A mulher alada encarava o feiticeiro com olhos assassinos, como que se ele ousasse piscar, ela o cortaria em mil pedaços com sua espada. Que observando bem, Tirish reconheceu ser uma lâmina serafim.

– Você não deveria estar vivo feiticeiro. Você irá morrer agora mesmo. – Advertiu a mulher.

– Eu não sei do que você está falando. – Gritou Tirish. – Eu não sou filho desse tal banido.

Magnus escutava a conversa dos dois seres alados, e mais uma vez, sentiu aquela sensação de já conhecer a história de Tirish.

– Você também foi banido feiticeiro. – Falou a mulher mais uma vez. – E deveria ter ficado onde foi exilado pelos arcanjos. Pelo menos no limbo, você continuaria vivo. – Ela levantou a lâmina mais uma vez, ameaçando atacar Tirish, mas quando ela atacou-o, a energia negra emanou do feiticeiro de novo. E dessa vez, algo mudou em Tirish. Seus olhos estavam tão negros quanto suas asas. A energia envolvia a mulher alada, sufocando-a.

Os olhos de Tirish voltaram à sua cor natural, e ele cambaleou para trás, mas Magnus o segurou.

– Precisamos sair daqui agora. – Indagou o feiticeiro Magnus. – Ja vi um anjo em ação e o resultado não é dos melhores.

– Ela não é um anjo. – Afirmou Tirish. – Pelo menos não dos importantes. A energia dela é poderosa, mas ela é apenas uma operária no exército celestial.

– Queria mesmo saber como você sabe disso. – Disse Alec, se aproximando dos dois feiticeiros, ainda com os olhos cerrados. – Mas ela já está se equilibrando.

– Você se lembra da marca do portal que a Clary criou? – Perguntou Magnus.

– Perfeitamente.

Alec pegou sua estela e desenhou a marca numa parede próxima, se esforçando para enxergar o que estava fazendo. Um vórtice se formou no lugar onde o Caçador de Sombras desenhou a marca e ele pulou junto com Magnus, que estava apoiando Tirish pelo ombro.

– Volte. – Gritou a mulher anjo. – Você não pertence a esse mundo feiticeiro. Você vai iniciar o fim do tempos.

Tirish escutou cada palavra do anjo enquanto entrava no portal. E se sentiu estranho, como se já soubesse que o que ela falava era verdade.

***

Tirish, Alec e Magnus cairam na frente do Instituto com toda força. Se levantaram gemendo de dor. Alec nem tanto.

– Mas que droga foi aquela? – Questionou o nephilim.

– Não faço idéia. – Choramingava Tirish. – Por que um anjo estaria atras de mim?

–Magnus?

Magnus estava sério e com o corpo tenso. Encarava Tirish com um olhar de medo. Quando o anjo falou as palavras: "Filho do banido", algo despertou dentro dele, aquela lembrança adormecida que não o deixava lembrar da história de Tirish. Magnus tinha uma idéia de quem era o pai de Tirish, mas queria estar errado. Ele não queria que o feiticeiro de asas negras, fosse simplesmente, o filho do demônio mais poderoso do universo. Mais poderoso até que a própria Lilith.

– Eu sei exatamente quem é você, e sei porque o anjo o queria morto.

–Me diga então. – Insistiu o anjo negro.

Magnus continuava calado.

–Diga logo Magnus. – Pediu Alec.

Magnus encarou Tirish. Olho no olho.

– Seu pai meu querido feiticeiro. É simplesmente o demônio mais conhecido da história humana. O primeiro anjo caído.... Seu pai é o próprio Lúcifer.