Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas escrita por Herdeira de Sonserina


Capítulo 16
Capitulo 16


Notas iniciais do capítulo

Eles ficaram na arena mesmo? Sobreviveram?
Perguntas e mais perguntas :S



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Acho que a explosão danificou meu aparelho auditivo. Meus olhos estão imperados e eu estou num transe dentro da minha própria mente. Não consigo me mover. Não consigo me conectar com o mundo. No vazio da mente um barulho estrondoso ecoa entre meus ouvidos. Dois tiros. Estou morta. Minha alma deve esta vagando dentre a arena e meu corpo sem vida deve esta sendo inçado por um dos aerodeslizadores. Não. Não pode ser. Eu não pude ter falhado. Meu corpo não consegue se mover mais eu escuto. Escuto uma voz. Escuto no vão da minha mente alguém implorando.

Uma gota de água me toca ao rosto. Eu não estava morta obviamente. Estava sentindo algo. Meu plano havia dado certo. – Por favor não morra! – Uma voz grita em meu ouvido. Meus olhos ainda não conseguem abrir. James. Era ele. – Lisa, não morra! – Grita a voz rouca novamente.

Lembrei-me de um dia nas fabricas de tecido no Distrito 8. Poderia chamar de ‘’pior dia da minha vida’’. Era uma tarde qualquer. Estávamos terminando nosso turno de trabalho cansativo. Meus irmãos trabalham na inspeção. Enquanto eu sou tecelã integrada. Lembro-me das mãos fortes me jogando para baixo. Eu cai com tudo no primeiro andar. Lembro das pessoas me olhando, falando sobre mim, mas meu corpo não respondia. De alguma forma meu corpo não queria se conectar com as outras pessoas. A única coisa que sentia era Phil, fazendo a mesma coisa que James esta fazendo comigo agora. Gritando meu nome, mas sem resposta. Eu sempre quis saber quem havia me jogado do 2° andar da fabrica. Mas nunca tinha ouvido falar em mais nada desde aquele dia.

Abri meus olhos aos poucos e vi James com o rosto ensanguentado. Com uma expressão de pavor. Ele estava correndo comigo entre seus braços. Sua testa estava tão vermelha de sangue que acho que ele não iria durar por muito tempo.

O esforço de abri os olhos, foi tão grande que cai exausta nos braços truculentos de James.

Quando conseguir abrir meus olhos novamente, estava no meu grande saco de dormir. Era o fim da tarde, dava-se para ver o por do sol. Não vi James. Desesperei-me. Será que ele morreu e me deixou aqui? Quando conseguir sair do grande saco o vi caminhando para junto ao meu corpo. – Finalmente! Você acordou! – Ele diz com uma voz rouca.

Estávamos numa floresta. O clima estava agradável.

– Onde estamos? – Pergunto.

– Não sei... Mas não estamos mais na arena! – Diz ele. Não estamos. Meu plano funcionou. Eu não morri. Ate agora.

– Não me lembro de nada depois daquela explosão. – Digo.

– Nós fomos jogados para fora da arena! Você desmaiou, mas não vi nenhum pacificador nos seguindo! – Diz ele me dando algumas frutas.

– Eles iram vim! Ainda estamos com os malditos rastreadores! – Digo olhando para seu rosto ensanguentado. – Oque foi isso no seu rosto...

– Nada... Só um galho! – Diz ele com um sorriso entre os lábios. Estávamos vivos e fora da arena. Mas por que os dois tiros foram ouvidos?

– Vamos sobreviver e nos localizar no mundo! Ai vamos voltar pro Distrito 8 como sempre! – Digo a ele.

– Quem manda aqui é você! - Fala ele. – Você acha que...

– Que oque? Que eles estão chorando por nos? Não... Acho que a maioria dos moradores do Distrito 8, não iram sofrer com nossa falta! – Digo.

– Já te agradeci? – Diz ele.

– Por que? – Pergunto.

– Por me fornecer essa aventura, incrível! – Diz ele me abraçando.

Sinto seus cabelos ruivos tocarem minhas costas e seus pequenos lábios esquentarem meu ombro. Retribuo o trabalho. Não conhecia James como Phil. Mas se não fosse por ele eu não estaria aqui viva. Eu estaria morta na arena, certamente.

Passamos uma semana na floresta que vivia ao lado da arena. Não víamos pacificadores nos seguindo ou aerodeslizadores na nossa cola. Acho que eles estavam nos monitorando para nos pegar de surpresa.

Passamos essa semana comendo tudo que a natureza fornecia e dormindo na barraca. Cuidamos de nossos ferimentos e conseguimos sobreviver ate chegar aos trilhos do trem que seguiam ao Distrito 1.

De acordo com meu plano iriamos encontrar nossos uniformes de pacificadores, para entrar nos trens sem serem percebidos.

Anos atrás conversei um velho pacificador que trabalhava no trem. Falei a ele do meu plano e ele disse que iria me fornecer um uniforme. O problema era esse. Só teria um uniforme para nos dois. Não sabia que James iria se juntar a mim. E Graças a ele eu estou aqui.

Andamos por mais um dia. Estávamos exaustos. Acho que andamos por uns 3 a 4 km. Chegamos a uma velha casa que estava abandonada e decidimos dormir aquela noite por ali.

Cochilamos por algumas horas. Acordei com o barulho das botas derrubando a porta. Eram eles. Uma esquadrilha de pacificadores entra na pequena casa. Um pacificador chefe da as ordens para os demais.

James luta contra alguns pacificadores que lhe dão um soco em seu rosto. Ele cai duro no chão. Dou gritos entre a multidão, peço-lhe para que não o machuquem. Eles amarram James com cordas e o puxam ainda em estado de desmaio.

As obscenidades saem como vomito de minha boca. Olho para as mascaras dos pacificadores. Todos com seus capacetes brancos.

– Ele quer ela viva! – Grita o pacificador chefe. Quem? Quem será que me quer viva?

Quando começo a me debater entre os braços dos diversos pacificadores, sinto o cheiro de éter encher minhas narinas. A ultima imagem que vejo é os pacificadores carregando James, colocando um saco negro em sua cabeça e o levando para um carro negro em minha frente. Ele estava morto. Mesmo que tivesse com vida, ele estaria morto. Morto para o mundo.


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Notas finais do capítulo

Quem será que quer ver a Lisa viva?
Será que James morreu mesmo?
Será que ela continuará viva?
No proximo Capitulo



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