A Saga de Sirius Black escrita por TonAbsolutto


Capítulo 4
Quebra de Protocolos




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– Eu não sabia que estava tão pop-popular assim – Sirius respondeu assustado com a fraqueza em sua voz, as pernas vacilando e até mesmo seu corpo suando mesmo sem calor algum. Uma minúscula voz em seu subconsciente lhe criticou, provocando de forma zombeteira se ele era um homem ou um covarde cachorro sarnento, como dissera Bella. Nem isso conseguiu lhe dar segurança.

– Notícia ruim bate em qualquer lugar, garoto, nunca ouviu falar disso? – a mãe interrompeu pegando a filha com um braço e suas coisas no carrinho bagageiro com a outra mão – Vamos depressa, Rebecca. Jamais me perdoarei se você perder o Expresso por causa dele.

Rebecca, o nome da adorável menina, não pôde argumentar. Apenas piscou para Sirius e seguiu a mãe. Foi então quando as duas deram as costas que o rapaz se deu conta que iria para o mesmo lugar que elas. A Plataforma 9 e ½, de certo um número estranho e peculiar para o mundo mágico. Sirius sabia que era aquele o número, porém não o encontrou de forma alguma entre a plataforma nove e dez. Viu quando Rebecca e sua mãe dirigiam-se com convicção para aquele largo espaço de muro entre ambas as plataformas. Tomou todas as suas coisas agilmente, colocou tudo num carrinho bagageiro ali perto e correu até elas para pedir alguma informação. Contudo, seus olhos quase saltaram pra fora quando ele, ao se aproximar das duas que já iriam colidir com vontade na parede concreta, contemplou o fenômeno. Ambas ultrapassaram o muro como se este fosse invisível. Ele havia corrido tão rápido para alcançá-las que não teve o tempo de parar. Fechou os olhos esperando para o que quer que fosse. Segundos depois, nenhuma sensação diferente o tomou, apenas uma brusca mudança de temperatura. Imediatamente abriu os olhos e se viu numa plataforma completamente diferente de todas que conhecia, o número 9 e ½ estampado gloriosamente em letras metálicas. Não teve o tempo de formular qualquer um pensamento, a multidão de adolescentes que se encontravam ali, todos muito agitados para embarcar naquele trem, bagunçou toda a sua cabeça traquinas. Muitos pais ficavam a beira da porta da locomotiva repetindo um adeus milhares de vezes, alguns com os olhos rasos de lágrimas. Aquela imagem o tocou sem querer no âmago. Sirius então se deu conta que era o único sozinho ali. Sem pai, sem mãe, sem ninguém para lhe dar um adeus ou pelo menos um “Vá embora logo, idiota”...

– Pelo visto você é mais esperto do que imaginei. Já sabia o macete de ultrapassar a parede, né? – Rebecca apareceu outra vez ao seu lado, mostrando uma ousadia atraente para tão pouca idade.

– É... É, sabe como é, quando a gen-gente nasce para ser um bruxo – ele respondeu fingindo uma falsa modéstia. Ela sorriu e se adiantou, beijando a mãe ao adentrar no fabuloso trem que era o Expresso de Hogwarts.

Garotos e garotas mais jovens, lá para os seus quinze e dezesseis anos, estavam as portas chamando os alunos que restavam entrar. Sirius não esperou eles repetirem e assim seguiu em frente. Quando pisou lá dentro deparou-se com o que julgou ser o Céu. Exatamente no vagão que entrou, por todos os lados, só havia garotas. Garotas de todas as idades, de todos os tipos e tamanhos. Seus olhos brilhavam de puro prazer. Por um momento ele ficou imóvel, até uma delas falar:

– Hey, gracinha, esse vagão aqui é feminino. Acho que você se perdeu.

– Ah não, Lana, ele é tão fofinho. Deixa ele aqui com a gente – uma outra, bem mais velha, respondeu fazendo biquinho.

– Pois é, Bia, mas daqui a pouco os monitores estão passando pra vistoria. Você já sabe quem foi escolhida como monitora da Sonserina? – outra replicou puxando assunto pra fofocar.

– Não, não... Estou totalmente alienada. Quem foi a santa?

– Narcisa Black, aquela megera metida a besta.

– Narcisa? – tanto as meninas como o próprio Sirius indagaram juntos em uníssono, todos claramente embasbacados.

– Você também a conhece, lindinho? – a chamada Bia perguntou docemente, seus lisos cabelos castanhos caindo sobre o menino quando ela se aproximou dele, quem sentiu-se mais seguro que em sua própria casa.

– É a minha prima, essa coisa – ele respondeu com indiferença, mas mesmo assim sorrindo.

– Iiiiiih... Se forem todos da mesma “laia”... – a chamada Lana comentou meio desdenhosa.

– Quem? Eu? – Sirius questionou demonstrando nitidamente um quê de absurdo – Jamais me comparem com aquela magrela, que de tão esquelética, chega a ter de correr atrás dos pingos d’água quando vai tomar banho.

Sem exceções, todas as garotas presentes no vagão caíram nas gargalhadas, algumas chegaram a lacrimejar de tanto rir, ainda que o rapaz particularmente não tenha dito no intuito de fazer alguém rir. Mas isso não foi problema algum. O sucesso enchia seu ego, e vendo que estava agradando como sempre, ele se inspirou e continuou no seu esporte favorito: zombar das primas desagradáveis.

– E isso não é nada ainda. Aquela lá é tão idiota que chega a dar murro no espelho por que o mesmo a olhou de cara feia – e mais uma enxurrada de risos, todas se acabando, algumas se escabelando. A dita cuja Bia abraçou o garoto lhe apertando as bochechas – Eu achava que isso também já era o cúmulo até descobrir que a Narcisa, de tão burra, consegue ser reprovada mesmo no exame de fezes.

Elas até que começaram a rir novamente, porém, num ímpeto muito rápido, calaram-se. Apenas três bem mais velhas, que aparentavam o sétimo ano, continuaram rindo pois todas as outras se seguraram alarmadas. Sirius não entendeu, julgava aquela uma de suas melhores tiradas, por que não havia dado certo? E por que também todas continuavam a olhar em sua direção se estavam caladas? Assim que sentiu um leve calor diferente tocar suas costas, o rapaz então percebeu que elas não olhavam necessariamente para ele, mas sim para o que estava atrás dele. Temendo o que imaginava, ele virou-se de vagar e logo deu de cara com uma garota bem mais alta e magra, os cabelos loiro-oxigenados lhe davam um ar de bruxa das trevas, no mínimo. Alguns traços lembravam Belatrix, mas compará-la a mesma seria um grande pecado uma vez que Bella tratava-se de uma menina atraente.

– Olá, priminho lindo. Já está se divertindo? – Narcisa desdenhou secamente, com ambas as mãos apoiadas no quadril, uma delas empunhava a varinha característica dos Black.

– Náná! Que saudades! Por que você não passou as férias lá em casa também? – Sirius respondeu sorrindo ainda, apesar de estar de fato com medo dela.

– Não perco meu tempo naquele covil. Pelo que soube, aprontou mais uma para minha irmã e agora está zombando de mim, é isso? É assim que você pretende começar o seu primeiro dia de Hogwarts? Desafiando o perigo?

– Para uma pessoa burra você faz muitas perguntas, prima. A resposta de todas é... hum... Pão com ovo.

Se Narcisa era uma garota branquela, agora ela corou de raiva. Sua mão que segurava a varinha coçou de forma voraz e ela não conseguiu se conter. A prima não era tão detestável como a irmã, Belatrix, porém ela adorava dar o troco em Sirius por tudo que ele fazia com a caçula da família. Por azar, muitas das vezes Sirius era alvo dela, contudo não queria ser mais uma vez, não na frente de tantas garotas e assim perder sua moral. Adotando o método precavido do pai, o garoto então disparou passando entre as pernas da monitora, fugindo antes mesmo que ela o atacasse. Narcisa se divertiu com isso, virando-se e em poucas pernadas o alcançando. O trem começava a entrar em movimento e isso dificultou a pequena perseguição dos Black, no que Narcisa proferiu um feitiço assim que estava pouco menos de dois metros atrás do menino. O sortilégio atravessou o vagão tendo um grande público que acompanhou, como em câmera lenta, a trajetória do mesmo. Sirius ainda tentou pular, mas não deu certo. O feitiço lhe atingiu nos pés, derrubando-o categoricamente no chão. Enquanto caía ele jogou suas mãos para frente, acertando alguém também. Só após colidir no chão empoeirado do vagão que Sirius foi ouvir uma algazarra de risadas explodindo naquela atmosfera. Pela primeira vez ele corou de vergonha, todos haviam presenciado seu momento de derrota, sendo pego tão facilmente pela prima mais velha. Entretanto, assim que abriu os olhos, deparou-se com uma cena demasiadamente inusitada. Não era exatamente ele o motivo das risadas.

O menino à sua frente lhe encarava com um semblante tão furioso que parecia devorá-lo com os olhos. Ele era magricela, pálido, dos cabelos bastante oleosos e escorridos que não chamavam tanta atenção como o seu nariz em formato de gancho. Quando Sirius havia caído e jogado suas mãos, estas conseguiram segurar as calças daquele desconhecido, abaixando-as facilmente no impulso da queda. Todos agora riam com a cena de um menino de cabelos sebosos tendo a sua cueca em exposição.

– Cara, eu juro que foi sem querer – Sirius falou não conseguindo conter o riso, caindo nas gargalhadas também, logo quando se levantou.

– Maldito – o outro murmurou num tom rouco, levantando suas calças com força, até que uma bela menina ruiva chegou ao seu lado.

Seus cabelos eram de um ruivo perfeito, assim como sua face era angelical, os olhos amendoados de um verde estonteante. Se aquele garoto estranho conseguira ser amigo daquela menina, Sirius achou que poderia ir bem mais além, sorrindo de forma marota outra vez.

– Sev, não precisa se zangar, ele já pediu desculpas – ela falou docemente. Sirius ficou se perguntando em que parte de “eu juro que foi sem querer” entrava uma desculpa, pois, mesmo sendo sem intenção, todas as suas brincadeiras não acabavam com desculpas.

O tal “Sev” nada respondeu, apenas bufou e seguiu adiante, sumindo rapidamente no outro vagão. Por sua vez, a ruiva ficou ali sem graça, numa posição de quem precisava falar por ele, um gesto nobre mesmo sem conhecê-la.

– Olha, não ligue para esse rancor todo do Severo, é que ele é um menino... diferente, sabe. Pode ter certeza que vocês ainda vão se dar bem, ele precisa de amigos – ela falou meio insegura, olhando de rabo-de-olho para a janela do lugar onde o amigo havia entrado.

– Entendo – na verdade ele não entedia, mas jamais iria contradizer uma menina tão amável e bonita – Bom, se vou ser amigo do tal Severo, também posso ser amigo da amiga dele, não? Prazer, Sirius Black – ele acrescentou com seu ar descontraído, estendendo a mão para a menina que ficou por alguns minutos sem saber o que dizer ou fazer.

– Lílian. Lílian Evans – ela se apresentou enfim, apertando firme a mão dele, passando uma singular sensação de companheirismo que Sirius não entendeu.

Após conhecer Lílian Evans – e algumas amigas – o tempo pareceu voar dentro do trem. Quando mal perceberam, já havia anoitecido e então chegado ao lugar que, sem dúvidas, era o mais incrível que alguém vivo poderia vislumbrar. A imagem do gigantesco castelo, cheio de torres e luzes, deu um fino friozinho na barriga de Sirius Black. Não tinha como comparar com a foto do livro, vista pessoalmente a grandeza de Hogwarts ultrapassava todos os limites da imaginação... E da magia. Quando os alunos adentraram o castelo, divididos e conduzidos em pequenas carruagens que pareciam transportadas por ninguém, tiveram então a visão do imenso Saguão de Entrada. Não havia um calouro sequer que não comentasse, há essas horas Sirius já havia se perdido de Lílian e isso o incomodava, até que, num lobrigar de sorte encontrou a prima dos cabelos cheios de luzes.

– Primo, que bom te encontrar – Andrômeda quem foi até ele, abraçando-o forte e o levantando do chão – Estou tão feliz, uma amiga acabou de me lembrar de algo que havia me esquecido completamente – e antes que Sirius pudesse perguntar o que era, ela já estava respondendo – No terceiro ano a gente tem permissão para ir a Hogsmead! Isso é fantástico!

– Hogsmead? O que é isso? Outra escola de magia?

– Nããããão... É um vilarejo aqui perto, um bom ponto comercial e... Ah, você vai descobrir de tudo com o tempo. Vai lá se adiantando que a Cerimônia de Seleção está para começar. Espero que você não dê o azar que eu dei e vá para Sonserina.

– Sonserina?

– É, uma das casas, o tio nunca te contou? Sonserina é a casa dos, digamos, vilanescos. Para um cara corajoso como você só pode destinar-se a Grifinória, o que seria a casa dos heroizinhos.

O rapaz não soube argumentar aquele comentário da prima, e nem pôde pois uma bruxa já velha, de rosto simpático apesar de branco, assustando a todos os primeiranistas com seu longo chapéu, apareceu os chamando para um longo banco em especial, no centro do Salão Principal, tão grande quanto o Saguão. Lá, tudo estava arrumado como se para uma festa, quatro mesas repletas de alunos divididas e muito bem distanciadas.

– Venham, crianças, o Chapéu Seletor vai começar seu show – Minerva McGonagall, a tal bruxa, falou jovialmente os conduzindo para o banco. Todos estavam tímidos e apreensivos, até mesmo Sirius, quem não tirava os olhos daquele chapéu estranho posto sobre um banquinho no meio de tudo. O susto foi compartilhado por todos os calouros quando o chapéu pareceu criar vida e começou a cantar.

Apesar de uma música melódica e bem entoada, ela cansava um pouco, no que Sirius bocejou compulsivamente. Estava em seu quarto bocejo quando alguém jogou uma bolinha de papel em sua boca. Ninguém menos que sua prima Belatrix Black. Ele iria revidar discretamente, mas Minerva posicionou com uma extensa lista em mãos, e após dizer para se apresentar ao chapéu aqueles que forem chamados, Sirius resolveu deixar pra mais tarde. Um a um, cada criança era chamada em ordem alfabética pelo seu sobrenome. Rapidamente a lista se seguiu para os da letra B e assim, como era de se esperar...

– Black, Belatrix!

Só então Sirius compreendeu o que Andrômeda estava falando antes. Já ouvira os pais conversando a respeito das casas de Hogwarts, e pelo que sabia, todos os Black até então foram destinados a mais sombria de todas as casas: Sonserina. Não era de se admirar, uma vez que todos os Black não passaram de homens e mulheres sanguinários, sempre obcecados por alguma coisa de valor. O garoto parecia ser então a ovelha negra da família, ou melhor, a ovelha branca, pois fora o único que nasceu com aquele jeito nada materialista. Até mesmo Andrômeda, sendo uma pessoa boa, não deixava de ser vaidosa com suas coisas.

Logo que o chapéu vestiu-se na cabeça da menina, abriu sua boca e vociferou: SONSERINA! Uma salva de palmas explodiu na mesa dos sonserinos, alguns marmanjos agradeciam a Merlin e ao Chapéu por terem mandado uma menina tão exuberante para aquela casa. Seguindo a ordem do B, Sirius duvidava muito que haveria outro Black no meio daqueles calouros e assim, para constatar seus receios, McGonagall proferiu:

– Black, Sirius!

O caminho até lá foi pesado. Ele já tinha quase toda certeza que também seria mandado para Sonserina, jamais que uma tradição de décadas de família seria quebrada justamente nele. Ficaria estranho até para o tal do Chapéu Seletor, mandá-lo para qualquer outra casa a não ser a Sonserina, uma vez que os Black eram famosos por levarem um legado. A mesma personalidade. As mesmas atitudes. O mesmo nome. Até mesmo a varinha. Todos foram formados em Hogwarts pela Sonserina, e isso, apesar da tristeza no peito, já convencia o menino.

O Chapéu não reagiu tão rápido como fizera com Bella, assim que tocou sua cabeça, mas pelo contrário, pareceu pensar. Sirius riu por dentro só do fato de estar imaginando um Chapéu pensando. Caso fosse, seria uma piada perfeita: Até mesmo o Chapéu Seletor sabe pensar, mas sua prima Narcisa não consegue. Foi então que uma estranha voz, parecendo o seu próprio pensamento, invadiu sua cabeça arrancando-lhe de seus devaneios.

“Então é isso mesmo que você quer? Sonserina?” – a voz perguntou, e pela tonalidade e harmonia o rapaz reconheceu ser o Chapéu.

“NÃO! Tudo menos... A casa dos bandidos. Não teria uma casa especial para os... marotos?” – sim, ele estava tentando barganhar com um Chapéu. Seus filhos jamais acreditariam nisso.

“E qual seria a definição para Marotos? Viver uma vida como se a morte não pudesse valer a pena?”

O que o rapaz tinha em mente era apenas algo como azucrinar primas, colocar fogo em saias alheias e pintar bigodes de mendigos, mas... Aquela resposta-pergunta do Chapéu também servia.

“Seu coração bate no ritmo de uma única casa, nunca me perdoaria se lhe mandasse para outra que não seja....” E completou o pensamento particular gritando agora para todos ouvirem: GRIFINÓRIA!

Muitos veteranos e até mesmo o carismático velhinho dos oclinhos meia-lua, quem estava aguardando àquela cerimônia sorrindo entre a bancada de professores, se espantaram com o anunciado. Todos eles eram sabedores da liturgia que se tornara Black-Sonserina, ninguém ali esperava uma mudança tão brusca. Sirius sentiu como se um grande peso fosse arrancado de suas costas, sendo calorosamente aplaudido pelos alunos enquanto se dirigia à mesa da casa cujo destino lhe reservou. Demorados mais alguns minutos, a seleção enfim terminara, o poderoso diretor de quem seus pais tanto comentavam tomara a palavra para saudar a todos e assim dar início ao jantar, usando um humor e solidariedade na voz o qual Sirius nunca vira antes. Todos os seus pensamentos foram deixados de lado quando aqueles suculentos manjares surgiram num toque de mágica sobre a mesa. O banquete fora servido e ninguém perdeu tempo para atacar.

– Meus parabéns, não sei como você fez aquilo, mas se conseguiu... É o cara mesmo. – alguém sentado do outro lado da mesa falou tocando-lhe na mão quando ele foi pegar uma coxa de galinha, sinalizando que era com ele a conversa. Meio a contragosto por não querer usar a boca em outro intuito agora a não ser comer, Sirius olhou para o garoto que se apresentava. Ele possuía uma primeira impressão tão ladina quanto o próprio Sirius, dos cabelos rebelados e jogados para trás (ninguém poderia negar que formara um visual estiloso), os olhos castanho-esverdeados. Sorria num branco de dar inveja, atraindo a atenção das garotas que o ladeavam.

– O que eu fiz?

– Ludibriar o Chapéu Seletor. Todo mundo sabe que já se formara um protocolo todos os Black destinarem-se à Sonserina, como por exemplo – ele abaixou o tom da voz agora, abrindo um sorriso cheio de malícia – aquela moreninha que foi antes de você. Quem é ela? Sua irmã? Me apresenta depois?

Sirius riu. Pelo visto o garoto também conhecia a “tradição” e estava prestando a atenção nos nomes. Os únicos nomes que ele mesmo prestara a atenção, além de Bella, fora Lílian Evans e um gordinho com nome de ração de cachorro que também vieram para Grifinória, o nome do menino estranho o qual descobriu seu sobrenome, Snape, destinado à Sonserina e por fim Rebecca Ross, a menina-única que infelizmente caíra na Lufa-Lufa.

– Tem que ter muito fôlego para encarar minha prima Belatrix, colega, e claro, uma focinheira também.

O outro riu, estendendo a mão para se apresentar.

– Você também tem estilo, cara. Prazer, Ti.... – antes que o menino terminasse sua apresentação, houve então o imprevisto. Um bolinho de carne veio veloz da mesa da Sonserina e acertou Sirius na face. Alguns grifinórios riram, no que o garoto permaneceu sério, virando o olhar cinza penetrante – aquele olhar – em direção da outra mesa.

Um garoto dos cabelos bem mais longos que os seus, loiros oxigenados – muito se parecia com sua prima Narcisa – de cara debochada, se acabava de rir com seus amigos, pela idade também era um primeiranista. Mesmo se não fosse, Sirius Black jamais deixaria passar.

– Wow, você não vai fazer o que eu estou pensando que você vai fazer, né? – um garoto bem apessoado dos cabelos castanho-claríssimos quase loiros, assim como os olhos, rosto magro porém gentil, interveio estando ao lado de Sirius e notando no que ele preparava.

– E o que você está pensando? Nisso? – Sirius respondeu zombeteiro, lançando com categoria um bolinho bem maior e mais recheado de molho, acertando perfeitamente toda a cara do loiro, quem parou de rir imediatamente. Toda a mesa da Grifinória havia visto o lance, todos rindo com vontade, à medida que o sonserino fervia de fúria.

Cinco minutos depois, e o antes calmo e sereno jantar de celebração de Hogwarts agora se transformara num verdadeiro pandemônio pela guerra de comida que se estabeleceu entre todas as casas.


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