Pov’s Annabeth

Quando chegamos em casa, Percy ficou me olhando torto.

Depois que Jason disse que queria a minha opinião ao assunto “Piper”, mandei Percy chispar de perto da gente pra mim contar a minha ideia ao Jason. Ele não gostou de ser descartado pelo amigo, mas saiu de perto.

Na hora do jantar, decidimos encomendar uma pizza. Sentamos no chão da sala, e comemos a pizza, assistindo o filme “João e Maria Caçadores de Bruxas”. Eu e o Cabeça de Alga comemos a pizza quase toda sozinha, pois a Rachel comeu apenas meia fatia e disse que já estava satisfeita.

Estava tudo nos oks, ate que:

– Ai caramba, não seu burro – eu disse a Percy – A mãe da Maria era uma bruxa do bem! Uma Branca, assim como a Maria! (n/Autora: Entendedores Entenderão) Espere o filme acabar que você vai entender.

– Claro que não! – disse Percy – Se fosse assim, o João também teria nascido bruxo!

– Jackson, isso não er Harry Potter – eu disse.

– Chega, ne gracinhas? – disse Rachel, levantando-se – Daqui a pouco vocês estão brigando de novo.

– Agente não vai brigar – disse Percy – ne Annabeth? – ele virou-se pra mim.

– Er – eu concordei – sem brigas.

– Viu? – Percy pôs a mão em torno dos meus ombros – Nada de brigas!

Rachel abriu um sorriso.

– Finalmente – disse ela – Agora fiquem aqui que eu vou pegar a sobremesa.

Ela andou ate a cozinha.

– Tire a mão de mim, seu abusado! – eu disse. Ele obedeceu – Tudo bem fingir – continuei – Mas tirar casquinhas não estava no nosso acordo!

Ele sorriu como se não acreditasse no que eu tivesse dito.

– Eu? – ele disse – Tirando casquinhas de você? Acho que nem bêbado.

– Talvez porque bêbado você deva ter mais consciência do que sóbrio.

– Você já viu? – ele olhou para a porta da cozinha pra ver se a Rachel estava vindo – A proposito, tenho que fala com você.

– Serio? – abri um sorriso falsamente entusiasmado – Mas que engraçado. Eu achei que já estivesse falando comigo!

– E serio. Mas depois.

– E porque depo...

– Quem quer sorvete? – disse Rachel, chegando com duas tigelinhas de sorvete uma em cada mão.

– Eu quero – disse Percy.

Ele entregou uma tigelinha pra mim e outra para o Percy. Depois sentou-se ao lado dele.

– Rachel – eu disse – e pra você?

– Ah... – ela ficou pensativa – Eu não gosto de sorvete de flocos.

– Eu sei que você não gosta – eu disse – Você ama! Er o seu preferido!

– Er? – ele perguntou. Eu assenti – Bem, acho que meu gosto mudou desde que eu voltei de Washington.

– Hum...

Aquilo não me convenceu.

***

Quando o filme terminou, umas 22h30min, fomos todos pra cama.

Quando eu estava quase caindo no sono, alguém abre a minha porta.

– Rachel – eu disse – Eu não peguei sua escova de cabelo azul! Você deve ter levado pra escola! Não me culpe por seus esquecimentos diários de novo.

– Escova de cabelo azul? – disse a voz de Percy – Fale com ela que esta no banheiro publico.

Sentei-me depressa na cama e acendi o abajur.

– O que você quer aqui? – eu perguntei.

– Eu vim falar com você, como eu disse.

Eu torci pra não estar usando meu pijama mais idiota ou o mais indecente. Quando se mora sozinha com sua melhor amiga, você pode vestir o que quiser. Mas se o namorado dela estiver ali, o mínimo que eu podia fazer era vestir roupas descentes. Tirando o fato de a primeira vez que ele me viu, eu estava de sutiã. Por sorte, eu estava uma calça moletom e uma blusa de alça normal.

Ele andou devagar e sentou na outra ponta da cama.

– Mas tinha que ser agora? – eu perguntei.

– Sim. Pra Rachel não escutar... Você sabe. Caso a gente brigue.

– Então er melhor agente nem conversar!

– Esta com medo de perder a briga? – o deboche na frase era claro.

– Claro que não! – Eu cruzei os braços – Fala logo.

– Certo – ele inspirou profundamente – Eu não vou cumprir a aposta!

– O QUE? – fiquei de joelhos na cama.

– Eu não vou cumprir a aposta!

– COMO ASSIM?

– Não valeu.

– COMO NÃO VALEU?

– Você jogou macumba!

– Am? Que historia idiota er essa?

– Er o que você ouviu sua macumbeira!

– Cara, você pirou de vez?

– Não, mas eu quero fazer um novo acordo.

– Você e seus acordos.

– E isso mesmo.

Rolei os olhos. Sentei-me direito na cama e resolvi falar mais baixo.

– Que acordo? – perguntei.

– Er o seguinte: eu não vou faxinar esse apartamento todo sozinho.

– Vai sim. Essa er a nossa aposta.

– Sim. Er. Mas... Olha, eu só vou cumprir se a sua der certo.

– E se der errado?

– Esta duvidando de sua capacidade?

– Não. Mas er provável...

– Então acordo feito! Você não tem do que ter medo. – ele se levantou.

– Hey! Eu não concordei! – levantei-me também.

– Há! Esta com medo – ele ficou na minha frente com um sorriso de deboche.

– Eu não estou!

– Percy, o que você esta fazendo aqui? – Rachel apareceu na porta do meu quarto.

Sentei na cama. Percy ficou parado onde estava.

– Eu estava... – Percy, sem muito resultado, tentava arrumar uma boa desculpa. – Eu estava pedindo o... Horário da Annie. Er! Eu perdi o meu.

– Am... – Rachel estreitou os olhos – Annie? Quanta intimidade.

– Er, mas eu já peguei – disse Percy – e já estava indo. Vamos? Eu te levo ate seu quarto.

– Ah, claro – disse Rachel. Percy andou ate ela e passou o braço nos ombros da Rachel – Boa noite Annie – ela voltou-se pra mim.

– Boa noite – eu disse.

Percy fechou a porta quando eles saíram. Mas antes, ele me deu uma piscadinha provocante e falou sem soltar som “Acordo Feito?”. Eu rolei os olhos e assenti. Cara, o que eu podia fazer? Eu estava realmente confiante no meu plano. Espera! Que plano? Droga! Eu esqueci de preparar a ideia ao Jason! Droga! Passei quase a noite toda em clara pensando nisso.

***

– Annabeth, acorda! – diz alguém balançando o meu ombro – Vai Annabeth.

Não abro os olhos.

– Ok. Vamos ver se você não vai acordar!

Era a Rachel. Ouço o barulho das cortinas se abrindo e os raios solares entram no meu quarto. Abro os olhos e eles ardem.

– Levanta Annie – Rachel puxa a minha coberta.

– Ai! – eu me espreguiço deitada – Porque tudo isso só pra me acordar?

– Annabeth, já são 07h35min! Você dormiu demais!

Dei um pulo da cama.

– Porque não me acordou? – perguntei.

– E o que eu acabei de fazer?

– Argh!

Sai correndo pro banheiro e tomei o banho mais rápido da minha vida. Depois vesti um jeans, camiseta branca pura e uma sapatilha vermelha com Stars.

Corri pra cozinha. 07h50min.

Percy estava lá, comendo como se fosse sua ultima refeição.

– Cadê a Rachel? – ele quis saber.

– Eu sei lá!

– Ela não veio tomar café.

– De novo?

– Como De novo?

– Er. Ela não toma café há cinco dias. Estranho... – fiquei pensativa por um tempo.

Percy ficou me olhando como se tentasse descobrir o que se passa na minha mente.

– Annabeth? – do nada, Percy estava atrás de mim. Quando foi que ele chegou? – Annabeth! – ele me cutucou – Vamos!

– Am?

Ele apontou para o relógio que sempre esta no seu pulso.

– 07h54min.

– Droga! – sai correndo, peguei as chaves e fomos pra escola.

Como esperado, chegamos atrasados.

***

No intervalo depois da primeira aula, Jason veio falar comigo.

– Comprou? – perguntei.

– Er claro. – disse ele – Mas bem que você poderia ter me ligado mais cedo. Poxa, 03h00min da manha? Está louca!

– E isso não er cedo? Bom, o que interessa, er que eu tive um imprevisto... Ou melhor. Eu esqueci.

– Que seja. A sorte foi que a loja de flores da madrasta do Nico abre as sete.

– Seu reclamao! Mas... Já treinou o que vai dizer?

– Sim.

– Ótimo! No final da aula, antes de você falar com ela, você me procura primeiro e fala o que vai dizer. Talvez eu tenha algumas dicas pra você!

– Ok. Ate lá.

***

No intervalo antes da ultima aula, eu tive um probleminha com o meu armário. Ele não abria de jeito nenhum! O sinal tocou e eu tinha que pegar um livro pra aula de física. O que eu menos queria fazer era chegar atrasada ou sem material nessa aula, por causa do deslize com Nico na aula passada. Mas o meu armário não estava colaborando.

No corredor vazio, escuto um assobio. Minhas preces foram ouvidas! Era Léo, o mecânico de plantão. Ando ate ele, o seguro pela gola da camisa e o prendo contra os armários.

– Ai Meu Zeus! Eu não tenho dinheiro, nem comida e nem chiclete! – ele grita de olhos fechados e mãos pra cima. – Ok. Chiclete eu tenho – ele põe uma mão no bolso e tira uma cartelinha de Trident.

– Ai, Valdez, eu não quero chiclete!

Ele abre um olho.

– Ai, Annie, er você! – ele abre os olhos e abaixa as mãos – O que foi?

– Abra meu armário.

Ele me olha serio.

– Só isso?

– Você vai ver o “só isso”. Vamos.

Arrasto ele pela gola da camisa ate o armário.

– Anda. Abre – eu disse,

– Pode me soltar primeiro? O mestre aqui precisa de liberdade!

Eu o soltei. Ele ajeitou a camisa e virou-se para o armário.

– Hum – ele disse – Segure aqui pra mim – ele me entregou a cartelinha de chiclete – Agora: qual a sua combinação?

– Trinta, 31, 75, 12.

– Ok – ele colocou os números. Como esperado, nada aconteceu – Hum. Ah, já sei! – ele deu um soquinho no armário que se abriu – Voi lá! – ele abriu um sorriso triunfante.

– Como...?

– Tudo na base da pratica, gata. E porque eu sou de mais!

– Obrigada, Sr. De Mais! – pego o meu material dentro do armário – Tchauzinho Léo – dou um beijo em sua bochecha e saio correndo.

– Ei! Minha cartela de chiclete!

– Perdeu, Play Boy!

– Droga!

***

Quando eu cheguei na aula de física, desejei ter matado aula.

Geralmente as aulas de física eram em duplas e minha dupla era sempre o Nico. Só que essa semana chegou um certo novato que, supostamente, colou o meu horário r tomou o meu lugar.

– Com licença – eu disse ao professor.

– Ah! Annabeth Chase – disse o professor – Achei que não assistiria essa aula depois da ultima.

– Sabe, professor, eu não perderia ela nunca. Amo física!

– Hum – ele não pareceu convencido. – Sente-se.

Foi quando eu vi o meu desgosto. Nico di Ângelo e Percy Jackson sentados juntos.

– Ah, professor.

– Sim?

– Minha dupla esta ocupada.

– Ah, sim. Sente-se com eles! Vocês agora vão ser o único trio da sala, já que não temos outra pessoa pra colocar você.

– Como assim me colocar? Quer dizer que se tivesse alguém, eu iria sair?

– Exatamente.

Resisti ao impulso de estrangular aquele velho.

– Mas... – comecei a protestar.

– Sem “mas”. Agora pegue uma cadeira e sente-se na frente deles.

O animal... Digo, o professor tinha colocado eles na primeira cadeira, de modo que eu ficaria de frente pra sala inteira.

Sentei entre eles. Percy abriu um lindo sorriso sarcástico pra mim. Eu odeio quando ele sorri assim. Nico ergueu as sobrancelhas e me mandou um olhar de quem não teve culpa. Eu não acreditei.

A aula continuou. Era horrível sentar de costas para o professor. Os nos de meus dedos da mão esquerda estavam brancos, mas só percebi isso quando Nico colocou sua mão gelada por cima da minha. Abri um sorriso que foi retribuído. Foi quando o professor deu um cutucão em minhas costas. Nessa hora eu quase quebrei um lápis que estava em minha mão direita. Serio, estava trincando. Mas Percy pôs a mão em meu pulso e balançou a cabeça. Ao contrario da mão do Nico, a mão dele era quente. Mas eu só olhei feio pra ele e guardei o lápis.

Quando finalmente a aula acabou, Nico me deu um beijo na bochecha e saiu. Percy ficou guardando algumas coisas na sua mochila. Me levantei da cadeira e andei ate a porta.

– Me espera na picape com a Rachel. Tenho que resolver a questão do Jason.

***

– Eai, esta pronto? – eu disse a Jason.

– Melhor impossível!

– Ótimo. Flores?

– Ok. – ele me mostrou o simples, mas bonito buque que comprou.

– Certo. Agora me diz o que você vai dizer.

Ele inspirou profundamente e começou a falar.

– “Piper” – ele começou – “Eu sei que fui um idiota não dizendo o que você merecia pessoalmente...”

A cada palavra que ele dizia, eu percebia que ele estava sendo sincero e não parecia nem um pouco nervoso.

– “... Eu não sei se te mereço, mas você aceitaria namorar comigo?”.

– Sim, Sim, Sim! – pulei nele em um grande abraço de orgulho – Jason, er perfeito!

– Er. Com certeza er. – disse uma voz.

Foi quando abri os olhos e me separei do Jason mais que depressa. Piper estava atrás do Jason, a dois metros de distancia. Sua expressão irradiava raiva e decepção. Jason virou-se e ficou branco.

– Piper... – disse ele – eu posso explicar.

– Ae? – ele limpou uma lagrima – Então explique.

– Er que eu estava...

– Pedindo a Annabeth em namoro? – agora as lagrimas desciam sem controle – Er. Eu vi.

Uma multidão estava se formando ao redor de nos três. Nossos amigos também estava lá.

– Piper, o que você ouviu? – perguntei.

– O suficiente pra entender.

Percy e Rachel entraram pro bonde.

– Não. O que você entendeu esta errado! – eu disse – Jason só estava...

– Annabeth, eu ouvi. Não adianta falar nada. Eu já entendi. E quanto a você – ela se virou pra Jason – eu achei que você gostava de mim.

Ela abriu espaço pela multidão e saiu correndo.

– Piper, espera! – Jason foi atrás dela.

Todos da multidão me encaravam.

– Que foi? – eu perguntei a eles. – Não tem mais o que fazer não?

O povo se rendeu e decidiu seguir o rumo de casa. Só restava o bonde agora.

– Wow – disse Léo – O Que. Foi. Isso?

– Um desastre. Um desastre. – peguei minha mochila no chão e corri pra picape.

– Annabeth, o que houve? – Rachel entrou na picape seguida por Percy.

– Vamos pra casa – eu disse – Lá eu explico.

***

– Ai meu Deus! – disse Rachel – Annie, que desastre.

– E você acha que eu não sei? – eu disse.

Eu tinha acabado de contar a ela tudo o que tinha acontecido. Eu estava sentada no sofá com uma crise de nervos e ela na minha frente andando pra lá e pra cá com outra crise de nervos.

– Ai Annabeth! – disse ela – E agora? O que agente faz?

– Eu não sei, Rachel, eu não sei.

Lá estava eu, com o maior problema e a Rachel preocupada como se ela estivesse envolvida. Melhor amiga do mundo! Mas minha alegria durou pouco.

– Eu sei o que você pode fazer – Percy saiu de dentro da cozinha com um copo de suco na mão – Você pode cumprir a aposta e faxinar a casa. Enquanto isso você pensa no que fazer.

Aquela foi a gota d’agua. Andei ate ele.

– Escuta aqui, Cabeça de Alga. Eu não vou cumprir aposta nenhuma! Er tudo culpa sua.

– Ok, agora me fala como a culpa pode ser minha. – ele deu um gole no suco.

– Ele tem razão Annie. – Rachel andou ate nos. Colocou uma mão no meu ombro e no dele e nos afastou – Não tem como ser culpa do Percy. Ele estava comigo na picape. Só fomos ate lá quando vimos à multidão.

– Mas... Argh! – bati o pé no chão – Eu não vou cumprir essa aposta. No acordo não tinha nada sobre caso eu perdesse.

– Claro, não deu tempo de dizer! – disse Percy.

– Não importa! Eu não vou cumprir.

– Vai sim!

– Eu não acredito que vocês estão mais preocupados com uma aposta idiota, sendo que tem coisa muito mais seria rolando. – disse Rachel.

Eu e Percy nos encolhemos.

– Rachel, isso eu resolvo amanha – disse eu.

– Tudo bem. Resolve amanha – ela parecia completamente irritada – Qual a aposta?

– Faxina – dissemos em um uníssimo.

– Ótimo – disse Rachel – Então vocês dois tem muito trabalho pra fazer.

– O que? – dissemos em outro uníssimo.

– Er isso mesmo. Os dois tem muito trabalho pra fazer.

– Como assim os dois? – outro uníssimo.

– Os dois vão faxinar a casa. Sexta, depois da aula. E sem discursões.

– Mas...

– Mas nada! Esse foi o momento mais idiota de vocês. Serio. Se não cumprirem juntos o resultado idiota dessa aposta idiota, a coisa vai ficar seria! E tenho dito.

E assim, ela saiu andando despreocupadamente.

– O que deu nela? – Percy olhou pra dentro do copo que antes havia suco dentro.

Olhei-o com a maior cara de brava do mundo.

– O que deu nela? A pergunta er: o que você fez com ela, seu idiota? – comecei a bater nele – Cara ela esta ficando mais chata! – ele segurou minhas mãos.

– Essa foi de mais! – ele me soltou e saiu andando na direção que a Rachel foi. – Rachel, vamos conversar?

– Cara, eu não acabei! Volte aqui, seu merdinha!