Foi assim, eu me senti mal. Não sei se foi por que o carro de Elizabeth estava na frente de minha casa, ou se foi por que, não tinha comido nada desde cedo. Sei que me senti mal, e cansado, meus ossos ficaram mais pesados e me sentei no chão. Jane me olhou e me disse:

– Simas, que foi ? - Ela se abaixou e pôs a mão em meu ombro. Eu percebi que estava suando. Minha visão começava a ficar escura e ela perguntou: - Meu Deus, você está quente. Esta é sua casa ?
Eu concordei, não estava vendo nada, mas concordei. Ouvi passos, e minha visão estava completamente escura. Ouvi a voz da minha doce mãe, e da minha Elizabeth. Ouvi um grito, que reconheci como o de Hannah. Senti minha mãe me tocando e e dizendo como eu estava quente e suado. Logo depois, me pegaram no colo e me perguntaram como eu estava me sentindo e sei que apenas balancei minha cabeça. Não me lembrei de nada, juro. Só me lembro de minha mãe me beijando e dizendo que ia tudo ficar bem. Acordei em uma sala de hospital. Minha mãe estava deitada no sofá bem no lado da minha cama. Procurei meu celular mas não achei. Minha cabeça doía, muito. Virei pro lado e fechei os olhos. Fiquei um tempo assim, até que ouvi minha mãe falando:

– Pat ? - Ela tinha uma voz rouca e sorria para mim. - Você está bem meu amor ?
Passou a mão nos meus cabelos, e me beijou o rosto. Olhou pra mim e sorriu, o sorriso da minha mãe podia iluminar o Mundo todo. Era a única coisa que poderia me fazer feliz.

– Mãe, o que aconteceu ? - Ela fechou os olhos e me falou com voz muito rouca. - Você teve uma infecção, só isso.

–Uma infecção, que me deixou sem ver nada ? - Perguntei. Ela riu e me beijou novamente e explicou com muita calma.

– Meu filho, médicos disseram isso.

Concordei, minutos depois uma enfermeira veio me trazer o jantar, e disse que eu sairia amanhã. E teria que fazer alguns exames médicos. Enquanto comia minha mãe falava com minha tia Martha, que estava cuidando da Hannah. Era tarde e eu estava sem fazer nada quando minha mãe se despediu de mim e disse que uma pessoa iria subir para falar comigo, andei até o banheiro e me vi. Estava com olheiras e meu cabelo estava totalmente bagunçado. Não me importei e, com muita dificuldade, voltei para a cama. Senti aquele perfume e porta se fechando atrás de mim. Olhei pra trás e era ela, Elizabeth, sorri. Ela sorriu também e veio em minha direção, ela estava segurando uma rosa. Ela a deixou em cima da mesa onde estava os meus medicamentos e chocolates que meus amigos me deram. Ela se sentou ao meu lado na cama e ainda sorria, antes de eu poder falar algo, ela me beijou, e o beijo era quente e me envolvia por inteiro. Ela me olhou nos olhos e me abraçou, dizendo:

–Simas, que susto que você me deu! - Eu a abracei também. Eu acho que a coisa mais legal do meu amor com ela, é que além de estar completamente apaixonado, ela é a minha melhor amiga. Eu estava começando a ficar com saudades da Elizabeth. Ela me largou e finalmente pude olhar para ela, ver seus cabelos ruivos e bagunçados, presos em um elástico preto, e suas pulseiras coloridas. Eu amava tudo nela, até o jeito como me ignorava. - Quem é Jane ? E por que ela estava indo com você para casa ?

Eu ri, mas Elizabeth me olhava, séria. Sabia que ela ia achar muio estranha a história dos lápis de cor. Mas mesmo assim falei tudo, não consigo mentir para a Elizabeth, e ela sabe quando estou mentindo. Depois de eu contar toda a história, ela disse:
– Que amor ! - Ela respirou fundo e eu sabia que ela estava sendo irônica, eu ri e ela continuou a falar. - Não fui com a cara dela, não te ajudou e é toda metidinha a besta.

– Ciúmes ? - Eu ri e Elizabeth corou, então eu expliquei a ela. - Meu doce, você pertence a mim, e eu pertenço a você, e não tem nada que as pessoas possam fazer contra isso.