O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 35
Capitulo 35 - Opinião Diferente


Notas iniciais do capítulo

Olá Peoples *-*
Eu sei que estão muito decepcionadas comigo e entendo. Mas vocês sabem o que está acontecendo, certo? Estou sem internet desde fevereiro! Repito: FEVEREIRO! Além de toda aquela história de 17 matérias, 17 provas e alguns trabalhos, tive uma feira científica, uma mostra literária e uma cultural só nesse segundo trimestre. DÁ PRA ACREDTAR? Resultado: zero criatividade.
Posso contar o que me deu inspiração? Eu fui dar uma olhada no Nyah no celular e gostei do novo design. Tudo bem que depois ele sumiu. É, isso mesmo. Estava diferente e agora volta ao normal quando eu olhei de novo. Eu em. Mas, enfim, aí, consegui terminar o capitulo que eu escrevia um pedacinho sempre que possível. Estranho, anormal e a minha cara.
Mas, okay, cá estamos nós. Recebi muitas mensagens privadas me pedindo pra continuar escrevendo, o que me levou a pensar: “Cara, ainda tem alguém lendo isso!”. Tinha tanto leitores novos que eu surtei. E os comentários...
GENTE, EU AMO VOCÊS!
Serio, de verdade. Ainda tem gente aqui comigo. Eu respondi pra algumas pessoas por mensagem privada semana passada, quando eu estava na casa da minha tia, que tentaria postar esse mês, e aí, fui no Nyah pelo celular e pum. Hahahahaha’
Hoje, ‘tô postando na casa da minha amiga, porque como estou sem internet, não deu pra eu fazer um trabalho, aí pedi pra vir pegar a pesquisa dela – e editar depois, claro – e aproveitei. Mesmo que essas notas eu tenha escrito na minha casa e aguardado em um pen drive, eu sei que ela tá me olhando impaciente. Serio, que medo. Por isso então, galera, que eu não respondi os comentários, okay? MAS EU VIVO RELENDO TODOS PORQUE EU AMOOOO *-*
Não me lembro se teve recomendações  Mas, se tiver, meninas, eu vou olhar direitinho e agradecer devidamente como se deve no próximo capitulo e por MP, okay?
Agora podem ler o capitulo!



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Pov’s Percy

Uma pequena palavra sobre Grover Underwood: ele é meu melhor amigo desde a minha ― ou nossa ― sexta série.

Podemos dizer que naquela época eu era uma criança um tanto problemática. No ano anterior eu quase havia sido expulso da escola por chingar o meu professor de prostituto cleptomaníaco ― não me pergunte o motivo. Me lembro de ter soado legal na época, mas isso não significava nada. Meus pais resolveram me dar um castigo muito grande depois de convencer o meu diretor a me deixar na escola sobre devida vigilância. E adivinha? Um ano inteiro em um internato para aprender a conviver com as pessoas.

Eu me lembro de achar que nada poderia ser pior. Mas, aí, entrei na escola e percebi que não era tão ruim. A programação da escola era legal. Os professores sabiam dar aula. Meu colega de quarto era um cara engraçado, piadista, e muito simpático, cujo nome era Grover Underwood.

Naquela época, Grover era um cara baixinho, assim como eu era, cheio de espinhas e, pra completar, usava muletas por um problema temporário na bacia. Ficamos melhores amigos de cara, por assim dizer, e até hoje somos assim. Acabou que o ano letivo não foi tão ruim, pois no meu ultimo dia de aula disse que não queria ir embora para os meus pais, mas eles disseram que não haviam feito a matrícula para o próximo ano, portanto eu teria que voltar para a minha antiga escola.

A minha surpresa, no entanto, foi que lá dei de cara com um certo ruivo de muletas a qual estudo até hoje. Bem, estudava, antes de me mudar por uma causa muito nobre. Sim, muita nobreza.

Quando contei pra ele que ia me mudar para Manhattan por tempo indeterminado por causa de minha namorada ― agora ex ― ele simplesmente me disse:

― Cara, que romanticamente idiota.

― Eu sei.

Ele também me disse pra manter contato pra dizer tudo o que acontecesse no apartamento de Rachel durante nossa convivência. Bem, nos primeiros dias eu até falava com ele, quando as meninas não estavam em casa. Depois ficou mais difícil, porque sempre tinha uma das duas perto de mim. Grover deve estar irritado por isso.

Assim que ele chegou, mandei-o diretamente para o meu quarto. Eu estava deitado ao contrário na cama, de barriga pra baixo, olhando a foto de nós três ― eu, Rachel e Annabeth.

― Sabe, Jackson, eu achei que você tinha morrido nas ultimas semanas ou tinha sido abduzido por um alienígena que faz experimentos com humanos e cabras ― disse Grover ao entrar no meu quarto sem bater.

Você se surpreenderia com o quanto Grover mudou nos últimos anos. Seu cabelo ruivo agora estava mais curto, sua acne havia desaparecido e ele havia deixado de usar permanentemente as muletas depois de uma cirurgia dois anos atrás. Ele havia perdido praticamente todos os seus defeitos físicos, porem continuava o mesmo cara engraçado e até um pouco tímido quando se tratava de garotas.

A não ser, é claro, quando se tratava de minhas garotas.

― Oi, cara, quanto tempo ― falei de uma maneira sarcástica, mas ainda olhava para a foto. Os olhos dela estavam mais cinza do que nunca naquele dia.

Grover se aproximou de mim.

― Não pense que uma piadinha boa vai salvar você, ouviu Sr. Jackson ― Grover jogou-se em cima de minha cama, fora do meu campo de visão ― Foram duas semanas no escuro. Sabe o que é uma pessoa ultra mega curiosa? O pobre do seu amigo aqui. E creio que você saiba o quando é inadmissível isso acontecer.

― Oh, meu Deus, o Grover está chateado. ― falei sarcasticamente, mas sem nenhuma emoção interior ― Se continuar se lamentando desse jeito, eu vou ser obrigado a te dar um abraço, cara.

Um travesseiro acertou minha cabeça.

― Ai.

― Não fale como se você estivesse certo, Jackson.

Repousei a foto que eu segurava em cima da cama. Estiquei o braço e peguei o travesseiro que estava no chão.

― Sem querer ser chato, Jackson, mas se você vacilar comigo mais uma vez, eu vou ser obrigado a nunca mais falar com você. E isso logo após te dar um soco.

― Agora eu é que estou realmente triste ― falei com falsa voz chorosa ― Você não confia mais em mim!

― Não seja dramático, Percy! E você sabe que a culpa é totalmente sua. Mais uma sua, e eu não sei o que eu faço.

― Uma minha tipo essa?! ― ergui-me rapidamente, e acertei o travesseiro em seu rosto. O que eu não havia percebido, no entanto, era que Grover já estava armado com um travesseiro, me acertando na barriga logo em seguida.

Por essa eu não esperava: uma guerra de travesseiros. Logo estávamos ambos em pé em cima da cama, acertando travesseiros. Ríamos tanto que minha barriga doeu. Quando acabou, Grover caiu onde eu estava e eu caí onde ele estava.

― Ai, cara ― Grover ainda ria ― Isso não valeu. Eu perdi a minha pose de durão.

― E alguma vez você já teve uma?

Grover tacou outro travesseiro em mim.

― Pronto, Jackson. Você já me fez de idiota. Agora você pode me contar tudo o que aconteceu em sua desventura em Manhattan.

Meus olhos se dirigiram a foto ao lado de Grover. Minha expressão deve ter sido estranha, porque Grover seguiu o meu olhar. Ele segurou a foto, olhando de mim para ela algumas vezes.

― Que lindo! ― ele disse ― Você, Rachel e uma gata malvada que não conheço. Posso saber quem ela é?

― Não fale dela assim, cara ― saiu involuntariamente ― E se for possível, não fale dela.

Grover me olhou curioso.

― Ah, tudo bem ― disse ele ― Mas eu creio que será muito difícil não falar de uma garota que eu nunca ouvi falar na minha curta e miserável vida, portanto, acho que vou dar vários vacilos se você não me disser nada.

Dei um suspiro. Eu havia chamado Grover até aqui justamente pra lhe contar tudo o que aconteceu, porque ele, mesmo sendo um grande adepto do drama, merecia saber. Mas, agora, me lembrando de tudo o que aconteceu, eu não queria reviver aquilo tudo tão cedo. Realmente, esse não era o meu desejo.

― Eu tenho outra alternativa? ― perguntei.

― Não. A não ser que você tenha inventado uma máquina para ler mentes ou trocar lembranças.

Revirei os olhos.

― ‘Tá legal, cara. Eu vou te contar. Mas só se você prometer que não vai abrir o bico durante a história.

― Não prometo nada.

― Eu imaginei que diria isso.

Depois de todos esses dias sufocado em um apartamento com duas almas femininas, ter a atenção de Grover foi um alívio. Pior do que ter passado por aquilo tudo, foi ter passado por aquilo tudo sem ter alguém pra desabafar o que estava acontecendo. Percebi, naquele instante, que uma das coisas que mais me faziam, inconscientemente, falta na minha aventura em Manhattan era a falta de uma amigo para conversar.

E contei tudo a ele. Do começo ao fim. Por mais incrível que possa parecer, Grover não abriu a boca. Eu viajei em minhas palavras, descrevendo os detalhes que eu me lembrava da melhor maneira possível, demostrando o quão confuso foi.

Grover olhou para a foto em suas mãos.

― A pose na foto ― comentou, sem palavras ― Faz jus a história.

Uma onda de raiva bateu em mim. Não de Grover, mas de Annabeth. A ficha cada vez mais caía em minha frente. Ela não gostava de mim.

Nunca gostou.

― Não vai dizer nada? ― perguntei a Grover.

― Bem... ― era estranho ver Grover sem palavras. Geralmente, ele falava até demais ― Percy, você se apaixonou pela melhor amiga da sua namorada, cara! Isso parece coisa de novela.

― Primeiramente, Rachel não é mais minha namorada. ― corrigi-o ― E isso não é uma novela. Eu por acaso estou aqui namorando Annabeth e indo viver feliz para sempre? Não, cara. Se tem uma coisa que eu tenho certeza é que isso nunca vai acontecer.

Grover soltou com força o ar do nariz.

― Então você veio embora porque ela te magoou?

― Não ― falei ― Eu vim embora, porque não existe mais um motivo pra eu ficar lá.

Grover olhou pra mim por alguns minutos antes de se levantar e começar a rondar o quarto.

― Você não falou mais com ela?

― E porque eu faria isso? ― questionei.

― Sei lá. Talvez ela tenha uma explicação lógica.

Ri em deboche.

― Grover, não existe explicação para o que ela fez. Você não a conhece. Ela faria qualquer coisa pra fazer o que ela pensa que é certo.

― Então você acha que ela pensa que é certo deixar Rachel colocar enfeites pontudos na sua cabeça?

Olhei pra Grover incrédulo.

― Cara, porque está defendendo ela? De que lado você está?

― Desculpe, cara. Eu não a estou defendendo. Eu estou tentando entender o que aconteceu. Talvez haja algum engano...

― Eu já te contei o que aconteceu, cara. Ela fez isso por ser uma tremenda orgulhosa que só faz o que lhe da na telha. Eu tenho certeza de que ela diria a mesma coisa de sempre pra explicar a situação: “Eu fiz isso pra proteger as pessoas que amo”. Acha que isso já não é prova o suficiente de que ela não gosta de mim?

Grover suspirou.

― Tudo bem, Percy. Você tem razão. Eu não vou opinar no que eu não vi de perto. Só acho que não teria a capacidade de se apaixonar por uma pessoa assim.

― Mas eu tive. E, pior do que isso, enquanto namorava outra pessoa. Talvez seja até por isso, sabe? Foi errado e agora estou pagando por isso.

― Não seja idiota, Percy. Não mandamos nos sentimentos. E essa Annabeth, se ela for mesmo do jeito que você fala, tem uma grande participação nisso.

― Ela é assim, Grover.

― Não vou acreditar em nada do que você me dizer enquanto estiver com raiva.

Suspirei, e parte da minha raiva evaporou.

― Eu não quero mais falar disso, cara. Estou cansado, aconteceu tudo de uma vez. Talvez eu tenha mesmo que pensar um pouco nisso.

― Não precisa ser agora. ― Grover falou animado ― Vamos pra algum lugar. Vamos sair por ai um pouco. Se você ficar aqui sozinho pensando enquanto está com raiva, nunca vai conseguir digerir como aconteceu. Sem falar que sua mãe vai aparecer assim que eu sair querendo todos os detalhes do que aconteceu.

Grover tinha razão. Talvez isso apenas piorasse as coisas. Sem falar que, mais tarde, o meu pai chegaria, e eu queria estar com a cabeça vazia ao falar com ele.

― Okay, cara, eu saio com você. Mas não me leve pra falar com mais ninguém.

― Fechado ― falou Grover sorrindo ― Onde está a chave da Ferrari?

Finalmente abri um sorriso.

― Senti sua falta cara. ― falei.

― É, eu sei.

Pov’s Annabeth

― Me deixa ligar, Thalia, por favor ― eu implorava.

Thalia se recusava a me deixar encostar no telefone de sua casa. Como o meu havia acabado a bateria, não havia como eu fazer a ligação a qual pretendia.

― A Rachel vai ficar preocupada comigo se eu não ligar pra ela ― eu disse ― Por favor, Thalia.

― Annabeth, nem vem, tá? Eu sei muito bem que não é pra Rachel que você quer ligar. Ela sabe muito bem que você está aqui.

Thalia tinha razão. Era uma mentira. Pela primeira vez, eu não estava preocupada com o que Rachel estava pensando sobre o meu sumiço. Queria ligar pra Percy, pra saber como e onde ele estava. Queria explicar tudo.

Thalia colocou o telefone da sala de sua casa no lugar e andou até mim. Já eram mais de três horas da tarde quando finalmente acordei. Havíamos dormido quase quatro da manha, mas Thalia, por incrível que pareça, havia acordado mais cedo que eu. Eu vestia um pijama dela e meu cabelo estava o ó. A primeira coisa que me lembrei de fazer quando acordei foi tentar me comunicar com Percy.

Mas Thalia não deixava.

― Annabeth, o Percy deve estar dormindo uma hora dessas. Sem falar que a cabeça dele deve estar um embaralho só. Tente dar um tempo pra ele.

― Quanto mais tempo eu der, mais ele vai pensar coisas horríveis de mim.

― Mas se você tentar procura-lo agora, enquanto ele está com raiva, pode ouvir coisas que a fariam desistir de tudo. Isso, se você não começasse a chorar e dizer coisas sem sentido.

Considerei. Thalia tinha razão mais uma vez.

― Então o que você sugere que eu faça, Thalia? ― perguntei.

― O que eu sugiro? ― Thalia sorriu ― Agora você quer a minha opinião?

Dei de ombros.

― Das ultimas vezes em que você opinou você estava certa. ― falei ― Acho que aprendi do jeito mais difícil que tenho que ouvir o que você diz.

― Hum ― Thalia esfregou as mãos como se estivesse pensando em uma brincadeira maldosa ― Acho que você deveria pentear esse cabelo. A moda arrepiada não fica bem em você. Depois, nós vamos para o apartamento. Rachel também precisa de você.

Um dos cantos da minha boca se levantou em um pequeno sorriso. Dei um passo em direção a Thalia, abraçando-a em seguida. Se Thalia não era minha melhora amiga, estava muito próxima disso.

― Ah, que bonitinho ― escutei uma voz masculina, que reconheci instantaneamente como a de Jason ― Duas lindas de pijama se abraçando.

Eu e Thalia no separamos e Thalia se virou para o irmão.

― Cala boca, oxigenado. ― ela disse ― Porque não vai reinar com sua nova rainha, em?

― Porque hoje é sábado e eu estou com preguiça.

― Roubando a minha frase.

― Grandes artistas roubam.

― Ah, mas não roube o tio Steve. ― Thalia levantou as mangas imaginarias ― Annabeth, dirija-se ao meu quarto e se arrume enquanto eu lido com esse projeto falho de ladrão aqui. ― e começou a correr atrás do irmão, que deu um grito falso de medo e saiu correndo escada a cima, me fazendo rir involuntariamente.

Olho pro telefone em minha frente, sem Thalia pra vigiá-lo. Ao dar um passo em sua direção, passo direto, sabendo que deveria confiar em Thalia dessa vez.

***

Após Thalia acabar de acabar com o irmão dela, nós nos arrumamos para ir ao apartamento ver como estava Rachel.

Como eu não tinha roupas normais ali, tive que vestir as roupas da Thalia, o que, considerando o meu status depressivo, não ajudou muito. Vesti uma calça escura jeans rasgada no joelho, uma camiseta cinza da AC/DC e tive que pegar um moletom de Jason. Thalia me emprestou um par de botas de inverno, por causa do frio. Depois, pegamos um taxi que nos deixaria dez minutos depois no apartamento.

Como eu já fui uma moradora fixa dessa residência, me senti no direito de entrar sem bater.

― Rachel? ― chamei.

― Aqui ― respondeu a voz dela.

Não vinha da cozinha. Não vinha do banheiro, nem do quarto dela ou do meu. Então só poderia ter vindo de um lugar.

Troquei um olhar com Thalia, que estava atrás de mim, e corri até onde é agora o antigo quarto de Percy, deparando-me com Rachel jogada na cama desforrada do quarto, com vários pedaços de papeis rasgados ao seu redor. Ao me aproximar, notei que esses papeis eram, na verdade, pedaços de antigas fotos rasgadas.

― Rach? ― chamei, quase num sussurro. Ela estava deitada de costas pra mim e eu pude escutar o seu soluço ― Rachel, olha pra mim.

― Mande ela ir embora daqui se quiser falar comigo.

Sua voz não saiu chorosa. Saiu com raiva, o que me surpreendeu muito. Como ela sabia que Thalia estava aqui? E, pior, o que ela tinha tanto contra ela?

Olhei para Thalia. Ela deu de ombros, mostrando que estava tudo bem. Andei até ela, levando-a pra sala, pra ficar longe do quarto.

― Olha, não se preocupe ― falou Thalia, a voz compreensiva ― Eu vou embora pra minha casa. Vocês tem muito que conversar. Eu nem deveria ter vindo aqui!

― Desculpa.

Passei a mão pelos cabelos, sem saber o que fazer. O que eu diria pra Rachel? Como eu conseguiria olhar em seus olhos sendo que a culpa de tudo isso era minha? Como eu confessaria isso pra ela? Pior, será que eu teria coragem?

― Ei, Annie, para ― Thalia me segurou pelos ombros ― Eu sei o que você tá pensando, mas a culpa não é sua. Okay? Não é.

― Como...

― Annabeth, me escuta. ― a voz de Thalia era tão séria que quase achei que não fosse ela ali, falando comigo ― Você se apaixonou pelo Percy. O Percy se apaixonou por você. Isso ficou bem claro antes mesmo de vocês se beijarem. A culpa não foi de nenhum dos dois e nem de ninguém. A Rachel, por outro lado, beijou outro porque quis. Se esse namoro acabou, foi porque ela fez algo realmente errado. O Percy também fez, claro, mas a culpa não é sua. Você é a mais inocente nessa história. E se ela te culpar ou você se sentir culpada e tentar juntar os dois, você vai se ver comigo, Annabeth. Você não precisa salvar o mundo e se culpar quando alguma coisa nele der errado.

Pela primeira vez, não hesitei em acreditar no que Thalia dizia. Eu já tinha me sentido culpada demais. Eu já havia me torturado demais. Pensando no que ela disse, vi que além de desnecessário, era inútil.

Eu me apaixonei por Percy e ele se apaixonou por mim. Porem, eu, toda eu, o magoei. E isso é o mais importante nesse momento.

― Você tem razão ― concordei, destemida ― Você tem razão mesmo.

― Eu sei ― Thalia sorriu ― Agora vai lá e conversa com sua melhor amiga. Errando ou não, ela precisa de você.

― Eu amo você, Thalia.

Ela riu, dando um passo pra trás.

― Sem abraços melosos. Isso é pra você e a Rachel. Agora vai lá ― ela continuava andando pra trás ― Eu vou estar na minha casa, se você precisar.

***

Parei na frente da porta do quarto em Rachel estava. Agora ela estava sentada, com as costas encostadas na cabeceira e abraçava os joelhos. Sua expressão era de teimosia. Suspirando, me aproximei, meus braços cruzados sobre meu peito.

― Você acha que isso foi bonito? ― falei com ela, em voz de advertência ― Expulsar uma amiga da sua própria casa?

― Ela não é minha amiga e você sabe muito bem disso ― Rachel devolveu, a voz seca. Ela não olhava pra mim. ― Desde que eu cheguei à escola, ela nunca foi muito de falar comigo. Já percebi que ela sente que eu fiz você e ela se afastar.

― Você não afastou a gente ― devolvi ― Pelo contrário, eu e Thalia somos tão amigas quanto você e eu.

― Ou até mais, né? ― ela olhou pra mim, sorrindo sarcástica e cruel ― Bem, ontem, ao invés de vir atrás de mim e me perguntar como eu estava em relação ao fim do meu namoro eminente, você foi fazer uma festa do pijama na casa de Thalia. Tive que te ligar para contar a novidade, né? Eu tive que te ligar, porque você estava muito ocupada fazendo fofoca com a sua amiguinha.

― Não é bem assim, Rachel ― falei alto, começando a me exaltar ― Você foi embora atrás dele. O que eu poderia fazer?! Queria que eu viesse pra cá servir chá pros dois enquanto brigavam?

― É isso que uma melhor amiga de verdade faria! ― ela rugiu, enquanto lágrimas desciam por seus olhos.

― Pode até ser, Rachel. Mas eu não sou perfeita, e você sabe disso melhor do que ninguém. Mas eu te conheço o suficiente pra saber que não iria adiantar nada a minha presença. Sabe o que aconteceria se eu ficasse aqui? Você me culparia por tudo o que aconteceu.

Rachel pareceu ficar chocada. Provavelmente, reparava que essa era a verdade. Não havia pensado nisso antes, porém, enquanto eu falava, notei que era a mais pura verdade.

― Mas eu te disse que não queria ficar sozinha ― ela falou.

― E depois disse que queria ficar sozinha pra pensar ― rebati.

Rachel chorou.

― Eu sou uma idiota.

― É mesmo ― concordei, sem pensar e sem me arrepender depois. Sentei-me ao lado dela na cama, enquanto ela chorava entre os braços. Havia muito desespero em seu choro, como se não aguentasse o que estava acontecendo. Podia ser verdade. Podia ser mentira.

Teria de estuda-la durante muito tempo mesmo pra saber.

Pus a mão em suas costas e a puxei para meu ombro. Mas por incrível que pareça, eu não sentia tanto aquela culpa agora. Ela também havia errado comigo. A culpa não era só minha. Eu podia ter me apaixonado o namorado dela e até mesmo o beijado, mas não foi por isso que eles terminaram. Foi por causa dela. Eu não o fiz se apaixonar por mim. Rachel, por outro lado, já aprontou poucas e boas comigo. E não cumpriu a promessa que me fez. Ela pisou muito na bola e só agora a ficha me caiu.

― Annie? ― ela falou, virando-se pra mim ― Você me perdoa?

Hesitei, mesmo sabendo o que responder.

― Perdoo. ― falei. Mas agora não era pelo fato de ser uma obrigação de melhor amiga ou porque eu a amava como se fosse minha irmã. Agora era por mim. Pra mim conviver em paz. E também pra dar a ela mais uma chance, pra podermos viver como antes de novo.

A diferença é que minha opinião está um pouco diferente a respeito de tudo isso. O que significa que pode mudar mais ainda, a ponto de que talvez em sua próxima falha, minha resposta seja diferente.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu sei que não é muito depois de meses de atraso, mas tinha que acontecer. Eu ia fazer um drama pra essas férias, ainda estou pensando em fazer, na verdade, mas, sei lá. Digam o que acham. É desnecessário, mas necessário ao mesmo tempo. Me digam o que acham e eu vejo se eu faço.
Ah, e lembram-se do grupo do WhatsApp? Pois é, eu perdi o numero de vocês e não me lembro o capitulo que tá. Podem passar de novo pra mim? Claro, quem quiser. Vou tentar deixar vocês atualizadas por ali hahahaha’
Pois é, gente. É o que a Naty tem pra hoje!
O próximo já está sendo escrito manualmente, já que acabou as provas do trimestre e eu tenho mais tempo, então quem sabe o próximo não sai na próxima sexta, em? Eu estou confiante! Não vou contar porque. Mas eu tô confiante.
Comentem, favoritem e recomendem *-*
Beijos da Naty e até o próximo!



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