Sob o Brilho da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 14
Capítulo 14 - Amparo


Notas iniciais do capítulo

Desdobrei minhas asas e as balancei um pouco no ar. Fazia tanto tempo que eu não me via assim. Eu olhei no espelho. A figura que aparecia nele era tão distante do que eu sentia. Eu estava lá, com meus cabelos compridos e ondulados. Minha pele cintilava. Abri as asas e contemplei, eram tão suaves, tão brancas. Faziam-me tão pura. Era estranho. Distante. Eu dizia para mim mesma: “É isto que você é!” “Olhe, você é um anjo!”, mas eu não me sentia mais assim. Não que eu não me sentisse mais um anjo, mas eu não era mais apenas isso. Eu não conseguia mais negar a outra parte de mim.



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Tentei – e não consegui – controlar minha reação. A última coisa que eu queria era que Alaric – ou seja, lá quem quer que ele realmente fosse – percebesse que eu havia notado o pequeno detalhe. Meu corpo me traiu. Foi absolutamente impossível controlar meu coração.

            Alaric não teve nenhuma das reações que passaram por minha mente em uma fração de segundos. Para ser sincera, ele não teve nenhuma reação. Era como se ele simplesmente não quisesse esconder isso de mim, ou como se ele não se importasse. Ele não se moveu. Seus braços ainda estavam em volta de mim, acariciando minhas costas. Seu queixo apoiado sobre minha cabeça.

            Eu não tinha a menor idéia do que pensar. Eu não sabia o que fazer. Eu não conseguia ver nenhuma ameaça vinda dele. Eu nem ao menos conseguia entender o que ele era. Como que por instinto, minha cabeça se ergueu e eu encontrei os olhos de Alaric. Eles estavam fechados, aspirando cuidadosamente o ar. Seu rosto era bonito e sereno, eu me detive nele. Por alguns instantes, eu estudei o rosto de Alaric cuidadosamente. Ele era absolutamente bonito. Não bonito do ponto de vista normal, ele era mais. Havia um poder que emanava dele. Ele era magnífico e sereno e poderoso, e eu estava completamente fascinada. Fascinada e apavorada.

            Os olhos de Alaric abriram de repente. O âmbar brilhante estava escuro e profundo. Eu sabia o que isso significava, embora não quisesse admitir.

            Não tive tempo de mais nada, no exato segundo em que Alaric abriu os olhos, um corvo negro passou voando sobre nós e eu senti minhas pernas fraquejarem – era tudo que eu precisava naquele momento, Damon.

            Ele se materializou tão rápido que foi quase como uma névoa tomando forma. Alaric me lançou para trás dele em único golpe, protegendo-me com os braços. Damon estava com seu sorriso zombeteiro de sempre. Ele caminhou a passos lentos, até bem próximo de Alaric.

-           Acho que você tem algo aí atrás que me pertence – Damon guinchou asperamente, entre dentes.

-           Não estou muito certo disto. Penso que ela está mais segura comigo.

            Aquela explosão de testosterona foi o que bastou para tirar o pouco de controle que eu ainda tinha. Eu não podia acreditar que aqueles dois estavam brigando sobre o direito de ser meu proprietário!

-           Hey, eu estou bem aqui! – Eu disse, saindo de detrás dos braços de Alaric – não falem de mim como se eu não estivesse ouvindo!

            Eles me ignoraram completamente. Eu podia ver as fagulhas de ódio explodindo de um para o outro.

            Damon praticamente voou até Alaric. E eu não sei como, mas consegui me colocar entre os dois no mesmo instante. Os olhos do meu vampiro eram puramente negros. Nada do oceano esmeralda existia ali. Eu estava totalmente apavorada agora. Não sabia o que fazer. O poder que vinha de Alaric arrepiava minha pele.

Eu devia ter ficado ao lado de Damon. Eu devia mesmo ter feito isso, e era isso que minha razão me dizia para fazer; mas eu não podia ficar contra Alaric. Eu não conseguia sequer pensar na possibilidade de que Damon o ferisse, e isso, era o que o meu coração dizia.

            A voz de Damon era forte e intimidadora.

-           Ayllin, saia daí agora!

            Eu arregalei meus olhos e olhei para ele, mas não tive tempo de dizer nada, Alaric respondeu por mim.

-           Não se atreva a se dirigir a ela desta maneira novamente!

            Sua voz era suave, mesmo assim, soava muito apavorante. Damon não recuou. Alaric também não. Eu respirei fundo, deixando parte do meu corpo angelical tomar forma. Tive o cuidado de não mostrar minhas asas, eu não queria que Alaric me visse como eu era. Principalmente não sabendo o que pensar a respeito dele. Eu afastei Damon com uma mão e Alaric com a outra.

-           Parem já com essa porcaria de briga!

            Alaric segurou no meu pulso com cuidado, tentando me puxar mais perto dele.

-           Não importa o que você faça, eu não vou deixá-la aqui com ele.

Alaric sussurrou tão baixo que eu nem sei se Damon foi capaz de ouvir. Quando a resposta veio, eu percebi que não importava o quão baixo alguém conversasse, um vampiro sempre podia ouvir.

-           O que o faz pensar que eu não a levarei comigo de qualquer maneira?

            Opa, calma aí! Eu havia escutado direito? Me levar de qualquer maneira? O que aquele vampiro estava pensando? Que podia simplesmente me jogar nas costas e me arrastar para longe? Idiota!

-           Se tentar levá-la, eu não vou ser muito gentil – Alaric resmungou.

-           Eu dispenso sua gentileza, cara!

            Agora eu estava realmente, realmente de saco cheio! E eles continuavam agindo como se eu não tivesse vontade própria!

-           Hey, estamos no século XXI! Alguém já avisou a vocês dois sobre os direitos das mulheres?

            Nenhum dos dois respondeu. Nenhum dos dois sequer olhou para mim. Eles estavam lá, como dois bárbaros lutando pela mesma mulher. Eu podia jurar que a qualquer momento um dos dois ia tirar um tacape e me acertar na cabeça. E provavelmente me arrastar para uma caverna.

            Minha cabeça parecia que ia explodir de tanta coisa martelando dentro dela. Eu me sentia uma completa imbecil e totalmente impotente. É claro que a culpa era minha. Que diabos eu estava pensando quando abracei o professor Alaric – se é que este é mesmo o nome dele. Eu devia ter sido um pouco menos impulsiva, e medido as conseqüências. E o pior de tudo, é que Stefan havia tentado me avisar.

Idiota, idiota, idiota! – minha mente gritava para mim o tempo todo.

            Eu estava lá, me sentindo totalmente no meio do olho do furacão, quando Damon tentou segurar no braço.

-           Que saco garota! Eu já te disse que isto queima que é uma desgraça?

            Eu me virei para olhar para Damon.

-           Desculpe, mas no meio desta confusão fica difícil manter a temperatura corporal! Talvez se você se comportasse como um homem de verdade eu conseguisse me manter calma!

-           O que você queria que eu fizesse? Esqueceu do que eu acabei de ver?

            Eu sabia exatamente o que ele queria dizer, mas eu provoquei mesmo assim.

-           O que você que você viu Damon Salvatore?

            Damon respirou fundo, soltando os braços que estavam cruzados sobre o peito.

-           Não brinque comigo, garota!

Alaric colocou a mão suavemente sobre meu ombro, ele não recuou, embora eu tenha percebido um tremor quando sua pele tocou a minha.

-           Você não precisa explicar nada á ele.

Okay! Foi bem fofo ele se preocupar comigo, mas realmente não iria ajudar muito no caso “namorado ciumento”.

            Damon me puxou para os seus braços, e praticamente me arrastou para fora do estacionamento. Alaric ficou ali, parado, olhando enquanto eu me afastava. Seu rosto ainda transparecia a mesma serenidade, a mesma calma e o mesmo poder. Eu fiquei pensando que se ele realmente quisesse, ele teria machucado Damon, ou talvez eu, ou talvez nós dois. Que diabos eu estava pensando, eu nem conhecia ele. Os pensamentos sobre Alaric passavam como flash por minha mente, mas assim que eu os reconhecia, eu os afastava. Eu não sabia o que pensar, além disso, eu tinha outras coisas mais urgentes para lidar no momento.

            Damon dirigiu sem desviar o olhar da estrada. O trajeto para a pensão não demorou nem dez minutos para ser percorrido. Eu estava sentada imóvel, ao lado dele. Enquanto ele dirigia, eu senti meu rosto esquentando, esquentando, e como se eu não pudesse controlar, elas começaram a escapar. Uma, depois outra, e outra e então um oceano inteiro estava lavando minha blusa. Ele não olhou para mim. Eu sentia o poder da fúria dele na minha pele.

            Quando o carro foi estacionado em frente á pensão, eu desci sem dizer nada. Damon desceu atrás de mim, gritando.

-           Eu não acredito! Não acredito no que eu vi!

Eu estava totalmente chateada, magoada e confusa. A última coisa que eu precisava era de uma cena, então, eu tentei ignora-lo. Abri a porta e passei pela sala sem nem ao menos perceber quem estava nela, em direção á escada. Antes que meu pé tocasse o degrau, uma mão forte me segurou.

-           Eu estou falando com você!

Bem, como dizem: “Filho de peixe, peixinho é”. Minha metade vampira não iria agüentar uma provocação e não dizer nada.

-           O que você viu garoto idiota? Um abraço? Um carinho? Acaso estar com você significa que eu tenho que ficar mal-educada? Significa que não posso ser gentil com as pessoas? Reveja seus conceitos Damon Salvatore!

Agora eu estava virada para ele, totalmente ameaçadora – ou pelo menos, era o que eu queria parecer.

            Damon engoliu minhas palavras em seco. Ele não contava com uma reação assim. Afinal, o que ele esperava? Que eu corresse para chorar no quarto? Que eu implorasse para ele me perdoar? Apesar de tudo, eu estava certa de que não havia feito nada errado.

            Ele respirou fundo e continuou.

-           Eu não admitir este tipo de comportamento, Ayllin. Eu não sou idiota!

-           Correção, seu comportamento me diz exatamente o contrário! Qual é o seu problema garoto? Eu sou um anjo, sabia?

Ele segurou meu pulso com a mão firme.

-           Exatamente por isso! Até onde eu sei, anjos não ficam por aí se jogando em cima de homens.

Ai! Esta doeu! Eu não estava me jogando em cima de Alaric! Ou será que estava? Minha cabeça girava de um lado para o outro. Será que Alaric pensava como ele? Será que ele achava que estava dando algum tipo de esperança para ele? Quando eu pensava em Alaric, eu não conseguia ver nada disso. Ele não demonstrava nenhum tipo de interesse sexual por mim. Mesmo com tudo que havia acontecido nos últimos dias, eu não conseguia vê-lo com estes olhos. Pensar este tipo de coisa á respeito de Alaric, fazia com que eu me sentisse mal. Eu não podia permitir que Damon colocasse estes pensamentos em minha mente.

Baixei minha cabeça e olhei a mão de Damon em volta do meu pulso. Eu sentia como se uma estaca estivesse espetada no meu coração. Eu amava aquele vampiro de uma maneira que eu nunca imaginei possível. E, apesar de tudo, eu respeitava Damon. Eu confiava nele, e ele não sentia o mesmo por mim. Eu não podia permitir que Damon colocasse pensamentos errados na minha cabeça, não podia aceitar as dúvidas dele como minhas. Se eu fizesse isso, eu estaria permitindo que ele matasse o que eu ainda tinha de bom e puro. Eu havia sido criada para esperar o melhor das pessoas, e não o contrário.

Enquanto minha mente organizava o próximo passo, eu chorei. Não foi um choro explosivo e alto, mas lágrimas silenciosas e quentes. Sofridas demais para emitirem qualquer som.

Eu coloquei minha mão sobre a de Damon, e liberei meu pulso.

-           Se você realmente pensa isso, Damon. Não temos mais o que conversar.

Ele me olhou com seus olhos esmeralda. Profundos e tristes. Lá dentro, eu podia ver que ele estava arrependido.

Não durou nem um segundo. Damon vestiu novamente a máscara negra e sarcástica de sempre. Por mais que eu sentisse que ele concordava comigo, ele não ficaria por baixo.

-           Tem razão anjinho! Acho que cometemos um erro. Não poderia dar certo, não é mesmo?

Eu engoli toda a minha tristeza e respondi igualmente sarcástica.

-           Sem problemas vampiro, erros sempre podem ser concertados.

Enquanto meus pés pisavam nos degraus da escada, eu sentia que o mundo ia desmoronar na minha cabeça. Eu podia fingir para Damon, podia fingir para Alaric, eu podia fingir para o mundo; mas não podia fingir para mim mesma.

Fechei a porta do quarto e tentei me concentrar. Eu me sentia insegura e sozinha. Era como se eu não pertencesse mais aquele lugar, como se eu não pudesse mais ficar ali. Eu estava chorando como uma boba, e não havia nada no mundo que me fizesse melhorar.

 Lentamente, minha forma foi ficando mais e mais clara. Mais brilhante. Eu só queria ser eu mesma. Desdobrei minhas asas e as balancei um pouco no ar. Fazia tanto tempo que eu não me via assim. Eu olhei no espelho. A figura que aparecia nele era tão distante do que eu sentia. Eu estava lá, com meus cabelos compridos e ondulados. Minha pele cintilava. Abri as asas e contemplei, eram tão suaves, tão brancas. Faziam-me tão pura. Era estranho. Distante. Eu dizia para mim mesma: “É isto que você é!” “Olhe, você é um anjo!”, mas eu não me sentia mais assim. Não que eu não me sentisse mais um anjo, mas eu não era mais apenas isso. Eu não conseguia mais negar a outra parte de mim. Por mais magoada que eu estivesse com Damon no momento, eu sempre agradeceria a ele por me mostrar que eu não precisava esconder isso. A constatação doeu ainda mais fundo – Damon havia me aceitado como eu era. Certo ou errado, a verdade é que eu não conseguia ser eu mesma com mais ninguém. Por mais que eu amasse Stefan e por mais que Matt me compreendesse, eu só era totalmente sincera com Damon. Eu estava apavorada. Eu tinha medo de que nunca mais pudesse ser eu mesma de novo.

Flutuei até a janela, batendo minhas asas para fora. Eu precisava ficar sozinha e sabia exatamente onde. A tarde estava quase no fim, escurecendo as ruas e deixando tudo mais sombrio. Era exatamente como eu me sentia.

Alcancei a ponte, perto do cemitério e me sentei na grama, abraçando os joelhos. Eu me sentia totalmente estúpida e desamparada. Eu queria colo. Queria a minha mãe. Meus olhos procuraram o céu. Eu sentia tanta falta dela. Nos meus sonhos, minha mãe sempre me amparava. Eu sempre sentia seus braços em volta de mim. O problema é que na realidade da minha vida, eu sempre estive sozinha. Sempre tive que ser forte. Eu sempre tive que provar que conseguia. Sentada ali, na grama do cemitério, eu não tinha mais tanta certeza. Eu me sentia fracassada, sem forças.

As lágrimas rolavam como uma pequena cachoeira dos meus olhos. Eu apertei as pálpebras com força, lutando para cessar o choro.

-           Minha amada criança! Sempre tentando ser forte.

Antes de abrir os olhos, eu senti o vento das asas. Mesmo que eu não me virasse, eu sempre saberia quem era. Aquela voz havia sido meu consolo, sempre. Eu sentia toda a aura de poder e bondade que emanava dele. Virei meu corpo devagar, para encontrá-lo agachado ao meu lado. Os braços abertos para mim, como sempre.

-           Miguel!

Eu não consegui dizer mais nada. Miguel também não disse nada. Eu me lancei em seus braços fortes e ele me segurou, abraçando meu corpo. Meu rosto encontrou seu peito e eu afundei minha cabeça nele, sentindo o cheiro de casa. Miguel levou a mão em meus cabelos, acariciando suavemente e deixando os dedos escorregarem em seu comprimento. Suas asas me seguravam e aconchegavam, com a suavidade de suas plumas.

-           Você não precisa ser forte para mim – ele sussurrou em meu ouvido.

Eu engoli o choro, tentando formular algo compreensível para dizer.

-           Eu fiz bobagem de novo – eu resmunguei, ainda com o rosto colado no peito do anjo.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos, apoiando meu queixo.

-           Você não precisa acertar o tempo todo, ninguém acerta.

-           Você acerta – eu disse, tentando desviar meus olhos dos dele.

Miguel não me deixou fugir. Seus olhos seguraram os meus em um olhar profundo.

-           Quem disse a você que eu nunca errei?

-           Ninguém disse, mas... – Miguel me interrompeu.

-           Mas nada, Ayllin. Você tem apenas alguns séculos. Eu tenho milênios. Ao longo de tanto tempo, eu errei muitas vezes. Muitas vezes eu confiei no que era errado, muitas vezes eu me deixei levar pela emoção. Algumas vezes eu condenei injustamente, em outras eu absolvi culpados por amor. Não seja tão severa com você mesma.

Eu nunca havia visto este lado de Miguel. Para mim, ele sempre foi o “perfeito” e o “supremo”. Pensar em Miguel cometendo erros, me fez sentir menos pior.

            Eu queria contar a ele sobre Alaric e sobre meus problemas com Damon, mas eu realmente não sabia por onde começar.

-           Eu me deixei levar pelas emoções também.

Ele sorriu, ainda segurando meu olhar.

-           Não querida. Você não se deixou levar por emoções, você se deixou levar pelo coração, e isto não é ruim.

Eu estava envergonhada. Se ele soubesse o que eu realmente havia feito nos últimos dias – e com um vampiro – ele não diria isso.

Como se tivesse lido meus pensamentos, Miguel continuou.

-           Olhe no seu coração, você vai ver que eu tenho razão. “Conserve entre vós um amor imenso, porque o amor cobre uma multidão de pecados”  nosso pai sempre nos disse isso, minha querida, lembra-se?

É claro que eu me lembrava. E eu esperava sinceramente que fosse verdade, porque ultimamente eu me sentia bem pecadora mesmo.

Miguel desviou os olhos dos meus por um instante e sorriu.

-           Nós temos companhia.

Eu estava com medo até de perguntar, mas não precisei, eu senti o cheiro. Era Stefan. Eu podia reconhecer aquele cheiro em qualquer lugar do mundo.

            Miguel me soltou suavemente, liberando as asas da minha volta. Ele beijou minha testa e se levantou, ajudando-me a levantar também.

-           Nunca se esqueça que pode contar sempre comigo. Eu não fui sempre assim, querida, também fui como você. Também tive dúvidas, também tive amores, também cometi erros.

Seus olhos encontraram os meus novamente, e ele sorriu.

-           Você está no caminho certo, eu me orgulho de você.

Miguel bateu as longas asas brancas e sumiu no ar. Eu fiquei ali, encostada na ponte, me sentindo um pouco melhor. Eu havia encontrado o amparo de que eu precisava e ali, sentindo o cheiro do meu amigo vampiro, eu sabia que teria ainda mais. 


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