Querido diário.

Quem e a pessoa em sã consciência que ainda escreve no diário desse jeito? Eu só quero desabafar hoje. Eu ando me sentindo tão sozinha. Porem meu pai finalmente ganhou uma pessoa para ele conversar. Eu não entendo porque eu fui embora ainda. Não entendo. Não entendo porque tudo esta ficando tão complicado para mim. E eu nem sei como o Paolo esta. Ah meu querido diário. Que inferno não consigo parar de escrever como se eu estivesse conversando com o meu diário. Então vai ser assim desse jeito como eu estou só. Vou falar com um pedaço de papel. Eu acho que nunca escrevi sobre o Paolo aqui. Conheci o Paolo por acaso, estava na Ed. Física e o ganhei uma bolada nos seios e então ele veio me ajudar. Aqueles olhos, aquela pele, aquele sorriso dele. Fiquei pasma pela beleza dele. E depois me encantei por ele totalmente, ele era bonito, simpático e sincero. Qualidades que quase nunca encontramos. E quando encontramos poucas pessoas valorizamos. Eu estava ficando com o Paolo depois de um tempo. Estava indo tudo bem, ate na festa do Michael eu senti uma vontade enorme de ficar com ele, de sentir ele em mim. Nunca tinha sentido isso. Eu estava ficando louca por ele. Quando descobri o segredo dele. Ele é um lobo. E eu não sei como isso aconteceu, mas eu sei que é verdade. Eu sinto medo de estar com ele, mas eu o amo. E isso e algo que eu não consigo mais esconder. Talvez eu tenha me mudado por causa disso. Eu queria ver ele novamente.

Uma voz veio em minha mente “E você vai me ver.”

Eu sorri, eu queria mesmo poder ficar com o Paolo, mas eu sabia que eu tinha que da um tempo até a guerra entre os lobos acabarem. Eu arrumei minha cama e fechei meu diário e acabei dormindo. O outro dia iria tudo mudar em minha vida. Eu iria pra nova escola. Novas pessoas. Eu nem sei se iria me adaptar.

- Mary, filha – Meu pai estava sentado na beira da mina cama, passando as mãos em meu cabelos.

- Hum

- Acorda filha, ta na hora da escola. Toma um banho e se arruma que hoje eu te levo. – Ele se levantou da minha cama e fechou a porta – Ande logo mocinha

- Ta bom – Eu estava bem sonolenta

Eu estranhei totalmente o modo como eu acordei naquele dia. Eu já tinha-me acostumado com os gritos da minha mãe, era bom acordar com delicadeza. Eu logo me levantei, tomei meu banho e vesti uma roupa bem básica. Fui para a cozinha e me sentei-me à mesa, tinha um café da manha bem bacana. Panquecas. Meu pai estava sentado do meu lado e comeu calado, ele não era de falar muito pela manha. Logo quando terminamos, ele pegou sua pasta e abriu a porta para mim. Eu segurava a minha mochila. A minha escola era bem mais longe de casa, eu achei que era perto, porém não era. Meu pai me deixou bem na porta da escola e me deu um beijo na testa.

- Tenha um ótimo dia. Eu te busco hoje, quando eu sair do serviço. – Ele sorriu para mim

- Obrigada pai, pode deixar. Eu qual quer coisa te ligo. – Abri a porta do carro e olhei em volta

Fui andando em direção a minha escola bem devagar, todos me olhavam. Obviamente eles sabiam que eu era aluna nova. A devo lembrar a todos que naquele dia que eu fui ao shopping com o meu pai acabei pintando meus cabelos de castanhos bem claros. Eu tinha cansado daquele meu loiro natural. Eu tinha que começar tudo do zero. Tinha que esquecer o Paolo tinha que esquecer aquela vida que eu tinha antes. Então resolvi mudar.

A minha turma era a “B”. Logo encontrei ela. E fui logo me sentando no fundo da sala. Fiquei observando, quando uma menina enorme me cutucou.

- Da lincença, esse e o meu lugar – Falando num tom ignorante

- Desculpa

- Sai logo daí guria

Me levantei na hora e peguei minhas coisas,logo em seguida todos da minha turma começaram a entrar. Eu comecei a perceber que não tinha lugar para mim. Melhor tinha, mas era ao lado de um garoto bem gordo e estranho. Eu olhei em volta e resolvi me sentar lá já que era o único lugar. Todos começaram a rir de mim, e logo o garoto gordo começou a soltar gases. E bem fedorentos. Eu respirei fundo e olhei em volta. E permaneci calada.

- Bom dia meus alunos – Entrou uma professora bem bonita – Eu quero todos de pé

Todo mundo se levantou.

- Então hoje temos uma aluna nova. Eu era que todos se sentem menos ela.

Eu odiava essas coisas. Todos se sentaram menos eu.

- Ah ai esta você. Entao pode se apresentar para nos? – Ela se sentou encima da mesa dela

- Meu nome e Marisa. E tenho 17 anos. Eu morava em Vila Marte mas aconteceu que eu tive que vim morar com o meu pai.

- E você tem irmãos?

- Sim. Só um.

- E porque se mudou Marisa? – Ela disse num tom de ironia

- Por que eu tava brigando muito com a minha mãe, e ela  resolveu com o meu pai que eu deveria passar um tempo com ele.

- Então seja bem vinda. Queremos muito que você se acostume com nos.

Eu sabia que ninguém me queria ali, ate mesmo a professora.

A aula passou bem irritante com aquele garoto gordo, soltando gases em mim. Quando bateu o sinal do intervalo eu não sai da sala. Fiquei lá quieta. As pessoas passavam pela porta da sala e ficavam me olhando lá parada, eu fiquei escrevendo algumas coisas no meu caderno. E estava bem distraída quando.

- Você é nova aqui não é? – Era a voz de um menino

Eu levantei o meu rosto e fiquei olhando nos olhos dele. Ele era bem atraente.

- Sim sou nova. – Respondi fria – Mas mau me pergunte. Você veio aqui tirar onda com a minha cara, ou ta aqui porque realmente quer puxar assunto comigo? Porque se veio para tirar onda, não se preocupa já têm vários fazendo isso.

- Ei calma. Eu não vim aqui para ficar zuando com você. Vim puxar assunto. Eu não sou anti social – Ele respondeu sincero

- Que bom.

- E então,qual e o teu nome?

- Marisa.

- E como eu vejo que você não esta a fim de papo Marisa. Quando estiver afim me procure. Eu me chamo Bernardo.

Ele se levantou e saiu pela porta. Eu sei que fui bem ignorante com ele, mas eu não agüentava mais aqueles alunos tirando onda comigo. Chamando-me de roceira. Eu achei que ele era mais um desses alunos. Mas resolvi nem correr atrás. Se ele realmente quisesse ser meu amigo, voltaria atrás de mim.

Quando acabou as aulas eu fui direto para fora da escola e fiquei esperando meu pai sentada na escada. Vi todos indo embora menos eu. Meu pai não chegava. As horas foram passando, e passando. E quando era umas seis horas Bernardo saiu da escola e me viu sentada na escada.

- Teu pai não veio te buscar? – Ele se sentou ao meu lado

- Não. Ainda não. – Fiquei olhando para frente

- Eu conheço o teu pai. Sou filho de um amigo dele. Eu sabia que você iria vim morar aqui – Ele olhava para mim e então eu virei meu rosto para ele

- Serio?

- Moro no mesmo prédio que você.

- Nossa que bacana Bernardo.

- Ta mais calma?

- Um pouco. Digamos que eu to sentindo o cheiro daquele garoto gordo ate agora

- Ah aquele lá, e o bolinha. Eu sou do terceiro ano. Eu conheço aquele menino, ele tem problemas sérios com o intestino dele.

- E eu percebi.

- Mas calma, eu posso da um jeito para te mudarem de lugar.

- Como?

- Eu conheço todos da sua turma. Eu posso pedir para a conselheira da sua turma que e minha irmã, te mudar de lugar.

- Nossa, quem e a sua irmã?

- Ela já foi embora, ela ta fazendo concurso para faculdade. Mas ela e a Stafanni.

Eu sabia quem ela era, a menina que pediu para mim sair da cadeira dela.

- E eu acho que a conheço.

- Deve conhecer, ela e bem ignorante. Mas ela vai arrumar um lugar para você, prometo.

- Tudo bem, acho que posso me acostumar com o Bolinha.

- Boa sorte então.

- Mas então, o que você quer fazer quando terminar?

- Eu penso em ser medico. Ou dentista, não sei ainda.

- Que legal. Boa sorte

- Obrigado. E você pensa em fazer o que?

- Psicologia ou Turismo. Não sei ainda.

Ele deu um sorriso de lado e se levantou.

- Vem Marisa, eu te levo pra casa.

Eu me levantei e peguei minhas coisas e formos andando até o carro dele.

Marisa morena.

Bernado Colozo.

Bolinha.

Stefanni Colozo.