Mrs. G escrita por HelloNaive


Capítulo 1
Atrás do Coelho Pardo




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Uma colina desconhecida cujo gramado possui o verde mais intenso que já vira. Tento subir para chegar aos plátanos no topo, mas creio que deva cobrir cerca de vinte quilômetros somente a subida. Caminho e vou apreciando a vista. Avisto uma borboleta de asas azuis me seguindo. É uma criatura muito bonita. Sempre gostei de borboletas. Ela pousa em uma flor em um certo ponto do caminho e não a vejo novamente. O cheiro do orvalho da manhã invade-me. Toma conta de meus sentidos. Meu estômago ronca e não lembro de haver tomado café-da-manhã.
Paro por alguns poucos minutos e me sirvo de pão e água. Como, também, algumas frutas que encontro nas árvores mais próximas. Como sei que terei de caminhar muito para chegar ao topo, não ouso afastar-me muito da trilha, muito menos gastar energia escalando árvores atrás de comida. Me levanto e continuo a caminhar. Me vem a mente o porquê de eu estar subindo, afinal, não há um real motivo, mas, toda vez que penso em descer, não me sai da cabeça ideia de que eu preciso chegar ao topo. Como se todo o meu futuro e presente dependesse disso.

Uns dois quilômetros acima, encontro uma raposa indo atrás de um coelho. Dois bichos gordos numa tarde só? Sorte demais para ser verdade. A pele da raposa me daria um bom casaco e o coelho? Uma delícia. Não é uma oportunidade que se arrisca perder, afinal, não se pode esperar que os animais venham dando sopa daqui para frente. Em silêncio, subo em uma árvore e vou pulando de uma a outra para chegar o mais perto possível da raposa. Pego uma flecha, arrumo o arco e pronto. Perfeito. Flechada perfeita, pena que eu pisei em um galho para acabar com isso tudo e o maldito do coelho sai correndo.
Pulo, junto a raposa ensanguentada do chão e corro atrás do coelho. Devo estar completamente fora de forma, penso. E estou. Sei disso, sei disso. Minha madrasta sempre mandou eu me cuidar, mas eu simplesmente não consigo. Sou louca por uma refeiçãozinha a mais e um bom descanso. Pena que agora eu não podia mais contar com isso. Depois que meu pai faleceu na guerra, ela não teve como arcar com todas as despesas e começou a trabalhar dia e noite. Infelizmente, padeceu com uma febre. Resmungo da velocidade do coelho e tento arrumar uma flecha correndo, porém, por conta de uma raiz saltada no chão, caio.


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