A pedra no meu sapato escrita por Johanna


Capítulo 32
Extra


Notas iniciais do capítulo

Me surpreendi com os comentários, obrigada, suas lindas!
Obrigada por tudo, e comentem de novo nesse cap aqui pra conversarmos mais!!!



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Chegamos no hotel e logo um atencioso recepcionista levou minhas malas. Fui até a bancada da recepção e fiz o checkin. Logo recebi as chaves e chamei o loiro para subir comigo. Assim que chegamos no quarto, tranquei a porta. As malas já estavam lá.

Foi só o tempo de sentir duas mãos segurando minha cintura e envolver meus braços pelo pescoço do menino a minha frente e colar nossos lábios com desejo. Como sempre, ele já foi tirando minha blusa e me deixando cada vez mais louca. Henry sabe exatamente como me fazer desejá-lo.

(...)

— Julie? — Ouvi alguém me chamar.

— Oi. — Respondi, me espreguiçando.

— Bom dia.

Abri os olhos e olhei para cima para encarar o meu namorado.

— Já falei como eu amo essa cor no seu cabelo? — Ele perguntou.

— Sim. — Sorri.

— Na verdade, eu te amo, Julie.

— Também te amo, Henry.

Conversamos por mais um tempo e então nos vestimos. Descemos até o restaurante no andar de baixo e comemos o almoço. Logo depois nos arrumamos, pois Henry já queria começar o tour. Depois de prontos, saímos na rua para enfim visitar o ponto turístico que o loiro mais queria conhecer: A estátua da Liberdade.

Deixamos Rolland, no Canadá, faz uma semana para passarmos um tempo aqui em Nova York. Fazia tempinho que ele queria visitar este lugar e eu nunca concordei... Mas, depois de todas as tragédias que nos envolveram, resolvemos tirar um tempo.

Tudo bem que demorou um pouco, mas resolvemos tudo.

Entramos dentro de um táxi e Henry pediu que o motorista nos levasse até a famosa estátua da Liberdade. Ele entendeu e partimos em viagem. Levou cerca de trinta minutos. Descemos do veículo e enquanto meu namorado pagava a viagem, eu tirava fotos com a minha câmera profissional. Fiz fotos ótimas. Henry quis tirar uma selfie.

Como ele combina comigo. Tiramos a tal selfie. Ficou muito legal a estátua lá atrás, parecido de quando fui pra Disney, só que ao fundo estava o castelo. Haha.

Voltamos para as ruas olhando as butiques e lojas grandes. Tudo era maravilhoso, os carros eram chiques e eu não podia imaginar um lugar melhor.

De repente paramos em frente a uma loja e eu observei atentamente a foto da modelo que usava um vestido lindo! Mas... Ao olhar para a face dela eu...

Ela era parecida, muito parecida com a Sarah... Como eu sinto saudade dela...

Tudo bem, aquilo em minha frente era só um poster com uma menina, mas me lembrava realmente a minha falecida melhor amiga.

— Você tá bem? — Henry perguntou.

— E-Estou. — Murmurei. — Ela só é parecida com...

— Tudo bem. — Ele sorriu. — Realmente é.

— Que saudade eu tenho da Sarah. — Comentei.

— Eu também tenho, meu amor. — Ele me abraçou.

— Queria tanto tê-la de volta. — Engoli o choro.

— Foi melhor assim. — Ele sussurrou em meu ouvido. — Ela não ia aguentar viver sem o Peter.

— Mas não foi uma escolha dela... Aquele monstro do pai dela... Ele não tinha o direito de... De tirar a vida da própria filha.

Quando percebi, eu já estava em prantos. Henry ficou repetindo "eu sei, eu sei, vai passar" enquanto eu me acalmava.

(...)

Os dias passaram rápido e logo já estávamos no último dia de viagem. Tomamos banho e nos arrumamos novamente para sair a caminho de algum restaurante chique de Nova York. Mal posso esperar.

Afinal, vamos embora amanhã de manhã.

Coloquei um vestido leve e solto porque hoje está calor. Deixei meus cabelos ruivos também soltos. Henry colocou uma camisa social e uma calça jeans. Seus cabelos loiro-escuros são maravilhosamente perfeitos. Como eu o amo.

Partimos então até o tal restaurante. Era o mais caro da cidade, mas, quando se tem dinheiro, quem se importa?

Chegando lá, um homem abriu a porta e nos recebeu. Deu o número da mesa de nossa reserva já feita há meses e nos mostrou o lugar.

Sentamo-nos e pedimos um champanhe, acompanhado de um camarão, que daria para nós dois.

— Que noite perfeita. — Ele comentou.

— Realmente. — Concordei.

— Mas não seria perfeita se você não estivesse aqui comigo. — Henry sorriu e me fez ficar boba.

— Seu idiota. — Sorri. — Faz isso só pra me fazer te amar mais.

— É. — Ele riu.

—Com licença! — Uma mocinha de aparentemente uns quatro ou seis anos surgiu ao meu lado. — Você é muito bonita, moça! Eu queria ter um cabelo como o seu!

Não pude deixar de ficar feliz com o comentário.

— Muito obrigada, mocinha! — Sorri. — Você também é muito linda.

Era uma menina de cabelos e olhos castanhos, usava um lindo vestidinho rosa e sapatinhos da mesma cor. Era carismática e seus cabelos eram lisos e compridos. Os olhos eram grandes e sua pele clara como porcelana. Era uma criança perfeita.

— Como é o seu nome? — Ela perguntou, ainda sorridente.

— Julie, e o seu? — Perguntei também.

— Meu nome é...

— Desculpe, ela sempre quer se enturmar e... — A mãe da criança se aproximava...

Quando ergui os olhos para encará-la e dizer que tinha uma filha extremamente carismática, meu corpo todo parou. Eu vi ela. Era ela.

Ficamos ali, paradas, em choque por encontrar uma a outra. Mas... Ela havia morrido...

— Sarah, o que acontece....

Um loiro surgiu de trás dela e também congelou quando seus olhos pararam em mim. Eu não controlei minha boca de se abrir e se esticar até o chão.

Senti uma lágrima rolar no meu rosto.

Sem hesitar me levantei e a abracei com todas as minhas forças. Eu não queria soltá-la nunca mais.

— Estou sonhando?! — Perguntava aos prantos. — Eu estou sonhando? É você, Sarah?!

Ela não respondeu. Percebi que ela chorava também.

— Mamãe, quem é essa? — A garotinha gritava.

Sorri descontroladamente enquanto nos afastávamos. Sarah se abaixou ao lado da filha e a pegou no colo.

— Essa é a Julie, amiga da mamãe. — Ela sorriu.

— Mas por que eu nunca vi ela? — Ela perguntou, com um semblante confuso.

— Porque ela mora longe, filha.

Olhei para o lado e vi Peter. Peter... Ele havia... Ele estava... Quer dizer, os dois, ambos, estavam... Mortos. Mas o que diabos está acontecendo?

— Vocês tem muito o que explicar. — Henry disse, se levantando e caminhando em direção ao Peter.

Logo eles se abraçaram.

— Bom, não jantamos ainda mas... Podemos pedir para entregar, afinal, nós moramos aqui perto... — Sarah falou.

— Sim, sim, claro. Vamos. — Suspirei. — Agora.

Saímos depois que os rapazes pagaram e andamos lentamente até o apartamento do casal que segundo os meus olhos, estava morto.

(...)

Devorei novamente aquele sushi delicioso e logo limpei meus lábios. Eu era a última a terminar de comer. A pequena filha de Sarah já estava dormindo no berço, dentro do quarto deles.

O apartamento deles era enorme, o que já era de se esperar.

Estávamos todos sentados em sofás frente a frente. Então eu comecei a falar:

— Eu estou muito brava por terem mentido para mim descaradamente sem se importar com meus sentimentos por quatro malditos anos. Mas estou muito feliz por encontrá-los. Então, vamos lá. Contem. Sorri.

— Bom... — Peter começou. — Quando eu me vi sem saída, tendo que ir embora para outra cidade com a Lily, achei que era melhor forjar minha própria morte. Eu não imaginava como o faria, mas já havia combinado com o meu pai, já que ele estava ciente das ameaças. Mas, para a minha surpresa, ela ficou tão irritada que eu fui visitar a Sarah no dia da mudança que meteu o carro num poste. Pouco antes de ela fazer isso, soltei meu cinto pra me machucar um pouco mais. Mesmo que eu morresse, eu talvez nunca mais veria Sarah, então não importaria nada.

Eles sorriram um para o outro e entrelaçaram suas mãos uma na outra. Então o loiro continuou:

— Logo, no hospital, eu não quebrei nada, estava perfeitamente bem. Tive alta no mesmo dia, e, enquanto vocês estavam dormindo nos bancos, eu saí de lá. E eu não ia voltar, nunca mais. Meu pai disse que se eu fizesse isso, fingir que morri, ninguém poderia saber, nem a Sarah. Então eu o fiz, porque achei que todos seriam mais felizes sem mim do que comigo junto com outra... Na verdade, eu seria mais feliz. — Ele suspirou e olhou para o chão rapidamente. Voltou o olhar para mim e meu namorado e continuou — Eu até fui no meu próprio funeral e encarei a Sarah enquanto ela estava lá sozinha, na chuva. Ela me viu mas achou que estava louca. — Ele deu um risinho. — Também encontrei ela no apartamento, no dia em que ela foi contar ao meu pai que estava grávida. Eu desci pelo elevador e passei por ela. Enfim, eu não ia voltar. Mas quando soube que ela estava grávida, dei um jeito em dois dias. E por pouco eu não a perdi.

— É. — Sarah continuou. — Pouco antes de dois homens chegarem na minha casa e mandarem tudo pelos ares, Frank apareceu e me tirou de lá. Então, quando chegamos no aeroporto, eu achei que iríamos viajar juntos, já que ele adorou a ideia de ser avô... Mas quando cheguei no avião, tinha outra pessoa para viajar comigo.

— Você sabe o quanto nós choramos? — Falei. — Foi muito! Por dois meses... Parece ontem...

— É... Quem diria que a nossa pequena já tem quase cinco anos. — Peter falou, sorrindo.

— É... Então, fazem cinco anos que agonizamos sempre, pensando na morte de vocês. — Henry disse. — Mas, agora que sabemos que estão aqui, vamos vir visitá-los sempre.

— Sim, vamos esperar. — Sarah sorriu.

Nos levantamos e abraçamo-nos fortemente. Sarah me mostrou alguns quadros com fotos nossas que eu nem sabia que ela tinha. Disse também que nunca parou de pensar em mim e no Henry, nem ela nem Peter. Chorei de novo. Eu sou muito chorona.

Mas, logo nos despedimos, trocamos números e voltamos para o hotel, pois voltaríamos cedíssimo para a casa.

E pela primeira vez, em cinco anos, eu vou voltar feliz. Porque agora sei que algumas as pessoas mais importantes da minha vida, estão comigo.


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Notas finais do capítulo

Foi o último. Amo vcs, obrigada por tudo, todos os favoritos, recomendações... Tudo mesmo... Pra quem quer ler alguma coisa, recomendo aqui: http://fanfiction.com.br/historia/539994/Uma_Aposta_Diferente
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É isso, vocês são os melhores leitores do mundo. Obrigada por tudo, continuem repassando, acho que muita gente deveria ler n_n