– Filho, porque demorou tanto para chegar? – Perguntou Senhora Black, mãe de Taylor.
Um detalhe importante sobre Senhora Black: Ela era uma típica dona de casa Londrina que amava seu único filho.

– É por que eu fui tocar um pouco na rua! – Disse Taylor indiferente já subindo as escadas para o seu quarto.

Senhora Black se preocupava com o filho, na verdade, ela não o entendia muito bem. Ela via os outros garotos da idade de Taylor com namoradas, amigos e tudo o mais, e via o seu filho quieto e solitário num canto. Ela achava que tinha alguma coisa errada com ele. Quando ele tinha apenas dez anos tentou o levar ao psicólogo, mas o psicólogo disse que não havia nada de errado com Taylor, ele era apenas reservado e tranquilo mesmo.
Um fato não tão importante: Senhora Black se sentia culpada por ter um filho tão diferente dos outros garotos, ela pensava que tinha feito algo de errado.

O pai de Taylor não era muito presente, ele trabalhava muito como vendedor em uma pequena loja de antiguidades. Ele amava Taylor, de sua maneira um pouco distante, mas amava mesmo assim. Senhor Black fumava e tinha varias amantes espalhadas pela cidade. Senhora Black sabia das coisas que seu marido aprontava e chorava escondido por isso, mas ela preferia fingir que não sabia. Ela achava que tudo que o seu filho problemático não precisava era de um divórcio á essa altura, se ela já havia aquentado tanta coisa, então aguentaria mais um pouco por amor ao seu menino.

O que nenhum dos dois sabia era que Taylor via o que acontecia. Ele percebia a frieza do casamento dos seus pais, um casamento de fachada, sem amor e monótono. Isso era tudo que Taylor mais temia. Ele tinha medo de se apaixonar e ter o coração partido, ele tinha medo de viver... Por isso ele apenas se trancava em seu quarto, ligava o som e tocava sua guitarra. Ele achava mais simples, seguro e menos doloroso viver em seu próprio mundinho trancado.

Taylor sempre foi um “bom garoto”, sempre comeu os vegetais de seu prato, nunca respondia e sempre foi quieto.
Ele só tinha dois amigos: Seth, que era um garoto de treze anos que achava super legal andar com um Rockeiro; e Sarah, que tinha quinze anos e tinha problemas com depressão. Seus pais não aprovavam nenhum dos dois.

Taylor adorava seu gatinho Titânio, cujos pelos eram pretos; sua mãe não gostava nada do animalzinho, ela dizia que ele era “Um parasita imundo!”, mas Taylor nem ligava, ele adorava seu gatinho mesmo assim, porque ele era o único que não se importa com a sua roupa, nem ligava para as suas estranhezas, ele simplesmente o amava pelo o que ele era.

Taylor nunca teve necessariamente depressão, claro, ele não era um garoto alegre, mas não chegava a ser deprimido, ás vezes ele apenas se sentia um pouco solitário e deslocado, aí ele ficava triste, mas isso era só ás vezes. Isso acontecia só quando a madrugada o obrigava a pensar de mais na vida.

Taylor aguardava ansiosamente pelo amor da sua vida. Ele achava que aquela sensação de vazio nunca mais o afetaria se ele estivesse amando alguém loucamente.
Claro que Taylor não sabia que estava errado. Taylor não sabia que quando se ama alguém se sente mais vazio ainda. A diferença é que o vazio se completa quando se está com a pessoa, mas no espaço de tempo que se está sozinho, você sente o vazio de uma forma muito mais amplificada, você sente o vazio de não estar com aquela pessoa.

Como já disse, Taylor havia beijado somente duas garotas na sua vida, uma delas tinha sido Sarah, na verdade, Sarah foi á primeira garota que Taylor beijou. Ele gostava dela como amiga, Sarah era daquele tipo de garota confiável e uma amiga fiel. Taylor á beijou só para experimentar a sensação de beijar alguém, Sarah também nunca tinha beijado antes e também tinha curiosidade em saber como era. Ambos tinham somente treze anos quando aconteceu. O beijo foi rápido e envergonhado e depois que acabou nenhum deles nunca mais tocou no assunto e seguiram a amizade como se nada tivesse acontecido.
Até hoje Sarah nunca mais beijou ninguém, ela era do tipo de garota tímida que os garotos se sentem desconfortáveis perto.
Taylor beijou outra garota com quatorze anos, foi uma menina de sua rua, foi um beijo comum, na verdade, Taylor só a beijou por que estava sendo pressionado pelas amigas da garota. A garota nem gostava dele, ela só queria ganhar uma aposta. Taylor até hoje não sabe disso.

Taylor gostou da menina chamada Anne, ele não sabia nada além do seu nome, da sua paixão por fotografia e que ela trabalhava como garçonete, mas gostou dela mesmo assim. Ele estava se sentindo meio estúpido alimentando aquele sentimento platônico por uma garota que nem sequer conhecia direito. Taylor se sentia extremamente frustrado em pensar que poderia nunca mais vê-la. Claro, seria uma grande idiotice de minha parte começar com um suspense desnecessário, todos vocês devem imaginar que eles vão se encontrar de novo no decorrer da história, e eu vou afirmar agora que não estão enganados, eles realmente vão se encontrar de novo.