Minha Amada Vítima 2 escrita por Livia Dias


Capítulo 23
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo adiantado galera!

Este bônus comemora o Natal e o próspero 2015, onde desejamos alegrias, saúde e paz para vocês ;)

Obs: Tentamos fugir do comum.

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438817/chapter/23

Era uma tarde fria de Natal. As folhas caíam de forma singela e sutil na grama recém aparada do jardim do condomínio de alto padrão no centro de Chicago.

Hinata acariciava os cabelos da garota de cabelos escuros e olhos tão azuis quanto os dela, sorrindo meigamente por vê-la se recuperando pouco a pouco.

Hanabi Hyuuga tinha quatorze anos agora, e usufruía de uma aparência menos doentia, embora sua irmã mais velha fizesse questão de protegê-la até o último instante.

– Meus pulmões estão no lugar - brincou a caçula, deitada na cama do espaçoso quarto com um livro aberto sobre o colo. Hinata se assustara com uma aparentemente forte demais que a irmã dera.

– Sei que estão – Hinata achou graça, mesmo que o susto a tivesse feito se sentir tão mal.

Dois anos se passaram desde os ataques sórdidos da Akatsuki e do próprio presidente do Japão, e a jovem Hyuuga preferiu se mudar logo em seguida, buscando por sua irmã em um hospital americano e seguindo para Chicago, onde a garota poderia ter um tratamento seguro, sem intromissão de Hiashi ou de qualquer outro.

Nesse meio tempo, Hinata conseguiu arduamente entrar em uma faculdade local, e escolheu jornalismo como uma opção mais viável.

Hinata admitia que ficar longe dos amigos era difícil, no entanto, se tornava necessário. O consolo era manter contato mesmo à distância, principalmente com Naruto, seu grande amor.

Soube pelos noticiários e por intermédio de animadas chamadas no Skype, que Mebuki assumira o posto de presidenta do Japão, e fez questão de juntamente com seu governo ocultar completamente os fatos que envolvessem ligação entre Kisashi e a Akatsuki, a fim de manter a população calma e feliz.

Uma ideia sábia e ao mesmo tempo injusta.

Soube também que Sakura havia ingressado em um intercâmbio de Medicina na Califórnia, e que Sasuke a acompanhara para cursar Administração.

Itachi e Ino tinham conseguido casar em uma capela em Las Vegas, logo que a loira conquistou o tão sonhado emprego em uma famosa revista de moda japonesa. Fora uma cerimônia simples e carregada de loucura, afinal o que surge em Vegas, fica em Vegas, então Hinata não tinha certeza se o romance de ambos poderia ser considerado sério agora.

Minato, Fugaku e Madara acabaram com o Grupo Uchiha de terrorismo e máfia. Com o aumento da família e as vidas de seus herdeiros sendo construídas em base da paz e tranquilidade, resolveram iniciar um negócio “misterioso”, com o apoio de Tsunade, Orochimaru e Jiraya. Certamente poderia ser considerado algo perigoso desde o príncipio.

Naruto seguira com a faculdade de Engenharia, e estava se esforçando ao máximo para acompanhar o ritmo de um bando de alunos estudiosos. Provavelmente tinha deixado a preguiça de lado por conta da Hyuuga, já que a mesma deixara bem claro que só casariam quando ele decidisse sua vida.

Ao menos ele parecia decidido a passar o resto de sua vida ao lado dela.

– Como quer passar o Natal? – Hinata acariciou novamente os cabelos negros de sua irmã, deixando os devaneios de lado.

Hanabi sorriu.

– Eu que lhe pergunto. Como você quer passar o Natal? Sozinha com a irmãzinha chata?

A príncipio Hinata não entendeu. Até que a campainha tocou naquele mesmo momento, e Hanabi encolheu os ombros inocentemente.

– Você não vai atender a porta?

Hinata semicerrou os olhos para a irmã, claramente desconfiada.

– Você não presta, sabia? – E lançou uma almofada na garota, que mostrou a língua para a mais velha.

A morena saiu do quarto às pressas, enquanto a campainha tocava continuamente com poucas pausas.

Não poderia esperar, não?

Ajeitou a blusa de frio cinza antes de girar a maçaneta em um rompante.

Seus olhos demoraram a reconhecer a figura plantada à soleira da porta, talvez pelo buquê de rosas intensamente vermelhas ofuscando seus cabelos loiros, ou talvez pelo sorriso largo em seus lábios, recepcionando-a de uma forma que a deixava brevemente atordoada.

– Na-Naruto-kun? – A timidez retornou como um tapa em sua face com luva de pelica.

O Uzumaki lhe envolveu em um forte abraço, o cheiro das flores misturando-se ao perfume forte que a morena lhe dera de presente em um dia qualquer, dois anos atrás.

– Hina-chan – Naruto sorriu-lhe, tão emocionado quanto ela, e ao mesmo tempo tão feliz. – Eu senti sua falta...

Hanabi os observava à distância. Seu cunhado lhe deu uma piscadela por cima do ombro de sua namorada, e a garota não conteve o riso, tomando o cuidado para não atrapalhar tal momento.

Ambos mereciam aquilo. Um pouco de paz, um instante de alegria. Mesmo que as dificuldades surgissem, eles precisavam estar juntos e não separados.

Feliz, Hanabi retornou para seu quarto, ouvindo os murmúrios apaixonados do casal.

(...)

Ino observou o objeto novamente, cuidadosamente depositado na pia da suíte de um cassino hotel em Vegas. Tinha 99,9% de chances de exatidão, portanto, poderia respirar tranqüila depois que concluísse aquilo... Ou não?

– Espero que consiga os documentos o quanto antes – Itachi falava ao telefone, largado em uma das poltronas do espaçoso quarto em tons de bege e dourado. – Daqui a um ano vou encerrar a faculdade, e preciso da documentação em dia.

A porta do banheiro se abriu, e uma Ino extasiada deixou o mesmo. Parecia confusa e ao mesmo tempo com um alívio inegável percorrendo seu semblante.

O Uchiha notou tal mistura de emoções na loira, e tratou de encerrar a conversa, desligando o telefone.

– O que foi? – Ele se levantou, observando-a seguir até a cama e desabar ali.

– Não estou grávida...

O silêncio pairou entre ambos. Itachi agachou-se a frente da jovem, afastando uma mecha loira que cobria seu rosto.

– Tudo bem, Ino – Ele foi gentil como deveria ser, mas que raramente era de fato. Segurou as mãos dela entre as suas. Sabia o desejo da namorada de ser mãe, no entanto, a situação atual impossibilitava que ela concretizasse tal sonho. Momentaneamente ele deveria apenas tomar cuidado com o que deveria dizer. – Não vejo problema nisso. Não agora – acrescentou rapidamente, logo que a loira o encarou com o cenho franzido.

A Yamanaka relaxou novamente.

– Que bom que pensa assim – Ela começou lentamente, um sorriso desabrochando em seus lábios. – Porque estava brincando. Você vai ser pai sim, querido.

E Itachi lembrava-se apenas de ter caído na inconsciência sob a exasperação cômica de Ino.

(...)

A Califórnia exalava um ar natalino tipicamente sutil e ao mesmo tempo luxuoso. Sasuke e Sakura haviam ganhado uma casa à beira da praia da cidade, espaçosa e decorada. Os fornecedores de tal presente não poderiam ser outros senão Madara e Mebuki, que aproveitavam um romance proibido no Japão.

Sakura havia retirado a lasanha do forno, satisfeita com o resultado de seu trabalho esforçado. Ao menos aprendera a cozinhar, mesmo que seus pratos ainda não saíssem tão bons quanto deveriam.

– Não está tentando colocar fogo na casa, certo, querida? – o jovem Uchiha brincou, adentrando a cozinha com sua típica expressão irônica.

A rosada revirou os olhos, tirando o avental de sua cintura, sem um pingo de paciência.

– Estava terminando nosso almoço. Mas já que acha que pode fazer melhor...

Fez menção de passar pelo moreno, porém este a deteve com seu braço, envolvendo-a em um abraço.

– Ei, estava brincando. - Ele riu, e a Haruno não conseguiu permanecer séria por muito tempo, exibindo um pequeno sorriso. – Pelo menos já sabe algo além de bater em ladrões de esquina que tentam te roubar.

Sakura não deixou de estapeá-lo por conta da última frase.

– Estou me saindo bem como uma estudante normal agora – Se afastou relutantemente, seguindo para a sala. – Melhor do que você.

Sasuke franziu o cenho ao ouvir a indireta.

– O que quer dizer?

Ela largou-se no sofá, ligando a TV. O sorriso não deixava seus lábios.

– Que você pode esconder melhor seu emprego de matador de aluguel.

O Uchiha bufou.

– Andou me investigando?

– É o meu trabalho como futura noiva – Ergueu a mão contra a luz, tendo um vislumbre do anel de compromisso. – Quero dizer, vamos nos casar, certo? Ou desistiu?

Com um suspiro resignado, Sasuke sentou-se ao lado da rosada.

– Não queria que ficasse irritada...

– Não estou irritada – a jovem apressou-se em falar, mesmo que seu tom de bom-humor parecesse levemente forçado, inclinando para a ironia. – Estou satisfeita.

– Satisfeita?

Sakura deu de ombros.

– Quero dizer, você jamais desconfiaria mesmo.

– Desconfiar de quê?

– Que... Estou preocupada com você – Ela finalmente deixou escapar, fechando a cara. – Não quero que morra por aí. Escolhemos viver normalmente agora, lembra?

– Ah, é só isso?

– Como assim “só isso”? – Sakura arqueou uma das sobrancelhas.

Sasuke sorriu de canto.

– Não vou permanecer nisso por muito tempo. Só... Quero me despedir. Como você disse, estamos iniciando uma vida nova. E eu gosto de matar. É como um passatempo.

– Tudo bem, então – Sakura levantou-se, sem demonstrar qualquer irritação ou ironia. Seus olhos esmeraldinos brilharam perspicazes. – Já que é assim, vou me despedir da minha antiga vida também. E... Ops, eu não tenho uma antiga vida tão emocionante para me despedir. – Brincou, fingindo-se pensativa.

Analisando-a com divertimento, Sasuke não conteve a risada.

– Você era minha vítima. Já é emocionante.

Sakura levou as mãos à cintura, incrédula.

– Que emocionante. Eu só fingia que te achava perfeito.

– E eu não sou?

Ela lançou uma almofada nele, que se defendeu agilmente, puxando-a para mais perto pela cintura curvilínea.

– Você era minha amada vítima – Sasuke disse com uma certeza inabalável, e a rosada ousou sorrir minimamente. – Você me mudou. E você é a coisa mais preciosa que tenho.

Sakura acariciou os cabelos negros dele, enquanto o mesmo encostava a cabeça em sua barriga. Conteve as lágrimas sorrateiras, encarando o teto e piscando diversas vezes.

– Eu sei.

E a neve continuou a cair, suave e lentamente.

As vidas deles poderiam ser comparadas a um sutil floco de neve: por vezes obedecendo aos ventos fortes que os aprisionavam, para mais tarde serem livres e vagarem em busca da própria felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Particularmente, Minha Amada Vítima foi uma grande experiência para mim. Escrever uma história tão complexa e cheia de reviravoltas chegou a ser trabalhoso, mas gratificante. Agradeço imensamente pelo apoio que nos deram, com seus comentários, recomendações e favoritos. Esperamos retornar no próximo ano com uma nova história caprichada SasuSaku ;)

Beijos em seus corações!

— Livia Dias.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Amada Vítima 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.