Fire and Ice escrita por Rayssa


Capítulo 14
NIEM's


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :x



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– Nervoso? – ouvi Albus perguntar, e eu assenti. – Relaxa cara, você estudou muito esse ano. – era verdade, mas, eu estava com medo.

– Ele vai se sair muito bem nessa prova. – ouvi a voz de minha namorada atrás de mim, estávamos juntos a bastante tempo já. – Eu sei disso. – apesar de tentar soar casual, Rose não parecia, acreditava que era por causa do NIEMs, mas algo me dizia que não era isso.

– Então eu vou me sair muito bem, porque a pequena-sabe-tudo-aqui está sempre certa. – ela revirou os olhos e me deu um selinho.

– Credo, vocês são doces de mais, tô ficando enjoado. – dei de ombros, e Rose se sentou ao meu lado, ainda não havia quase ninguém no salão principal. - Alguma ideia do que quer ser Scorpius? – um sorriso surgiu em meus lábios.

– Não sei, eu queria ser jogador profissional de quadribol, entretanto, como fui expulso do time, vai ser difícil. – fingir dar de ombros. - Apesar de Frank ter dito que talvez me consiga um teste com Chudley Cannons, talvez eu vire professor, aprendi a gostar da profissão. – os olhos de Albus estavam um tanto arregalados. – e você? – um sorriso presunçoso surgiu em seus lábios.

– Auror, o que você esperava? Ou qualquer coisa no ministério, vai depender de uma variável. – percebi seu olhar para algo atrás e mim, e encarei o que ele olhava, Lanna. O que isso queria dizer? Já que ela não falava conosco a meses. – E você Rôrô? – ela se remexeu desconfortavelmente em seu banco.

– Feliz. – disse em um suspiro, apesar de Rose ser uma garota boba, algo estava errado naquela resposta, Rose entendia coisas muito rapidamente e aquela não era a resposta que normalmente ela daria.

– Você entendeu bobinha. – tentei que fosse uma brincadeira, apesar de não soar como uma.

– Eu to falando sério, eu só quero ser feliz. – deu de ombros.

– Mas em relação a emprego... – dessa vez foi Albus.

– Já disse, eu não me importo com o que eu vá ser, só quero ser feliz. – sua voz era relativamente baixo, suspirada.

– Está na duvida sobre o que escolher, é isso? – perguntei, Rose havia sido chamada para muitas funções, inclusive para o ministério. – Pensei que fosse ser jornalista. – lembrei que ela havia falado algo sobre isso.

– Não não, viaja de mais. – era estranho o modo como ela falava. – Talvez eu fique no ministério, ou pare por um ano, não sei ainda. – Rose odiava o ministério, eu sabia disso, porque ele quase separou seus pais, ela passou a não querer nada com o ministério, e ficar parada para ela, nunca tinha sido uma opção.

– Hum, então, tudo o que você quer, é ser feliz? – ouvi Albus falar.

– Sim, é o que quero, o que todo mundo quer. – eu estava preocupado com ela, muito preocupada. – Scorpius. – encarei-a e ela me entregou uma caixa de bombons. – São permitidos, e aliviam o estresse. – um sorriso estava em seu rosto.

– Obrigado minha linda. – beijei o topo da cabeça da minha pequena.

– Scorpius, eu queria falar contigo, depois da prova. – ela mordia o lábio. – Pode ser?

– Claro. – fingir dar de ombros, mas sabia que algo estava errado. – Nos vemos depois? – ela assentiu e levantou para ir para a mesa da grifinória.

...

– E ai, cara? - perguntei e meu melhor amigo sorriu.

– Eu esperava coisa pior, acho que da para ser auror com ele. - deu de ombros. - e você? - eu sabia quase tudo, então, estava muito feliz com isso.

– Como de costume, Rose estava certa. - eu sorria abertamente. - Fui muito bem. - meus olhos estavam brilhando, eu sei disso.

– Scorpius... - a voz da minha namorada era doce, virei-me e ela parecia nervosa.

– Hey, como foi? - deu de ombros e me abraçou.

– Fui muito bem e você? - perguntou.

– Também. - suspirei. - Esta tudo bem amor? - ela negou, prendi a respiração.

– Podemos conversar? - assenti e começamos a andar, eu sabia bem para onde, a torre de astronomia, não demorou muito para que chegássemos lá.

– Então, o que foi? - seus olhos estavam marejados e percebi que ela segurava uma garrafa em suas mãos, ela a levou aos lábios e suspirou.

– Primeiro de tudo, saiba que eu te amo. - estranhei a sua declaração de amor, eu sempre era o primeiro a falar esse tipo de coisa.

– Eu também te amo pequena. - encostei meus lábios nos seus, ela correspondeu ao meu beijo mais rápido que o normal, suas mãos foram até os meus cabelos, puxando-me mais para perto, sua nossas línguas começaram a dançar de uma forma tão nossa, só que algo estava diferente, estava mais lento e mais intenso, como se aquele fosse nosso último beijo, quando nos separamos, estávamos sem fôlego. - Você esta me assustando Rose. - ela se afastou e bebeu mais um gole em sua garrafa. - O que houve? - seu olhar demonstrava pânico.

– Perdoe-me, por favor. - varias lagrimas começaram a sair de seus olhos, tentei me aproximar, mas ela recusou. - Não me odeie. - ela mordia o lábio, o que diabos aquela garota tinha feito. Rose nunca me trairia e se ela o fizesse, eu não a odiaria, ficaria muito magoado, e talvez nunca a perdoasse, entretanto, ódio era algo que eu não sentiria por ela.

– Você matou meus pais, por acaso? - seus olhos se arregalaram.

– Não... - uma de suas mãos se fechou em um punho e a outra apertou a garrafa. - Eu... Eu... - bebeu outro gole do conteúdo, e por uma gola que desceu por seu lábio, reconheci como sendo o liquido azul que ela bebia cada vez com mais frequência. - E-eu est-estou d-doente. - gaguejou, e eu quase rir.

– Rose, porque isso faria com que eu te odiasse? - dei de ombros e ela suspirou.

– Porque eu tenho cerca de um ano de vida, e mesmo sabendo disso, desde fevereiro, não te contei. - sua voz era fria de mais, não parecia a minha namorada, parecia a garota que eu tive medo de pedir para que ela me ajudasse nas aulas, não parecia a minha Rose, aquela era a rainha do gelo que todos falaram, voz sem humor e rosto inexpressivo. E como se isso não bastasse, sua frase entrou em minha mente como um zumbido. Como assim ela vai morrer? Isso esta mesmo acontecendo?

– QUE PORRA É ESSA ROSE?! - gritei, e ela se encolheu.

– D-desculpe. - sua voz era baixa. - Eu não queria... - ela ficou em silêncio. Senti algo quente em minha bochecha, e pela primeira vez, em quatro anos, eu estava chorando. Senti um soluço irromper por meu lábios e eu não tinha sequer forças para impedir, todo o meu ser queria chorar, minha Rose, minha pequena iria morrer. Ela tocou minhas bochechas com a mão, para enxugar minhas lágrimas, contudo, eu a afastei, ela sabia disso e simplesmente não me contou.

– Rose! Eu... - minha voz era só um sussurro, e antes que eu pudesse terminar o meu raciocínio, ela me interrompeu.

– Tudo bem... - sussurrou, ela chorava. - Eu vou para o meu dormitório. Amanhã, ficarei nos jardins, quando quiser falar comigo, é só ir lá, eu te respondo o que quiser. - suspirou e beijou o peito sobre a camisa. - Quando quiser falar comigo, estarei lá. - após isso, ela saiu. Eu queria ter falado alguma coisa, só não conseguia, eu não queria que ela tivesse indo embora, mas não queria ela aqui. Eu sentia as lágrimas descerem, e alguns soluços saiam de meus lábios, eu simplesmente fiquei lá, parado. Alguns minutos depois, ouvi o barulho de passos e dois braços contornaram meu tórax, e então, deixei que toda a tristeza me consumisse.

– Hey, o que você veio fazer aqui? - eu estava mais calmo agora, apesar de estar muito triste, já havia parado de chorar.

– Rose... - ela sussurrou. - ela chegou correndo até mim e falou que você precisava de mim, aqui na torre de astronomia. - ela estava preocupada. - eu fiquei confusa, mas Rose estava chorando e me pediu desesperada, então, achei melhor vir aqui. - assenti.

– Hum, entendo. - Rose sabia que eu precisava de companhia, mas não podia ser a dela. - Obrigado Ems. - ela deu de ombros.

– Só porque todo mundo me odeia agora, não significa que eu esqueci dos meus amigos e ainda o ame, mesmo que até eles me odeiem. - bufei, eu tinha ficado chateado com a Ems, não a odiava, ela ainda era minha amiga, só que, eu estava tão envolvido com Rose que esqueci que ela precisava de amigos.

– Desculpe-me, eu estava tão feliz, que esqueci do mundo ao meu redor. - deu de ombros.

– Relaxa garotão... - ela riu - eu sei que se eu fosse atrás de ti, você iria me ajudar. - ela falou com tanta convicção que eu estranhei.

– Como assim? - sussurrei.

– Rose veio falar comigo... - ela suspirou. - disse que apesar de ter muitos ciúmes de você comigo, se eu estivesse precisando de você, era só te procurar, que você não hesitaria em me dar apoio, ou o que fosse. - suspirou - Rose é uma boa garota, e ela te ama, faria qualquer coisa por você. - E se fosse o contrário? Eu estivesse doente e não contasse para ela? Ela com certeza iria olhar para mim, assenti e depois me abraçar, exigir explicações, querer saber da doença, mas não sairia do meu lado, nem ficaria com raiva, na verdade iria fazer o contrário do que eu fiz.

– Ela é... - ouvi uma risadinha de Ems.

– Ela te ama incondicionalmente e nunca faria o mesmo que eu. - até eu rir, pensei em Rose fazendo o mesmo comigo, magoaria mais, só que eu ainda teria o resto da vida para ficar com ela.

– Isso é verdade. - ela mordeu o lábio inferior.

– Scorp, eu sei que você ama a Rose, e não é de agora, quando você era mais novo, no terceiro ano, você já era louco por ela... - ela estava certa, eu sempre fui apaixonado por Rose, desde o momento em que a vi. - Então, se ela te fez algo ou seja la o que aconteceu, perdoe-a, nunca se sabe o dia de amanhã, ele pode ser tarde de mais. - ela não fazia ideia do quão certa estava.

– Você é um anjo Ems. - eu ri e ela beijou minha testa.

– Obrigada, estou a disposição, de segunda a quinta pelo valor de 1 galeão a hora. - brincou.

– Ta caro de mais isso ai. - ela bufou.

– Anjos são caros. - piscou e depois sorriu, Emilly era uma garota de ouro, e eu era um péssimo amigo.

...

Quando adentrei o dormitório, não havia ninguém lá, o que não era ruim, já que eu realmente queria ficar sozinho. Nem ao menos, me dei ao trabalho de trocar de roupa, me joguei em minha cama. Eu sou um grande merda mesmo, eu já sei disso a muito tempo, mas ainda não aprendi... Rose precisa de mim, desde fevereiro que ela carrega esse peso nas costas, e sabe lá quantas vezes quis me dizer e não teve coragem. Suspirei irritado, sentido o nó se refazer na garganta e não segurei, apenas me deixei soluçar mais e mais, deixei que toda aquela raiva de mim mesmo ir embora com a lágrimas. Hoje eu não poderia encarar Rose, sabendo o tanto que eu não a merecia. Ela era boa de mais para mim, e essa descoberta só me fez perceber isso, só me fez ver o quanto Rose sempre foi perfeita, o quanto esse ano deve ter sido difícil, e eu apenas fui mais um peso do que um bom namorado.

Não sei quanto tempo passei chorando, quando os outros garotos entraram, eu fingir que estava dormindo, e nem sei ao certo quem estava ali. Só sei que o tempo entre entrar no quarto e sentir as pálpebras pesarem, pareceu uma eternidade, e eu me entreguei o mais rápido possível ao sono.

LEIAM AS NOTAS FINAIS!


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Notas finais do capítulo

Seguinte, eu gostaria de pedir aos fantasminhas e comentassem! Nem que seja um: Legal, ou algo assim, quero saber o que vocês realmente estão achando da estória, então, por favor, comentem :3
E ai, o que acharam?