Preocupações de uma humana. Era apenas mais uma pessoa no mundo. Uma entre 6 bilhões e cacetada de humanos. Uma entre sei lá quantos seres vivos no planeta. Apenas mais um aglomerado de moléculas no universo. Mais um agregado de átomos que forma esse plano em que estamos.

                Melhor, era não. Sou! Sou apenas uma humana a querer mudar o mundo a minha maneira, mas não tenho a menor noção de como fazê-lo. E se não se sabe como fazer, então não se faz, certo? Certo.  Não....não parece certo.

                E sabem por que não parece certo? O mundo está a sua maneira, a se “desfazer”, ou apenas a se “refazer”. Mas parece que não está a seguir o caminho correto das coisas. Porém quem sou eu para julgar o que está certo e errado? Como poderia julgar algo assim se nem consigo responder uma simples pergunta: quem sou eu?

                Não sei se tal pergunta já passou pela sua cabeça, leitor, mas pergunto-lhe isso (vamos dar uma de Machado de Assis agora...): já passou por sua cabeça essa indagação? Se sim, justifique o por quê. Se sim, conte-me, por favor, se conseguiu se achar depois. Se sim, responda-me!  Aquele que tu te tornaste depois dessa pergunta era o mesmo que era antes de surgir em sua cabeça essa pergunta.

                Confuso? Avise-me depois se ficou com dúvida. Mas, peço-lhe, encarecidamente, que me ajude.

                Agora me ocorre uma frase 100% aleatória. “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. Seno a cosseno b, seno b cosseno a”. É, não é a “Canção do Exílio” em natura, apenas mais um “macete” de trigonometria para decorar uma fórmula lá. E donde veio o sabiá, donde vieram as palmeiras e donde veio a terra? Terra essa formada por terra, células e moléculas, átomos, partículas, subpartículas, subpartículas das subpartículas. E como vemos, enxergamos, sentimos, ouvimos e etc etc etc....enfim! Como conhecemos todas essas coisas? E como podemos provar se elas então lá mesmo?

                Pulemos da matemática literária para a filosofia e consultemos nosso amado (ou nem tanto) Platão. Se estamos na caverna, o que seria o “fora da caverna”? O mundo “real”, “ideal”, onde tudo é Bom?  É o céu? O paraíso? A morada de Deus??? Onde é exatamente o local onde está todo o conhecimento do mundo?  É no número 42 mesmo? Ou aquilo só foi uma invenção de um filme de comédia?  Diga-me amigo Platão!! Responda-me seu desgraçado que somos obrigados a estudar nessa matéria academia chamada Amiga do Conhecimento!  Onde posso encontrar a resposta para minhas perguntas?? Onde posso encontrar a minha mesma??? Responda-me pessoa já morta!!!

Ah. É verdade. Havia me esquecido. Os mortos não falam. Muito mesmo voltam à vida.

É verdade.... Creio que não preciso mais me preocupar com isso. Afinal, sou apenas um aglomerado de moléculas em decompondo e se transformando em outro tipo de matéria. Ufa. Que bom. Agora vou me preocupar com outras coisas...tipo...  como as pessoas vão agir com essa transformação (constante) mundial.