It's not a Fairy Tale escrita por Emmy


Capítulo 2
Conhecendo John Blake


Notas iniciais do capítulo

"Já fugi
não sei do que
muito rápido
corri
movido por algo
fugi
aquela noite
e depois
fui para longe
ainda mais longe"
Crislambrecht



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Acordei e quem estava me encarando era outra pessoa, vai ver que eles revezavam o turno.

– Bom dia boneca! - ele disse. Sua cara era menos gentil, tinha a impressão que ele não ia se segurar se precisasse me bater. Então, faria de tudo para segurar meu gênio.

– Bom dia! Agora você pode me dizer por que me sequestraram? Quanto tempo vou ficar aqui? E vocês são irmãos? - disparei logo várias perguntas.

– Não estou afim de responder, é melhor calar a boca que minha paciência não é das melhores! Meu turno já está acabando, então se comporte. - ele falou.

Acho que só iria conseguir respostas com o outro irmão, se é que eram irmãos. Fiquei olhando de um lado para o outro pensando em maneiras de fugir. O meu sequestrador ficava mexendo no celular, não parecendo notar o que eu estava fazendo. Não tinha muitas opções de fuga. O Galpão só tinha uma janela, mais era muito alta e duas portas, uma delas deveria ser um banheiro. Tinha que ver se lá minhas chances eram melhores.

– Ei cara ruim! Preciso ir no banheiro- provoquei.

– Você tem cinco minutos cronometrados, se tentar fugir vai se arrepender- ele me ameaçou, porém não me deixei intimidar.

Ele me desamarrou e me segurou fortemente pelo braço, como minha pele era clara, sabia que ali ficaria um pequeno hematoma.

O banheiro não era grande, tinha uma pequena janela com grades, um vaso enferrujado, e uma pia. Meu tempo estava acabando tinha que pensar rápido. Pelo visto meu único jeito de fugir era pela porta da frente. Assim que ele abrisse a porta do banheiro, seria quem sabe minha última chance de tentar escapar.

– Já acabou seu tempo loirinha, sai logo daí- ele disse. Respirei fundo e me preparei para colocar meu plano em ação.

Abri a porta, chutei em seu ponto fraco e sai correndo. O Galpão era muito comprido, mas continuei correndo com todas as minhas forças. Ele não demorou para se recuperar e foi em disparada atrás de mim. Ele corria incrivelmente rápido. Caramba! Ia me alcançar. Estava tão encrencada! E ainda ocorreu a única coisa que não podia acontecer naquele momento, eu cai.

Ele me pegou e me jogou sobre os seus ombros. Comecei a chutá-lo, mas não adiantou muito. Fui colocada sentada numa cadeira, mãos e pés amarrados. O sequestrador olhou-me furiosamente e me acertou com um tapa na cara. Perdi o fôlego, senti como se meu rosto estivesse em brasa viva. Como se não bastasse minha boca não ajudou muito.

– Seu cretino, não te ensinaram a respeitar uma dama- falei indignada.

Ele me acertou do outro lado do rosto.

– Cala boca, sua vadia. Como eu disse minha paciência é pequena. - falou com os olhos ainda fumegando de raiva.

– Tenho certeza que não é só sua paciência que é pequena! E se a sua paciência é pequena, então esqueceram de dar a minha- gritei pra ele. O mau-caráter levantou a mão, fechei os olhos esperando a próxima bofetada. Não veio nada. Olhei e vi que seu suposto irmão segurava sua mão, e o olhava enfurecido.

– Quem te deu autorização para tocar nela? - falou tentando conter a voz.

– Desculpa, você sabe que não herdei a sua paciência. - falou gritando.

– E melhor você ir, acabou o seu turno, eu assumo daqui em diante. - ele falou.

O outro saiu. E seu irmão virou pra mim.

– Me desculpe por isso! Eu trouxe comida para nós. Se eu te soltar promete se comportar para que possamos conversar civilizadamente? - Indagou.

Como estava com medo de fugir e encontrar aquele mal-encarado, concordei balançando a cabeça positivamente, confesso que fiquei um pouquinho abalada pelos tapas.

Ele tinha trago um lanche da McDonald’s. Me pegando de surpresa colocou o copo gelado no meu rosto, me esquivei no primeiro momento, mas depois entendi o que estava fazendo, cuidando do meu machucado. Como ainda estava zangada peguei o copo e coloquei eu mesma. Ele sorriu, e era um sorriso tão lindo que meu coração involuntariamente começou a bater mais forte.

– Bem, vou me apresentar, sou John Blake! Me desculpe por te sequestrar mais estava desesperado, e sei que isso não é motivo suficiente, mas me perdoe. Veja bem, eu não sou uma pessoa ruim, quer dizer nem sempre fui uma pessoa ruim. Esse é o primeiro e último trabalho que pego. Vou fazer o possível para que você não sofra enquanto estiver aqui. Não posso contar mais detalhes sobre esse trabalho, pois não sou “a cabeça do plano”, sou o que você pode chamar de capanga- se explicou olhando para todos os lugares menos pra mim. Quando finalmente me encarou nos olhos, pude ver a profundidade de sua tristeza. Fiquei encarando-o em silêncio, como ele era bonito. Principalmente os olhos que eram de um azul-esverdeado, senti que se ficasse olhando poderia me perder naqueles olhos. John tinha os cabelos pretos, como uma noite sem lua. A pele era clara igual a minha, tão branca que se eu fosse fã de crepúsculo diria que ele era um vampiro. Conti o riso com esse pensamento. Para completar era alto e forte. Depois de minha analise sai do transe.

– Bem como você pode ver, não está fazendo um bom trabalho- virei o rosto para ele ver minha cara, na qual eu acreditava estar machucada- E se você é uma pessoa boa tenho medo de cruzar o caminho de uma má pessoa. E prometo me comportar se você prometer que aquele monstro não vai mais ficar comigo. - falei quase suplicando.

– O nome dele é Marcos Blake, meu irmão. E vou tentar melhorar em meu trabalho docinho. -respondeu.

Pelo menos tinha acertado em seu parentesco. Só tinha prometido me comportar, pois estava curiosa para saber mais de John. Mas tinha que garantir que aquele tal de Marcos não chegaria mais perto mim. Seu irmão tinha quase a mesma altura dele, também era forte, tinha a pele bronzeada, porém tinha o cabelo louro, e podia apostar os meus cabelos loiros que os deles eram oxigenados. Seu olhos eram um castanho escuro, nada comparados com a beleza dos de John.

Finalmente tinha acabando de comer o que John tinha trago, estava cheia com o refrigerante, hambúrguer e batatas fritas.

– Por favor eu quero me deitar, onde vou dormir? -perguntei calmamente, não que estivesse pensando em dormir.

Ele foi até o canto do Galpão e pegou um colchonete que estava enrolado e estendeu no chão. Estava sentido meus olhos pesando. Deitei no colchão. Não acredito! Aposto que John tinha colocado sonífero no meu refrigerante. Ele ia me escutar assim que eu recobrasse a consciência. Mas antes de entrar no inconsciente a última imagem que veio em minha cabeça foi seus lindos olhos. Que droga! Por que tinham que ser tão maravilhosos?


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam? Estou doida para saber a opinião de vocês!!