Quando Magnus falou com Lúcifer, ele havia recebido uma proposta. Evitava pensar nela, mas quanto mais via a proximidade de Alec e Tirish ele considerava aceitá-la e acabar com aquela "amizade" o mais depressa possivel. Dois dias atrás, ele viu algo que o fez querer matar o feiticeiro de asas negras. Alec o ensinava a usar uma espada de forma correta na sala de treinamento do Instituto, e Tirish não acertava a posição, Alec se pôs atrás do feiticeiro, e segurou sua cintura com a mão esquerda, assim que acertou a posição, Magnus reparou no olhar de Alec para Tirish. Era puro desejo, ou pelo menos, Magnus achou que era. Aquilo o deixou enlouquecido.

Era oito horas da manhã, quando Magnus acordou, foi pra sala, e Alec, Simon, Tirish e Inlítia estavam sentados, conversando sobre o plano de irem em Idris para pedir ajudar à Clave, no caso "Falso Anjo".

– Mas isso seria assinar a sentença de morte dele. – Falava Simon, quando falou Magnus entrou.

– Alec estaria comigo vampiro. – Advertia Inlítia. – Precisamos arriscar. Não podemos lutar contra Lúcifer sozinhos.

– Eu concordo com a Inlítia. – disse Alec. – Precisamos ao menos tentar, eu não faria isso se não tivessemos alguma chance. Eu jamais deixaria algo de ruim acontecer à ele. – Aquelas palavras perfuraram o coração de Magnus com uma facada de um punhal de prata no peito de um lobisomen.

– Desde quando se importa tanto com ele, Alec. – Todos se assustaram com a presença de Magnus. Seu tom de voz, deixou Alec alarmado. – Duas semanas atrás, você queria matá-lo por ele ser filho de Lúcifer. Deveria esconder mais essa sua paixãozinha por ele.

Todos encaravam o feiticeiro de olhos dourados. Inlítia lhe deu um olhar que tinha, dúvida e curiosidade. Algo era familiar brilhava nos olhos dele.

– Se não me engano Magnus, a idéia de ajudá-lo foi sua. – Alec começava a parecer irritado. – Estamos todos fazendo o que pediu.

– EU PEDI QUE AJUDASSEM ELE PARA ELE SUMIR LOGO DAQUI. – Magnus gritava, seu olhar estava como de um maluco psicopata. – MAS VOCÊ QUER ELE POR PERTO NÃO É? ESTÁ APAIXONADO POR ELE.

– Você está fora de controle. – Afirmou o Caçador de Sombras. – Se acalme.

– É cara... – Tirish começou a se levantar, quando Magnus lançou uma chuva de faíscas azuis na direção do feiticeiro, que o jogou para fora a varanda, fazendo-o cair na rua.

– Você está maluco Magnus? – Simon parecia tão surpreso quanto Alec com a atitude de Magnus.

Alec, Inlítia e Simon, correram para fora da casa de Magnus para ver se Tirish estava bem. Assim que chegaram viram o feiticeiro caído no chão, imóvel, mas respirando. Olharam para cima e viram Magnus os encarando da varanda. Ele pulou e atacou a todos com chamas que saiam de suas mãos. Simon e Inlítia foram pegos de surpresa e foram feridos. Alec, conseguiu desviar do ataque e ficou espantado com o ataque.

– Qual seu problema? Me responda. – Alec gritava para Magnus, mas parecia que o feiticeiro estava surdo. Seus lindos olhos felinos verde dourados estavam completamente negros. – Magnus, pare por favor. Eu não quero machucá-lo.

– Você feriu meu coração. – Magnus não era Magnus. Alec percebia isso. Algo muito maligno estava no seu amado. – E o pagamento para tal ferimento é a morte. Sua e dele.

– Não há nada entre a gente. Por favor, pare.

– Lúcifer tinha razão. Você me trocaria fácil. – Inlítia logo despertara ao ouvir as palavras de Magnus.

– Eu sabia. – Indagou o anjo. – Alec... – gritou. – Imobilize ele. Ele está sobre a influência do mal. Precisa ser purificado.

O Nephilim, entendeu imediatamente, pegou sua lâmina serafim e investiu contra Magnus, que desviou facilmente. Os dois, então, começaram a atacar um ao outro, ambos sem sucesso nos ataques. Simon e Tirish acordaram e Inlítia os informou rapidamente do que estava acontecendo. E o feiticeiro de asas negras e o vampiro correram para ajudar Alec. Simon, pulou nas costas de Magnus e o mordeu. O gosto do sangue do feiticeiro era horrível. Simon já havia bebido sangue de demônio e como Magnus era um feiticeiro, seu sangue era de demônio também, o ataque foi certeiro, o feiticeiro cabaleou, nesse exato momento, Tirish e Alec agarraram Magnus e o imobilizaram de joelhos.

– Me larguem. – Choramingava Magnus. – Preciso entregar ele para Lúcifer, para sermos felizes pela eternidade Alec. Não entende? Eu preciso fazer isso por nós.

Inlítia ficou de frente para Magnus, pôs o polegar direito no peito esquerdo do feiticeiro, e o esquerdo no próprio peito esquerdo. Ela começou a catarolar uma cantiga num idioma irreconhecível. Uma luz clara como o sol, brotou do peito de Inlítia e passou para o peito de Magnus. Uma fumaça negra começou a expelir da pele do feiticeiro. Magnus caiu com as mãos no chão.

– O que aconteceu? – Sinto como se tivesse sido jogado no fogo.

– E foi. – Inlítia o encarava severamente. – Por ter sido fraco, foi enfeitiçado pelo Anjo Caído, e tive que purificá-lo, usando o pouco fogo celestial que me restava. – Ela estava visivelmente brava. – Agora não sou mais um anjo. Eu agora sou um anjo caído. Tudo por sua culpa.