Reasons to be Missed escrita por NallaTonks


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Para quem já não estava entendendo mais nada os próximos 2 ou 3 capítulos serão dedicados às primeiras explicações.
Peço um pouco de paciência antes que 'o clima esquente' ;)



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Era o último período do dia.

Os professores entregaram nossos novos livros durante as aulas. Brittany havia guardado o meu e de Santana no primeiro tempo. Nos os guardávamos nos intervalos entre as aulas para evitar que se acumulassem, sendo assim, faltava um ultimo livro para ser guardado.

Quando o sinal tocou, anunciando o fim de todas as aulas obrigatórias - extra curriculares eram um tempo a parte, sempre ao fim da ultima aula da grade escolar -, recolhi lentamente minhas coisas e fui uma das ultimas à sair.

Por causa do livro, não iria direto para o estacionamento. Teria que pegar o corredor oposto, onde todos os armários ficavam, para guardá-lo.

Foi então que, o que eu temia, aconteceu.

O corredor já estava cheio quando o alcancei. Como fiz ao longo de todo o dia, estufei o peito e empinei o nariz antes de atravessar o mar de gente. Eu ainda era Quinn Fabray afinal, uma das maiores cadelas sem coração que essa escola já viu, a Ice Quinn como eles diziam. Não precisava de um escudo vermelho das Cheerios para fazer com que todas essas cápsulas de hormônio fossem reduzidas à pó se quisesse.

Errado.

Não tinha dado mais do que apenas alguns passos no corredor quando uma sensação molhada e muito, muito gelada se espalhou pelo meu rosto e colo.

Slushie.

O ataque surpresa me impediu de fechar os olhos a tempo e a ardência neles aumentava a cada segundo.

Não precisei esperar para que o coro das risadas invadisse meus ouvidos.

— Bem vinda de volta, mamãe. - O comentário desdenhoso de alguém me fez abrir os olhos. A brisa gelada os atingiu e a ardência aumentou consideravelmente.

Pisquei os olhos algumas vezes, mas não consegui enxergar direito quem estava na minha frente.

— Espero que tenha gostado da recepção. Era para ter sido mais cedo, mas os meninos e eu ficamos presos no treino. - Jogadores de futebol, ao menos sabia de que grupo era o ataque, já que não reconhecia a voz e nem conseguia enxergar direito, com o gelo cortando os meus olhos. — Ah, para mostrar o quanto gostamos de você, escolhemos o sabor limão, seu preferido, certo? Bem azedo, como você gosta.

Céus, por isso ardia tanto. Precisava lavar o rosto antes que acabasse cega.

Ignorando as gargalhadas e os cochichos e comecei a olhar ao redor.

Com certa de dificuldade, consegui identificar a placa do banheiro, não muito longe, e corri até lá.

Só espero que seja o feminino.

Tranquei a porta ao entrar e tateei para achar a pia. Meus olhos queimavam e não conseguia mais mantê-los abertos.

Joguei meu material em algum canto e quase enfiei completamente a cabeça debaixo da torneira.

— Anda, anda, anda... - Eu grunhi de dor. Não importa o quanto eu esfregasse, não parava de arder.

De repente, senti como se estivesse sendo observada.

Procurando cegamente, encontrei o suporte de papel e puxei algumas folhas.

Retirei o máximo de água que consegui do rosto, a ardência pareceu diminuir um pouco, mas minha visão ainda estava meio embaçada.

Alguém, parecia um rapaz alto, estava recostado na pia, não muito longe de mim. Tive que apertar os olhos para tentar uma identificação.

— Finn?

Tente outra vez.– Seria eufemismo dizer que quase saltei fora da minha pele quando ouvi a frase soar dentro da minha cabeça. De novo.

— O quer de mim? Me deixa em paz. - Eu estava histérica, mas tinha motivos afinal de contas.

Ele deu um suspiro forte, me assustando ainda mais, se é que era possível.

Paz é exatamente o que estou tentando dar-te, Fabray.

Meus olhos estavam quase de volta ao normal. O brilho azul que tanto me apavorou nas ultimas horas olhava em minha direção. Involuntariamente dei mais um passo para trás e senti a porta do banheiro em minhas costas.

Puta merda.

— Tenha modos, Fabray. Você não costumava falar de modo tão grosseiro.

Meus olhos devem ter duplicado.

— SAIA DA MINHA CABEÇA.

PARE!

O homem que antes parecia levemente entediado fechou a cara e começou a andar em minha direção.

Eu vou morrer, eu vou morrer.

A distância entre nós era quase nula agora. Ele se curvou até seu rosto estar apenas a alguns centímetros do meu.

Eu me vi presa naquela gelo. Outra vez. Tão presa que quase deixei de notar: Eu não sentia a respiração dele bater no meu rosto. Como se ele não respirasse.

Um soluço escapou da minha garganta quando a mão direita se levantou para tocar o meu rosto.

— Por favor... Por favor, não me machuque. - Eu implorei, tão alto quanto um sussurro. Meus olhos ardiam de novo. Desta vez, era um sinal das lágrimas que começavam a se formar.

Eu nunca machucar-te-ia, Lucy. É meu dever evitar que se machuque. - A ponta dos dedos frios tocou minha bochecha. Tão leve e suave quanto o roçar de uma pena. O azul elétrico de seus olhos, pela primeira vez, não me encarava severo. Era quase... Gentil.

E eu, até então, não tinha reparado no brilho incomum que possuíam.

Em nenhum momento os lábios dele se moveram.

Precisamos conversar. Venha comigo.

— Por-por que? - Eu não conseguia entender. Num minuto eu estava do maior ataque de pânico da minha vida e no outro todo o medo sumiu e eu nunca me senti mais segura ou mais leve em toda a minha vida.

A sensação de leveza se perdeu no instante em que ele tirou a mão do meu rosto. Apenas para deixá-la com a palma para cima.

Vamos. Explicar-te-ei tudo o que precisas saber.

Por alguma razão, que nunca serei capaz de explicar nem para mim mesma, me vi levantando a mão para alcançar a que me estava estendida.

Aquela leveza de antes retornou assim que a nossa conexão foi reestabelecida. Teria ficado muito incomodada com isso se pudesse. Analisaria depois.

Ele olhou para nossas mãos juntas por um segundo e levantou a vista para meu rosto outra vez. Senti o aperto em minha mão se intensificar e um sorriso grande e incrivelmente bonito - muito diferente do sorriso torto e engraçado do verdadeiro Finn - se formou no rosto dele.

Feche os olhos, Lucy. Confie em mim.

E assim o fiz.

No segundo seguinte, um grito de espanto ficou preso em minha garganta.

xXxCONTINUAxXx




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