The Black Cat Promise escrita por Giulhynha
Notas iniciais do capítulo
Heey, leitores!
Vim dizer que infelizmente terei de dividir o capítulo em duas partes, e acho q vcs devem concordar comigo, né, afinal já renderam mais de 1700 palavras e eu n gosto de capítulo grande, pois acho q fica cansativo :x
E vai ter hentai SIM! No próximo capítulo, pois não coube nesse. :v
Black Cat POV
Faz muito tempo que não venho ao quarto da estátua... Acho que continua como sempre, ela no centro, olhando seu anel sob a luz azul. E ela deu sorte, o anel não se perdeu novamente. Se bem me lembro, ela vive para o perder, mas não que eu saiba como uma estátua perde coisas e fica choramingando depois.
– Aqui tem um ar de calma, bem diferente do resto da casa... – comenta Sally, se sentando ao pé da estátua.
– Sim, creio que se deve a ela. – aponto para a estátua.
– Como assim? – Sally olha para trás, como se esperasse que a estátua começasse a andar.
– Bom, a única coisa que perturba a atmosfera desse quarto, é normalmente, ela perder esse anel de porco no dedo dela. – ambos olhamos o anel.
– Mas como ela perde isso? É uma estátua! – sempre lendo meus pensamentos...
– Isso nem eu sei responder, só ela sabe como.
– Bom, não é minha culpa, é aquele cozinheiro idiota que vive roubando meu anel quando não estou olhando. – ouvimos a estátua sussurrar. Sally pula e vem correndo se esconder atrás de mim.
– EEEEEEEITA! – ela diz em seu percurso.
– E ela também fala uma vez ou outra, mas comigo presente é a primeira vez. – realmente, ela nunca se dirigiu a mim.
– M-moça, não faz nada com a gente não, estamos correndo tem horas, e já fugimos de mais coisas que posso me lembrar... – Sally suplica sob meu ombro.
– Não pretendo fazer nada de mal a vocês. Sou uma romântica incurável, sabem? Então não farei nada a um casal tão unido.
Momento vergonha. Obrigado, estátua, nunca me abre a boca, e quando abre...
– N-não somos um casal. – eu digo. Consigo sentir as faces esquentando. Que ótimo.
– O-o que te fez achar isso? – Sally solta uma risadinha nervosa atrás de mim.
– O jeito como chegaram aqui. Pude ouvir suas vozes antes de chegarem aqui, você fez um ótimo trabalho consolando a garota, meus parabéns. – e a estátua prossegue com seu discurso.
– Fiz o que qualquer um faria, não foi nada de extraordinário. – cala a droga da boca!
– Fez? Hum... é, fez... quem sabe... – ela dá uns risinhos como se soubesse de algo que não sabemos, e em seguida, fica quieta novamente.
– Ér... estátua que shippa? Tem de tudo aqui mesmo. – ouço Sally resmungando.
– Pelo visto, essa foi novidade até pra mim.
Nos sentamos no chão, ainda envergonhados pela cena precedente. Tenho que dizer algo, ou o clima de vergonha só vai aumentar... onde estão os comentários sarcásticos quando preciso deles?
– Bom, afinal, todo mundo pode ter uma veia romântica, né? – Sally comenta rindo.
– Mesmo as estátuas, certo? – A acompanho.
– Elas principalmente, mesmo não tendo veias específicas.
– De acordo. Hum... estamos correndo a um bom tempo, não é? – Sally acena afirmativamente. – Você deve estar com fome.
– Nem imagina o quanto. Na verdade, agora que parei pra pensar, poderia comer um elefante.
– Não creio que possa providenciar um elefante. – digo em meio a risadas. – Mas creio que algo menor seja possível.
– Providencie, eu lhe imploro. – Sally se ajoelha e finge uma reverência.
– Como negar tão irreverente pedido? – em meio a risadas, me sento de frente a ela, e estendo as mãos com as palmas viradas para baixo. Vejo seus olhos azuis brilhando com curiosidade. – Quer me ajudar?
– O que devo fazer?
– Apenas coloque as mãos em baixo das minhas com as palmas viradas para cima.
Sally faz o que pedi, então começo a me concentrar. Talvez demore um pouco, com a magia da casa desestabilizada... Oh, essa sensação... Consegui?
– Nossa, que legal! – Sally me confirma.
– Isso é um bom sinal e tanto! Quer dizer que a magia se estabilizou, mesmo que temporariamente.
– Vamos poder diminuir o ritmo então?
– Se continuar assim, talvez.
Sally suspira. Sim, diminuir o ritmo seria bom. Já estamos correndo há horas sem descanso, estamos quase esgotados. Consegui conjurar... sanduíches. Bom, com o estado atual da magia na casa, eu não poderia exigir grande coisa.
– Vamos ver como está o Dellivery BC. – Sally diz e dá uma bela mordida. – Hum, melhor que eu pensava.
– Não subestime minhas habilidades de conjurar... sanduíches do que quer que isso seja feito.
– O meu é de frango. O seu é de...? – Ela espicha o pescoço em minha direção.
– Vamos ver. – Provo, e ao que parece, é de atum. Que ironia. Digo isso a Sally e ela também acha uma bela ironia.
– Deve ser seu subconsciente ou algo assim. – Ela diz bem humorada. Respondo apenas com um revirar de olhos.
Algum tempo depois, sanduíches acabados, nos lembramos da família de anfíbios que Sally carrega.
– Não convém destampar esse vidro? Essas coisinhas devem estar com pouco ar. – Aponto para os girinos.
– Hum, sim. – Ela destampa o vidro. – Melhor?
As criaturas a olham de forma brilhante. Nem parecem assassinos, quem diria. O sapo então, não esconde sua admiração. Não o condeno, ela chegou aqui e veio sacudindo o lugar todo, realmente, há tempos que eu não me divertia tanto.
– De que está rindo? – Sally me olha.
– Hum?
– Você está aí rindo pro nada... Não tem nada errado na minha cara, tem? – Ela apalpa o rosto.
– Não, não, só estava pensando em como os sapos adotaram você.
– É, parece mesmo.
– Muito normal para uma garota, não? – Digo rindo.
– Eu nunca te enganei dizendo que era normal, pelo que me lembro! – Ela agita um dedo no ar.
– Não, realmente.
Por um tempo, ficamos sentados, apenas pensando em qualquer coisa, dessa vez, sem qualquer sentimento de vergonha por falta de assunto ou coisas do gênero, só estamos descansando.
– Ei, BC...
– Diga.
– Posso te perguntar uma coisa? Acabei de me lembrar.
– Claro.
– Hum... – Sally parece em dúvida para escolher as palavras... Ora, não fique nervoso, você não fez nada de errado. Ou fez?
– O que foi? Eu fiz algo?
– Na verdade sim...
Meu Deus!
– E-eu não me lembro de ter feito nada de errado e... - Sou interrompido.
– Não, não, calma, não fez nada demais! – Sally abana as mãos. – É só... Me lembrei de uma coisa que vi quando estava no quarto, antes de você voltar com a medicação.
– Então, o que foi?
– Porque me desenhou? – Ela me pergunta com um rosto inocente.
– A-ah, isso... – QUANDO ELA VIU O DESENHO? – Como ficou sabendo dele?
– Ainda não me respondeu. – Um levantar de sobrancelhas me é dirigido.
– Bom, foi antes de você acordar, a casa estava sem energia elétrica, como não tinha mais nada a fazer, peguei uns materiais e desenhei algo aleatório. Na verdade, não tinha notado que era você até acabar. E não te disse pois, muito provavelmente acharia que se tratava de um maníaco, ou algo assim.
– Hum, faz sentido. – Pausa. – Mas eu gostei, sabe?
– Sério? – Achei que no mínimo não seria olhado no rosto pelo resto da jornada até o lado de fora.
– Séríssimo, você tem talento.
– Ou muito tempo livre.
– Aqui? Duvido. – Ela faz um gesto abrangendo o aposento.
– Atualmente tem estado meio movimentado.
– Não desmereça a própria arte, é frustrante para nós, adeptos aos bonecos de palitinho. – Ela aponta um dedo para si mesma.
Levanto os braços em sinal de rendição.
– Tudo bem, ok. Você venceu.
– Já tem o que fazer quando sair daqui.
– Como?
– É, você pode ser desenhista, tem um traço único. Aliás, você já tinha pensado no que fazer depois de sair?
A verdade? Me acharia com sorte SE saísse daqui...
– Não, não tinha pensado em nada.
– Tenho certeza de que vai arrumar algo, tem tantos talentos. – Ela diz ao sorrir.
– Obrigado... – Sinto as faces aquecerem, olho para o outro lado.
– Sabe, e no mais, te levo comigo.
Olho para Sally, que fita o teto abobadado azul do aposento.
– Te devo bastante, já nem lembro de quantas vezes me salvou aqui.
– Não precisa agradecer, mesmo.
– Mesmo assim, que fique clara que sou grata. – Sally se espreguiça e boceja. – Argh, só agora que paramos de correr que notei o quão cansada eu estou.
– É, eu também, acho que podemos aproveitar que ganhamos um tempo extra e descansar.
– De acordo. – Ela encara o chão resignada. – Ah, se não tem outro jeito, acho que vou dormir no chão mesmo.
– Uma pena não termos nada melhor, desse jeito vamos acordar mais doloridos que agora.
– É... – Sally suspira. – Bom, é melhor que nada, não é mesmo?
Enquanto nos preparamos para achar alguma posição levemente confortável, ouvimos um sussurro.
– Sabem, não precisam ficar deitados nesse chão frio e duro, podem usar isto.
E um farfalhar de tecido.
Nos viramos e vemos que a estátua fez aparecer um conjunto de mantas.
– Hum, obrigada. – Diz Sally.
– Não precisa agradecer, querida. – A estátua dá mais uns risinhos e em seguida, se cala novamente.
Decidimos não questionar, forramos algumas mantas no chão, porém só nos sobra uma para nos cobrirmos.
– Sem problemas, podemos dividir. – Sally comenta enquanto arruma as mantas.
– Hum, sim. – Como foi que acabei parando aqui?
Nos deitamos um pouco constrangidos, mas nada tão grave assim. Me viro de barriga para cima e apoio a cabeça nos braços. Sally se vira de costas para mim. Ficamos quietos por alguns minutos, até que ouço sua voz baixa.
– Sabe, eu queria realmente que você viesse comigo, você foi o único que realmente se importou com a minha segurança e com o meu bem estar em muito tempo, mesmo isso não sendo sua obrigação por parte alguma... Não estou pronta para perder isso... É egoísmo meu, mas realmente, sinto que vou ficar com muitas saudades quando você for embora... E é ridículo também, nos conhecemos a tão pouco tempo...
Não noto o que faço, apenas me dou conta de que virei Sally para mim e a estou abraçando com força. E que estamos muito próximos.
– Não entendo o motivo de querer manter por perto um cara amaldiçoado, mas se é o que deseja, atenderei, afinal, você me deu uma perspectiva de uma vida fora desse lugar.
Sinto os dedos de Sally subirem por minha face e chegarem em minha nuca, enquanto ela se aproxima... Não sei se mereço o que ela me dá, mas o fato é que me sinto incapaz de fazer algo além de retribuir o beijo.
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Espero que tenham gostado ^^
E até a próxima o/