Anjos e Demônios escrita por dobreva


Capítulo 3
Meu celular em mãos divinas.




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Precisei correr o mais rápido que pude, Daniel vai me matar pensei. Quando cheguei à porta, respirei fundo e quando fui abrir a porta, ela já estava se abrindo, Daniel. Você deve estar pensando porque não o chamo de professor ou “Sr. Jensen”. A verdade é que ele não gosta do sobrenome e nem que o chamem de professor.

– Preciso dizer que está atrasada senhorita Araujo? – Ele me olhava sério, mas não estava bravo.

– Eu sei Profe... Daniel – ele estava fechando a porta, mas eu o impedi, colocando o pé entre a porta. – Por favor, me deixe entrar. Eu caí por isso me atrasei. – quando ele ouviu o que eu disse, notei que minha cabeça ainda doía, encostei a mão, e estava sangrando. Ele também notou.

– Ai meu Deus! Você está sangrando! – ele disse em voz alta – Vou levar você para a enfermaria agora!

– Tudo bem Daniel, não precisa se preocupar, eu estou bem. – ele não quis saber e me pegou pelo braço e me levou para a enfermaria.

Enquanto ele me levava à força para a enfermaria, eu fiquei pensando no Max. Eu sei, eu sei. Como posso pensar tanto num garoto que conheci há poucos minutos? Eu não sei, ele parecia ter algo familiar, mas eu nunca o vira antes.

– Senhorita Mary, Amanda está ferida, será que pode ajudá-la? – Mary era nossa enfermeira, é uma boa pessoa, sempre cuida de nós, como se fosse uma segunda mãe. Confiamos nela tanto, que quase exigimos ser atendida só por ela.

– AMANDA O QUE HOUVE QUERIDA? – ela veio até mim, me segurou nos braços com força e olhou no meu olho. – O QUE ACONTECEU?

– Calma Mary, eu estou bem. É que caí, eu bati a cabeça, só isso – eu não pude evitar dar uma risadinha e pensar no que esbarrei: o deus grego Max...

– Bom, nem é tão ruim assim... – Ela olhou com cara feia para Daniel por tê-la assustado daquele jeito. – Vai ficar boa. Espere-me aqui, eu já volto.

– Tudo bem.

– Então eu vou indo. – disse Daniel.

– Espere! – eu falei alto, não queria perder mais nenhuma aula dele. Eu adoro a mitologia grega. Até me considero uma filha de Atena, deusa da sabedoria e estratégia em luta. – Eu posso voltar a assistir suas aulas, eu prometo que não chegarei mais atrasada.

– Você disse isso da última vez. – Eu fiz uma cara do tipo “POR FAVOR, eu te imploro, nenhum deus grego chamado Max vai esbarrar em mim de novo”. Ele me olhou com os olhos cerrados, mas assentiu. – Tudo bem. Está é a última chance. Amanhã sem atraso.

– Obrigada Daniel. – Eu o abracei, mas ele se conteve. Ele sabia que eu era a aluna mais aplicada da classe dele. Eu sempre conversava com ele na hora do intervalo. Mas de uns tempos pra cá, ele nem me diz oi.

No final do dia, estava com um curativo na testa, e estava com vários exercícios de quase todas as matérias pra fazer até o fim da semana. Eu havia faltado algumas semanas atrás porque estava num hospital psiquiátrico. Meus pais me colocaram lá por causa de minhas alucinações. Achavam que eu estava definitivamente louca. Eu falava algo de “Anjos e demônios, guerra, final”. Foi estranho isso.

Eu estava sentada, amarrada numa cadeira com as mãos para trás, alguém me perguntava sobre um livro, que em mãos erradas poderia causar a aniquilação dos “protetores”. Eu não entendia nada, ele falava sobre a guerra entre o bem e o mal.

Eu gritava tanto, que meus pais achavam que eu estava tendo um treco ou algo do tipo. Isso acontecia toda noite. Eles não dormiam mais, então tomaram a decisão de me colocar naquele hospital, onde eu parei de ter tantas alucinações.

Minha mochila estava tão pesada que tive que ficar trocando de lado todo tempo. Meu ombro estava doendo tanto, então parei num banco de um parque. Eu suspirei de alívio, e fechei meus olhos por um momento, e me lembrei do meu sonho. Aquele anjo, porque eu sonhei com ele? A fisionomia do corpo dele parecia com a do homem que via em minhas alucinações. Pode ter alguma semelhança...

– Por você esta com cara de sonsa no meio do parque? – essa voz era familiar, abri os olhos e me deparei com aquela figura de óculos sorrindo pra mim.

– May! Você voltou! – eu me levantei e a abracei com tanta força que ela gritou de dor.

– É. Estava com saudades de alguém cuidando de mim. – Mayara, era uma garota louca sempre me faz rir, e sempre quando estava mal, eu que cuidava dela. – No que estava pensando?

– Nada.

– Mentira. - ela me fitou, e sempre quando ela faz isso é porque sabe que eu estou mentindo. - Fale a verdade.

– Nada demais, só foi um sonho louco que tive. – Um sonho muito louco.

– Adoro sonhos, conte-me. – Ela parecia ansiosa pra que eu contasse.

– Depois eu te conto. Vamos para minha casa primeiro. Preciso estudar, e muito. – Eu ia pegar meu celular na mochila – Preciso avisar meu pai que você vai estar em casa comigo.

– Por quê? Você nunca precisou.

– É que, depois que voltei daquele hospital, ele tem medo que eu fique em casa sozinha e... – eu engoli em seco.

– Ah, entendi. – May também acompanhou essa parte da minha vida, ela ficava muito assustada quando me via surtar. Pelo menos foi o que minha mãe disse.

Eu colocava a mão por toda a minha mochila, e não achava o celular. Comecei a entrar em pânico, tinha acabado de comprá-lo.

– Meu deus! Onde ele está? Será que deixei cair, ou deixei em algum lugar? May você pode me emprestar o seu?

– Claro, pegue. – ela me deu o celular, e liguei para o meu. Ele chamou, chamou, chamou, até que alguém atendeu.

– Alô? – era uma voz masculina. Uma voz que eu conhecia

– Quem é?

– Max Campbell. - Max Campbell. O garoto em que esbarrei. O deus grego. Eu devo ter deixado o celular cair. – Quem é?

– Hãm... É a Amanda. Você ficou com meu celular? – eu consegui o ouvir dando uma risadinha do outro lado da linha.

– Amanda, como vai? Bom, fiquei. Você deixou cair no chão. Eu tentei te encontrar pra devolver, mas não te achei.

Ele ficou me procurando! Mas calma Amanda foi porque você é tão desastrada que nem viu que deixou cair seu celular.

– Estou bem... É...- Fale algo besta! – Será que pode me devolver?

– Mas é claro.

– Onde você está? – eu vi May me olhando e fazendo uma cara do tipo “Me conte com quem você está falando A-G-O-R-A”, mas fiz sinal de silêncio para ela.

– Estou no parque perto da escola. – ele está aqui. Comecei a olhar para os lados e tentar enxergá-lo, mas não o via em lugar nenhum.

– Eu não estou te vendo.

– Por que não olha para trás? – a voz no telefone era a mesma voz que ouvi atrás de mim. E lá estava ele. Max Campbell com meu celular na mão, sorrindo pra mim.


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