Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 12
Capitulo 12 - 50 shades of Red


Notas iniciais do capítulo

E num dia especial, temos um capitulo especial! xD Happy Valentines Day :)



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“ Share my life

Take me for what I am

Cause I'll never change

All my colors for you

Take my love

I'll never ask for too much

Just all that you are

And everything that you do”

– Você tem consciência de que o que está fazendo é uma palhaçada? - Ela gritou pela quinta vez e eu ignorei.

–Em que século você acha que está para simplesmente me pegar, me trancar nesse quarto e não me deixar sair, como se eu fosse algum objeto seu?

–Você pode andar pela casa inteira se quiser, Caroline.

–Isso é a coisa mais idiota, agressiva e indignante que alguém já me fez. Isso é cárcere privado.

–Isso é reabilitação.

Ela jogou o último vaso inteiro que havia no quarto. Eu tentei pegar porque eu gostava desse vaso. Ele sozinho, valia uma pequena fortuna, talvez pudesse se comparar a receita de um pequeno país. Eu o trouxe de um antiquário em Paris nos anos 30, mas ela foi esperta o suficiente para não joga-lo na minha direção. Os olhos dela eram de fúria.

–Você está descontrolada Caroline. Não estou falando do fato de você destruir o meu quarto. Estou falando que você está sendo inconsequente. O que você fez na Universidade foi um espetáculo deprimente, até mesmo sua mãe concorda comigo.

–Minha mãe? Você teve coragem de contar algo a minha mãe? Desde quando você e ela são amigos? Desde quando ela fala com você? O tom gradativamente mais alto e a cor dos olhos dela, indo pra um tom de verde, demonstravam que ela estava possessa.

–Desde que ela capturou um vampiro em Mystic Falls, que estava a sua procura. E aparentemente não era pra lhe congratular pela festa.... e milagrosamente não era nenhum de meus inimigos.

–Um vampiro me procurando? Não vejo a quem possa interessar minha vida...como você mesmo disse, eu não sou importante.

–Caroline...cada vez que eu tenho que explicar algo a você, como se você fosse uma criança eu sinto que você é um castigo por todos os delitos que cometi em todos os meus séculos de existência. E ainda que eu não seja um modelo de bondade, esse é um castigo cruel demais.

–Você não precisa passar por isso. É tão simples: liberte-me. Me deixe ir embora. Eu sou adulta o suficiente e forte o suficiente para enfrentar qualquer um e resolver os meus problemas.

–Seus problemas são meus também.

–Não, não são. Ainda bem que não são. Você decidiu assim, lembra? Eu não devo herdar os seus inimigos, você também não deve se preocupar com os meus.

Alguém bateu na porta do quarto, eu já sabia que era o meu irmão com novidades.

–Desculpem a intromissão, mas eu devo dizer que essa conversa privada de vocês dois está sendo ouvida não apenas por toda a casa, mas provavelmente por toda vizinhança...

Ele olhou o cenário de destruição do quarto. Minhas roupas estavam espalhadas por todos os lados, o guarda-roupa estava em pedaços, os quadros da parede jogados, cacos dos vasos, do espelho e da luminária podiam ser vistos até no teto. Ela tinha poupado a cama, provavelmente porque sabia que ali ela ia dormir, mas de resto nada escapou a sua ira.

–Você vai compeli-la pra arrumar tudo depois? Elijah perguntou sorrindo - Olá, Caroline Forbes. Ele ostentava uma cara serena que contrastava comigo impaciente, com Caroline furiosa e com o quarto destruído.

–Ela não gosta de ser compelida. Por isso preciso colocar vigias por toda a parte, realmente seria mais fácil simplesmente compeli-la para ficar quieta...mas eu estou sendo um cavalheiro.

Caroline desviou os olhos furiosos de mim e encarou Elijah:

–Você é mais sensato que ele. Você não pode estar concordando com isso. Eu tenho uma vida esperando por mim lá fora, um futuro, a faculdade, planos...

–E uma pequena gangue de vampiros profundamente interessada em encontrar e acabar com a vampira que dificultou o trabalho deles naquela universidade, já que festas noturnas agora são proibidas e eles não possuem anel para andar a luz do dia.

Elijah falava como se fosse um professor e Caroline ouvia-o como uma aluna que tentava assimilar um novo conteúdo. Eu continuei.

–Há anos o Whiltmore College é um banquete discreto para um pequeno grupo de vampiros. A sociedade Augustine sempre atraiu vampiros para aquele local, mas evidentemente eles não conseguiam capturar todos. E esses que eram atraídos mas ninguém conseguia pegar se vingavam nos estudantes ingênuos das orgias estudantis...e se beneficiavam tendo seus rastros encobertos pela polícia do campus, que não tinha interesse algum de revelar a verdadeira origem dos crimes.

Elijah tomou a palavra:

–Você mexeu com a escória, Caroline. Klaus está certo em mante-la aqui em segurança até que possamos encontra-los...o que não será tão simples porque eles são uma espécie de experts em fuga.

Eu ergui os ombros em sinal visível de chateação. Elijah evidentemente não tinha conseguido localiza-los, eu queria ter feito isso eu mesmo, mas ele disse que era melhor que eu ficasse e cuidasse de Caroline. Eu tinha bancado a babá e assistido pacientemente a todo o espetáculo de destruição que ela estava fazendo e agora ele voltava sem boas notícias.

–Eu só encontrei rastros deles Niklaus. Mas acho que encontrei o bastante para nossos dois melhores rastreadores nos levarem até eles.

–O que faz vocês pensarem que não posso dar conta deles sozinha?

–Eles são velhos, experientes e maisfortes do que você. Nós vamos cuidar disso. Elijah respondeu.

–E enquanto isso eu fico presa na fortaleza do seu irmão.

Eu não estava suportando mais a prepotência dela, dane-se, eu não ia ser gentil, foda-se o fato de que eu a amo, eu voei até ela pressionando contra a parede de maneira que podia sentir o cheiro do cabelo recém lavado e do ódio que parecia emanar de cada poro dela, mas ela não era a única irada naquele momento.

–É ,você fica. Por mais que isso esteja sendo desagradável pra mim nesse exato momento, por mais que eu me arrependa de ter ido aquela festa maluca e por mais que eu me arrependa de ter prometido a sua mãe que a manteria segura. Minha paciência está por um fio Caroline, então cala a boca ou vou compelir você ou quebrar seu pescoço outra vez, ou fazer o que for preciso pra você ficar calada.

Em um minuto Elijah estava entre nós me afastando dela.

–Você precisa descansar, Niklaus. E você precisa se acalmar Caroline. Eu sugiro que os dois façam isso porque qualquer conversar que tiverem agora vai levar apenas a acessos de raiva e nada será resolvido. Isso não tem que ser uma prisão, Caroline. Eu acho que meu irmão já deixou claro que você pode usufruir dessa casa como quiser. Aproveite a estadia, eu estou trabalhando no extermínio desses vermes e não pretendo demorar a me livrar deles.

Ela passou por mim sem olhar na minha cara.

–Obrigada, Elijah. Faça o mais rápido que puder, eu preciso voltar pra minha vida.

–E eu preciso voltar a ter paz na minha própria casa. Eu disse.

Elijah se colocou na porta educadamente, mas mesmo assim impedindo a saída de Caroline.

–Eu acho que vocês dois deveriam dar uma trégua nessa história toda de proteger e ser protegido. Não me olhem assim, estou falando em uma trégua, um dia pra não falar sobre essas coisas, para serem apenas Klaus e Caroline sem os problemas de Klaus e Caroline, entendem?

Eu fiquei calado e ela também, mas não nos olhamos. Ele prosseguiu.

–Vocês podiam aproveitar o dia de amanhã...é um dia tão poético e especial. Um dia de celebrar sentimentos bons e coisas boas.

Eu não podia ver o rosto de Caroline, mas eu imagino que ela estava olhando pra ele com a mesma expressão de "wtf?" que eu estava, porque ele explicou como se fôssemos crianças:

–Amanhã é 14 de Fevereiro, dia de São Valentim.

Ele se afastou da porta e Caroline saiu do quarto sem olhar pra trás. Eu fiquei me perguntando porque meu irmão era assim.

****Caroline****

Eu desci até a cozinha, não porque eu queria conhecer a casa, mas porque eu estava faminta e devia haver bolsas de sangue em algum lugar. Não que eu achasse que Klaus tinha esse tipo de dieta, mas ele sabia que eu não me alimentaria de pessoas e se estava me mantendo ali e não queria me matar de fome deveria haver algo pra mim em algum lugar.

–Ah, finalmente a princesa descobriu que não está presa na torre e resolveu parar de gritar !

Eu quase não reconheci Hayley redonda do jeito que ela estava. Eu nunca gostei dela, desde o lance dela com o Tyler nas montanhas Apalaches. E como se não bastasse, como se vivesse pra comer todos os homens que me interessavam ela tinha transado com o Klaus e estava grávida. Olhei a barriga dela...o filho dele estava alí dentro. Eu me esforcei pra não sentir inveja. Eu nunca poderia gerar uma vida. Eu nunca poderia ter filhos, uma família. Eu nunca saberia se conseguiria ser uma boa mãe, e criar meus filhos porque eu nunca poderia te-los. Eu nunca seria uma mulher completa, e a minha linhagem acabava em mim. Isso era triste. Eu sempre quis ter uma família grande, morar numa casinha de madeira com um cachorro branco. Parece tão longe o tempo em que eu Elena e Bonnie ficávamos brigando para saber quem seria madrinha do filho de quem. Nossa vida era tão simples. E agora eu estava aqui, me recalcando por um filho que não vou ter, com um homem que eu não devia querer. Se existe fundo do poço, eu devia conhece lo muito bem nesse momento.

–Bom Dia pra você também Hayley. Sabe onde encontro bolsas de sangue aqui no castelo da morte? Eu suponho que você conheça bem a casa.

–Supos errado. E não faço ideia de se ele tem isso por aqui, não estamos em Mystic Falls, querida. Por falar nisso quando você vai embora? Eu acho que você é crescida o suficiente para dar conta de seus problemas. Eu posso facilitar sua fuga se você quiser.

–Se eu tiver que sair daqui Hayley não vai ser com a sua ajuda. E não se preocupe com o Klaus, ele estará todo livre pra você não importa quanto tempo eu leve pra dar o fora daqui.

–Klaus? Pouco me importa o que você faça com o Klaus. Eu estou preocupada com o Elijah. Ele foi designado para a missão de exterminar os vampiros para os quais você causou problema...o que é injusto porque eu acho que você não é um problema dele.

–Então...você é um problema dele?

– Ao contrário de você, eu tenho tentado não ser um problema pra ninguém; Mas ele é o único com quem eu posso contar...e essa criança não demora a nascer e eu vou precisar dele por perto.

Havia sinceridade da voz dela isso eu não podia negar. Se essa era a forma educada dela me dizer "estou tendo um caso com o irmão do pai do meu bebê" ela tinha conseguido passar o recado. E aquele ar de vulnerabilidade me fez sentir pior ainda por sentir inveja de alguém que claramente estava num estado miserável.

–Sinto muito Hayley, não foi ideia minha dar essa missão ao Elijah. Eu também acho que posso cuidar deles sozinha. Mas você não tem que se preocupar, porque o pai da criança certamente estará por perto quando você precisar. Sinos de avisos tocaram no meu cérebro, eu não podia ter realmente dito aquilo.

–Bem, nós estamos falando do Klaus. Eu não sei que versão dele ele apresenta pra você, mas pra mim ele continua sendo o mesmo egoísta, manipulador e megalomaníaco de sempre. Eu realmente não conto com ele pra nada. Se não fosse pelo Elijah eu não sei o que seria de mim e dessa criança. Sua mãe deve saber desse tipo de sentimento melhor que você, mas eu só consigo vislumbrar futuro para o ser que carrego no ventre, quando penso que Elijah estará por perto.

Eu lembrei da véspera de natal na França. Da garotinha que chamou o Klaus de ajudante de papai noel, daquela noite de vida de familia que tínhamos partilhado, como se pertencêssemos aquele mundo. Das palavras dele sobre precisar pensar no futuro, um futuro onde provavelmente eu não caberia. Era possível que ele pudesse ter me mostrado aquilo tudo sobre valores familiares naquela noite e fosse incapaz de demonstrar a mulher que esperava um filho dele, que podia ser capaz de ser pai? O quão danificado era Niklaus Mikaelson? Ele era o homem que as vezes eu achava que tinha nas mãos e então de repente era o idiota prepotente que achava que eu era burra. Eu via as inseguranças dele mesmo quando estava furioso, como havia acontecido há pouco lá em cima. Eu o vi dormir em paz...talvez eu fosse uma das poucas pessoas no mundo, ou talvez a única que tivesse visto isso. O meu rosto deve ter expressado de alguma forma aquilo que eu estava pensando. Porque Hayley sentiu necessidade de me mostrar que eu estava errada por confiar por um minuto sequer que Klaus poderia de facto ajuda –la.

– Sabe o que ele disse quando soube que eu tinha um filho dele? O “bebê milagroso”?

“Mate ela e o bebê”. Ele mandou Elijah acabar com nossas vidas, apenas para não ceder perante as bruxas que estavam nos ameaçando. Por um segundo sequer ele pensou em algo que não fosse o ego dele. Eu não sei o que te faz pensar diferente. Mas de uma coisa eu tenho certeza, se todas as pessoas acham que Klaus é um monstro, e você é a única que acha que não. Eu não acredito que todas as pessoas estejam erradas. Nada pessoal, você sabe. Só estatisticamente improvável.

A mágoa com que ela disse tudo aquilo me atingiu em cheio. Eu quase senti pena dela.

Ouvi os passos apressados de Elijah vindo em nossa direção, talvez ele estivesse pensando que eu e Hayley estávamos discutindo. Ele olhou para ela e eu pude ve-los conversar sem trocar palavras. Havia uma sintonia entre eles, algo quase palpável. Do fundo do meu coração eu desejei que eles pudessem ser felizes. Mesmo que eu detestasse a Hayley havia algo entre eles naquele momento que me desarmou. Talvez presenciar aquilo só me fez ver que minha vida é uma amorosa é , sempre foi e provavelmente será pra sempre uma droga. Nunca viverei algo tranquilo, não com o Klaus.

–Aquela porta é a dispensa e lá dentro há um refrigerador onde você pode encontrar algumas bolsas de sangue.

Elijah falou nitidamente transmitindo um recado do irmão.

–Obrigado....Elijah eu posso falar com você um instante? Em particular, desculpe Hayley não é por mal e nem vou demorar.

–Tudo bem. Ela disse saindo da cozinha e ele ainda olhava pra ela um pouco aflito.

–Eu vou ser breve, Elijah. Sobre essa missão que o Klaus lhe deu de encontrar os vampiros do campus, não precisa dedicar todo o seu tempo a isso. Eu não me importo de ficar aqui até que o Klaus consiga resolver. Quer dizer, é claro que eu odeio estar aqui, mas ela precisa de você. Eu não acho justo qualquer coisa que te coloque longe dela nesse momento.

Ele me olhou com a clara expressão de que achava o meu pedido muito estranho. Então eu continuei:

–Amanhã, como você disse é dia de São Valentim. Eu adoro datas comemorativas, eu não sei como pude esquecer...bem eu sei como, eu estava tentando não pensar em nada que lembrasse relacionamentos. Mas, bem não importa. Não faça nada no próximo dia além de comemorar isso com ela, como você disse é uma época de celebrar os sentimentos e coisas boas....aproveite que existe em sua vida algo bom na sua vida para ser celebrado.

A minha garganta começou a se fechar, e meus olhos a arder. Eu ia chorar a qualquer momento. Eu já podia sentir meus olhos enchendo de água. Eu odiava estar a beira de um ataque de lágrimas bem ali na frente do irmão dele, na casa dele onde ele me mantinha presa. Elijah tirou um lenço do bolso e me ofereceu.

–Eu sei como você se sente Caroline, eu também amo meu irmão e eu sei o quanto é complicado ama-lo. Se você me perguntasse o que deveria fazer eu apenas diria: não desista dele. Eu nunca desisti, mesmo quando tinha que me manter longe.

Eu já estava chorando, era oficial.

–Era só isso que queria dizer. Voce pode ir agora, a Hayley está esperando.

–Nós vamos ver um filme amanhã. Você e Niklaus já viram algum filme juntos? Não deixe ele lhe sufocar de obras de artes, eu acho que ele ainda tem alguns filmes antigos que deixei aqui.

Ele foi embora com a Hayley e eu ri e chorei ao mesmo tempo. No momento eu não conseguia me imaginar vendo um filme com o Klaus, eu não conseguia me imaginar fazendo nada com ele. Já era sufocante demais saber que estava ali na casa dele e que ele rondava em algum comodo e que mais cedo ou mais tarde eu daria de cara com ele.

**** Klaus ****

Foi Elijah que deu ordem aos servos para arrumarem o meu quarto, porque eu já não me importava em deixar Caroline dormindo ali em meio a bagunça que ela mesmo criou. Eu fui pra o meu ateliê enquanto eles organizavam as coisas, alguém bateu na porta...se fosse Caroline e ela quisesse fazer com o meu ateliê o mesmo que fez com o meu quarto eu iria compeli-la pra que pensasse que era uma estátua e ficasse lá paralisada pra sempre, assim eu também poderia pinta-la.

– Hay, aqui está tudo o que você pediu para sua hóspede.

Era Cami. Eu havia esquecido completamente que pedi a ela que comprasse roupas para Caroline. Ela me pareceu a pessoa mais indicada para fazer isso. Liz queria mandar as roupas da filha mas não havia a mínima necessidade....e Caroline gostava de roupas novas, eu a teria levado para compra-las se ela tivesse me dado alguma chance de propor isso.

–Obrigado, Cami. Você mais uma vez fez um bom trabalho.

–E onde ela está? Eu achei que iria conhece-la.

–Em algum lugar da casa me odiando.

–Ela não pode lhe odiar de verdade. Você está salvando a vida dela.

–Sim ela pode. Ela pode fazer coisas estranhas como por exemplo destruir o meu quarto, promover orgias pra estudantes e colocar a cidade dela na mira de uma escória de vampiros.

Eu estava olhando um rascunho que tinha feito há alguns dias atrás. Cami aproximou-se de mim e gentilmente acariciou meu cabelo. Eu gostava quando ela era gentil comigo e ela costumava ter as vezes umas atitudes incomuns. Devia ser por ser psicóloga. Todo mundo sempre disse que psicólogos eram todos loucos. Ela também deveria ser louca, afinal, ela tinha se tornado quase uma amiga, alguém com quem eu quase poderia contar sem compelir, e dado quem eu sou e quem ela é, isso é um grande feito. Apesar de também ter altos e baixos, Cami não era tão descompensada quanto Caroline. Eu estava cansado, e relaxei meus músculos enquanto as mãos dela deslizaram pelo meu ombro como um balsamo.

–Eu acho que entendo porque você gosta dela. Ela é tão atormentada quanto você.

Eu fechei os olhos refletindo nas palavras dela e não me afastei do caricia.

****Caroline****

Eu precisava de roupas limpas e do meu celular. Eu tinha algum dinheiro e cartão de crédito que estavam na minha bolsa que ele tinha feito "a bondade" de trazer quando me sequestrou. Devia haver algum lugar naquela droga de cidade onde eu poderia comprar roupas no meu estilo. Se aquele idiota concordasse eu poderia ir com dez guarda-costas comprar algo que eu pudesse vestir e tirar finalmente aquela roupa que usei na festa. Eu me recusei a vestir as camisas dele, aliás eu estava disposta a recusar qualquer coisa que fosse dele.

Acontece que entrar no quarto e pegar minha bolsa agora parecia missão impossível. As duas mulheres que estavam limpando estavam compelidas para não me deixarem entrar lá, então eu tinha que achar aquele filho da mãe para poder poder ter o que vestir. Eu fui direto pra o ateliê porque eu sabia o caminho, a porta estava aberta, legal eu não teria que derruba-la.

Entrei com esperanças de que ele realmente estivesse ali, então eu parei. Eu havia me alimentado com três bolsas de sangue mas eu fiquei extremamente tonta e tive que me segurar no móvel mais próximo ou teria realmente caído. Ele estava sentado na cadeira confortavelmente de olhos fechados enquanto uma mulher loira massageava os ombros dele, o queixo dela pousado no alto da cabeça dele e o desgraçado parecia entorpecido. Foi ela que primeiro percebeu minha presença e apertou-o gentilmente nos ombros, ele abriu os olhos e quase automaticamente se pôs de pé:

–O que você faz aqui, Caroline?

Eu reuni todas as forças que tinha pra não rosnar ou pular em cima dele e disse calmamente:

–Desculpe, eu não queria interromper nada. Eu preciso da minha bolsa porque eu preciso comprar roupas e os seus criados não me deixam entrar no quarto para pega-las.

–Não vai ser preciso. Essa é a Cami uma amiga minha, eu pedi que ela comprasse algumas roupas pra você.

A garota loira em questão caminhou e se posicionou ao lado dele me estendendo a mão:

–Você deve ser Caroline Forbes. Eu comprei algumas coisas que espero que goste.

Eu ignorei a mão dela, deixando-a suspensa no ar, eu não a conhecia, não pretendia conhecer e não entendia que palhaçada era aquela dela comprar roupas para mim. Continuei no meu esforço redobrado para falar com ele sem me alterar, enquanto por dentro estava fervilhando de ciúme, ridículo, mas verdade. Eu me recusava a admitir até pra mim própria que eu estava espumando veneno por causa daquele animal e daquelazinha.

–Eu preciso da minha bolsa, porque eu preciso comprar roupas. Você pode por favor pedir aos seus criados que me deixem entrar para pega-la? Eu preferia não ter que machuca los.

Ele caminhou até algumas sacolas que estavam no canto do ateliê:

–A Cami lhe comprou alguma peças nas melhores boutiques de New Orleans. E devem servir em você porque vocês tem mesma fisionomia.

Eu olhei de relance para a garota e tenho certeza de que tanto ela quanto ele viram o desprezo em meu rosto.

–Eu não preciso do seu dinheiro, nem de suas escravas, nem de nada que venha de você. Eu só preciso da minha bolsa, já que pedir a minha liberdade é esperar muito de você.

–Você realmente não vai facilitar as coisas não é? Ele estava me olhando ameaçador de novo.

–Você não precisa medir forças comigo na frente do seu séquito, eles já sabem que você é poderoso o bastante.

–Ela não faz parte do meu séquito, faz parte do meu ciclo mais próximo.

Eu percebi que a garota sorriu mesmo que discretamente.

–Isso realmente não é da minha conta.

Eu sai esperando que ele pulasse em cima de mim, me fizesse voltar me segurando pelos cabelos, qualquer coisa. Eu não olhei pra trás. Eu estava chorando de novo e isso ele não veria. Eu subi e entrei em um outro quarto e me joguei na cama apertando o travesseiro até perceber que ele estava se desfazendo sob meus dedos. Ele devia estar lá em baixo agora se divertindo com aquela vadia e eu estava aqui presa na casa dele por um motivo idiota de proteção, que na realidade era tudo fruto do egoísmo dele. Que ele fizesse bom proveito dela.

***** Klaus *****

Cami me olhou incrédula. Talvez ela esperasse que eu fizesse Caroline voltar de joelhos e se arrepender de cada palavra. Então ela apenas disse:

–Ela está com ciúmes.

Eu não estava fim de conversa sobre jogos femininos.

–Não me interessa o que quer que seja que ela tenha. Só quero acabar com a missão que tenho e devolve-la a vidinha dela. Obrigado pela ajuda Cami.

–Você sabe que pode contar comigo sempre que precisar.

–Sim, eu sei.

Ela foi embora e eu fui até o meu quarto que os criados haviam deixado impecável. Eles haviam transferido pra lá o guarda-roupa de outro quarto e tudo parecia um pouco como era antes.

A bolsa de Caroline estava na mesa de cabeceira da cama. Eu coloquei lá as sacolas que Cami trouxe, ela podia rasga-las, atirar pela janela ou dar aos necessitados. Não era problema meu. Ela disse que precisava da bolsa para comprar roupas, então ela teria a bolsa. Não que eu ache que ela teria dinheiro naquela bolsa para comprar se quer uma peça de uma daquelas boutiques onde Cami esteve. Mas ela disse que não precisava do meu dinheiro então ela teria que se virar sozinha. Caroline nunca entendia nada do que eu fazia, não importa o que fosse. Ela sempre procurava buscar por trás de minhas ações os propósitos mais absurdos.

–Você pode me entregar a minha bolsa agora? Ela não combina com o que você está usando.

Ela estava parada na porta, eu ergui a bolsa entregando a ela que a pegou rapidamente.

–Você já decidiu quem dos seus guardas vai comigo até o centro comercial?

–Eu vou com você.

Ela parou e virou lentamente me encarando.

–Sério? Você acha que temos realmente que fazer isso?

Eu não respondi a pergunta dela, apenas disse:

–Nós vamos agora ?

Ela suspirou irritada e resignada:

–Você não tem nada de útil pra fazer com aquela outra loira? Não pode realmente designar alguns de seus monstros para me acompanhar?

–Hoje não mais. Vamos agora ou você precisa de algum tempo antes?

–Me espere lá em baixo, eu termino a maquiagem em 5 minutos.

Meia hora depois ela desce e eu tive que desviar o olhar e ir caminhando até a porta. Ela estava bonita, quer dizer, ela é bonita. Mas eu acho que o fato dela estar mantendo distância de mim tornou isso mais dolorosamente nítido.

Ela ficou calada no carro o tempo inteiro e não aceitou nenhuma das sugestões de lojas que eu dei, as que Rebecka costumava frequentar. Apenas me pediu para ir a um shopping center que estava lotado. Havia flores, corações e balões por todos os lados e então eu percebi que o lugar estava lotado por causa do Valentines Day. Ela entrou em uma pequena loja e uma senhora que me pareceu velha demais pra ainda estar trabalhando veio nos atender. Ela nos recebeu como um tipo de frase feita que deve ter repetido muitas vezes durante o dia:

–E então? Em que posso ajudar o jovem casal? Veio trazer sua garota para transforma-la na mulher mais bonita do dia de São Valentim? Mas, ela já é linda.

–Ele não é meu namorado, nem meu marido ou algo do tipo. Ele me sequestrou e nem foi inteligente o bastante para trazer algumas roupas minhas e agora preciso de roupas.

Eu olhei para Caroline com a nítida expressão de que achava que ela estava ficando maluca. A senhora riu e não pareceu forçado, ela demorou a se recompor da "piada" da Caroline:

–Ah, esses jovens de hoje em dia e sua gírias! Mas eu acho que entendi sua mensagem. Bem, vamos ver se temos algo aqui que agrade ao seu sequestrador. Ela falou baixinho achando que apenas Caroline a estava escutando: "Eu tenho uma sessão reservada com esse tipo de vestuário, muitas mocinhas como você que leram esse livro me procuram porque minhas lingeries são todas importadas.

Eu fiquei me perguntando a que raios de livro ela estava se referindo. Mas Caroline pareceu saber bem o que ela estava querendo dizer.

–Ah, não, eu não estou aqui por causa de 50 Tons de Cinzas. Quer dizer, eu li o livro, não todos, li dois... mas eu estou aqui porque preciso comprar algumas roupas e não tenho muito dinheiro e não vou usar o dinheiro dele porque ele é prepotente demais e não quero dar a ele mais esse tipo de poder.

A senhora riu nervosa e eu pude ver o sangue corando o rosto dela. Ela falou ainda mais baixo puxando Caroline para o local onde devia ser o provador feminino, mas eu ainda podia escuta-la

–Ele é o tipo dominante? Mas você me parece tão dominadora? Eu vi o jeito que ele olha pra você como se você tivesse o controle da situação.

Caroline sabia que eu estava escutando e respondeu:

–Não se engane com a cara dele. Ele é aquele tipo de cara que nossos pais nos avisam pra ter cuidado. O tipo que pega várias garotas em uma festa e justifica isso com desculpas esfarrapadas, o tipo que seduz mulheres e as torna submissas para que elas façam trabalho sujo pra eles e ainda favores sexuais e pior: ele é o tipo de cara que fica bêbado, transa sem camisinha e engravida uma maluca que mal conhece.

Eu estava saindo da loja não porque me preocupava pela velhinha estar provavelmente horrorizada a meu respeito. Eu sai porque eu não queria quebrar o pescoço de Caroline ali mesmo e leva-la pra casa encerrando mais cedo o seu dia de compras. Havia muita gente no shopping e ela não valia isso. Eu ainda escutei a velhinha rindo mais nervosa:

–Confesso que quando eu era uma jovenzinha como você tinha uma queda por esse tipo de homem, os bad boys. Minha neta diz que são os melhores pra....você entende, não é?

Eu quase que viro apenas pra ver a cara de Caroline, pra ver como ela reagiu ao comentário. Do outro lado no corredor havia uma livraria e agora eu estava curioso sobre o livro que a Caroline disse que havia lido e do qual a mulher da loja havia falado como se contasse um segredo.

Uma mulher de meia idade veio me atender.

–Eu procuro informações sobre um livro, não sei o nome do autor, mas o título é algo com o número 50.

Ela corou, mas voltou a manter o profissionalismo

–50 Tons de Cinza. Claro, senhor siga-me...aqui está a coleção.

Eu não imaginava que fosse uma coleção. Perto da pilha que ela me mostrou haviam adolescentes e mulheres mais velhas e alguns caras que pareciam tão perdidos quanto eu.

–O senhor deseja adquiri-los?

–O que é abordado nesses livros? Qual o tipo de conteúdo.

–Bem, senhor é que....

A mulher ficou mais corada que a velhinha da loja de roupas. Mas eu queria uma informação e havia pedido educadamente e ela não estava disposta a falar, então eu decidi compeli-la.

–Conte-me tudo o que sabe sobre esses livros, detalhes, cenas, citações, opinião pessoal. Tudo. Agora.

A mulher começou a falar e a medida que ela explicava o romance sado uma pequena plateia em êxtase se acumulava ao nosso redor. Quando achei que era o bastante ordenei que ela parasse e esquecesse o que tinha acabado de fazer. Eu peguei os exemplares que estavam agrupados em um box e quando fui pagar vi que a fila que se formou no caixa após a explanação dela estava quilométrica, a propaganda é mesmo a alma do negócio. Eu precisava voltar e apressar Caroline porque eu tinha uma reunião importante a noite fora de Nola com possíveis novos aliados...não que eles tivessem escolha que não fosse aliar-se a mim . Ainda era cedo, mas algo me dizia que aquela não seria a única loja do dia.

Quando cheguei na loja percebi que Caroline passou todo esse tempo lá dentro pra comprar apenas um vestido, ainda entramos em três lojas de sapatos, 4 lojas de roupas e depois voltamos a mesma loja do inicio e ela comprou três blusas que já tinha provado e estavam relevadas pra alegria da velhinha que sempre que me olhava e ruborizava . Eu nunca vou entender a lógica das mulheres quando vão as compras. Aliás eu nunca vou entender a lógica das mulheres em qualquer que seja o assunto.

Ela estava silenciosa no carro como na ida. Chegamos em casa e subimos, era estranho entrarmos no mesmo quarto nessas circunstâncias, mas aquele ali era o meu quarto. Eu coloquei o embrulho que tinha comprado em cima da escrivaninha. Ela já tinha percebido que eu havia comprado algo, mas não havia perguntado...até esse instante

–O que você comprou?

–Livros.

–Ok.

–Você pode ler se quiser.

–Não há algum outro quarto da casa que eu possa ocupar...ou que você possa ser gentil comigo e ocupar?

–Eu não vou dormir em casa essa noite. Você pode ficar aqui e dormir tranquilamente, há híbridos suficientes aqui pra velar pelo seu sono.

Ela apertou as mãos como fazia quando algo a deixa com raiva, mas respondeu calmamente:

–Ótimo. Eu preciso mesmo descansar.

***Caroline***

Aquele idiota deve ter saído para encontrar com aquela loira sem graça, já que eu devo ter atrapalhado os planos dele hoje mais cedo. Pra que lugares será que ele a levava? Pra restaurantes caros, hotéis de luxo ou para os becos sujos da cidade? E porque eu estava me importando com isso depois de tudo o que ele tinha feito? Como eu queria ter aquela senhora da loja aqui agora para acrescentar mais um dado ao currículo sujo dele, para dizer a ela: "ele me deixa sozinha, presa na casa dele e vai comer a cadela mais próxima que encontra e só volta no dia seguinte. E ele já fez isso comigo em Paris". É por isso que nós mulheres precisamos de amigas, para poder falar desses idiotas com os quais nos iludimos, nos quais acreditamos e nos ferramos. Mas Elena não me respondia, Bonnie e Jeremy estavam na casa do lago e eu não podia ligar pra minha mãe e dizer: "oi mãe, me escuta, eu estou indignada porque ele me deixou sozinha e está indo transar com outra." Isso definitivamente não é algo que se diga a uma mãe.

Não havia nada a fazer e eu estava sem sono. Então eu olhei e vi o pacote de livros que ele tinha comprado e me perguntei que tipo de livros seriam. Talvez fosse a coleção do Stephen King mas isso seria leve demais pra ele. Talvez fossem livros tipo "como ser um idiota melhor" ou "como ser um galinha com cara de bom moço que engana velhinhas". Abri o pacote....50 Tons de Cinza. Sim, ele estava escutando minha conversa com a senhora da loja e comprou aquilo provavelmente sem nem mesmo saber do que se trata. Isso não parece ser o tipo de literatura que ele curte. Eu olhei para os livros agrupados na escrivaninha (os que tinham escapado da minha fúria matinal) e só haviam Clássicos. Ele provavelmente achou que 50 Tons de Cinza era sobre Filosofia ou Metafísica e por isso comprou.

Bem, mas isso acabou sendo bom porque eu poderia ler os livros de onde parei. Parecia uma maneira boa de passar a noite até que o sono viesse e talvez eu sonhasse com Mr. Gray pra variar e não com híbridos promíscuos dissimulados. Eu não havia lido nem 20 páginas para começar a perceber que não foi realmente uma boa idéia...qual a tecla que aperta pra quando a gente ler o livro imaginar apenas os personagens e não se imaginar no lugar dos personagens como determinadas pessoas? Eu definitivamente não era mais uma adolescente de 13 anos, o que estava errado comigo? Eu continuei lendo a despeito do efeito que aquilo causava em mim porque eu não queria fechar os olhos e imaginar Klaus dizendo aquelas coisas ou pior fazendo tudo aquilo exatamente daquela maneira. Bonnie havia me falado há poucos dias atrás que quando transava com Jeremy era como estar recitando um mantra, que tudo era extremamente leve, calmo, delicado. Então eu disse que com Klaus nunca nada era delicado. Era sempre uma disputa, uma batalha, uma tentativa pra ver quem deixava o outro mais louco. Nunca era leve. Se ela e Jeremy eram calmaria, eu e Klaus éramos uma tormenta, eternamente famintos. Pensar nisso não estava me ajudando, eu olhei no relógio e já passava da meia noite "happy valentines day casais normais do mundo" eu pensei. E devorei cada capítulo do livro até dormir exausta ainda o segurando e sonhar....

No meu sonho estava amanhecendo e Klaus entrava no quarto de terno, vindo de algum lugar e usando uma gravata cinza. Ele deitou do meu lado sem tirar a roupa e eu percebi que ele cheirava a conhaque.

– A garota nem mesmo amassou a tua roupa. Sua gravata está impecável...que tipo de mulher não desfaz uma gravata dessas com os dentes? Ele me olhou como se não entendesse porque eu estava agindo daquela maneira. Eu fiquei em cima dele e tirei a gravata, ele não se mexeu, mas continuou me olhando incrédulo e perguntou?

–Isso é alguma brincadeira, Caroline?

–Sim, eu respondi. Se chama "faça o que o mestre mandar, quando mestre mandar". Eu tirei a roupa, ele me olhava já de um jeito insano e eu estava molhada antes que ele me tocasse e acho que ele sabia disso. Ofereci a ele minhas mãos e ele amarrou-as na cama com a gravata. Aquilo não poderia me prender realmente, mas eu não queria me libertar. Ele abriu o paletó e eu achei que ele iria tira-lo mas ele apenas pegou um lenço e vendou os meus olhos, então eu senti as mãos dele puxando o meu quadril e me encaixando nos joelhos dele, minhas pernas abertas. Eu só podia imaginar ele ajoelhado na cama, me olhando a mercê dele naquela posição. Eu esperei um toque mais íntimo mas ele simplesmente passou as mãos delicadamente pelo meu rosto, desceu contornado meu queixo e quando chegou nos meus seios eu já estava me contorcendo, ele puxou meus mamilos e eu tremi de prazer eu queria a boca dele ali queria que ele mordiscasse que fizesse qualquer coisa, só que não parasse. Ele colocou uma das mãos tapando minha boca, percorreu meus lábios com o polegar que eu suguei automaticamente gemendo profundamente.

–Eu não disse que você podia gemer dessa maneira.

–Desculpe. Respondi como uma escrava envergonhada por desobedecer uma ordem.

Eu parei e ele desceu com os dedos ainda molhados pela minha saliva, enquanto descia as suas mãos iam massageando meu corpo inteiro. Ele me ergueu ainda mais apertando a minha bunda e eu não consegui não gemer. Ele parou.

–Se gemer de novo sem minha permissão eu vou parar e você vai se tocar sozinha até gozar.

–Sim, senhor.

Eu prendi os lábios. Ele ergueu minhas pernas e chupou meus dedos dos pés e desceu por elas beijando na lateral. O esforço que eu estava fazendo para não gemer era demais até mesmo pra uma vampira, eu estava completamente excitada e ele devia estar vendo isso porque demorou uma eternidade pra chegar lá e quando senti a ponta da língua dele onde eu mais queria meu corpo sacudiu em um espasmo.

–Eu não disse que você podia gozar Caroline ele disse cravando os dedos na minha bunda. Eu vou parar agora...

–Não. Pedi desesperada.

–Não, o que?

–Não, por favor, não. Eu vou ser obediente e vou fazer tudo que me pedir, só não para.

–Boa menina.

Ele continuou com a língua percorrendo cada linha da minha pele que latejava expectante pela caricia, eu precisei de toda a força do universo para não gemer, pra que ele não percebesse que eu já estava gozando, eu quis fechar as pernas mas ele as manteve abertas e a única trégua breve foi para arrancar as próprias roupas, me colocar de quatro e me possuir ainda me segurando pelos cabelos e falando do meu ouvido:

–Você quer gozar agora?

–Eu quero.

–Eu não ouvi.

–Eu quero, por favor...

Eu já estava sem forças e ele já não conseguia manter o auto controle e o senti gozar dentro de mim. Foi prolongado, louco, febril, uma tempestade, uma tormenta. Nós caímos exaustos um sobre o outro quando terminamos.

Acordei do sonho com uma fresta de sol que entrava pela cartolina meio afastada da janela e refletia no espelho do quarto. Eu ainda sentia meu corpo entorpecido por tudo o que o meu subconsciente tinha produzido naquela noite. Eu olhei pra o lado e gelei quando percebi que Klaus dormia ao meu lado na cama. Isso definitivamente não era normal. Ele abriu os olhos e me olhou com aquele sorriso sarcástico que me dava nos nervos:

–Bom dia, Caroline.

–Desgraçado! Você entrou na minha mente!

Ele levantou e eu percebi que ele estava nu, ele continuava com o mesmo sorriso no rosto:

–Não foi exatamente dentro da sua mente que eu estava, love...e você não protestou nem um pouquinho. Não que você tivesse motivos para protestar, afinal foi você que começou o jogo.

Ele andou em direção ao banheiro e eu olhei pra o lado e vi a gravata cinza em pedaços. Então como se estivesse esperando essa deixa ele simplesmente disse:

–Happy Valentines Day my love.


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Notas finais do capítulo

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