Não morra de fome escrita por MafagafoGirl


Capítulo 5
Alces e pássaros


Notas iniciais do capítulo

Eu estou demorando para atualizar porque não encontro muita inspiração. Mas não vou abandonar a história.



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Consegui tempo o suficiente para conseguir escrever aqui. Faz uns cinco dias que o inverno começou, no entanto já sinto os seus efeitos.

Meu estômago está se remoendo. Eu consegui guardar um bom suprimento de comida durante os últimos dias sem neve, porém eles estão congelados, e meu estoque de madeira está acabando.

Estou com medo de ir buscar mais. Eu vi um alce por aqui. Bem, não era um alce, disso eu tenho certeza. Mas... Parecia com um. E eu não sei o nome daquilo. Na verdade não sei o nome de nada nessa ilha. Os coelhos não são coelhos, mas tem cara de coelho, e é por isso que eu os chamo de coelhos. Assim como os búfalos, as abelhas e as aranhas.

Não sei o que há com essas espécies estranhas deste lugar. Parecem tanto com animais comuns, mas tem alguma coisa que os faz não ser um, mas parecer. Os coelhos tem antenas, as aranhas e as abelhas são muito grandes, e os búfalos são muito peludos para conseguirem suportar o calor que faz quando o sol está a pino.

Talvez aqui haja mais oxigênio. Isso explicaria o tamanho dos insetos, e como eu tenho mais energia do que antes. Mas os búfalos e coelhos estão do seu tamanho normal, então não poderia ser isso.

Ah, faz tempo que não me dedicava aos estudos científicos. Todo o meu foco nos últimos vinte dias foi sobreviver, como um mero animal selvagem, e pensar numa explicação para tudo me faz ter boas lembranças de quando estava em minha cabana.

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Hoje de manhã eu me aventurei á procura de lenha. Achei uma pequena floresta, e comecei a cortar algumas árvores. Entrando um pouco mais, vislumbrei uma clareira, onde bem no centro residia um pequeno ninho de pássaro com um ovo enorme, de uma cor estranha.

Minha visão esteve estranha esses dias. Vejo sombras pelos cantos dos meus olhos e á noite algumas criaturas parecem projetar suas sombras na minha fogueira de pedras; Alguns olhos ás vezes me encarando na escuridão á volta, e muitas vezes minha visão treme e se duplica. Não deve ser nada muito severo.

Faminto, eu peguei o ovo. Que bela omelete faria, eu pensei, quando vislumbrei uma das criaturas mais horrendas que já vi.

Parecia um pássaro. Mas era enorme, quase o triplo da minha altura, de pernas compridas e finas. Tinha um bico pontudo e apenas um olho que cobria quase todo o corpo dele, de tão grande que era. Ele avançou para mim e bicou minha cabeça. Eu me defendi com meu braço, e ele ficou severamente machucado. Creio que se a bicada fosse um pouco mais forte eu teria quebrado meu braço.

Eu não tentei lutar, não tinha preparado nada para me ajudar. Apenas meu machado, mas fiquei receoso de usá-lo. Caso se desgastasse eu ficaria sem lenha. Então fugi. Fugi até o sol estar á pino, e meu estômago começar a roncar. Olhei para trás --Nada. O pássaro deve ter desistido. O pássaro alto.

Mas eu fiquei com o ovo. Refazendo meus passos com cautela, eu consegui chegar no lugar de onde eu comecei a cortar lenha, e voltei para minha base. Improvisei uma panela com uma rocha mais achatada e fiz uma omelete, com algumas ervas de tempero.

Eu estava me aventurando a procura por mais lenha quando vi aquele alce novamente. Ele era hostil, não me ousei aproximar dele. Eu sou um homem da ciência, não um brutamontes que luta com tudo que encontrar.

Voltei para minha base e escrevi no meu caderno. Minha barba cresceu bastante, está fabulosa e eu mal posso esperar para cortá-la fora, quando o inverno acabar.

Pelo menos ela me deixa quente e aconchegado agora, durante o frio.


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Notas finais do capítulo

um capítulo mais longo pra vocês



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