A cortina estava com uma pequena fresta aberta e o sol batia diretamente no meu rosto incomodada coloquei o rosto no travesseiro, mas não consegui mais voltar a dormir, era sábado um dos únicos dias em que eu podia acordar tarde. Olhei a hora no celular 7h da manhã.
- Tá de brincadeira né?!
Já que não ia mais dormir me levantei e decidi andar na praia, comi alguma coisa pra enganar o estomago e coloquei um biquíni, um short e uma blusa solta, botei um óculos de sol no rosto e sai andando.
Sentei na areia e fiquei observando a linda paisagem, o céu azul, com poucas nuvens, as ondas no mar quebrando, adorava ir ali pra pensar. Pensar na faculdade, na família, na minha drástica vida amorosa, mas meus pensamentos foram interrompidos com uma lufada de ar quente e uma bela lambida no rosto.
- O que você está fazendo aqui? - disse acariciando a orelha de um gigante labrador.
Ele respondeu abaixando o focinho, quase implorando por mais carinho.
- Desculpa. - alguém grita ofegante pela corrida - A coleira soltou.
-Nada de mais. - ao levantar o rosto para ver o dono da voz e do cachorro, só conseguiu rir, ele estava completamente suado, com as bochechas vermelhas, se apoiando nos joelhos, com o cabelo bagunçado, e de repente os dois estavam rindo.
- Em minha defesa devo dizer que a culpa é toda do Jack. - respondeu tentando fazer cara de sério, e segurando o focinho do cachorro.
- Desculpa. Eu não queria rir, é que foi muito engraçado.
- Sem problema, deve ter sido mesmo. O estranho é ele estar tão calmo perto de você, normalmente tenho que prender ele perto de estranhos.
- Não consigo imaginar ele atacando ninguém.
- Eu também não conseguia ver ele tão manso com uma estranha.
E foi quando eu percebi o quanto aquele estranho era bonito, seus olhos azuis escuros, seu cabelo preto, suas bochechas ainda rosas, mas o mais estranho era me sentir tão a vontade com ele.
- E você não vai me dizer seu nome ?
- Não sei ainda, você pode ser um psicopata.
ele riu
- Um psicopata com um cachorro assassino.
- Vocês seriam ótimos vilões.
-Será que...-
Mas a fala dele foi interrompida por uma garota.
- Apolooo - ela gritava
- Droga. Vou ter que ir.
- Tchau então. Você é a coisa mais linda que eu já vi. - falei o acariciando pela ultima vez.
- Obrigada. - ele disse passando a mão no cabelo.
eu ri
-Desculpa, eu estava falando com o cachorro. Mas você também é bonito- disse tentando quebrar o clima tenso que se formou.
- Com essa eu vou embora. - ele falou desconcertado, pegou o cachorro e saiu andando.
E mais uma vez eu estava sozinha com os meus pensamentos.