Mascarado, eu imploro que me mostre tua face! escrita por VivianLidi


Capítulo 3
Capítulo 3




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Num belo dia, numa bela tarde, o insistente advogado trabalhava, era correto, todos gostavam dele e acabou sendo castigado com aquele demônio sorridente, sempre com capa, sempre lhe atormentando, SEMPRE DESTRUINDO SUA VIDA, LHE IMPEDINDO DE TER UM RELACIONAMENTO, LHE IMPEDINDO DURANTE A NOITE QUE FOSSE UMA PESSOA NORMAL, VOCÊ É UM ASSASSINO, ASSASSINO.

ACORDE.

— Bom dia, flor do dia. Sorriu o jovem cientista com seu jaleco. — Eu tirei seu sangue e descobri algo genial e me desculpe por entrar repentinamente na sua casa, mas as vezes sinto saudade de extrair seu sangue.

Sorriu tentando assustar o insensível advogado.

 

— Você é um mutante? Menezes franziu o cenho. — Ah, eu não estou brincando, você tem uma dupla dominância sanguínea, o vermelhinho é sua vontade irracional, mas ultimamente seu sangue tem mudado como um vírus, você está tomando remédios para tentar evitá-lo... Menezes?

— Hum?

— Você está com ciúmes, não é?

— Que infernos de conclusão estúpida é essa, seu inútil?! Cebola ficou frustrado com o comentário do cientista. — Ela é só uma criança.

— Desde de que a sua vizinha entrou na faculdade tem saído mais de casa e Heart tem perseguido mais. O cientista sorri e volta a ver o resultado. — Quer evitar que ele a veja? Sabe bem o que o lado irracional faz quando vê a mulher que deseja.

— Não, não sei o que o lado irracional faz quando vê alguém que gosta, eu apenas não quero alguém tomando metade do dia podendo ser capturado por um detetive sociopata.

— Mas, antes você não se importava de emprestar seu corpo, apenas quando se mudou para essa casa.

— Quanta fantasia, acorde.

— Desisto, você é uma rocha intrigante. O cientista recebe uma ligação. — Alô? Se posso comparecer agora? O cientista fez um sinal pra Cebola. — Sim, estou indo imediatamente. Desliga o telefone. — Descanse hoje, amanhã você resolve seus problemas advogado, a injeção já está fazendo efeito.

Antes que pudesse sair o cientista vira-se.

— Heart não está muito quieto esses dias?

— Não está, ele encontrou a fórmula que lhe causa desmaio e meus parabéns por ter deixado tão exposto os ingredientes.

Guiou o cientista até sua porta e foi dormir no quarto.

Tentar evitar outro pesadelo, tentar sonhar com algo mais... Mais humano, ele perdeu muito com os anos.

— Menezes! Cascão o sacudia. — Acorda logo!

— Eu vou trocar a fechadura da minha casa. Roçou a mão nos olhos. 

— Eu entrei pela janela. Concluiu. — Você não foi ao trabalho hoje, certo?

— Eu trabalhei ontem, estou de folga hoje, indeciso entre lhe matar ou ignorar, também cogitando ligar para a polícia.

— C-calma, eu quero te pedir um favor.

— Eu também, saia daqui.

— Não seja grosso, eu queria muito me acertar com a Magali... Sem a interferência de Mônica.

— Aí, você quer que eu fique com ela, até vocês terem um glorioso jantar, enquanto ela vai me bater e fazer bicos que me farão querer beijá-la, eu serei preso, então... Não!

— Depois me chama de coisas indecentes... Você quer beijar alguém que parece ter um cérebro de 10 e aparência de 15.

— Todos nós temos defeitos.

— Então, pode ajudar?

— Por gostar muito da irmã dela, vou lhe fazer esse favor, quando vocês vão sair?

— Hoje?

— Hoje?! Ela vai desconfiar e provavelmente tentar me cegar com aquelas garras de gato. Se aconchegou na cama.

— Por favor. Cascão o sacudiu e ele virou quase entortando o pescoço.

— Ah! Eu farei isso por Magali, mas você vai me fazer algo em troca.

O senhor Menezes foi vencido, colocou uma bermuda e uma camisa com manga, pensou a maneira mais fácil de atrai-la e foi a guerra.

Bateu gentilmente na porta dela, mesmo com sono e despenteado.

— Não está fumando? Cômico, eu estou fazendo o jantar e não estou com paciência para você.

— Posso jantar com você?

Empurrou a porta e um pé impediu de concluir suas vontades.

— É sério...

— Você me tratou mal naquele dia e ainda me chamou de doida, morra de fome.

— Eu não fiz isso.

— Indiretamente! Gritou.

— Mamãe, me perdoe por ser um péssimo menino. Puxou a garota contra seus lábios e a pegou nos braços e puxou a porta da casa da moça.

— M-ME SOLTA SEU SUJO! Você não vai abusar de mim! Eu vou ligar para a polícia.

Quanto arrependimento a moça teve quando ouviu o rapaz jogar o seu celular no chão pisoteando.

— Não vai mais, mas eu sei que tem outro celular de emergência. Seu tom de voz mudou. — Oh, é mesmo, deixou em casa, não foi?

— Assim que eu voltar eu vou ligar!

— Você não estragaria a carreira de um brilhante advogado, não é? Você é boazinha.

Chegaram até a ilustre e assustadora casa.

Menezes, derrubou-a no sofá e trancou a porta da casa escondendo a chave na sua mão. 

— O quão insuportável você consegue ser? Deixe sua irmã em paz alguma vez na vida e arranje algum passatempo.

— Eu já tenho. Sorriu assustando o seu companheiro. — Ser chamada de louca e ser abusada por um mascarado ladrão, eu não tenho mais do que isso, além de uma coluna que as pessoas leem e adquirem uma certa... Raiva. contra um assassino.

Uma ponta do Menezes se machucava, mas a outra ria.

— Esqueça isso, arranje um namorado, procure uma vida social, eu estou preocupado com você.

— Por causa de uma promessa estúpida que fez a minha velha? Você também não tem vida, passa o dia inteiro em casa, fumando e na outra parte do dia recebendo moças de profissão suspeita. Se espantou. — Eu sou uma jornalista, eu sempre sei de tudo, você me tem como idiota, não é?

Uns merecidos tapas, porém o advogado ainda tinha mais um pouco de paciência.

— Quem é Heart? Fez uma expressão cínica de dúvida fazendo a moça enrubescer de raiva. — Não me faça te odiar e seja mais sútil, você não passa de uma criança egoísta. Saiu do cômodo.

Foi até a suíte de seu quarto e olha-se no espelho. A face que lhe aparece é do Heart com mascara.

— Ela é cruel, não é? Sorriu Heart. — Por que não desiste dela? Deixe-a para mim.

— Vocês são perfeitos um para o outro. Cebola olhou o letter que ainda ria. 

— Não conseguiu destravar aquela numeração?

— E por que eu saberia?

— Tem coisas na sua memória que não tem na minha, advogadozinho, além do mais, avise ao bastardo do seu amigo cientista que pare de tirar sangue, é tão desnecessário.

— É? Sorriu Menezes provocando o mascarado. — O que há de errado com o seu sangue?

— Ele está mais perto de desvendar o quebra-cabeça do que você, ah. Sorriu deixando de se espelhar no Menezes. — Eu estou com muita saudade do reflexo.

O advogado não teve tempo de reclamar e foi dominado pelo Heart. Assumiu sua forma humana.

— Oh, é você mesmo. Heart a olhou surpreso após sair do quarto.

— Por que demorou? Estava chorando no banheiro com as coisas que falei? Falou Mônica ajoelhada no chão.

— Eu não tenho essa capacidade emocional.

— Por que está sorrindo assim? Está me assustando. Se afastava para trás.

— Te assustando? Heart deu um sorriso maquiavélico. — Você quer mesmo que eu rasgue suas roupas? Seu medo me faz deseja-la.

Heart a olhou de cima, seu corpo era tão bonito e pequeno, tão inofensiva que lhe instigava desejo.

— Pare de me olhar assim.

Heart se ajoelha prendendo Mônica no chão e sorri.

— O que houve? Pare Menezes. Heart beijava seu pescoço ferozmente.

— Se você for rude comigo novamente, farei coisas bem piores. Agarrou suas mãos.  — Eu não entendo como os homens se controlam depois de vê-la, eu estou com vontade de trancá-la para que nunca mais lhe vejam.

Beijo-a finalmente nos lábios e a moça se contorcia de desejo.

— Heart. Mônica sussurrou acidentalmente seu nome.

— Você é louca, Monike, eu não sou Heart. Segurou seu queixo. — Sou seu grande amor.

— Monike? Olhou-o com um rosto sério.

Boa sorte...

O rapaz a olhava assombrado.

Menezes conseguiu voltar ao corpo, abaixou a cabeça perto de Mônica que parecia estar em choque.

— Mônica... Eu... Abaixou a cabeça. — Perdoe-me.

— O que houve com você? Quem é Monike? Mônica saiu de baixo de seus braços agilmente.

— Eu não sei.

— Você é bipolar?

"Que c-conclusão é essa? O que o Heart disse?"

— Eu amo você. "Que tipo de saída é essa, contenha-se Menezes."

— Seu velho sujo. Disse tentando quebrar a maçaneta. — Abre, abre, porta, eu não quero morrer.

"Ela ainda é criança demais, Menezes, se contenha, contenha-se."


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