Love, Rock and Girls escrita por Nina Spim


Capítulo 8
Chapter Eight


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, êêê. Ou não. Confesso que fico triste por essa fanfic ser tão curta! Pensei em adicionar outro capítulo, mas não quero ficar estendendo-a infinitamente, portanto chorem e se alegrem com o chapter eight! *-*



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XV – I’ll Never Let Go

Não sei que horas são, mas tem um inseto gigante me acordando. Acho que é um mosquito mutante, pelo barulho. É tão chato.

Abro os olhos, furiosa.

“Mas que...”, minhas palavras ficam no ar, porque não vejo nada além do que costumeiramente vejo. Minhas coisas estão no mesmo lugar de sempre. E não há nem um mosquito gigante perto de mim. Estou sozinha na cama.

Não faz muito tempo que caí no sono, é de se esperar que eu tenha algumas horas de descanso. Preciso muito disso.

Não que a minha noite tenha sido maluca: não fiz nada além de olhar as paredes e o teto do meu loft. Fui ludibriada pelos meninos a cantar em algum lugar, qualquer lugar, mas dispensei a oferta. Pensei em diversas maneiras de me manter operante, mas foi inútil. Depois da garrafa do licor de morango (outra coisa que roubei de minha mãe) adormeci quase sem nem perceber. Os pássaros já chiavam e o céu se tornava azul-escuro.

Alguma coisa cai da cama. Olho. É meu celular. O fone ainda está conectado nele. As canções do Snow Patrol ainda tocam, mesmo depois de tantas horas. Pauso a playlist e desconecto o fone. Penso que ruído possa estar vindo dali, talvez tenho esquecido de programar corretamente qualquer coisa. Mas não é, meu celular está silencioso e não há nada diferente em sua tela.

O zumbido recomeça. É incessante e ecoa pelo aposento.

Sento-me no colchão, à procura de algo estranho ali. Nada encontro, então começo a andar pelo quarto, ainda com o barulho ressoando alto. Parece mesmo um inseto gigante batendo suas asas. Vou ao banheiro. É aqui. É o banheiro. Há algo estranho aqui, que não deve me pertencer. Começo a abrir as gavetas cheias de bugigangas.

Quando abro a terceira, encontro um celular. Um celular que não é meu. Aliás, nunca o vi antes. Deslizo meu dedo na tela e um número desconhecido está marcado ali. Mas de quem é esse celular, afinal?

Estou impaciente demais, embora curiosa, por isso deslizo mais uma vez meu dedo na tela para efetuar a ligação. “Alô?”, resmungo.

“Quinn?”.

Falaram meu nome. Conheço essa voz. Ouvi-a cantar há dois dias.

Ai, meu Deus.

Esse celular é da Rachel.

Mas quem está ao telefone... É Rachel? Acho que não, por isso respondo: “Sim. Mas esse é o celular da R...”, minha frase fica no ar, porque logo em seguida a pessoa está falando: “Sou eu, a Rachel. Oi”.

Fico sem palavras. É mesmo a Rachel. Claro que é. É a voz doce dela.

“Oh”, pronuncio sem muita entonação.

“Preciso mandar um recado para mim mesma. Será que quando me encontrar de novo, poderia transmiti-lo?”, Rachel diz. Ela parece estar centrada. Por isso, penso que isso é uma loucura e que ainda estou dormindo. Estou, não estou? “Ahn, diga”, meio que fungo. Não sei muito bem o que está acontecendo. Estou um pouco perdida. “Bem, diga à Rachel que ela é uma idiota e que foi uma covarde ao sair do mini-loft. E que sabe que a Quinn tem total razão de odiá-la por ter dito aquelas coisas tão ridículas no mercado. Será que você poderia abrir a porta do loft daqui meia hora para que ela possa se desculpar pessoalmente?”.

Insano.

“Isso é sério?”, minha voz está vacilante.

“Totalmente”, ela responde. Não consigo dizer nada. Há um certo silêncio na linha. E daí ela pergunta: “Então? Vai abrir a porta para mim? Quer dizer, para ela?”. Como não posso abrir? Eu nunca seria capaz de fazê-la vir até aqui, para somente bater a porta na cara dela. Tudo o que quero, agora, é vê-la. Será que sua tatuagem já está com um aspecto melhor? Será que ela também dormiu ouvindo Signal Fire?

“Vou. Venha. Quer dizer, diga para ela vir”, digo. Isso parece confuso e duplamente insano. Por que estou falando desse modo tão estúpido?

Mas parece divertido.

“Até daqui a pouco”, ela me diz. Não tenho oportunidade de retrucar algo, pois a ligação já terminou.

Fico com o celular de Rachel nas mãos. Olho para ele por um tempo. Parece um artefato raro, incomensurável. É o artefato que me levou de novo a ela.

Então é isso. Rachel me ligou. Quer dizer, ligou para si mesma para falar comigo. Como ela sabia que seu celular estava no loft? Ela soou estar tão certa do que estava falando.

Deposito o objeto na pia do banheiro e tiro a roupa, para tomar um banho. Quantos minutos já se passaram? Não sei. Preciso ser rápida. Mas não tão rápida assim, a ponto de parecer que eu estou afobada por recebê-la. Ela não precisa saber que eu sonhei sobre nós, sobre seu beijo, sobre outras coisas também. Coisas que é melhor não mencionar nem a mim mesma. Porque é insano. Rachel quer se desculpar, porque quer restabelecer o laço de amizade, não porque quer se relacionar romanticamente comigo. Nunca poderia, sendo que diversas vezes deixou claro o quanto ‘não é com eu’. Eu sou a única desajustada. Ela precisa ser a parte equilibrada disso. Eu nunca fui e nunca a serei. Mas Rachel... Ela sempre sabe o que dizer para me confortar, para me fazer pensar que não estou sozinha. Ela é doce e especial. Estar com ela é como se balançar em uma melodia envolvente: é tão leve e tão contagiante que você tem que se obrigar a ficar parada, depois que a canção termina.

Tomo banho como se não tivesse mais nada na cabeça. Tento ficar calma, dizer a mim mesma que isso não é nada de mais. Rachel virá se desculpar e apenas isso. Decerto, entendeu o quanto tinha me magoado dizendo aquelas palavras para mim no mercado e, sobretudo, quando foi embora depois de me empurrar e quebrar o nosso último beijo.

Acho que isso quebrou meu coração bem mais do que suas palavras.

Senti-me imatura por não lhe confessar que gostaria que ficasse ali por mais tempo, que se deitasse na cama comigo para que pudéssemos conversar sobre nossas vidas, que se esquecesse que o dia estava terminando.

Talvez eu devesse crescer um pouco mais.

Mas o que está feito está feito. Não posso me arrepender agora.

Agora, ela está a alguns minutos daqui, pronta para aparecer na minha porta.

Visto-me com um pouco mais de esmero. Procuro um vestido que me cubra o suficiente e penteio os cabelos. Não tenho muito tempo para secá-los com o secador, portanto deixo-os ao natural. Quando há uma batida na porta, lembro que me esqueci de aplicar alguma maquiagem. Corro rapidamente em frente do espelho para me verificar: estou com um aspecto limpo, porém pareço cansada. Droga. Agora ela pode pensar que eu fiquei a noite toda bebendo e cantando para pessoas nojentas, ou pior: que fiquei a noite toda bebendo e pensando nela (que é a verdade).

Abro a porta, tentando esconder a minha ansiedade.

Ela está postada bem à minha frente com um vestido roxo com gola Peter Pan e sapatilhas. Carrega uma bolsinha prática preta.

Por dois ou três segundos, nada dizemos. Parece que estamos nos reabituando uma à outra. Apenas estamos nos olhando e tentando codificar nossas expressões.

“Oi”, digo. Pareço um pouco ofegante.

“Olá. Eu...”, Rachel diz, então estanca sua fala. Ela olha um pouco mais para mim. Acho que vou passar mal. Então ela abre um meio-sorriso, o suficiente para que eu perceba que não estou em apuros. “Eu tenho que confessar uma coisa. Gosto do seu cabelo molhado”, ela finaliza com o sorriso crescente. Eu sorrio também; isso é realmente um amor. “Não tive tempo de secá-lo”, respondo. “Você fica bem assim”, ela analisa. “Obrigada”, agradeço fracamente.

Mais alguns segundos se passam, ainda estamos na soleira da porta, nos olhando. “Entre”, peço. “Achei que não iria dizer isso”, Rachel brinca com outro sorriso, agora mais leve, mais confortável. Ela se senta na beirada da minha cama enquanto fecho a porta e a tranco. “Não precisa se desculpar agora. Já o fez ao telefone, não precise se humilhar”, como ela não diz nada tenho de dizer, mas digo isso mais rápido que o habitual. Acho que estou devendo algo. Quer dizer, realmente estou. Ela está aqui, certo? Estou devendo um pouco mais de sensatez.

“Você acha que vim aqui para me humilhar?”, Rachel faz com que suas sobrancelhas subiam num gesto de descrença. “Não. Quer dizer, você não precisa pedir desculpas duas vezes, apenas isso”, respondo, um pouco desesperada. Não quero que ela fique brava comigo. “Tudo bem, não vim me desculpar. Vim lhe dizer algumas coisas”, ela me diz. Então percebe minha expressão um pouco ultrajada, porque estou pensando que irá me ofender um pouco mais. Não faz sentido: ela se deslocou até aqui para se desculpar, mas agora diz que precisa me ofender um pouco mais? Não entendo. “Não se preocupe, não vou lhe destratar”, Rachel logo explica. “Oh. Tudo bem”, suspiro, um pouco aliviada.

XVI - Make This Go On Forever

Estamos lado a lado na minha cama. Alguns minutos já se passaram. Estamos sentadas com as pernas estendidas, olhando para o interior do meu banheiro. Nem eu, nem ela falamos algo. Estamos mudas.

“Então?”, eu tento incitá-la. Rachel troca um olhar inexpressível comigo, então dá um sorriso fraco. “Eu não sei”, ela me responde com a voz mínima. “Não vai me dizer o que a trouxe aqui?”, quero saber. Ainda estou olhando para ela quando Rachel suspira e aconchega, inesperadamente, a cabeça em meu ombro. “Eu não sei se preciso mesmo te dizer”, sua resposta é cheia de significados, mas não sei decodificar sua mensagem. “Ainda estou aqui para ouvir”. Ela solta um risinho perto do meu pescoço. “Acho que gosto mesmo de você”, Rachel confessa, quase aos sussurros. Esforço-me para me manter calma, para não perder a cabeça. “Sei que gosta, apesar de me achar mimada e achar que eu não tenho nenhuma parte legal”, estou tentando provocá-la e deixar o clima menos tensionado. Eu estou muito tensa. E posso atestar isso nela também, já que seus músculos parecem um tanto quanto retesados de encontro com meu corpo. É como se ela precisasse de um pouquinho de espaço para não ceder a mim. Se é que ela quer ceder a mim.

“Eu menti. Estava irritada com você àquela hora e meio assustada. Na verdade, você tem partes tão fofas que me faz ficar completamente perdida”, Rachel diz. E, de repente, lembro que já ouvi isso em outrora. Eu mesma disse isso a ela, ontem, nesta mesma cama. Estava tentando seduzi-la, mas ela se incomodou com isso, o desencadeio a ruptura do que construímos ao longo do fim de semana. Rachel levanta seu rosto de meu ombro e me olha. “Deus, pode parar de me olhar assim?”, ela pergunta, fazendo um riso ecoar pelo meu loft. Fico surpresa. “Assim como?”, estou curiosa. Estou apenas olhando-a do mesmo jeito como me olha. Ou será que não? “Assim, como se estivesse me caçando. Você está me caçando, Quinn Fabray!”, Rachel exclama, ainda rindo. Seus olhos estão nos meus, mas imediatamente sinto um calor ao redor do pescoço que, muito rapidamente, se espalha pelo meu rosto. “Eu sou a caça, e quem fica corada é você?”, ela retoma os risos. Meu sorriso é meu inibido quando oferecido a ela. “Pare, por favor”, eu estou implorando, depois que meu sorriso morre e o riso dela cresce. “Eu estou te caçando. Achei que reconheceria”, ela me retruca. Não consigo dizer nada.

“Então é isso, está pagando com a mesma moeda?”. Ela está apenas brincando comigo?

“Não é incrível?”, ela me olha. “Não muito”, declaro. Ela sorri e pende de novo o rosto em mim. Não consigo respirar. Sei que é ridículo, mas é isso que está acontecendo. É tão clichê quanto um buquê de rosas. Senti falta disso. “Preciso te dizer uma coisa”, Rachel se afasta repentinamente, e acho que vai se levantar da cama, mas se posta bem à minha frente, as suas pernas dispostas entre os vãos das minhas. Estamos muito próximas, face a face. Quase posso respirar seu hálito. Uma de suas mãos desliza pelo meu cabelo curto, ainda úmido, enquanto a outra está sobre o colchão. Reprimo o instinto de apanhá-la e uni-la à minha. “Você é linda”.

Isso provoca uma onda de calor em mim – não estou corada, mas pegando fogo por dentro. Estou, literalmente, queimando. Sinto meus olhos ardendo e minha garganta parece subitamente travada. Estou vulnerável. Meus olhos deixam os dela, pois o contato visual parece insuportável. Ela está falando sério? Quer dizer, tudo o que vejo quando me olho ao espelho é alguém que deixou tudo para trás para tentar consertar os erros, alguém quebrada e atípica. Não alguém bonita, ou linda. Alguém que está em constante reconstituição. “Hey, está tudo bem?”, sua voz soa nervosa. Em meus olhos estão despontando lágrimas quentes, e isso parece alarmá-la. Droga, não queria chorar em sua frente, mas como explicar a alguém o quanto você é agradecida por uma frase dessas? É tão sufocante a maneira como tento empurrar para o fundo da minha alma a necessidade que sinto dela.

“Hey, está tudo bem”. Não é mais uma pergunta, ela está me afirmando com um tom tranquilizador. Mal posso acreditar no que essa garota consegue me fazer sentir. É tão acolhedor, tão íntimo, tão emocional. Com isso, ela tenta expressar sua declaração: deixa que sua palma da mão livre se aloje por cima da minha. Ela a acaricia vagarosamente com o polegar, numa espécie de dança do conforto. Esse toque parece maravilhoso. Aos poucos, eu me acalmo. Ela me sorri, e eu aperto os lábios, desencorajada a dizer algo.

“Desvendei um fato fantástico da minha vida, sabia?”, Rachel diz. “É mesmo?”, meu tom ainda está fraco, mas sei que ela me escuta. Estamos tão próximas, nossos narizes quase se tocam, seria surpreendente se ela não me escutasse. “É. Descobri por que nunca mais consegui me relacionar com ninguém depois de Jesse. Aliás, acho que ter namorado Jesse não foi, exatamente, um relacionamento”, Rachel responde. “Você transou com ele, é tipo um relacionamento. Não é?”, estou duvidosa. Quer dizer, Puck é meu melhor amigo e, às vezes, vamos para a cama. É inegável: mantemos um relacionamento saudável. “Não importa, ela era péssimo nisso”, ela me diz. “No sexo?”, estou surpresa. Quero rir, mas ela parece séria demais para eu ceder ao ímpeto de gargalhar. “É, acho que é por isso que ainda sou meio virgem”, ela assente, meio distraída. O foco da conversa não é esse, nós sabemos disso. “Mas então. Por que nunca deu certo depois desse cara?”, ainda estou curiosa. “É porque ainda não tinha te conhecido, acho que eu estava esperando por você”, é o que Rachel declara. Isso me faz, automaticamente, entreabrir a boca, numa reação desorientada e completamente surpreendida. “Eu sempre procurei por meninos, achava que era isso que deveria fazer. Santana vive me empurrando para o Finn, mas então quando te conheci, percebi que não vai ser o Finn, nem o Andrew Garfield. Vai ser você meu próximo amor”. Engulo com dificuldade. Uau. Realmente uau.

“É-é mesmo?”, gaguejo. É idiota, porque não quero parecer ridícula na frente dela. “Mas... Você se lembra... Você disse que ‘não era desse tipo’. Lembra?”, as palavras me vêm embaralhadas, porque estou literalmente morrendo de emoção. Meus olhos ardem mais, mas insisto para que nenhuma lágrima role pelo meu rosto. “Eu estava errada”, Rachel replica com muita simplicidade. “Você é meu tipo”, ela logo em seguida salienta com muita convicção. “Quando nos beijamos no sábado, senti como se nunca tivesse sido beijada daquele modo. Seu beijo é incrível”.

“Você realmente disse isso?”, pergunto por precaução. Posso estar tendo alucinações. Rachel Berry, a garota Hobbit, me dizendo que meu beijo é incrível, quando ela me empurrou para longe no nosso beijo de despedida? Insano, realmente insano. “Foi mais fácil do que imaginei que seria”, Rachel diz. “E agora... Agora eu realmente preciso ser beijada daquele modo. Será que você poderia...?”, ela parece sem jeito, meio tímida, mas com certeza há um sorrisinho em seus lábios. Ela não precisa implorar. Não precisa mesmo.

Dois segundos depois, nossas bocas estão juntas mais uma vez. Noto um toque de desejo avassalador que atinge meu ventre e tento refrear isso. Puxo-a pela cintura, quero-a mais e mais perto. Quero-a de encontro a mim, de modo que não há mais nada que possamos fazer para nos ajustar um ao corpo da outra. Os lábios dela são macios e frescos. Um gemido é ecoado pelo quarto, e não sou eu que o solto. É Rachel. Ela parece mais urgente, agora. O som apenas me faz apertar os olhos, tentando domar que está acontecendo em meu ventre. Parece perigoso demais para que eu deixe que isso escape aqui e agora. Rachel gemendo assim, gemendo por causa de mim, me provoca. Acho que nunca quis tanto assim alguém. Pela primeira vez, quem introduz a língua na boca de alguém é Rachel na minha. Ela não pede passagem, simplesmente não consegue conter o que está acontecendo consigo mesma. Ainda assim, não deixa de ser doce. Quando ela morde o meu lábio inferior, estou completamente despreparada, por isso derramo um gemido. É absolutamente enlouquecedor o que ela está fazendo comigo agora. Ninguém nunca experimentou morder minha boca desse modo, como se me quisesse tanto quanto oxigênio. Estou gemendo e isso parece piorar a minha situação. A língua dela toca a minha mais uma vez, e eu vejo estrelas. Seguro-me nela o mais forte que consigo, tentando me controlar. Quando percebo que estou estremecendo, fico um pouco horrorizada. “Rachel”, ofego contra seu rosto, quando nos separamos.

“Está vendo?”, ela retribui também ofegante. “Isso foi incrível. Está tudo bem?”.

Não posso falar agora. Não posso sequer olhá-la.

“Quinn?”, ela parece apreensiva, ainda arquejante. Ela me olha atentamente. Embora eu tenha deixado de olhá-la, consigo sentir seus olhos perfurando meu rosto, tentando detectar alguma coisa fora do lugar.

“Apenas me dê um minuto, ok? Você é que é incrível. Meu Deus, apenas preciso me recompor um pouco”, respondo, ainda arquejante. Meus olhos estão fechados, tentando recuperar um pouco do fôlego e das forças. Não sei o que ela sentiu quando aquilo se alastrou por mim, do meu ventre para todos os meus nervos, mas não posso olhá-la agora. Ficamos respirando, em silêncio. Quando nossas respirações se regulam, abro os olhos. Vejo Rachel zanzando seus olhos pelo meu rosto todo, a expressão séria. “Você é de tirar o fôlego, Quinn. É a menina mais linda que já vi”, Rachel me diz. Não consigo dizer nada. Não quero mais chorar, porque ela me faz tão bem. Não posso querer chorar por conta de alguém que me proporciona tantas sensações estonteantes.

Faço a única coisa que posso imaginar que possa fazê-la sentir-se tão especial quanto agora me sinto: beijo seu nariz ternamente. Não sei por quê, mas seu nariz é tão sexy. Morri para não fazer isso durante todo o fim de semana.

Ela fecha os olhos, parece agradecida. “Você é tão especial, sabia?”, é o que digo a ela. Agora que tenho ciência do que é ser especial para alguém, quero que ela se sinta da mesma forma. Quero que ela saiba o quanto me fez sentir viva durante este fim de semana, o quanto me fez perceber que o amor é uma coisa incrível. Eu coloco uma mecha de cabelo atrás de sua orelha e não tenho medo de dizer: “Você é minha casa”. Trocamos um sorriso e, de repente, tudo fica muito mais suportável com ela ao meu lado. Não tenho mais medo de nada.


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Notas finais do capítulo

Novamente, as canções utilizadas são do Snow Patrol!
Reviews?
Beijos e muito obrigada a todos!



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