Tudo pelo Povo escrita por Raquel Ferreira


Capítulo 35
Tréguas!




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Suspirei antes de entrar.

— Rose, tens a certeza? – Perguntou-me Lexi. – Não podes voltar a atrás, depois.

— Eu tenho de ajudar, Lexi – repeti, pela milésima vez a caminho do castelo. – Eu só posso fazer isso sendo Rose Weasley. – Disse convicta.

Tinhamos feito uma paragem para eu trocar de roupa para algo mais, bem, real e voltado à minha cor de cabelo natural. Agora eu era Rose Weasley, ruiva, olhos azuis, mas as roupas continuavam a ser as mesmas, apenas mais bonitas do que as que custumava usar no reino como Joanne. Calças de couro, botas, camisa branca e colete de couro.

Mas agora, em frente as portas do castelo eu sentia-me um pouco insegura. O que será que os meus pais vão dizer? E Scorpius? Como reagirá ele à mulher que o abandonou quase no altar?

— Vamos lá! – Disse antes de entrar.

Varios pares de olhos passaram por mim a caminho da sala do trono, onde eu sabia estarem todos, e os sussurros começaram quase que imediatamente.

“Aquela é a princesa?”

“Rose voltou?”

Quando chegámos ao destino, a porta estava aberta, pelo que eu consegui ver todos antes que estes dessem pela minha presença. Pai, Mãe, Draco, Astória, Scorpius...

— Sim, é uma otima solução – disse a minha mãe. – Mas estamos nos a esquecer de algo, - afirmou ela. Todas as atenções estavam nela, pelo que ninguém se apercebeu da minha presença à porta, seguida por Luke e Lexi. – Ninguém sabe de Rose, ou sequer se ela aceita a vida da realeza de novo. Ou...

— Casar-se comigo – conclui-o Scorpius, suspirando.

— Nesse caso, ainda bem que estou aqui, - afirmei, chamando a atenção para mim.

Vi quatro pares de olhos virarem-se na minha direção, chocados.

— Rose? – Procurou confirmar a minha mãe.

— Olá, mãe – cumprimentei. Aproximei-me. – Ronald, - cumprimentei com um aceno de cabeça e voltei-me para Draco e Astória. – Altezas, - fiz uma pequena vénia digna dos reis e olhei para Scorpius. – Principe, - repeti o cumprimento dos reis. – É uma honra voltar a vê-lo.

— Eu.. eu...- Scorpius ficou sem palavras por alguns segundos e depois recompos-se, endireitando os ombros. – Digo o mesmo, princesa, - sorriu um pouco confuso, como se fosse uma pergunta.

Sorri.

— Rose? – Hermione aproximou-se de mim, um passo de cada vez, analisando-me da cabeça aos pés. Quando chegou perto o suficiente, abraçou-me. – Pensei que nunca mais te iria ver! Eu...oh, Rose – suspirou e eu senti algo molhado tocar o meu ombro.

— Calma, mãe, - pedi quando esta me soltou.

— Calma? Tu desapareces durante um ano se dar noticias e pedes-me calma? – Questionou naquele ar de “não-me-digas-que-eu-estou-errada”. – Ninguém sabia de ti, - depois olhou por cima dos meus ombros. – Bem, eu não sabia de ti, mas aparentemente alguém sabia.

Segui o seu olhar e vi Lexi de cabeça baixa.

— Eu prometi, alteza – comecou a loira.

— A culpa não foi dela – assegurei. – Lexi fez tudo o que eu lhe pedi, só isso, - afirmei. Depois suspirei e olhei para os reis de Hogwarts. – Altezas, em primeiro lugar eu sinto que me devo desculpar para convosco por ter desaparecido e negado a vossa hospitalidade à um ano atrás. – Olhei para o loiro parado à minha frente e continuei. – E contigo, principalmente. – Ele arqueou uma sobrancelha. – Eu fugi sem dar uma justificação, eu quebrei o nosso contrato e falhei com as minhas responsabilidades, mas acima de tudo eu falhei contigo, Scorpius. Nós não nos conheciaos e tu aceitas-te me como tua esposa e eu fugi, e por isso peço desculpa.

Scorpius não quebrou a nossa troca de olhares durantes os segundos, que pareceram anos, em que se manteve calado a pensar. Depois sorriu.

— Eu meio que não me surpreendi com uma atitude dessas por tua parte, - disse ele e eu fiquei confusa. – Na altura fiquei bem chateado com isso, mas mais tarde explicaram o porquê de tu teres desaparecido e, bem, eu posso dizer que te percebo,- afirmou ele, e sorriu. – Se fosse comigo, eu nao sei como reagiria portanto não te posso culpar.

Suspirei de alivio. Era como se um peso enorme tivesse saido dos meus ombros.

— Eu proponho uma explicação durante o jantar, o que acham? – Perguntou Astória, a sorrir. – Ótimo, - continuou sem deixar ninguém responder. – Vou mandar preparar, enquanto isso, porque não deixamos Rose falar com os pais a sós? – Olhou para o marido e para o filho.

Os três sairam da sala, juntamente com Lexi e Luke, deixando-me sozinha com os meus pais. Olhei para os meus pés, um pouco envergonhada.

— Rose, - começou Ronald.

— Eu não voltei por si – cortei-o. – Eu voltei porque era o certo! Hogwarts está em perigo porque eu nao cumpri o contrato, certo? Eu estou aqui para ajudar como puder – garanti. – O senhor não tem nada  haver com isso.

— Eu sei – disse o ruivo. – Eu só queria pedir desculpas.

— Pelo quê, exatamente? – Perguntei.

Ronald suspirou.

— Por não ter sido um bom pai – admitiu. – Eu nunca deveria ter dito o que disse. Eu devia ter aceite quem tu eras, em vez de te mandar embora, como fiz – disse. – Eu mudaria tudo se pudesse voltar a trás, mas não posso, - suspirou. – Então só me resta pedir desculpas e dizer o quão arrependido eu estou.

Olhei-o desconfiada.

— O que o fez mudar de ideias? – Questionei.

Ele suspirou de novo.

— Eu percebi que sentia saudades tuas – admitiu. – Percebi que ter-te por perto era muito melhor que qualquer regra idiota sobre a realeza. Eu lamento só ter visto isso depois de te perder.

Olhei-o. Ele realmente parecia arrependido. Tinha um brilho nos olhos que me lembrava o meu avô, era quase com se ele estivesse...orgulhoso?! Ronald Weasley orgulhoso de mim?

— Eu não sei como me sinto em relação a si – admiti. – Mas sei que temos de estar do mesmo lado agora, então eu proponho umas tréguas.

Ronald assentiu.

— Saber que estás bem, já é suficiente Rose – disse o ruivo. – Será que posso abraçar-te, uma vez? – Pediu.

Assenti, vendo-o aproximar-se e passar os braços por mim. Suspirei, sentindo o cheiro de sempre. Abracei-o com força... era meu pai, acima de tudo! A unica coisa que ainda me lembrava o meu avô. E eu amava-o, mesmo sentido-me negada por ele antes. Ele era meu pai!

— Eu amo-te, Rosie – disse ele, fungando.

Olhei-o, vendo as lágrimas nos seus olhos a lutarem por sair.

— Eu também te amo, pai, - garanti. – Mas eu nunca vou mudar quem eu sou!

— Eu sei – disse ele. – Eu não quero que mudes.

— Agora, Rose, porque não nos contas por onde andaste? – Sugeriu a minha mãe, também com lágrimas nos olhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Que acharam?
Beijijnhos



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