou e olhou pra mim como se pedisse desculpas.

— Como mãe. — Disse a olhando. — É o que iria dizer. Que me referi a ela como mãe. — Disse calmamente. — Me referi a ela assim porque é a verdade. Ela é minha mãe. A única que tive em toda minha vida. Assim como Charlote, sua filha, é minha irmã. — Disse dando os ombros.

— Não queria ser indelicada, Bella. — Disse ela parecendo envergonhada.

— Não foi indelicada de jeito nenhum, Esme. — Disse sorrindo para ela de forma reconfortante. — Na verdade, todos vocês tem sido muito condescendentes comigo. — Disse olhando para cada um deles. — Educados demais em não tocar no assunto Forks. — Disse abaixando a cabeça.

— Querida...! — Disse Esme de forma doce. — Nossa, me desculpa. — Disse passando a mão na testa. — Me fale sobre Charlote. — Pediu Esme sorrindo pra mim e foi impossível não sorrir de volta. O restante do almoço eu falei sobre minha irmãzinha arrancando alguns risos. Quem parecia estar disperso era Edward que somente brincava com a comida.

Após o almoço a sobremesa foi servida. E eu recebi muitos elogios de todos. Inclusive de Edward, mas ele parecia distante. Pelo que eu vi, não fui só eu que notei. Após terminamos, eu ajudei Esme a tirar a mesa juntamente com Alice. Me ofereci pra ajudar a lavar a louça, mas fui dispensada com as duas alegando que eu era visita e já tinha feito demais. Contrariada, eu fui ao banheiro e fiz minha higiene bocal.

Assim que sai do banheiro fiquei perdida pelos corredores, mas logo Edward veio até mim.

— Edward, podemos começar o trabalho agora. — Disse ajeitando minha bolsa no ombro.

— Bella, eu sei que não quer falar desse assunto, mas eu simplesmente não posso ignorar isso e fingir que nada aconteceu. — Disse ele passando a mão nos cabelos.

— Edward, sério. Já conversamos sobre isso. — Disse com raiva. — Eu não quero discutir com você aqui na casa dos seus pais. — Disse já decidida a ir embora. — É melhor eu ir. — Disse já passando por ele que me segurou pelo braço fazendo assim com que ficássemos próximos.

— Bella, por favor. — Disse ele num tom implorativo. — Vem comigo. — Disse ele me olhando e ficamos uns minutos em silêncio até que eu me livrei de sua mão em meu braço e assenti. Ele me deu passagem e então eu caminhei.

Logo estávamos lado a lado. Eu estava com uma sensação estranha. Subimos as escadas em total silêncio. Eu não sabia onde ele estava me levando. Assim que chegamos ao segundo andar, andamos mais um pouco até que paramos em frente a porta. Eu o olhei sem entender. Ele não falou nada. Só abriu a porta, num claro convite para que eu entrasse. Eu fiquei parada uns minutos o olhando tentando decifrar alguma coisa. Meu coração começou a bater mais rápido. Minha respiração se tornou rápida.

Eu não entendi.

Eu não sabia o por que da minha reação.

Eu entrei hesitante no quarto dando um passo de cada vez sempre olhando pra trás, olhando para Edward que estava com a cabeça baixa e com as mãos no bolso. Dei uma olhada geral no quarto até que eu vi. E não estava preparada para aquilo.