Pride and Prejudice escrita por Thea, Tenshizinha Salvatore


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá em baixo.



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Na verdade, eu fiquei sem fala por mais que alguns segundos.

O que meu pai estava pensando? Não que Tasha me parecesse uma má mulher, mas foi tão... Rápido. Não. Não entrava na minha cabeça como as coisas poderiam ocorrer assim, ou...

– Rose? Você está bem? – Tasha estava curvada a minha frente me encarando com preocupação.

– Ah? Sim. – Tratei de responder. – Só surpresa.

– Era de ser esperar. Acho. Pegue. – Tasha me entregou um copo com água e tão logo Abe voltou.

– Rose, filha, tudo bem?

Tasha foi até ele e murmurou algo que ele respondeu com um “Ah”.

– Acho que isso não é um bom sinal. – Abe murmurou mais para si.

– Não. – Eu disse me surpreendendo com minhas próximas palavras. – Está tudo bem. Digo, fico feliz por hm... Vocês.

– Está certa disso?

– Sim, pai. – Tentei dar um sorriso convincente. – Perdoem-me, mas podem me dar licença, eu tive um dia longo com Lissa, Christian e Mason. Gostaria de me retirar.

***

Alguns dias depois e eu até conseguia digerir melhor a ideia do casamento. Lissa não apareceu mais, mas eu soube que ela tinha encontrado com Christian, provavelmente pedir desculpas pelo ocorrido, mas pelo que Mason contou, ou melhor não contou, notei que havia algo errado. Mas eu teria que esperar até o baile para ver Lissa.

Ah o baile... Não há um evento mais sem sal em todo o nosso reino.

Eric e Abe viajaram até a corte por ordens da própria rainha. Pelo que eu soube meu tio avô Ernest, o Lorde Mazur, havia falecido por causas desconhecidas. Sendo assim o titulo passava ao Mazur mais velho ou com maior poder aquisitivo. Abe não era o mais velho, mas como nenhum outro tinha tanto poder o titulo passou para ele. Agora era Lorde Ibrahim Mazur.

Eu já odiava estar entre as treze famílias da realeza, mas como Lissa dizia “Não podemos escolher onde nascemos”. Ela também era da realeza. Vasilisa Dragomir, mas assim como eu não gostava do mundo de “ouro” deles. Cheio de ganância e fachadas.

O baile seria a comemoração oficial do noivado de Abe e Natasha e também a cerimônia para comemorar a passagem do titulo. Eu tinha tanta coisa na cabeça que resolvi treinar. Socar o boneco que Mason havia feito com feno e tecido sempre me fazia ficar mais calma. Era um costume estranho.

Logo voltei para o quarto, larguei a espada ao lado da cama, tomei um banho e rapidamente me deitei observando, pela janela, o luar. Alguns ternos flocos de neve entraram pela minha janela antes que eu me deixasse levar pela inconsciência.

Eu acordei em uma campina. Uma neve fraca caía, me fazendo sentir calafrios nos pés descalços. Ao longe avistei uma senhora sentada à sombra de um pessegueiro. Ela também pareceu me notar e fez sinal para que eu me aproximasse. Caminhei receosa até ela, fiz uma reverencia e sentei.

– Rosemarie. Que bom que veio juntar-se a mim. – Falou.

– Desculpe, eu a conheço? – Perguntei.

– Infelizmente não. Venho de muito longe, de fora do seu reino. – Respondeu. Aquilo ativou uma tecla dentro de mim.

– V-você é uma mercenária?

– Não. Nem todos que nascem fora do seu reino são mercenários.

– Me desculpe. Eu não quis ofender.

– Não há o que desculpar minha menina. Esse conceito já dura séculos, desde o inicio dessa idade de trevas, está enraizado em você. Mas tente não deixar o preconceito dominar você

– Claro. – Eu disse enquanto outro calafrio passava por mim. – Senhora Rhonda, o que-

– Eu tenho um recado. – Interrompeu. – Algo para o seu futuro.

– Sinto muito, eu não acredito em-

– Você deve tomar cuidado. Muito cuidado com as pessoas. As aparências enganam.

– O que...? Como assim? –

– Me deixe terminar. - falou. –Você terá que rever seus conceitos antes que a ajuda escape de suas mãos. O tempo está passando... – Ela parou.

Então o sonho se desfez.

~//~

Anne apertava meu vestido sem nenhuma piedade.

– Tudo bem? - Perguntou.

– Depende. Se eu deveria estar completamente sem ar então está tudo bem. - respondi com dificuldade. Ela riu e puxou os nós mais uma vez. Tive vontade de levantar e dar nós na cabeça dela.

– Então podemos ir? - perguntou sem perceber minha aura assassina.

– Claro. Antes que eu cometa algum crime. - Falei com uma expressão suicida e um sorriso sarcástico, herança de Abe. - Já é noite. Sabe como é... Acidentes acontecem no escuro.

– Você não me assusta mais, Rose.

~//~

A mansão Mazur, como Tasha insistiu em chamar, estava lotada. Havia vestidos e paletós que gritavam dinheiro por todos os lados e máscaras espalhafatosas por todo o local. Ao menos isso seria interessante, um baile de máscaras.

Ao longe pude avistar Lissa acompanhada pelo seu pai e pelo príncipe Lucas Ozera, o pai de Christian.

Ela percebeu meu olhar e fez sinal para que me encontrasse do lado de fora. Eu me dirigi à porta e assim que abri tombei com o panaca do Christian Ozera. Ele não era de todo um panaca, mas a falta de ar já estava me deixando de mau humor.

– Ah, você não pode olhar por onde anda, Ozera? –

– Você que sai marchando por ai. Cuidado para não afundar o chão e ir parar no inferno. – Falou com seu usual sorriso sarcástico. Reprimi a vontade de bater a cabeça dele na parede. Mas eu já deveria ter me acostumado com tratamento de Christian, era assim desde que nos conhecemos.

– E então princesa Mazur, não vai me deixar entrar em sua humilde casa? –

– Claro, entre. Mas... Tome cuidado. – Eu sorri tentando parecer inocente.

– Está me ameaçando? – Zombou.

– Eu? Não mesmo, Christian. Só estou avisando. Depois cai acidentalmente 37 vezes em uma faca e não sabe por quê... – Murmurei em seu ouvido.

Tive o prazer de vê-lo engolir seco e empalidecer.

– Até logo.

De longe Pavel me lançou um olhar questionador. Eu apenas acenei e fui à direção de Lissa que já esperava no meio do jardim.

– Então princesa Dragomir? – Pus as mãos na cintura e a encarei. Ela sorriu tímida e mordeu o lábio.

– Christian e o príncipe Lucas foram até a minha casa. –

– Eu não acredito que Lucas fez confusão por uma coisa boba como-

– Me deixe terminar. Eu pedi desculpas para o Chris, mas não foi por isso que eles foram até lá. –

– Sabia que tinha algo a mais. Aquele bastardo do Mason não quis me dizer mais nada além d...-

– Oh não! O que ele disse? –Perguntou alarmada.

– Nada, já falei. Aquele quadrúpede não disse nada. – Bufei e ela riu. – Então?

– Meu pai e Lucas Ozera tiveram algum tipo de reunião. Eu e o Christian ficamos na sala olhando um para a cara do outro como dois gansos paralisados. –

– Gansos paralisados? –

– Você entendeu! – Ela disse. Algo me dizia que ela estava tentando me enrolar. Eu balancei a cabeça em exaspero e foi quando eu vi o sujeito estranho.

Ele não usava mascara alguma, mas o jardim estando parcialmente escuro não me deixava ver seu rosto, mas eu pude ter a certeza de que ele era alto e parecia ser forte. Havia algo na forma como ele caminhava.

Por um instante nossos olhares se encontraram e eu pensei tê-lo visto acenar com a cabeça.

– Quem é aquele cara? – Falei sem nem notar que tinha interrompido o que quer que Lissa estava contando.

– Que cara? - Ela virou para trás e depois se voltou para mim. – Não vi ninguém.

– Ali! – Eu a virei de novo, mas o homem não estava mais lá.

Bufou enquanto ajeitava uma pequena dobra no vestido vermelho. – Enfim, meu pai deu minha mão ao Christian! – Falou tão rápido que eu quase não entendi.

– O que? – Quase gritei quando associei as palavras. A informação me fez esquecer o estranho. – Como assim?

– Parece que meu pai e o príncipe Lucas querem unir as famílias reais, Dragomir e Ozera. Estamos noivos.

– Você aceitou? – Ela assentiu. – Liss, eu sei que vocês se gostam, mas ele é o Christian! O desagradável e antissocial... Mesmo ele sendo bastante próximo de Mase, eu não posso deixar de pensar sobre o que dirão sobre você. –

– Nem eu nem meu pai nos importamos com isso... – murmurou. Mas eu sabia que o fato das pessoas falarem sobre ela a incomodava.

E que boatos...

A família Ozera era bastante respeitada, mas também era como uma ovelha negra entre a realeza, não que todos os Ozera fossem, mas os avós e a mãe de Christian haviam se juntado aos mercenários quando ele era mais novo Restando apenas o pobre príncipe Lucas para cuidar de Christian.

Chris não era um rapaz ruim, mas a realeza gostava de falar e criar intrigas.

– Senhorita Hathaway, seu pai requisita sua presença no escritório. – Pavel interrompeu meu devaneio. Despedi-me de Lissa e fui ao encontro de meu pai.

Lá encontrei Tasha acompanhada por dois rapazes cujas roupas gritavam dinheiro.

Pavel e meu pai estavam um pouco afastados. Conversando com o estranho.


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Notas finais do capítulo

Com amor, Lil e Emy. :)



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