It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

"O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela."
Fernando Pessoa



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A Vida é muito curta para ficar perdendo tempo com coisas bobas. Dizem que a única certeza que temos é que vamos morrer. Ah! A morte, algo fascinante, um mistério para humanidade, faz com que você valorize a vida. O que seria da vida sem a morte? Será que viveríamos se soubéssemos que não iriamos morrer? Viver e não sobreviver! Eram esses os questionamento de Mary, que aprendeu a valorizar sua vida da pior maneira possível.

Tudo começou, quando ela voltava do seu trabalho. Era de noite, só se ouvia o som do vento que lembrava um passado distante, em que brincava na casa de seus pais e não tinha preocupações. Bons tempos! Mary era promotora, e trabalhava no Tribunal de Justiça. Estava se preparando para entrar no carro, e percebeu que o estacionamento já estava vazio. Sempre era a última a deixar o local, gostava de se ocupar com o trabalho, para não ter que lidar com sua vida pessoal. Apertou o alarme do carro, colocou a mão na porta, quando sentiu um pano sobre sua boca e nariz, um cheiro muito forte, braços em sua volta. Reconheceu o cheiro, clorofórmio, tentou se debater, mas quem a segurava era forte. Foi perdendo os sentidos, seu coração batia forte, ela olhou para cima e a última coisa que viu foi uma lua distante, talvez a última imagem que veria.

Mary POV

Eu acordei no que parecia um galpão, as luzes eram fracas, pois o lugar era grande e havia poucas lâmpadas. Avistei mais a frente dois homens conversando, eram da mesma estatura e se pareciam, o que me fez deduzir que eram irmãos. Um saiu, e o outro estava vindo em minha direção.

– Olha docinho! Se você colaborar com a gente nada de ruim vai acontecer, e logo você poderá ir pra casa. - ele falou num tom gentil. Como ele ousa me sequestrar e achar que vou abaixar a cabeça e concordar com isso. Esse era um dos meus problemas, tinha o gênio forte, algo que me dava sucesso no trabalho e problemas na “vida real”.

– Eu prefiro morrer no que participar dessa palhaçada, eu não passei noites em claro estudando pra fazer justiça nesse mundo de caos, pra facilitar a vida de bandido- cuspi na cara dele, me arrependi imediatamente. Onde eu estava com a cabeça? A verdade é que estava irada por estar ali.

– Muito bem, vai ser do jeito difícil, Mary- ele falou calmamente limpando o cuspe da cara. Dava pra ver que ele estava se segurando para não me estapear. Mais por quê?

– Como você sabe meu nome seu cretino? – perguntei, imaginando as possibilidades.

– Não abuse da sorte docinho, e eu sei mais coisas sobre você do que você mesmo- falou em tom sarcástico.

– Quando eu sair daqui você vai desejar não ter nascido- ameacei. Senti que já estava passando dos limites, mas não conseguia me controlar.

– Acho que você já falou o suficiente por hoje docinho- falou. E começou a molhar o pano com um liquido que estava num vidro. Já sabia o que era e o que estava por vir.

– Para de me chamar assim seu cana...- nem tinha terminando de falar e o pano já estava sobre minha boca e nariz. Fiquei meio tonta e perdi os sentidos novamente. Meu último pensamento foi que quando recuperasse os sentidos tinha que dar um jeito de fugir.


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