Ao ler o bilhete o coração de Harry acelerou.

Hermione deixou com ele uma indicação de onde estava, não havia desaparecido como havia pensado. Sobressaltado, Harry releu o bilhete várias vezes para entender para onde Mione tinha ído.

"Estarei onde já estivemos juntos." ...... "Quando buscávamos algo."

Será que é na floresta proibida? Pensou .... Não, mas acho que ela não teria lembranças boas de lá.

A cabeça de Harry girava descontroladamente, sem saber ao certo onde Hermione estava. Harry nunca foi bom em enigmas, Mione sempre o ajudara nisso. Sem querer perder tempo, ele desceu apressadamente e informou aos Weasleys e a Gina que precisava ír na casa dos tios pra resolver questoes da família, e voltaria assim que pudesse. Eles acharam estranho essa saída repentina de Harry, mas ainda assim assentiram. Harry não pode falar nada com Ronald, pois ele ainda estava dormindo no andar de cima. Em minutos Harry aparatou no seu quarto, fez os tios se assustarem com o barulho. Pegou rapidamente algumas roupas e a capa da invisibilidade e colocou na mochila, e desceu na cozinha pra pegar algumas guloseimas.

– Tá fugindo da polícia Potter?

– Não enche Duda! Quem vive fazendo isso é você.
– Pra onde vai Harry? Que mania é essa de sumir e não falar pra onde está indo? Reclamou petúnia.
– Tia, eu já sou maior de idade. E estava na casa do meu amigo, o Duda viu quando saí.
– Mas é importante que me avise pra onde está indo.

Harry Riu
– Por que está rindo? eu não estou brincando!
– Nada, só por que é engraçado isso. ... enfim, vou passar um tempo na casa do Ronald, de qualquer maneira volto aqui algum desses dias pra ver se ta tudo bem, ok?
– Certo, tome cuidado. Disse Petúnia
– E manda um beijinho pra sua amiga gatinha. Brincou Duda
– Ah, não enche Duda. Tô indo!

Harry subiu as escadas apressado, pegou sua vassoura e enfiou na mochila (Que a hermione havia usado um feitiço de extensão), sentou na cama e pegou o bilhete novamente.

– Onde você está Mione? Ela só pode estar falando das Horcruxes, mas estivemos em tantos lugares.

Onde ela se sentiu bem? Onde .......... AAAAAAAAAAAAH! Harry quase que gritou. É claro, como não pensei nisso antes. E rapidamente, aparatou.

"Talvez nós devêssemos apenas ficar por aqui, Harry. Envelhecer"

Harry abriu os olhos e lembrou exatamente dessas palavras, lembrou da Hermione há um tempo atrás repetindo essas palavras para ele, bem ali na floresta do deão. Um lugar especialmente bonito, em que ela lembrava dos pais, tinha boas lembranças. Tinha que ser ali! Harry olhou nos arredores, não tinha sinal de ninguém aparentemente, o dia já estava escurecendo e ele precisava encontrá-la rapidamente, á noite com certeza ficaria mais difícil. Harry andou um pouco nas redondezas da floresta, encontrou o lago onde haviam achado a espada de gryffindor, um filme passou na sua mente. Ronald destruindo a Horcruxe, e a visão do beijo com a Mione. Harry suspirou e seguiu o caminho até encontrar o rio, onde ficaram acampados juntos.

– Foi bem aqui! Harry suspirou.

Decidiu ficar ali, sentado embaixo da mesma árvore em que ficaram conversando sobre aquele lugar, na esperança de que a Hermione surgisse de algum lugar. Afinal, ela nao ficaria exposta no meio de uma floresta, era inteligente demais pra isso. Já estava ficando frio, e Harry começou a ficar sem esperança, talvez tivesse entendido errado o enigma de Hermione, não seria a primeira vez, quase congelando já estava estudando em sua mente outros lugares onde procurar. Ouviu um barulho próximo do rio, um pouco atrás de onde estava, ao olhar pra trás viu Hermione se aproximar da água e sentar, apenas encarando seu reflexo na água e a luz da lua que já começava a reluzir como em um espelho. Harry levantou-se depressa e foi andando em direção ao rio. Hermione quando ouviu o barulho de alguém se aproximando, levantou automaticamente e gritou.

– ESTUPEFAÇA!

Harry caiu 3 metros além e bateu forte com as costas.

– Droga, Harry! exclamou Mione reconhecendo o amigo.

– Eu estou bem! Disse Harry levantando rapidamente.

– Você podia me assustar menos não é? Por merlin, venha aqui! Hermione o segurou pelos braços e o levou até a árvore onde já estava, o encostou nela e sentou junto com ele..... Você está bem?
– Estou! Disse Harry rindo... E você bem que podia ter conferido se não era apenas um coelhinho indefeso que estava atrás de você.
– Ah, é que me ensinaram que em uma guerra, não se pode pensar duas vezes. deixa eu ver, foi você! Hermione falou com uma certa ironia
– Tudo bem, tudo bem!
– Mas, que bom te ver de novo. Hermione o abraçou...... O que está fazendo aqui? Não imaginei que me acharia tão rápido, você não é muito bom com enigmas. Aliás, não imaginaria que viesse tão rápido. O que aconteceu?
– O que aconteceu? Você sumiu do nada, não avisou a ninguém. Todos estão preocupados!
– Nossa, estou me vendo em você. Disse Mione rindo
– Não to brincando. retrucou Harry
– Eu sei! E você está errado, eu te avisei, pedi para que você avisasse aos outros que eu estava bem. Você fez isso não fez?
Harry baixou a cabeça.
– Você não avisou? Perguntou Mione
– É que eu e o Ronald discutimos, e talvez não seria bom falar que você deixou comigo a informação de pra onde iria. Respondeu Harry
– Ah, mas que droga. Por que discutiram?
– Por que, ele é um imbecil ás vezes.
Hermione bufou!
– Eu não entendo mais o Ronald, queria entender, mas não entendo.
– Tudo bem, não vamos falar disso agora. Quero entender por que ta precisando desse tempo, quero entender você. retrucou Harry
– Quer me entender? Mione riu.... Tá, você sempre foi bom em tentar né? Vamos entrar enquanto não apareça perigo de verdade.

Eles passaram pela barreira de feitiços de proteção feita por Mione, e Harry avistou uma cabana modesta, mas que ao entrarem parecia mais um castelo. A magia realmente era encantadora. Os dois se aconchegaram nas poltronas que havia em um dos vãos da cabana. Harry não deixou de admirar a beleza da amiga, simplesmente não conseguia mais disfarçar o constante desejp que tinha toda as vezes em que estava perto de Hermione.

– Harry, quer comer alguma coisa?
– Hã, não obrigado!
– Então Harry, veio aqui pra me entender? Perguntou Mione rindo e tomando um pouco da xícara de chá que tinha na mão.
– Mione, eu sei que você não tá bem, eu notei isso quando conversamos ontem no jardim da toca.
– Engraçado você notar isso, quando meu próprio namorado não nota. retrucou Mione cabisbaixa
– Quanto ao Ronald ... você sabe que ele ás vezes mete os pés pelas mãos... Mas ele gosta muito de você. Afirmou Harry, meio que falando pra si mesmo
– Não! Eu não quero saber se ele gosta de mim ou não. Na verdade nem sei se ele gosta mais. Ele não me entende, não entende que estou sofrendo, estou sem meus pais. E ele tá lá, na família dele, mesmo sem um dos irmãos, mas ele tem Família Harry! Ele não sabe o que é ficar sem família.
– Eu entendo você...
– Claro que você entende! Mione o Interrompeu. Você também passou e passa por isso. Você ainda tem seus tios, mas eu não tenho ninguém sabe, ninguém pra quem recorrer.
– Você não tem outros parentes? Perguntou Harry
– Meu pai tem um irmão que mora em Amsterdã, mas não faço ideia de onde seja. Nós nos encontramos apenas quando eu era menorzinha, agora não faço ideia.
– E sua mãe?
– Minha mãe foi filha única, meus avós já morreram. Não tem ninguém da família dela que eu conheça. Respondeu Mione
– Você veio passar esse tempo aqui pra pensar no que fazer, já pensou? Pensou em como fazer com que seus pais lembrem de você?
– Na verdade passei o dia estudando isso, aqueles livros ali... Disse Hermione apontando para uma dúzia de livros amontoados em cima de uma mesa.... Mas não vi nada concreto. Feitiços com memórias são delicados, e podem comprometer a saúde mental de quem foi enfeitiçado. Mas eu não vou desistir, na verdade ainda não sei o que fazer, mas não vou desistir.
– Eu vou te ajudar!
– Não Harry! Você precisa se concentrar agora em estudar pra melhorar suas notas. Se quiser ser Auror ...
– Hermione! Não é hora de me cobrar que estude mais. Somos amigos, melhores amigos. Nós lutamos juntos, você perdeu o contato com seus pais por conta da nossa amizade, se não fosse minha amiga os comensais da morte não iriam procurar nem você, nem sua família. Eu não vou te deixar sozinha justo agora.
– Mas Harry, eu nem sei por onde começar ...
– Não sabíamos com as Horcruxes, lembra? Disse Harry rindo ... Mas eu sei de uma coisa.
– O que? perguntou Mione
– Que se ficarmos juntos, nós temos mais chance. Me deixa te ajudar? disse Harry estendendo a mão pra Mione
– Eu odeio quando você tá certo. Respondeu Mione sorrindo e estendendo a mão pro amigo

Harry puxou a mão de Mione e a abraçou, passou um momento num abraço carinhoso com a cabeça dela encostada no seu ombro, fechou os olhos por um momento e pensou no quanto aquele abraço o fazia bem. Mione estava bem feliz em estar com Harry naquele momento, ela precisava de alguém que a entendesse, e Harry sempre fazia isso muito bem, até melhor que Gina que era sua cúmplice na maioria das situações. Mas Harry, Harry entendia Hermione de uma forma bem singular. Ele muitas vezes sabia exatamente como agir, a hora de falar a coisa certa. E naquele momento, ninguém poderia entendê-la mais que ele.

– Muito bom ter você aqui Harry... Disse Hermione ainda em meio ao abraço do amigo.... Confesso que já estava ficando com medo de ter embarcado nessa sozinha. Você sabe o quanto sou medrosa. Mione riu
– Eu sei disso, por isso tô aqui, pra te proteger. Disse Harry afastando-se do abraço da amiga e a encarando rindo
– Bobo! respondeu Mione ... Agora vamos dormir. Amanhã pensamos no que fazer, eu estou com muito sono, não dormi bem na noite anterior.
– Certo!
– O Problema é que só tem uma cama. Disse Mione
– Tudo bem, eu durmo aqui. Respondeu Harry se ajeitando na poltrona
– Não seja ridículo! Te deixo dormir na minha cama, sei que não vai me atacar á noite. Respondeu Mione rindo
– Prometo que me controlarei. Brincou Harry
– Vou dormir de olho aberto então. Respondeu Mione rindo.... Boa noite Harry!
Hermione beijou sua bochecha e foi deitar na cama
– Boa noite Hermione!

Sussurou Harry e ficou um momento sentado na poltrona olhando pro nada enquanto os seus pensamentos se dirigiam a amiga, que estava dormindo.