The Black Cat Promise escrita por Giulhynha


Capítulo 3
Acordando


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, retiro o que disse sobre demorar somente o necessário, desculpem :x



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Algumas horas e alguns rabiscos depois, nosso ex-gato (ou não TÃO ex assim) nota que a forasteira está parecendo acordar.

Black Cat POV

Hum? Parece que ela já está acordando. Até que é bem resistente.

Se levanta e vai até a cama, ficando de frente à garota.

– Ei, consegue me ouvir?

– Hmmm... maicincominutzmãe...

Retiro o que pensei.

Tentando segurar o riso, ele volta à escrivaninha, para finalmente reparar no que tinha andado rabiscando.

Como assim eu desenhei ela sem nem notar? Ele se pergunta franzindo a testa. Bom, pelo menos ela não acordou e viu isso tudo aqui, seria meio difícil explicar sem tentar parecer um tarado maluco... Parece que ela pode acordar daqui a pouco tempo, melhor guardar esses desenhos pra não passar por situações complicadas.

Sally POV

Minhas pálpebras parecem muito pesadas para eu conseguir abri-las, vou tentar depois. Minha cabeça dói, o que aconteceu? Hum, tinha algo a ver com... UM URSO ENORME QUICANTE VINDO NA MINHA DIREÇÃO!

Nessa hora, Sally consegue abrir as tão pesadas pálpebras. (Bem que dizem que sapo assustado dá seus pulos). Mas não tem nada, nem sinal do urso.

Onde eu estou? Com certeza não é lá naquele hall. Preciso saber onde estou, vou sair do quarto, depois eu volto, era justamente o que eu precisava mesmo, um quarto com uma cama, que aparentemente está “dormível”. Muito bem, Sally, hora de levantar.

Consigo me sentar na cama, não sem ser acometida por uma tontura terrível. Aposto que é coisa do braço. Realmente, a dor é bem forte, devo estar alucinando. Eu tô sentindo uma mão em mim, claro que eu to alucinando!

– Calma, calma, desse jeito vai desmaiar de novo.

Caraca, que alucinação realista!

– Respire fundo. – dizia a alucinação, que tem uma voz muito legal, inclusive.

Melhor não contrariar alucinações.

Respiro fundo algumas vezes, o quarto para de rodar e um rosto vai entrando em foco.

– Isso mesmo, está melhorando, né? Fique deitada por mais um tempo, vou trazer algo pra você comer.

Antes que eu pudesse protestar, o estranho (que pelo visto foi quem me trouxe aqui e me aparou antes que eu desmaiasse mais uma vez) sai do quarto, me deixando sozinha para pensar com os meus botões. Botões esses que estavam bem acidentados depois do meu delicado trajeto até a casa. Resolvo me levantar e olhar ao redor, já que ele está demorando um pouco a voltar. Não tem tanta coisa assim pra se ver no quarto. Ando até a janela ao lado da cama e olho para fora. É, tem mato bagarai lá fora. Me volto pro interior do quarto. Vou até uma penteadeira.

– Meu nome é Sally e eu sou a face da destruição. – me apresento ao espelho. Jesus, pareço um zumbi com essas “roupas”.

Continuo olhando o quarto, que tinha uma incrível decoração com um estilo antiquado. Já mencionei que adoro coisas assim? Pois é, eu amo! Então, depois de verificado todo o quarto (em parte, pois não vou sair por aí abrindo armários e gavetas alheias), vou até uma escrivaninha e vejo uma orelhinha de papel saindo por uma das gavetas. Ah, uma olhada não vai matar ninguém. Puxo o papel, e o que vejo me assusta e me agrada ao mesmo tempo: um desenho feito à mão da minha pessoa adormecida na cama ao meu lado, com um sombreado maravilhoso. É condenável a minha vontade de roubá-lo? Enfim, por qual motivo um estranho estaria me desenhando? Eu ein, mais tarde eu vou falar disso com ele.

Volto e me sento na cama, esperando.

Depois de alguns minutos, o garoto volta trazendo uma maleta de aparência velha, que fazia um barulho de couro velho se esticando quando ele a balançava, além de uma bandeja com alguns sanduíches (ai, se o circo estivesse precisando de equilibristas, eu tenho o cara perfeito bem aqui!).

– Obrigada – digo aparando a bandeja, a colocando no meu colo.

– Por nada, faz quanto tempo que você comeu pela última vez? – ele pergunta, se sentando ao pé da cama.

– Acho que hoje de manhã, depois disso passei o dia todo dentro de um táxi viajando. – explico.

– Para onde estava indo? – Esse garoto tem os olhos mais pretos que eu já vi...

– Pra ser sincera, e sem querer ser melodramática, estava fugindo de casa. – digo enfiando um pedaço generoso de sanduíche na boca. Meu Deus, isso ta melhor do que eu esperava!

– E por que uma atitude tão extrema?

– Simplesmente já não agüentava mais a folgada da minha madrinha. – suspiro – Aquela mulher é o demônio! Depois que meus pais morreram eu fui obrigada a ir morar com ela.

– Ela te fez alguma coisa?

– Melhor perguntar se não fez! Aquela gorda miserável me escravizou! Sally, já lavou e passou todas as roupas de cama? – digo imitando sua voz anasalada irritante – Sally, já fez a janta e pôs a mesa? Sally, estou com vontade de comer os bolos da Glória, vá buscar! O lugar era do outro lado da cidade, e pior, era aberto 24 horas ao dia! Sally, já aparou todos os arbustos do jardim? ELA TEM UM LABIRINTO DE ARBUSTOS EM CASA! – grito com os braços para cima (ou o braço, já que o outro estava quebrado) – E seria pedir de mais uma ajudinha? Servia até o ditado do muito ajuda quem não atrapalha! Mas quem disse que ela conhece? Não senhor, onde passa vai sujando, desarrumando, e ainda chama a turminha pra ajudar, como se por si só ela não fizesse muita bagunça! E ai de mim se pedisse alguma ajuda quanto a não atrapalhar! – volto a imitar seu tom de voz – “Não se atreva a ser ingrata! Te recolhi na minha casa pra ficar de mordomia! Se quiser morar aqui tem que fazer por merecer!” Ah, gorda dosinferno, mofe no meio da sua sujeita agora! – finalizo a frase levantando um dedo do meio na direção em que julgava ser a casa dela.

Como era de se esperar, o garoto cai na risada.

– Uau, haja rancor, ein? – ele disse, assim que conseguiu parar de rir.

– Se fosse você também iria guardar. – reviro os olhos.

– Quem sabe? – diz tirando a bandeja do meu colo – Bom, já que acabou de comer, me deixe ver seu braço.

– O que vai fazer?

– Vou bater high five! Vou examinar, caramba! – ele diz rindo – Me dê o braço.

– Tá, mas tem certeza do que vai fazer? – não quero acabar com o cotovelo ao contrário, Jesus!

– Já dei jeito em coisa pior que isso aí. – ele aponta.

– Hum, ok. – ofereço o braço.

– É, mais um pouco e teríamos um quadro bem feio aqui, mas nada que eu não resolva.

Enquanto ele se virava e começava a mexer na maleta, eu notei uma coisa: eu não tinha acordado nem a uma hora atrás direito e já tinha contado praticamente toda minha vida a um estranho! Bom, um estranho que me ofereceu abrigo, comida e supostamente irá cuidar do meu braço. Mas, caramba, até sarcasmo já rolou, parece que estou falando com um amiguinho de escola! Não que eu me lembre de já ter estudado com alguém com uma fisionomia tão... chamativa? Credo, Sally, pare de pensar essas coisas, sua atirada!

Ele se vira com um frasquinho na mão.

– Isso deve resolver, beba um pouco e amanhã vai estar novinha em folha! – e me estende a garrafa. Que gracinha de garrafa aliás! Ai, Eu e minhas manias!

– Que tipo de remédio é? – pergunto enquanto pego a garrafa.

– Um que faz efeito rápido, e não é nada que possa provocar uma alergia, antes que pergunte. A antiga dona dessa casa – ele faz um gesto indicando os arredores – era muito adoentada, então não podia tomar qualquer coisa.

Cheiro o líquido e em seguida dou um gole. (É o ritual do remédio que nunca foi tomado, precisamos estar preparados pra um sabor de... boldo) Me surpreendo com o gosto, que é melhor do que eu pensava.

– Assim está bom?

– Sim, deve bastar. – ele pega a garrafa novamente e a guarda na maleta – Ah, e você deve estar precisando mudar essas roupas, está encharcada. E, bom, cheia de arranhões e rasgos, não quer tomar um banho?

Eu aceno positivamente.

– Seria uma benção!

Ele se levanta e abre um dos armários, tirando de lá um vestido com a parte do busto branca, sem mangas, e uma saia longa em um marrom cor de café, e em seguida me entrega.

– Pode ir, enquanto isso vou guardar essa parafernalha toda. – diz pegando a maleta e colocando em cima da bandeja.

– Ok. – e entro no banheiro.


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Notas finais do capítulo

Ao menos está grandinho, né?
E incentivo, pls, tá faltando Ç-Ç



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