- E alem disso, não vou a lugar nenhum você tem tempo suficiente para me conhecer e ver se eu sou realmente tudo isso que você pensa – Ele voltou a olhar pro chão.

- Você sabe que eu estava brincando – Eu estava mentindo – E alem disso, eu não estou afim de você. Como eu disse nenhum menino dessa cidade me interessa.

- Eu sei disso. Você já me disse...

Fiquei calada ele sabia que eu estava afim dele, mais conserteza ele também estava. Ele nem precisava falar nada, era apenas observar o jeito que ele me tratava o jeito que ele me olhava o modo como sorria para mim. Era inacreditável. Mas ao mesmo tempo eu não poderia me garantir tanto.

- O que gosta de fazer? – Disse ele rompendo denovo o silencio entre nos

- Eu gosto de ler, ficar um pouco no meu computador. E ler...

- Hum, parece interessante. O que ler nesse momento?

- Nada, ainda nada.

- Mas o que gostaria de ler?

- Eu amaria ler um livro chamado As tranças de um careca – eu queria quebrar aquele clima serio que ficou entre-nos, e deu certo ele deu uma risada abafada

- Não, e sério qual livro? – Ele me olhava de um jeito tímido

- Eu quero ler o livro sobre homossexuais chamado Um estranho dentro de mim. Disseram-me que e bastante bonito.

- Nossa você não tem preconceito?

- Nenhum! Todos nos somos iguais os que nos diferencia e que algumas pessoas são melhores em certas coisas e outras não. Não existe diferente entre uma pessoa negra e outra pessoa branca. Somos todos iguais.

- Se você diz, eu concordo. – Sentia ironia na voz dele.

Fiquei calada eu não queria entrar nesse assunto.

- E você o que gosta de fazer Paolo? – Eu caminhava com mais pressa

Ele tinha notado a minha rapidez.

- Gosto de vídeo game, falar com o Rachel, passar um tempo com o meu cachorro... E ler. – Ele olhava para mim e me puxou pelo meu braço. Fazendo me parar

- O que foi? – Eu parei, e senti que sua mão estava gelada mais gelada do que a neve.

Ele ficou em silencio me encarando. Fiquei em silencio parecia que ele tinha ouvido alguém ou alguma coisa parecida. Ficamos tão próximos que eu podia ouvir seu coração bater mais forte. Mas eu não sabia qual dos corações batia mais forte. Se era o dele ou o meu.

- O que houve? – Eu já estava ficando preocupada

- Silencio – Então ele me solto devagar, e me olhou – Eu não sei por que estava andando com pressa.

- Era isso? – Fiz uma cara de desapontada

- Não.

Eu notei que ele não queria mais falar disso, então eu resolvi ficar calada se ele quisesse puxaria assunto comigo. Estamos quase chegando à colina quando eu resolvi quebrar o silencio acabei percebendo que ele não iria mais falar comigo se eu não puxasse o assunto.

- Me diga, porque não acredita no amor? – Eu não olhava para ele. E na verdade queria.

- Não gosto de falar disso...

- Eu falei coisas que eu também não gostava – Eu olhei para ele

- Mas eu não a obriguei a contar.

Calei-me fiquei furiosa por dentro. Meus pensando o chingava literalmente o chingava. Ele tinha percebido que eu tinha ficado chateada pela minha expressão no rosto. E começo a rir.

- Não sei do que esta rindo sinceramente – Eu falava brava.

- Você, e tão engraçada – Ele me olhava com um olhar de admirador eu fiz um bico enorme – Fica com raivinha por coisas fúteis, só porque eu não quis contar sobre o motivo de eu não acreditar no amor, fica assim...

- E porque eu acho que não e justo. Eu sempre sou sincera com você.

- Você e surpreendente.

- Idiota.

Para chegar à colina tínhamos que atravessar uma parte de uma trilha. Era de madeira a trilha mais bonita que eu já tinha feito na minha vida inteira. Eu fui à frente e não falei com o Paolo, eu não queria mais falar com ele, é eu estava com muita raiva.

- Ta legal, ta legal eu conto porque eu não acredito no amor. – Ele fez uma cara de raiva – Você venceu.

- Não quero saber, eu não quero que me conte algo só porque eu estou com essa minha carinha de brava, quero que conte algo para mim quando tiver confiança sobre mim, quando achar que eu devo saber de algo sobre a sua vida você me diz. – Eu olhei para ele e ainda manter meu bico.

Ele ficou calado ele sabia que eu estava certa por de alguma forma. Ele respirou fundo ele sabia que eu era difícil de lidar. Chegando as colinas eu me sentei no mato cheio de neve e fiquei observando lá de cima a minha cidade inteira. Dava para ver tudo. Paolo ficou em pé por uns segundos observando a linda vista que eu tinha mostrado a ele, ele olhou para mim e se sentou ao meu lado.

- Desculpa – Ele disse sem me olhar – Às vezes eu gosto de ser chato, ou frio. Ou ate mesmo embessil.

Eu continuava calada

- Não e que eu não confie em você. E que falar disso me magoa, ainda. Olha pra mim – Então ele pegou suas mãos geladas e colocou as em meu rosto e o virou para ele. – Escute, eu era considerado o jogador mais talentoso da escola aonde eu estudava. Tinha tudo o que eu queria de dinheiro até as mulheres. Mas não estava satisfeito com isso. Ate que eu me envolvi com a... – ele de uma pausa, parecia que ele tinha se lembrado dela – Marcela, ela era a pessoa mais linda que eu já tinha visto na minha vida inteira. Então na época do baile da escola eu a convidei, ela era aquele tipo de pessoa que eu classificava como bonita mais apagada. Ela era incrível. Ela aceito e formos ao baile, e depois disso começamos a namorar.

Eu fiquei tão paralisada com a historia que eu nem conseguia respirar direito. Então ele continuo.

- Ficamos juntos há cinco meses ate que ela tinha que se mudar de cidade, eu decidir ir morar com ela. Tava tudo certo ate que eu sofri um acidente e ela se mandou. Nunca mais quis saber de mim, nunca mesmo. Disse que eu tinha mentindo pra ela. Ela não consegue entender ate hoje que eu a amava e queria mesmo ficar com ela. Então eu deixei de acreditar nesse papinho de amor para sempre. Não é que eu não acredite no amor e que ninguém nunca me provou me amar realmente...E as vezes eu tenho medo de relacionamentos – Ele deu uma pausa.

Então ele começou a rir.

- E adivinha? – Ele me olhava nos olhos – Meu irmão o mais novo o Felipe, começo a namorar com ela.

Eu fiquei surpresa. A garota de quem ele falava era uma cobra como podia fazer isso com uma pessoa.

- Lembra que eu disse que ele perdeu o amor da vida dele. Então... Eu não falo com a Marcela, toda vez que ela ia à minha casa ver o Felipe ela me olhava como se tivesse ali apenas para me provocar... Deve ta se perguntando se Felipe sabia de alguma coisa! – Ele suspirou forte – Não ele não sabia. Ninguém sabia. Somente Daniel.

Eu não conseguia falar nada, apenas olhei para ele. E meu olhar dizia tudo.

- E difícil, você deve saber como é a traição de alguém que você confia. Mas eu não culpo Felipe, ele não sabe de nada ate hoje. Então prefiro que continue assim.

- É verdade. - Eu finalmente consegui sussurrar algo.

- Mas por incrível que pareça... - Ele me olhava com encanto – Você me passa confiança.

Eu fiquei sem graça, eu corei nessa hora.