Não morra de fome escrita por MafagafoGirl


Capítulo 4
Ciência




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Consegui fazer uma veste para me proteger do frio, feita de pele de porco. Não está tão frio quanto antes, mas o vento gelado ainda congela minhas orelhas e meu nariz.

Eu consegui vários fragmentos de rocha, e um pouco mais de caminhada me levou para um rochedo alto salpicado de pedrinhas amarelas. Ouro! Lembro de quando consegui minha primeira pepita de ouro.

Eu já havia desistido de encontrar minha casa. Minha prioridade maior agora era fazer igual aquela voz grossa na minha cabeça tinha me dito para fazer. Não morrer de fome.

Eu precisava de algum tipo de maquinaria para conseguir fazer algumas ferramentas, já que eu estava sozinho e não dispunha de ajuda. Eu já havia feito uma dessas antes, durante uma experiência, porque eu não queria contratar um ajudante para me ajudar nas minhas pesquisas. E deu certo. Meu cérebro trabalhou como uma máquina para lembrar-se de como fazer aquela máquina.

Talvez eu consiga me lembrar... Ouro, isso com certeza tinha. Pedras... Madeira... Eu não consigo me lembrar de verdade, mas deve ser algo assim. Eu precisava mesmo era do ouro.

Vaguei por um dia sem o menor sinal de alguma pedra que pudesse me dar uma pepita, por menor que fosse. Então, eu entrei naquele bioma das gramas, e dos coelhos e búfalos. Não sou geógrafo, não sei seu nome. Andando por algum tempo, eu vislumbrei pela primeira vez aquele rochedo. Alto, mais escuro, cheio de riscos amarelos que refletiam a luz do sol e deixavam minha vista cheia de riscos em negativo.

Eu minei aquela pedra. E de lá tirei o ouro. Segurei a pepita na ponta dos meus dedos indicador e polegar. E sorri. Aquele deve ter sido um dos últimos sorrisos que dei na vida.

A minha máquina era muito pesada para eu carregar por ai, de modo que tive que colocá-la no que hoje é minha base. Com a ajuda dela, consegui fazer uma pá, e mais outros utensílios que me foram de grande ajuda, e ainda são.

A noite está chegando. Minei uma boa quantidade de pedra, deve ser o suficiente. Vou pernoitar aqui e voltarei para casa pela manhã. Talvez comece a nevar. Se isso acontecer, minha fogueira irá se extinguir e eu ficarei no escuro.

A escuridão não é um bom lugar para dormir.


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Notas finais do capítulo

Nota: Quando Wilson falou dos "riscos na minha visão em negativo" é aquela imagem que fica na sua vista quando você olha para um ponto de luz por muito tempo. Por exemplo, quando você olha para uma luz branca por muito tempo e quando você desvia o olhar fica com um monte de pontinhos rosa, roxo ou verde no formato da lâmpada na sua vista.

Não sei se esse capítulo é muito curto, mas parece bom o suficiente. Eu tenho uma síndrome de Machado de Assis se desenvolvendo.



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