A Saga de Sirius Black escrita por TonAbsolutto


Capítulo 5
Três mais Um




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Sirius mais o garoto dos cabelos rebeldes e o outro ao seu lado na mesa, formaram uma equipe de tática, acertando a muitos e conseguindo manter-se imunes devido a reflexos que pareciam de irmãos. O diretor Alvo Dumbledore tentou acalmar toda a baderna com palavras apenas, talvez no intuito de passar alguma lição de moral com isso, contudo não obteve o sucesso esperado. Dentre tiros e mais tiros de alimentos, Sirius sentiu então o puxão na sua perna. Enfiou a cabeça debaixo da mesa e lá estava o garoto, seus cabelos ainda mais despenteados agora e ainda sim num visual legal.

– Hey, daqui a pouco vão parar tudo e a culpa vai cair para os que começaram. Vem comigo – ele sussurrou de forma travessa.

– E desde quando se esconder debaixo da mesa vai ajudar em alguma coisa?

– Eu não disse que vamos nos esconder aqui. Conheço um caminho que vai nos levar para um lugar seguro. Chama o parceiro que está ao seu lado também, pelo visto ele é um dos nossos.

– Mas eu nem sei como é o nome dele. Nem sei como você se chama – ele ainda não havia entendido bem o que o menino queria dizer com “um dos nossos”.

– Acho que prestei a atenção na hora da chamada... É alguma coisa... Lupin.

Sirius chamou por “Lupin” mesmo e logo os três estavam debaixo da mesa, todos cientes do “plano”. Por algumas vezes Sirius e o primeiro, quem puxava o cortejo, não resistiam e paravam para admirar as pernas das meninas, no que o chamado Lupin os advertia quanto ao tempo e assim seguiram. Pegaram um caminho que ninguém jamais imaginaria existir por debaixo de uma mesa, e este os levou a um dos milhares de corredores do castelo. Estava vazio e frio, porém o trio sentiu-se salvo.

– Simplesmente... Demais – Lupin exclamou então – Como você sabia desse truque?

– Meu nome é Tiago Potter, amigos. Meu dever é saber daquilo que ninguém sabe – ele respondeu fingindo uma falsa modéstia. Tanto Lupin quanto Sirius continuaram a encará-lo esperando que de fato aquilo fosse uma brincadeira. Na verdade não era, mas Tiago fingiu ser e assim, meio desconcertado ele emendou – Bem, no trem eu conheci uma monitora da Corvinal e ela sabia muitos truques de entradas e saídas secretas do castelo. Digamos que não foi muito difícil convencê-la a me contar.

Quando abriu a boca para argumentar, repentinamente Sirius fora tomado por um brusco cansaço somado a uma estranha tonteira. Mesmo estando de joelhos o garoto bruxuleou, vacilando para o lado no que Tiago o abraçou, surpreso como Lupin. Foi então que eles perceberam no cordão de Sirius, uma pedrinha em especial rutilava, exatamente no meio das demais, de forma encantadora. Assim como viera aquela súbita sensação, ela se foi e então Sirius sentiu-se melhor novamente. Também não chegou a argumentar aquilo, pois antes mesmo que mencionasse qualquer palavra, uma conhecida voz se fez ouvir atrás deles, fazendo todos os três gelarem.

– Perdidos, meninos?

– Heeer... Acho que sim, senhor... – Tiago respondeu no seu sorriso impecável, vagarosamente se colocando atrás dos dois colegas, sentindo-se um ratinho diante da supremacia do diretor, quem os encarava imparcial, os olhos muito azul penetrantes, a boca num sorriso meio-aberto.

– Eu ainda não consigo acreditar em como se deu toda esta bagunça. A primeira guerra de comida desde... sempre?! É algo demasiadamente intrigante para o primeiro dia, não acham?

– É, eu cheguei mesmo quebrando protocolos. – Sirius respondeu sem jeito, evitando o olhar de Dumbledore.

– Mas espero que não quebre as regras também, senhor Black. Minerva e eu conversamos e decidimos deixar este incidente desta noite em branco. Sendo assim, levantem e vão. Se pegarem este corredor direto e virarem a direita chegarão onde estão os outros de sua casa.

Os três não esperaram ele repetir outra vez. Imediatamente se levantaram e mencionaram partir, até que o velho voltou a falar.

– Esperem – Dumbledore perdeu-se nas palavras quando vislumbrou então o cordão de Sirius, perdendo alguns segundos na peça. Disfarçadamente ele voltou a atenção para os três e continuou – Saibam que sempre serão vigiados, garotos.

Os três concordaram meio obtusos e assim foram, sumindo rapidamente de vista, deixando os comentários para quando chegassem na sala comunal. Tanto eles como o próprio diretor notaram que não era exatamente aquilo que deveria ser dito. “Saibam que sempre serão vigiados, garotos”. Era óbvio demais para alguém como Dumbledore, extremamente ao contrário do que nada de óbvio havia no peculiar cordão de Sirius Black.

Os meses foram se passando e a aliança entre Sirius Black, Tiago Potter e Remo Lupin, gradativamente se fortalecia. Tão rápido como jamais visto em toda história da escola, o trio já se tornara conhecido por todos os ocupantes da Grifinória, do primeiro ao sétimo ano, eram como mascotes devido tamanho carisma e personalidade – grandes créditos desta reputação graças a Sirius, que até então ainda era conhecido e comentado, desde o ocorrido no trem à revolução que criara ao entrar naquela Casa, indo contra todos os tabus existentes. Não havia completado um bimestre inteiro e os três já haviam se tornado alguns destaques em sala de aula, sempre com as respostas certas na ponta da língua, assim também como sempre estavam fazendo qualquer coisa menos prestando atenção, geralmente com conversas paralelas ou piadinhas maliciosas – esta última dividida apenas por Sirius e Tiago, uma vez que Remo já se mostrara ser um pouco menos bagunceiro, adotando um perfil mais formal e passivo, além do seu lado poeta que surpreendeu todos os amigos. De início Tiago e Sirius acabaram-se de rir e zombar, julgando seus versos uma arte muito melancólica – na forma mais educada que se pôde converter. Contudo, rapidamente aceitaram e respeitaram o amigo, visto que os poemas de Remo eram uma arma infalível na sedução de garotas. Belas garotas. E tanto para Potter quanto para Black, nada mais importava.

Os garotos gostaram tanto da idéia que até começaram a treinar alguma coisa, porém, escolheram exatamente a aula de Poções para isto. O Professor da matéria era um homem gordo, de poucos cabelos, olhos suínos. Além da aparência física, Horácio Slughorn era uma ótima pessoa, bem humorado e bastante zeloso, apesar de não muito atencioso.

– Antes de começar a se dirigir a uma menina numa poesia, vocês tem que começar a falar de si mesmo, colocando-se como algo dependente delas – Remo sibilou meio impaciente agora, enquanto misturava os ingredientes da poção que praticavam na aula.

Eram duas casas numa só aula, como Sirius notou logo no primeiro dia, e esta aula em especial o professor adorava fazer os exercícios em duplas. Justamente a matéria que ele não tinha talento, sendo assim, não poderia fazer par com uma garota e então passar vergonha ao errar alguma coisa. Com isso, aceitava perfeitamente Tiago como o seu par, o amigo era tão “quadrado” na matéria quanto ele, ambos formavam uma dupla dinâmica no quesito Poções Explosivas.

– Certo. Você entendeu, né, Tiago? Vai ficar deixando o garoto repetir toda hora não.

– Quem pediu a informação de novo foi você, Sirius – ele respondeu veemente.

– Eu sei. Por isso estou esperando você me agradecer, porque pedi justamente para você compreender, pois eu já sei como poetizar. – Sirius respondeu como se fosse muito óbvio. Do outro lado, Remo que fazia par com a menina Lílian Evans, resolveu ignorar os dois, prevendo o que sairia daquilo.

– Ah é? Então vai lá, comece por você.

Sirius pigarreou, montou um semblante perdido (como ele julgava o de Remo enquanto escrevia seus versos) e então, pondo uma mão no coração e a outra estendida para os altos, declamou com a voz pastosa.

– Eu era um menino pequeno – algumas meninas da Sonserina, a outra turma que estava compartilhando a aula, olharam para ele curiosas com a encenação – mas depois... Eu de fato cresci.

Tiago ficou pasmo olhando para cara dele, esperando que viesse mais alguma coisa, porém Sirius abaixou a cabeça num sinal de quem esperava as palmas. As meninas da Sonserina riram, dentre elas, Belatrix fora a única que se manteve séria e nem sequer prestou atenção no primo. Minutos depois, vendo que não saía mais nada, Tiago bateu com a ponta da colher de pau na nuca abaixada de Sirius.

– Idiota, você não entendeu nada do que o Remo explicou? – ele advertiu chamando agora a atenção do próprio Lupin e de Lílian ao seu lado – É assim que se faz...

Ele então escolheu alguém, de primeira seus olhos bateram com os amendoados de Lílian, o que lhe causou um arrepio inédito. Não entendeu bem do que se tratava aquele nervosismo diante dela, julgou uma má impressão e assim trocou para outra garota, da Grifinória mesmo, mais baixa e morena.

– Onde quer que você esteja, baby – usou uma voz de veludo que até então, nem Sirius e muito menos Remo haviam escutado, fazendo ambos abrirem um quê de perplexidade – Você sempre... Estará lá.

Remo e Lílian riram primeiro, Sirius queria segurar e fingir o sério, mas não conseguiu, rindo também. Porém não perdeu tempo e bateu com a sua colher na cabeça do amigo da mesma forma que ele fizera. Ambos começaram uma pequena batalha de colheres derramando uma erva em sua poção sem perceberem, enquanto a menina a quem Tiago se dirigiu caía encantada e suspirando fundo ao lado da colega, admirando o rapaz como se fosse um deus. O Profº. Slughorn percebendo a brincadeira dos dois garotos, rapidamente protestou com sua voz grave.

– Potter! Black! Se não querem perder mais cinqüenta pontos da Grifinória e também levarem trabalhos extras para o final de semana, acho bom se comportarem como gente civilizada.

– Mas eu não sou civilizado, professor – Tiago sussurrou no momento em que parou, arrancando mais risos de Sirius.

– O que disse?

– Eu disse que vou terminar esta poção em tempo recorde, querido professor.

– Ah bom – o professor murmurou convencido e assim deu as costas, passando pelos caldeirões das duplas da Sonserina para averiguar.

– Falando nisso, você tem alguma coisa em mente de como vamos terminar isso? – Tiago sibilou para Sirius.

– Eu estava me garantindo em você, irmão. Mas fica tranqüilo, a gente faz o de sempre.

– E o que seria?

– Improvisa – Sirius respondeu com um ar de gênio, puxando sua mochila que estava aos pés e dela retirando um pote pequeno o qual guardava – No livro diz que essa poção estará pronta e perfeita assim que adquirir uma coloração azul.

– Não. Não me diga que isso aí dentro do pote...

– Corante azul – ele completou com todos os dentes, deixando Tiago mais pasmo do que nunca – Consegui muitas coisas boas de trouxas com a Lílian, sabe, ela é o que os outros chamam de sangue-ruim, apesar de eu achar esse termo um lixo. A garota é mais esperta que todos esses babacas da Sonserina juntos.

– Sirius, eu... eu ainda não estou acreditando... que você está realmente pensando que isso vai dar certo.

– É claro que a poção não vai dar certo, Tiaguinho. Mas vai ludibriar o professor até a gente roubar uma pronta de alguém, entendeu?

– Oh sim, então vai em frente.

Tiago havia dito por dizer, mas Sirius tomou como um verdadeiro pedido, de fato abrindo o pote e despejando todo o corante no líquido do que eles haviam começado a fazer desde o início da aula. A poção que antes estava amarelada, aos poucos foi ganhando a cor esverdeada e assim passou para o azul. Um azul forte e ofuscante, apesar de não cheirar nada bem.

– Professor Sirius Black, ao seu dispor – ele falou inflando o peito, sorrindo para todos e todas que quisessem vê-lo. Não era um ato vão, pois sempre tinham três a cinco meninas em grupinho lhe espiando e rindo.

– Professor Remo Lupin, isso sim. Olha lá, ouso dizer que vejo uma lua ali dentro do céu que está o azul da poção dele.

Sirius não podia deixar de notar em como Tiago fazia questão de ignorar Lílian. Primeiro havia lhe cortado quando começou a comentar sobre o fato dela ser uma sangue-ruim, e agora dizia claramente “a poção dele”, sendo que ninguém poderia ser tão bom o suficiente para conseguir preparar aquela poção sozinho, nem mesmo Remo.

– Ai caramba – Sirius então voltou sua atenção a Tiago, ao ouvi-lo murmurar. O garoto estava olhando para o caldeirão deles, e assim que Sirius olhou também, percebeu o motivo da exclamação.

A poção deles começava a borbulhar, soltando uma fumaça que subia em espiral e expelia um odor desagradável de queimado. Não demorou muito para que todos estivessem prestando atenção neles, principalmente depois que o próprio caldeirão começou a vibrar.

– Sirius Black – Tiago murmurou entre os dentes, olhando para o companheiro como quem dissesse “eu-avisei”.

– Bom, pelo menos ainda continua azul – ele respondeu apenas, tentando segurar o sorriso que se perdia, desviando a atenção para qualquer outra coisa. Precisava pensar rápido, senão a culpa seria totalmente sua. A resposta para o seu dilema parecia descer do céu naquele exato instante – Hey, Sev – ele chamou mais uma vez usando do seu talento nato para imitar vozes, copiando com perfeição a tonalidade da voz de Lílian e assim chamando Snape que acabava de chegar no caldeirão de Remo e Lílian, a fim de puxar algum assunto com a garota. Logo que ele olhou para o chamado, Sirius proferiu puxando a varinha e mirando-a na sua poção – Wingardium Leviosa!

Os seis litros da poção subiram tomando uma forma meio oval, girando no ar diante do tórax de Sirius, quem gesticulou a varinha em direção ao caldeirão de Severo. O líquido, ainda em ebulição, locomoveu-se obediente e voou direto para onde fora mandado. Severo quando o viu passar bem diante de si e ir certeiramente até o seu caldeirão, arregalou os olhos e foi tomado pelo susto, segurando nos cabelos oleosos numa expressão de puro terror. Sem saber ao certo o que fazer, o menino correu aos tropeços até o seu lugar, esbarrando no menino Crabbe quem fazia dupla consigo e agora fugia também assustado com a poção voadora. Assim que a poção de Sirius entrou no caldeirão de Severo, o mesmo não teve o tempo para mais nada. Uma pequena explosão aconteceu, espirrando gotas melosas e verdes para todos os cantos. Como Snape estava exatamente ao lado, fora ele quem mais se sujou, sendo acertado com tudo na face, tornando-se agora um garoto verde.

Aquela masmorra foi incendiada por gargalhadas vindo da Grifinória e até mesmo de alguns sonserinos. Até mesmo Tiago estava impressionado, mais pelo fato do Profº. Slughorn não ter percebido a poção voadora do que o próprio feito da poção voadora de Sirius. Só com a explosão do caldeirão que o professor foi atentar-se para o que estava acontecendo, encarando o menino verde com uma expressão de repreensão.

– Senhor Snape! – ele bradou para que todos pudessem ouvir – Eu não acredito que vejo um vexame desse vindo justamente de você. O julgava o melhor em minha matéria!

– Coitado, professor, veja só – Sirius quem tomou a palavra para responder, abusando como sempre – Severo não amadureceu ainda.

A turma voltou a rir, porém parou rapidamente quando Slughorn cruzou um olhar feroz com Sirius.

– A culpa... foi toda dele, professor. – Severo disse então, sua voz saindo muito baixa e fraca – Foi ele quem...

– O que eu fiz? Eu não fiz nada mais além que a minha poção.

E de fato Sirius estava certo. Quando o professor passou no caldeirão dele e de Tiago para averiguar, viu ali o líquido azul e cheiroso que era a Poção Calmante – a que eles praticavam naquela aula. Slughorn demorou-se na inspeção daquela fórmula até concluir que realmente estava pronta e sem erros, voltando então para o caso de Severo.

– A turma está dispensada. Snape, você fica. Precisamos conversar.

Imediatamente todos foram guardando seus materiais e foram saindo, alguns ainda rindo. Antes de sair, Sirius lançou um olhar conhecido para Snape, como quem dizia que se ele o dedurasse, as conseqüências seriam piores. O menino pareceu entender perfeitamente a mensagem subliminar, pois engoliu em seco.

Mal o inseparável trio da Grifinória havia saído e logo já foram abordados. Desta vez não por meninas, como eles adoravam, mas por um sexteto de garotos da Sonserina. O mais alto e magro que parecia ser o líder do bando, era justamente o menino dos cabelos longos e loiros, a face aquilina, quem lançara o bolinho de carne em Sirius no primeiro dia no jantar. Eles já haviam descoberto seu nome, chamava-se Lúcio Malfoy, um dos seres mais desprezíveis daquela Casa.

– Vocês pensam mesmo que vão fazer um colega nosso de idiota e saírem imunes? – Lúcio provocou dedilhando sua varinha, os olhos pareciam vermelhos agora.

– Ninguém fez o Severo de idiota – Tiago respondeu tranqüilamente, tanto ele como Sirius e Remo não sentiam uma ponta de medo do grupo bandido que bloqueava a passagem a sua frente – Ele já nasceu idiota.

– Panacas, vocês vão aprender uma lição e vai ser agora!

Expelliarmus – Sirius, Tiago e Remo bradaram juntos, puxando suas varinhas tão rápido que os outros mal tiveram o tempo para piscar e suas varinhas já haviam voado pra trás.

Os seis ficaram se olhando assustados, pensando no que iriam fazer agora, parados desarmados bem diante dos três garotos mais eficientes no manejo da varinha para a primeira série. Já intentavam sair correndo quando alguém, um sétimo sonserino, apareceu por trás vociferando e surpreendendo até mesmo o trio de amigos que não tiveram o tempo de revidar dessa vez.

Immobi... – era um menino ruivo, de olhos muito negros, rosto ossudo. O chamavam apenas de Dolohov, após Lúcio, era o mais temido da Sonserina. Dolohov começara o feitiço, porém não chegou a completá-lo, pois uma outra voz, ainda que baixa e tímida, soou vindo de trás de Sirius, Tiago e Remo.

Expelliarmos! – proferido de forma errada, como era o conceito dos feitiços, eles geravam um efeito colateral. No caso, além de ser desarmado, Dolohov foi lançado com pressão pra trás, caindo de costas e chegando a escorregar no chão quase sete metros distantes.

Todos se impressionaram com o feito, principalmente os sonserinos que estavam agora olhando incrédulos para a cara do sujeito. Os três amigos viraram-se rapidamente para ver de quem se tratava, ficando tão incrédulos quanto os outros. Era um garoto um pouco mais baixo que eles, de cabelos enrolados num tom parecido com o de Remo, a face redonda assim como o seu corpo. Acima de tudo, era um menino simpático, apesar de introvertido.

– Hey, eu sei quem é você! – Sirius foi o primeiro a falar – O menino com nome de ração de cachorro que eu percebi no primeiro dia, na Seleção. É Pe... Pe... Pedigree?

– Pedro Pettigrew – ele se apresentou, bastante feliz pela atenção – Eu sou da Grifinória também, mas acho que ninguém nunca notou.

– Pois saiba que seus dias de anonimato estão contados, Pedro. Só precisa se juntar a nós. – Tiago convidou apertando sua mão, olhando para os outros dois amigos para ver se eles aprovavam a idéia. Tanto Remo como Sirius não mostraram sinal algum de relutância.

– É sé-sé-sério? E-eu po-posso mesmo? – Pedro questionou com os olhinhos brilhando, parecendo temer que alguém agora lhe beliscasse e ele descobrisse que estava sonhando.

– Desde que você prometa parar de gaguejar... – Remo brincou sorrindo.

E foi então que eles passaram seu primeiro dia juntos, todos os quatro, como um time, uma família, reunidos num elo onde não tinha quem começasse ou quem terminasse. Cada um era especial do seu jeito. E todos contemplados pelo mesmo jeito maroto de ser.


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