Childhood Blues escrita por TheDilusionist


Capítulo 13
Centro do Furacão




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“Certamente, eu não conseguia prever como aqueles dias iriam se passar. Perguntando-me o porquê de tudo aquilo estar acontecendo eu começava a entender o real significado daquela tempestade. Em meio a uma maré de angustia, parecia que eu iria me afogar. Em meio a um turbilhão de pensamentos, parecia que eu ia sufocar.”

Com os olhos cheios lagrimas e pensamentos que não se conectavam, Ayumi continuava correndo virando no fim do corredor e subindo rapidamente as escadas. Os passos incertos quase a fizeram cair duas vezes e ao chegar ao topo das escadas, pulou uma pequena correntinha que impedia de chegar ao terraço. Queria se acalmar um pouco pois não conseguiria fazer nada naquele dia com aquela imagem na mente.

Capítulo 12 – Centro do Furacão

Os olhos de Takeru haviam se arregalado ao ver Yuna se aproximando enquanto colocou a mão canhota sobre sua boca, e beijando o dorso da mão. Do ângulo em que estavam, provavelmente Ayumi não teria visto que ela tinha colocado a mão na frente. E ao olhar para frente viu Takeru bem constrangido.

– O-o que você está fazendo?! – disse Takeru afastando-se de Yuna com o rosto completamente corado.
– hehe. O que você teria feito se eu tivesse lhe beijado diretamente? – Yuna comentou enquanto passou o dedo indicador sobre os lábios.
– Eu teria ficado bravo, pois você sabe que tem alguém que eu gosto. – disse ele explicando enquanto olhava para baixo.
– Você continua o mesmo garotinho fofo de quando te conheci. – ela soltou aquelas palavras de forma a querer brincar um pouco com ele rindo um pouco.
– C-calada! – ele havia ficado mais vermelho enquanto ela continuava rindo ali. – e pare de rir. – ele virou-se na direção de sua bicicleta e foi retirando ela devagar. – Bom, eu vou me indo. Tenho coisas a fazer mais tarde. Até outra hora Mishima-san

Assim que Takeru foi embora, Yuna deu um pequeno sorriso enquanto começou a cantarolar enquanto entrava no prédio em direção à sala do conselho estudantil. Ao chegar lá, adentrou a mesma sem nem ao menos bater vendo que Suzumu estava olhando para as ultimas folhas dos preparativos para o festival daquele final de semana.

– Então, como foi? – Suzumu direcionou o olhar para Yuna calmamente enquanto guardou a ultima folha em uma caixa.
– Não consegui beija-lo diretamente, mas acho que no final deu tudo certo. – Yuna caminhou lentamente até aproximar-se do sofá enquanto o rosto estava meio corado por lembrar o rosto de Takeru tão próximo. Ao sentar-se no sofá ela lembrou-se que tinha visto Ayumi escondida atrás da porta. – Me sinto um pouco má pelo que eu fiz, mas o que está feito está feito, não é mesmo Presidente do Conselho-kun.
– Sim... – ele afirmou enquanto se levantou, guardando a caixa cheia de papéis dentro do armário. – Por hora, acho que nada mais precisa ser feito.

Sentada com as pernas encolhidas contra o corpo, mantinha os pequenos olhos direcionados ao céu. Pela sombra onde estava sentada, deviam ser por volta de duas e meia da tarde. Tinha bastante tempo para ficar ali pensando até a hora de ir. Foi quando olhou para a folha que tinha de levar para o clube de teatro. Os olhos se abriram um pouco mais lembrando que tinha que terminar as coisas sobre o festival logo. Então, levando a mão destra ao rosto ela limpou o resto das lagrimas que pareciam escorrer de seus olhos. E trilhando o caminho reverso que havia corrido, direcionou-se até o clube de teatro. Passou a eles as expectativas da professora sobre a liberação do orçamento extra e eles prometeram cumprir àquilo que a professora esperava deles.

Ayumi não tentou aparentar ao máximo não estar triste, mas algo em seu coração estava errado ainda. Sentia algo doendo em seu peito, mas algo que aos poucos ia se acostumando. Afinal, não podia prever o que aconteceria e mesmo que tudo parecesse completamente fora do caminho que esperava, ainda queria continuar indo até a colina pelos próximos trinta e seis dias restantes contando com aquele.

Ao retornar em direção a sala do conselho estudantil, abriu a porta lentamente e então caminhou até a mesa onde estava Suzumu deixando para ela como sempre um sorriso em seu rosto e logo deixou a folha assinada a frente para que ele visse a assinatura da professora.

– Fujikawa-senpai, eu não estou me sentindo muito bem hoje, eu vou para casa mais cedo, tudo bem? – ela perguntou enquanto mantinha um tom de voz meio desanimado.
– Ah... Claro, não se preocupe, com esse problema do orçamento resolvido não há mais nada com o que se preocupar. Obrigado pelo esforço. – ele respondeu a ela de maneira calma enquanto pegou a folha para analisar. – Se não estiver se sentindo bem até amanhã, não precisa se preocupar. Eu consegui duas pessoas da nossa classe para ajudar amanhã então descanse bem Takemiya-san.
– Obrigada. –
Ela respondeu deixando um pequeno sorriso enquanto virou-se indo em direção a sala pegar sua bolsa.

Obviamente não pensou em ir para casa. Ao pegar a bolsa ela direcionou-se para a colina onde nos últimos 15 dias havia ido. Uma coisa que a fazia pensar era que todos aqueles dias, Takeru estava lá com ela e somente aquilo já a fazia muito feliz, mas não podia imaginar que algo como aquilo que tinha visto Yuna fazendo pudesse vir a acontecer. Em sua mente pensamentos como o de que Takeru podia eventualmente apaixonar-se por outra garota chegavam aos montes, afinal, só estava sendo motivada naqueles dias por apenas um rumor que tinha escutado de suas colegas de classe.

Ao chegar na colina, Ayumi caminhou até a sombra de uma arvore deixando a bolsa ao lado e sentou-se olhando para a vista da cidade que tinha dali. Aquela visão meio que a acalmava e enquanto as horas iam passando o sol começava a se colocar por trás da grande cidade. Ao olhar um pouco para trás viu Takeru chegando, devido ao barulho da bicicleta, e aquilo a deixou um pouco mais quieta.

– Olá Ayumi. – ele a cumprimentou enquanto virou o olhar em direção ao sol que estava começando a se por.
– Oi... – ela respondeu e maneira calma, porém não disse nada mais além daquilo já que, por mais que seus sentimentos por ele ainda não tivessem mudado, ela estava um pouco receosa sobre o que havia visto naquela tarde.
– Você vai no festival amanhã? – ele perguntou enquanto sentou-se na grama como fazia de costume.
– Acho que só de noite... Depois que eu vir aqui. – ela respondeu enquanto deixava ambas as mãos com os dedos entrelaçados.
– Então eu irei passar na sua casa para virmos para cá... pode ser? – Indagou por um momento virando o olhar para o rosto dela que era naquele momento iluminado pelo por do sol.
– tudo bem. – ela respondeu sem tirar os olhos do horizonte.

Naquele momento não conseguia entender o que estava se passando em seu coração. Por mais que uma coisa estivesse lhe incomodando queria saber o porquê estava com um sorriso estampado no rosto. Somente a presença dele era o suficiente para acalma-la. Com os olhos abertos ao horizonte sentia o pequeno momento de paz que se passava ali. Sabia que ainda teria muito para pensar pela frente para apenas aquele momento era algo que queria aproveitar antes de se preparar para o que vinha. Tudo o que queria naquele momento era aproveitar aquela paz do Centro do Furação.


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