O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 36
Capitulo 36 - Eu o vi


Notas iniciais do capítulo

Olá peoples *-*
Gente, eu cheguei! Depois de muito, muito tempo eu voltei!
Ahhhhhhhhhhhhhhhh’
Okay, vamos lá.
Bom, já sabem de toda a história, né? E, adivinhem:
EU AINDA TÔ SEM INTERNET!
Miséria da vida, azar da Tique, coisas do tipo. Mas espero que vocês estendam. Acho que vocês entendem, né? Tipo, todo mundo já teve o pior ano de sua vida, ficando sem internet. Tipo, super normal isso acontecer ~sarcasmo à parte.
Mas, enfim, eu tô aqui, e venho desejar a vocês um FELIZ DOIS ANOS DE O NAMORADO DA MINHA MELHOR AMIGA *------* AHHHHHHHHH! Gente, fizemos DOIS ANOS! Dois! Não dá pra acreditar! Claro que esse não foi o nosso melhor ano e tal, mas gente, NÓS TEMOS DOIS ANOS DE EXISTENCIA. Bem, nós completamos a quase um mês, no dia 25, mas tudo bem.
Eu realmente queria fazer um especial, mas na verdade eu estou sem tempo, então eu prometo que, quando a fic acabar, eu vou inventar a coisa mais legal que eu conseguir inventar (?) pra vocês. Okay? Okay.
Bom, eu ainda tenho que agradecer a “Filha de Pallas” que a quase quatro meses fez uma super recomendação pra fic, mesmo com todo esse atraso. Girl, I love you so much. Gente, vocês todas e todos – me chamaram atenção por falar só no feminino haha – são incríveis!
Bom, a história vai sofrer um adiantamento de duas semanas. Vai ser melhor, sério. Então espero que vocês gostem *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/440343/chapter/36

Pov’s Annabeth

― Vamos lá, Annabeth. Um pé atrás do outro, cabeça erguida, cabelos ao vento e ande. É só isso o que você precisa fazer.

― Me desculpe, mas isso é trabalhoso demais pra mim. Eu realmente não consigo fazer isso, Thalia.

― Isso não é falta de capacidade, querida. No meu mundo nós chamamos isso de preguiça. Agora comece a andar ou eu vou ser obrigada a te empurrar até a sala de aula e você não quer isso.

Encarei o grande portão da entrada da escola. Do outro lado dele, dezenas de alunos já se agrupavam juntos para, provavelmente, trocar histórias sobre como foi as férias de inverno. Contar como foram os dias natalinos, contar como foi visitar a família distante, contar onde passaram a virada de ano. Ninguém se importava com o novo semestre que acabava de se iniciar, e tenho a ligeira impressão de que eles nem estão se lembrando disso. Espera só o sinal bater.

Bem, e enquanto eles estão fazendo isso, eu estou aqui, parada no portão, me recusando totalmente a entrar. Tinha receio de que mais coisas ali dentro fossem me lembrar dele. Já não bastava o apartamento, já não bastavam minhas memórias intensas. Eu não precisava que a escola também me trouxesse tudo a tona. O que, por exemplo?

Que eu sou uma idiota completa.

Até aquele momento, eu achei que sabia o que era sentir a falta de alguém. Quero dizer, com a infância que eu tive ― meus pais viajando por dias e sem mandar noticias com muita frequência ―, eu pensei que sabia da maneira mais dolorosa o que era sentir a falta física e sentimental de alguém. Mas, claro, como já aconteceu milhões de vezes, eu estava mais do que completamente enganada.

Ironicamente, afirmo que a minha cabeça teria ficado mais descansada se eu tivesse ido para a escola e feito provas todos os dias ― o que significa que a situação está muito critica. Passei muito tempo dos dias apenas pensando em tudo, digerindo pedaço por pedaço do problema que me meti. Consegui assimilar tudo. Sem Thalia ou Héstia eu nunca teria conseguido, é claro. As duas foram de grande ajuda. Nessas férias, e sem elas, eu provavelmente teria ficado louca.

Levei Rachel para minha casa naquele dia, já que eu não sabia a quem aquele apartamento estava fazendo pior: a mim ou a ela. Principalmente porque Rachel queria ficar ali no quarto do Percy para sempre. Não seria saudável emocionalmente e nem fisicamente.

O meu natal não poderia ter sido pior. A competição dos meus pais de quem fazia o melhor prato foi adiada, porque a) eu não estava no clima para julgar profissionalmente duas comidas horrorosas, b) eu não permitiria comida ruim no natal e c) eu não iria comer comida nenhuma. Na verdade, eu não desci nem para o almoço.

Meus pais perguntaram o que tinha acontecido de errado comigo. Héstia me ajudou dizendo que eu tinha pegado uma virose, o que serviu de grande desculpa para os próximos três dias que eu passei de cama. Thalia passou os dois primeiros comigo.

Rachel foi buscada pelos pais no dia 23, antes do natal, para uma “viagem em família em Costa Rica para celebrar o natal”. Bom, pelo menos foi isso o que ela disse no telefonema que me deu quando já estava no avião. Disse que era o melhor que poderia fazer por ela mesma. Não contestei. Estava convencida de que eu não conseguiria cuidar dela nesse período complexo, então fiquei feliz por ela tentar fazer isso sozinha. Eu precisava cuidar de mim.

Mas não consegui fazer isso sozinha, é claro.

Acho que, depois de tudo o que aconteceu, estou perdendo minha postura.

Durante todos os dias que fiquei em casa e Thalia ficou comigo, ela me ajudou com algumas coisas. Então, no dia da virada de ano ― a qual convenci meus pais a passarmos na casa de Thalia com os pais dela ―, eu prometi uma coisa ela: este semestre, eu me concentraria na escola e acharia algo produtivo pra me preocupar, pra tentar esquecer tudo o que me aconteceu.

Porem, eu encalhei na porta da escola, o que faz com que eu não comece com o pé direito a cumprir a minha promessa.

― Acho que você vai ter que me empurrar ― falei pra Thalia.

― Que droga, Annabeth, você sabe que eu morro de preguiça! Colabora comigo, vai. ― ela pedia.

Thalia, ao contrário de mim, estava radiante. Mesmo eu tomando boa parte das suas férias, ela ainda conseguiu se divertir. Nossos amigos fizeram uma festa surpresa pra ela de aniversario no dia 22. Eu não fui, mas soube que foi ótima. A vi sair muito com o Luke durante o período que ele estava na cidade, o que significa que ambos estão bem. Mesmo eu estando mal, ela ainda conseguiu me fazer gargalhar com suas piadas completamente sem graça.

― Não, não quero! ― agora eu já estava levando na brincadeira. ― Escola é uma coisa maligna a qual ninguém deveria ser confinado, eu vou embora agora!

Minha voz falsa de criança mimada nos fez rir.

― Serio, Annie ― falou Thalia, agora com a voz mais séria ― Lembre-se do que você me prometeu.

― Eu me lembro.

Se tinha uma coisa que eu tinha me convencido nessas férias era que Percy não iria voltar. Eu o havia magoado muito, muito mais do que eu gostaria de admitir se me perguntassem. Havia errado demais em minhas escolhas e nunca tentei conserta-las. Mais do que Rachel, mais do que eu, quem mais havia sofrido nessa história era Percy Jackson.

Thalia havia me ajudado em uma coisa enquanto eu lhe explicava tudo isso: a vida segue. Se eu conseguisse superar isso, talvez eu me tornasse uma pessoa melhor, uma pessoa mais forte. Uma pessoa que, no futuro, saberia como não machucar alguém.

Mas eu ainda estou apaixonada por ele. Eu sinto falta dele como nunca senti de ninguém na minha vida. Durante esses dias, não tive coragem de fazer nenhuma ligação. Só pensar na possibilidade de ele me rejeitar era de me dar arrepios. Pode me chamar de covarde, ou algo do gênero. Eu não queria passar por isso de novo. Talvez, em algum dia, quando eu já tiver catado todos os meus caquinhos e ele os dele, eu tenha coragem de discar seu número. Por enquanto, eu não posso. Mesmo sentindo sua falta, mesmo querendo sair correndo e ir atrás dele onde quer que eu esteja, eu tinha que ficar.

E minha primeira missão era entrar na escola.

― Então, podemos ir? ― Thalia me perguntou.

Assenti com a cabeça.

― Podemos.

***

― Annabeth, Thalia! ― chamou Silena.

Ela e todo o nosso grupo estavam parados no mesmo lugar de sempre. Cada casal permanecia como deveria estar. Hazel e Frank, Silena e Charles, e agora Luke e Thalia. A novidade era o casal Leo e Calipso que, pelo o que eu soube da minha fonte “Thalia Grace”, haviam começado a namorar na festa de aniversario dela. Além deles, tinha o ainda-não-casal Jason e Piper, que não haviam se redimido nas férias.

Claro que algumas pessoas estavam faltando naquela roda. Nico era um exemplo. Ele tentava falar comigo me ligando, mandando mensagem, coisas do tipo, mas era inútil. Não estava para Nico tanto quanto Taylor Swift não estava para Harry Styles. Talvez eu finalmente fale com ele se ele aparecer por aqui.

Além dele, havia Rachel, que provavelmente não havia chegado da viagem ainda, mas havia me dito que chegaria a tempo para a primeira aula ontem a noite. Espero que consiga. Apesar de tudo, ela faz muita falta.

E além de todos eles faltava o Cabeça de Alga. Nem ousei criar uma ilusão de que ele viria. Era muito mais que obvio que não.

― Olá, criaturas! ― falou Thalia, andando até Luke e passando o braço em volta do mesmo ― Não precisam dizer que sentiram a minha falta, porque eu já sei.

― Sabe, Thalia, é exatamente por esse tipo de comportamento que ninguém te elogia ― comentou Silena ― Seu ego já é absurdamente grande, não precisa ser mais alimentado.

― Escuta aqui, Beauregard, eu não voltei pra escola pra você me receber com esse tipo de comentário ofensivo ― falou Thalia, fingindo uma falsa mágoa.

― Me desculpe, Grace, mas a vida nunca acontece como nós gostaríamos ― devolve Silena, rindo com Thalia.

Eu realmente não precisava de uma dessas pela manha.

― Oi gente ― falei, e fiquei surpresa por sentir que meu sorriso se abriu naturalmente. Estava tão agoniada com a falta de Percy que nem percebi que também sentia muita falta de meus amigos. Completamente loucos, mas meus amigos.

― Olá! ― falou Leo, acenando ― Eu quero uma palestra sua explicando como é passar as férias inteiras de cama passando mal. Sério, Annie, eu conheço uma benzedeira que poderia te ajudar.

Todos riram, inclusive eu.

― Bem, não foi assim tão ruim, já que passei a maior parte do tempo dormindo ― respondi, um tanto mentirosa ― Mas eu aceito o numero da benzedeira, só por precaução.

― Okay, anote aí. 9...

― Depois ― falei, apressada. ― Ah, e parabéns pelo seu namoro, Leo. ― virei-me para Calipso, que estava ao lado dele ― Já pra você, Calipso, eu só lamento.

― Ei! ― protestou Leo, enquanto Calipso ria. ― Deixa você precisar de ajuda com seu armário de novo...

― Eu ajudo você, Annie ― comentou Charles.

― Ah! ― Leo ficou indignado ― Não tem o meu sangue, esse cara!

Todos riram.

― Annie ― falou Piper, olhando por cima do meu ombro ― Porque não olha pra trás?

Meu coração acelerou instantaneamente. Virei-me rapidamente pra trás. Um carro preto havia estacionado na frente da escola. De lá de dentro, um motorista de uniforme preto e óculos escuros sai e abre a porta de trás. Rachel sai de lá de dentro. E, logo em seguida, um homem em um terno elegante sai atrás dela. Esse homem era seu pai.

Eu realmente não esperava isso. Rachel vestia calças gastas rabiscadas, botas, uma blusa branca por baixo, depois uma xadrez, seguida bela blusa de frio, além do cabelo solto no pescoço. Sua mochila era carregada pelo motorista. Então Rachel, seu pai e o motorista começam a andar em nossa direção.

― Ai meu Deus! ― exclamou Frank, mas baixo ― O que será que a gente fez?

― Não fizemos nada, Frank ― falei ― Ninguém de nós fez.

Os três pararam perto de nós. Algumas pessoas a nossa volta começaram a olhar. Rachel tinha o olhar baixo, as mãos coladas uma na outra. Seu pai foi o primeiro a falar:

― Olá ― ele disse ― É um prazer conhece-los. Sou o Sr. Dare, pai de Rachel. Vim trazê-la de volta a escola. ― ele se virou diretamente pra mim ― Olá, Annabeth.

― Oi, Sr. Dare ― falei casualmente.

Ele avaliou cada rosto. Um por um, como se estivesse procurando alguém.

― Bom, eu preciso ir. Tenho compromissos importantes a cumprir. Tenham um bom semestre. ― ele falou, já dando as costas. O motorista entregou a mochila a Rachel e seguiu o senhor Dare.

― Ele já foi? ― Rachel sussurrou.

― Já ― respondi.

Ela finalmente olhou pra cima.

― Oi gente ― ela abriu um pequeno sorriso ― Como foram as férias?

Isso foi motivo suficiente pra todos se entreolharem e, em seguida, lançarem um rio de perguntas. Eu não participei dessa confusão.

― Como você passou as férias?

― Costa Rica é um lugar bonito?

― O que ouve com seu telefone?

― Porque não deu notícias?

― Quer uma galinha de presente?

― Porque seu pai veio te trazer?

― É verdade que você terminou com o Percy?

Opa. Localizei a voz de Luke e o seu olhar em seguida. Ele tinha a mão na boca, como quando dizemos alguma coisa que não devemos. Mas eu não encarei muito tempo. Era uma pergunta justa, nossos amigos tinham que saber. Mas ao olhar pra Rachel, notei que ela não estava preparada para falar o que aconteceu, principalmente porque ela era, de fato, a vilã da história. Pelo menos na mente dela.

Com isso, é claro, eu voltei a me sentir culpada. Eu ainda não havia contado pra ela que a pessoa com quem Percy a havia traído era, na verdade, eu.

― É, é verdade. ― falou Rachel, de uma maneira pouco educada, como quem quer comprar briga ― Se tiver algum problema com isso fale logo.

― Eu não tenho nada contra. ― falou Luke, surpreso.

― Então não se meta na minha vida ― Rachel esbravejou.

― Ei, Rachel ― interrompeu Thalia, passando a fica na frente do namorado de forma protetora ― Ele só te fez uma pergunta.

― E eu respondi ― devolveu Rachel ― Não está satisfeito?

― Rachel. ― chamei.

― Não precisava ser mal educada. ― opinou Thalia.

― Ah ― Rachel sorriu sarcasticamente ― Olha, Thalia, você não é a pessoa mais adequada aqui pra me pedir isso.

― Rachel ― falei mais alto. ― Chega.

Rachel olhou pra mim zangada.

― Annabeth...

― Vem comigo ― dei um passo em sua direção e a segurei pelo braço. Puxei-a pra longe dali antes que causasse mais problemas com alguém.

***

Paramos no corredor dos armários.

Rachel mantinha os braços cruzados e a expressão de irritada. Naquele momento, notei que ela não estava só irritada com a pergunta de Luke, mas também com a namorada dele.

― O que foi aquilo? ― perguntei a ela. ― Pensei que você tivesse viajado pra esquecer o que aconteceu. Foram semanas jogadas fora pra você?

― Eu não queria responder ao Luke daquele jeito ― ela falou, perdendo um pouco a irritação do rosto ― É que... Eu fiquei com medo de ter que contar alguma coisa e... Annie, por favor, peça pra eles não me pressionarem. Eu não quero falar.

― Eu te entendo, mas... ― era difícil achar as palavras certas pra dizer ― Porque a ignorância? ― perguntei então.

― Sei lá, foi minha única saída ― ela respondeu ― Se eu falasse normalmente, iam me perguntar mais coisas. Eu... Eu não quero falar. Não agora. ― ela parecia desesperada.

― Tudo bem, se acalma. ― pedi.

― E, pra piorar, vem a Thalia e... Ah! ― ela socou o ar de raiva.

― Vocês andam se alfinetando muito pro meu gosto ― falei ― Eu queria entender o porque de tudo isso.

Rachel bufou e olhou pro lado nervosa.

― Okay, não precisa ser agora. ― falei, entendendo a direta. ― Só acho desnecessário. Quer dizer, não tem porque vocês brigarem!

― Annabeth, fala sério, né? ― ela falou, irritada, e bateu os braços no corpo ― Eu já te contei tudo. Já te disse o que eu penso.

― Mas não é verdade. Não posso dizer que Thalia goste de você, mas posso dizer que ela não tem nada contra e que ela não quer roubar o seu lugar.

― Falou como se ela fosse sua melhor amiga.

― Rachel! ― falei.

― Tá bem, desculpa. ― ela falou, suspirando ― Acho que é mais ciúmes de minha parte. Ou medo. Eu... ― ela hesitou antes de dizer ― Eu não quero perder mais ninguém.

Ela ainda gosta dele. Deu pra saber ali. Talvez ele tenha sido tão especial pra ela quanto foi pra mim.

― Você não vai me perder, sua medrosa ― falei, abrindo um pequeno sorriso, já querendo mudar de assunto. ― Não se preocupe. Agora... ― passei o braço em volta do dela e a puxei em direção ao nosso corredor de salas. ― Me conte como foi a sua viagem. Como foi com seus pais?

― Não foi tão bom, mas também não foi tão ruim ― ela contou, bufando ― Foi como se eu tivesse viajado sozinha, na verdade. Mas deu tempo de pensar.

― Hum... ― me preparei antes de perguntar ― E no que você pensou?

Rachel endureceu a cara.

― Que eu preciso acha-la.

Parei de respirar por um segundo. Tinha ouvido direito?

― O que?

― A garota. A garota que ficou com o Percy. Eu preciso saber quem ela é. Tenho umas coisas pra perguntar pra ela. Como, por exemplo, se ela não tem vergonha na cara. Não vou descansar enquanto eu não a achar.

Engoli em seco.

― Rachel...

O sinal toca, me impedindo de fazer uma grande burrada. Eu, sinceramente, quase contei. Não estava aguentando mais. Mas eu não podia.

Claro que, uma hora ou outra, isso teria que acontecer. Mas agora não era essa hora. Não contaria aqui, na escola, onde poderia rolar uma briga em público.

― Eu vou pra minha sala ― falou Rachel ― Tinha alguma coisa pra me falar?

― Não ― respondi.

― Então está bem ― ela falou e abriu um sorriso em seguida ― A gente se vê mais tarde. Ah, e quero deixar claro que a vaga na sua casa vai ser ocupada por mim hoje. Então não marque com outra pessoa.

Sorri. Era um ciuminho bobo que eu podia aguentar.

― Pode deixar.

Ela saiu em seguida, segurando nas alças da mochila. Dei meia volta, já que minha primeira aula era do outro lado. Alguém esbarra fortemente em mim em seguida. No processo, acabo perdendo o equilíbrio, mas não caio. Fico um pouco surpresa, e dou um giro procurando a pessoa que esbarrou em mim.

Quando viro pra frente, vejo que é um garoto. Vestia-se normalmente, para o inverno, como todos nós estávamos. Usava uma touca na cabeça, mas dava pra ver seu cabelo ruivo. Nunca o tinha visto na escola, mas se bem que eu nunca reparava muito em ninguém.

― Desculpe, desculpe ― ele pedia. ― Foi um acidente, eu...

― Está tudo bem ― falei, porque estava ― Eu faço isso o tempo todo ― abri um sorriso.

O garoto ficou vermelho como seu cabelo. Por um momento, logo em seguida, ele começou a me olhar esquisitamente. Sua cabeça até que tombou um pouco pro lado do ombro e uma sobrancelha se ergueu.

Pigarreei.

― Ah! ― o menino percebeu a cena esquisita que estava fazendo ― Desculpe, eu só... Nos conhecemos de algum lugar?

― Não ― falei, dando um passo pra trás.

― Ah, é claro que não. ― ele falou, batendo na cabeça ― Mas, prazer, sou Grover. E, sim, eu costumo sair pelos corredores das escolas que frequento com um plano maligno de esbarrar em todo mundo.

― Arrepiante ― comentei, rindo ― Então é novo aqui?

― Novinho em folha ― ele falou, indicando a si mesmo ― Acabei de ser transferido. Meus pais disseram que eu era um rebelde incontrolável e que não me amavam mais, então me mandaram pra cá com um castigo penal a qual estarei imposto até o fim de minha amarga vida.

― Eu só acreditei na parte que você disse “acabei de ser transferido” ― comentei, porque era verdade.

Grover era uma pessoa divertida pra quem tinha acabado de se apresentar. Ele me lembrou Rachel. Ambos, quando chegaram a escola, conseguiram minha atenção muito fácil.

Grover riu.

― Isso prova que você é esperta! ― ele disse.

― Ah, então era um teste? ― perguntei.

― Não ― ele riu ― Mas desculpe outra vez.

― Relaxa. ― falei ― Tenho que ir, Grover. O sinal bateu já tem um tempinho. ― comecei a me afastar.

― Tá, tudo bem ― ele falou ― Nos vemos outra hora?

Abri um sorriso. Essa era uma versão masculina do que eu tinha passado ao conhecer a Rachel.

― Pode ser.

***

Era como se faltasse um pedaço enorme de alguma coisa na escola.

Quero dizer, as aulas eram as mesmas de sempre, os professores eram os mesmos de sempre ― menos as carteiras, que estavam limpas nesse semestre, obrigada ―, mas parecia que não estava completo.

Eu me encolhia na cadeira e tentava prestar atenção no máximo que conseguia. Era difícil não se distrair me lembrando de alguma coisa ou outra, mas eu decidi enfrentar isso. E na ultima aula antes do almoço eu já quase não me lembrava de Percy. Isso era bom.

Até chegar a hora do almoço.

Eu carregava minha bandeja pelo refeitório quando avistei a mesa onde meus amigos estavam sentados lá, exceto Rachel, que tinha me avisado que iria direto para a sala de artes fazer algum projeto da escola. Meus amigos conversavam baixinho, o que era muito, mas muito estranho. Geralmente, nossa mesa era composta por gritos, gargalhadas esquisitas e miniguerras de comida.

Quando me aproximei, escutei algumas falas:

― Ouvi falar que ela estava traindo o Percy com um garoto da escola ― comentava Jason, o corpo inclinado sobre a mesa.

― Quem te contou isso? ― perguntou Leo.

― Uma fonte secreta que me pediu sigilo absoluto pela informação. ― disse Jason.

― Ou você pode chama-la simplesmente de Reyna ― disse Piper, sem sequer olhar pra ele.

Jason não disse nada.

― Tudo bem ― começou Silena ― Mas o que nós sabemos é que tudo aconteceu no baile. Viu como eles saíram de repente? Se quisermos saber o que realmente aconteceu, precisamos perguntar a alguém que estava lá na hora.

Cronometricamente, o meu numero de passos acabou ali.

― Annie! ― brandiu Leo ― Você por aqui? Que surpresa!

― Sabe o que eu acho? ― disse Thalia, mal humorada ― Acho que vocês deveriam cuidar da vida de vocês. Apenas isso.

Sentei-me na mesa, ao lado de Thalia.

― Tudo bem, Leo ― falei ― Não precisa fingir que não estavam falando nada. Eu entendo que vocês querem saber o que aconteceu...

― Então vai contar pra gente? ― pediu Luke.

― Mas a história não é minha ― completei ― Mesmo que eu quisesse, eu não contaria. Então vocês podem tirar o cavalinho da chuva de vocês.

― Putz ― falou Silena, as mãos apoiadas no queixo como se estivesse pensando em alguma coisa ― Quem vai dizer pra gente o que aconteceu?

― Porque vocês não perguntam pra Rachel? ― sugeriu Beckendorf.

― Você viu o que ela fez comigo hoje de manha? ― falou Luke ― Imagina o que vai acontecer se nós perguntarmos detalhadamente?

― Eu tive uma ideia! ― Jason levantou o dedo indicador pra cima ― O Percy. O Percy pode nos contar o que aconteceu. Ele sabe da história tanto quanto Rachel.

― É, mas você sabe onde ele está? ― perguntou Leo.

― Em Washington ― contou Jason ― Bem, pelo menos foi isso o que você e a Thalia me disseram aquele dia ― ele falou, virando-se para mim.

― Na verdade ― eu falei, tentando manter a calma ― Isso foi o que Rachel disse que ele disse. Não é concretizados, já que ele não afirmou de fato nada.

― Então vocês não estão mais mantendo contato? ― perguntou Silena, inocentemente ― Eu pensei que, de todos nós aqui, você era uma das melhores amigas dele. Vocês três viviam juntos! Ele não te mandou uma mensagem e nem nada?

Havia muitos olhares em cima de mim. Eu torci pra não estar ficando corada. Os meus amigos não faziam a menor ideia do que estava acontecendo. Me senti horrível porque isso significava que eu era uma mentirosa muito boa.

Thalia pareceu perceber na hora o meu desconforto e me ajudou.

― Até parece, Silena ― falou rindo convincentemente da situação ― Você se lembra de toda aquela narra da Annabeth quando ele chegou? Ela detestava completamente o cara!

― Ah, mas depois eles se deram bem ― devolveu Silena ― Eu vi. Eles iam pra sala juntos. Já foram expulsos da sala juntos. Até dançaram juntos no baile, que eu vi. Às vezes nem dava pra saber quem o Percy estava namorando.

― Primeiro, eles tinham o mesmo horário ― Thalia contava nos dedos em cada colocação ― Segundo, eles estavam brigando feio. E terceiro, o par dela não veio. E nenhum de vocês, grandes amigos que são, chamaram ela pra dançar porque estavam competindo para um concurso idiota da escola. Alguém tinha que ser legal, mesmo que fosse só ele.

Meus amigos estavam sem palavras. Eu estava grata pelo fato de Thalia estar me defendendo, mas isso a fazia mentir melhor. E, enquanto ela fazia todo o trabalho sujo sozinha, eu estava olhando para minhas mãos como se fosse algo fascinantemente interessante.

― Okay, somos culpados ― disse Beckendorf, erguendo as mãos em rendição ― Thalia tem razão, foi mal, Annabeth.

Thalia encostou-se na cadeira, sabendo que venceu a briga.

― Mas mesmo assim! ― Silena voltou ao assunto e deu um tapa na mesa ― Ele não te falou nada, nem mandou um sinal de fumaça, nada?

Neguei com a cabeça.

― Porque?! ― Silena perguntou indignada.

Ergui minha cabeça e falei firmemente:

― Vai ver ela não quer manter contato com ninguém que o lembre dela. Sei lá, talvez ele pense que qualquer coisa que disser pra mim eu possa contar pra ela. Eu sei que ele não confia em mim.

Foi bom pelo menos uma verdade no meio daquilo tudo.

― Eu o acho um idiota por isso ― falou Thalia, inclinando-se pra frente ― Ah, e falando em idiota, alguém tem alguma noticia do Nico?

― Eu não ― murmurou Jason e Piper juntos, o que os fizeram se entreolhar.

― Eu ouvi falar que ele e os pais fizeram uma viagem para Los Angeles, para a casa de natal deles ― comentou Leo.

― E ele volta? ― perguntei.

― Não faço a menor ideia.

― Ah.

Ninguém mais tocou no assunto.

Depois do almoço, fui consumida por mais dois períodos de aula, e já estava no meu limite. Quando chegou meu intervalo depois do segundo tempo, agradeci mentalmente a Deus e parei no corredor dos armários pra respirar.

Se estava difícil suportar aquilo? Estava, mas não havia nada que eu pudesse fazer por enquanto. Eu só precisava respirar fundo, erguer a minha cabeça e seguir em frente. Esse era o plano.

Até que Thalia aparece desesperada nos corredores e para minha frente ofegante. Ela havia corrido e seu cabelo estava completamente bagunçado, então comecei a ficar ansiosa e nervosa. O que a fez correr tanto pra falar comigo?

― Annabeth, Annabeth ― ela exclamava ― Ele está aqui! Ele voltou! Eu o vi!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muahahahahahaha’ Sem comentários. Digo, da minha parte, porque da de vocês eu quero muitos comentários hehehe’ E aí, o que acharam?
Gente, provavelmente não haverá mais fic’s da tia Naty esse ano! MAS ANO QUE VEM VAMOS VOLTAR COM TUDO POR QUE EU VOU SER OBRIGADA A PAGAR COM MEU PROPRIO DINHEIRINHO A INTERNET, PORQUE, NÉ, TÁ DIFÍCIL.
ENTÃO...
FELIZ NATAL E UM EXCELENTE ANO NOVO, COM MUITOS LIVROS NOVOS, CHOCOLATES E FICS DA NATY HAHAHAHAHA’
AMÉM, JESUS, OBRIGADA POR TUDO *--------*
PS: sim, pessoal que lê LNA, é a mesma frase hahahaha’
Espero que tenham aproveitado a Black Friday mês passado, porque eu não aproveitei nada. Mas, serio, eu tentei desesperadamente, pedindo minha amiga pelo celular, pra ela tentar comprar um livro de 10 reais pra mim. rsrsrsrsrsrsrsrs’ Não deu certo.
AH, E VAMOS COMEMORAR PORQUE UM NOVA SÉRIE NO UNIVERSO DE PERCY JACKSON ESTÁ CHEGANDO AÍ, GENTE! AHHHHHH! RIORDAN ♥
Beijos da Naty e até o próximo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Namorado da Minha Melhor Amiga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.