Burning escrita por Absolutas


Capítulo 54
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE!!
Boa tarde, leitores de Burning! Tudo bem? Quanto tempo, não?
Esse ano fará 5 anos desde que essa história foi concluída, e como é minha primeira história original postada, pensei que ela merecia ser otimizada, portanto, venho anunciar que estou reescrevendo Burning! Como o aniversário do fim da história será 28/09/2019, postarei o prólogo e o primeiro capítulo nesta data, na minha conta do Wattpad (pois essa conta em que postei a história antes, eu não utilizo mais - aliás meu novo perfil aqui no Nyah e no Wattpad estão como Samara Máximo para quem quiser acompanhar ♥). Enfim, decidi avisar aqui para que vocês, que leram a história na versão que escrevi quando tinha 15/16 anos, tenham a oportunidade de relê-la com a minha visão atual.

Era esse o aviso! Beijos e espero vocês lá ♥



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**LEIAM AS NOTAS INICIAIS**

EPÍLOGO

Eu tivera uma vida, no mínimo difícil. Eu descobri que tinha poderes sobrenaturais, fui levada a um reformatório, fui maltratada, sequestrada e obrigada a lutar do lado do mal, embora não tenha cumprido a ordem. E sempre me perguntara o porquê de tudo isso, o porquê de ter sido eu a escolhida para sofrer tanto.

Mas agora, experimentando um sentimento de felicidade que eu nunca senti antes – apesar da culpa, a qual eu tentava ignorar a maior parte do tempo, eu percebo que tudo fazia parte de algum plano de Deus na minha vida. Eu tinha que passar por tudo isso para viver tudo o que estou vivendo agora, sentir tudo o que estou sentindo. Pois nenhum sentimento de felicidade é completo se não soubermos o que é sofrer, o que é a real tristeza.

A minha vida havia mudado da água para o vinho nesses últimos três meses que se passaram após a morte de Dorothea. Eu tinha meus pais, meus amigos, a Academia de Não-Humanos e... Nathan. A cada vez que o olhava nos olhos, era como se estivesse olhando-o pela primeira vez, ao menos era essa a percepção que eu tinha: olhos azuis como o oceano e com a força de atração de um buraco negro; misteriosos e convidativos.

Em várias vezes, quando o fitava, eu via como tudo pelo que passara valera a pena, só pelo fato de estar ao seu lado, de pertencê-lo.

Mas eu não era a única pessoa feliz na Academia de Não-Humanos.

Kiara, a irmã mais nova de Katherine, estava radiante, pois estava indo tão bem no treinamento, que Jerry colocou-a para treinar as crianças da idade dela.

Jéssica estava finalmente livre do seu amor platônico por Josh, e resolvera concentrar-se só nela. Isso melhorara em muito o seu problema de falta de amigos e autoestima.

Josh e Taylor haviam aderido a “amizade colorida”; embora não admitissem isso em hipótese alguma, Nathan e eu já havíamos visto os dois juntos várias vezes.

Mas como toda regra tem sua exceção, havia outras coisas que ainda nos distraia da nossa felicidade, coisas que deixava-nos tristes só de pensar no assunto. A partida repentina de Sarah era uma delas – a principal, na verdade. Havia algo nessa história que me fazia sentir culpada, embora, eu sabia, já me sentia culpada por muitas coisas. Porém, de certa forma, a minha vinda para a Academia de Não-Humanos causara boa parte disso. Sarah amava Nathan, e ele me amava, tal como eu o amava – e isso desencadeou uma tristeza dentro dela que a fez querer partir. Eu a entendia, contudo não conseguia deixar de me sentir mal por isso – principalmente quando eu pegava Nathan sozinho, com a expressão triste; pois eu sabia que era isso que o atormentava.

Agora era um desses momentos: eu havia saído do treino e tomado um banho antes de ir procurá-lo na casa dele. Subi as escadas e andei pelo corredor até chegar à porta do quarto dele, que por sua vez, estava entreaberta. Com cuidado, cheguei até a fresta e olhei dentro do quarto. Nathan estava sentado em sua cama, o olhar vago, enquanto segurava um objeto pequeno em mãos; não consegui ver o que era da porta.

Nathan percebeu que estava sendo observado e se virou em minha direção, sorrindo quando me viu.

— Entre. – convidou e eu o fiz com um meio sorriso. Andei vagarosamente até estar ao lado dele e me sentei. Notei que ele guardou o objeto que ele estava segurando enquanto eu caminhava.

Nate segurou minha mão e me olhou nos olhos.

— Como foi seu dia, linda? – ele perguntou, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Foi cansativo... Treinei bastante. – falei.

Ficamos ambos em silêncio por longos minutos, nos olhando.

Achei estranho esse fato, isso nunca acontecia quando estávamos juntos; Nathan sempre parecia saber o que dizer, e quando não... simplesmente me beijava.

— O que está acontecendo? – perguntei repentinamente, preocupada com seu modo de agir.

— Nada. – disse ele juntando as sobrancelhas como se não entendesse o motivo da pergunta. – Por quê?

— Não sei, Você... Está diferente. Está calado, você não é assim. –comentei.

— Bom, eu não... Não tem nada acontecendo comigo.

— Não é o que parece. – murmurei, fechando a cara. Eu sabia que ele não estava feliz com alguma coisa e sabia que não queria me contar o que era.

Ele me olhou, um sorriso debochado se formando em seus lábios.

Bom pelo menos ele está sorrindo, pensei.

— O que foi? – perguntei, ainda brava.

— Você. –ele riu. – Está emburrada. Fazia tempo que eu não te via assim. – eu revirei os olhos e ele tocou meu rosto, aproximando-se de mim. – Você fica impressionantemente linda assim. – tentei não sorrir... Não deu muito certo.

— Nathan é sério – falei, apesar do sorriso. – é a Sarah, não é? Sente falta dela?

Nathan respirou fundo e fechou a cara. Senti seu corpo ficar tenso. Eu toquei seu rosto com minha mão direita e ele inclinou a cabeça em direção a minha mão.

— Não vou mentir para você. – sussurrou alguns segundos depois. – Ela e Josh são meus melhores amigos, não posso mudar isso.

— Não quero que mude. – esclareci.- Só quero te ajudar, se puder, a diminuir o fardo. Sei que se sente culpado...

— Você já tem um fardo muito grande para suportar, Lorena.

— Posso aguentar mais um pouco.

Ele sorriu e se inclinou para depositar um beijo em meu rosto.

— Eu te amo.- disse Nathan em meu ouvido.

— Eu também te amo. E é por isso que eu quero te ajudar. - insisti.

Nathan ficou em silêncio por alguns minutos; talvez ponderando se me contava ou não o que lhe afligia.

— Sim, eu sinto a falta de Sarah, e sim, eu me sinto culpado por ela ter partido. –ele engoliu em seco. – Afinal, não tenho sido um bom amigo desde que descobri o que ela sentia por mim.

— Não foi sua culpa.

— Eu podia ter sido mais gentil com ela. Sei que esse não é o meu forte, mas talvez ficasse mais fácil se eu fosse mais compreensivo.

— Talvez sim, talvez não... – falei. – Mas isso não vai mudar os fatos.

Ele pensou por alguns minutos.

— Tem razão. – Nathan deu um meio sorriso.

Eu sorri.

—Não pode deixar que essa culpa atrapalhe sua vida... – eu disse, ecoando suas palavras há alguns meses. Nathan riu.

— Você aprendeu direitinho, não é?

Dei de ombros e ficamos rindo por um tempo; aproveitando a sensação que o riso trazia. Quando enfim paramos, Nathan pegou minha mão esquerda e ficou brincando com meus dedos – era um gesto novo, incomum para ele. Ele parecia...nervoso. Resolvi ignorar isso, e permaneci parada, apenas observando-o: seus cabelos negros levemente desgrenhados iluminados pela luz do por do sol vinda da janela atrás dele.

— Lorena? – chamou Nathan um tempo depois.

— Sim?

— Tem uma coisa que eu gostaria de dar a você... – ele parou e ergueu a cabeça para me fitar. Eu apenas o olhei de volta, esperando. – é algo que eu tenho há algum tempo. Uma herança de família, de certa forma. Pertencia a minha mãe, e eu consegui pegar antes de partir.

— O que é? – perguntei de forma doce, observando-o maravilhada com sua consideração por mim, a ponto de querer me dar algo que era de sua mãe, algo aparentemente importante para ele.

— É uma pulseira. Ela quase nunca a tirava. – ele virou-se um pouquinho, apenas para abrir a gaveta do criado mudo ao lado da cama e ele retirou de lá um saquinho de veludo azul marinho. Foi então que entendi o porquê de ele ter escondido o objeto quando eu cheguei. Ele queria me fazer uma surpresa.

Nathan me entregou o saquinho com um sorriso e eu o peguei curiosa. Devagar, desamarrei a cordinha que o mantinha fechado e entornei-o em minha mão esquerda. A pulseira escorregou pousando em minha mão e eu pude enfim examiná-la.

Era uma bela pulseira com elos de prata que brilhavam a luz alaranjada vinda de fora. Em uma das extremidades da pulseira, pendia uma bela e delicada flor prateada com o miolo de pérola. Não pude deixar de sorrir, maravilhada com a beleza da joia.

— É linda, Nathan.

Nathan estendeu a mão retirando a pulseira da minha palma, com a outra mão, ele segurou meu pulso esquerdo mantendo-o suspenso no ar. Então, lentamente colocou a pulseira em volta dele.

— Ficou linda em você. – comentou ele depois de analisar por alguns segundos.

Ficamos os dois olhando a pulseira em meu pulso, admirando o brilho da joia delicada contra minha pele clara.

— Obrigada. – agradeci. – Sei que é algo importante para você.

— Sim. Principalmente agora que pertence a você.

Com um suspiro apaixonado, aproximei-me dele até nossos lábios estarem a milímetros de distancia. Então, movi ambas as minhas mãos levando uma até seu rosto e a outra até a base de suas costas. Seus lábios se moveram formando um sorriso malicioso e seus olhos brilhavam de um modo instigante. Movi me na cama até estar de joelhos, de frente para ele, e então o beijei – lenta e apaixonadamente – de modo a agradecer por tudo que ele fizera e proporcionara para mim, de forma a deixar explicito todos os sentimentos fortes que tinha por ele.

Nathan se moveu – sem parar o beijo – até ficar de joelhos também e eu estreitei ainda mais nosso abraço, apertando a mão que estava na sua cintura, colando nossos corpos. Nate levou uma das mãos em meus cabelos, enroscando os dedos ali e aprofundando o beijo. Era o beijo mais profundo e intenso que já havíamos trocado, tanto que nem notamos a dimensão dele até estarmos ambos deitados na cama, eu sobre ele.

Ainda assim não paramos de nos beijar, tão envolvidos como estávamos não iríamos conseguir. Nate inverteu nossas posições até estar sobre mim e sua boca deixou a minha, passando ao meu pescoço. Eu ofeguei em busca de ar enquanto sentia um arrepio na base da coluna, causado por seus beijos. Nathan parecia estar tão ofegante como eu.

Ele parou de me beijar e ergueu a cabeça, o suficiente para me olhar nos olhos. Seus olhos azuis estavam incrivelmente escuros, não por estar usando seu dom, mas sim pela excitação do momento. Eu fiquei completamente sem fala com olhar faminto que ele me lançou – não consegui fazer nada além de mover minhas mãos até seus cabelos negros e o puxar para mais um beijo; esse tão quente quanto o anterior.

Minhas mãos a essa altura moviam-se por todo o seu tronco: sentindo seu peito largo e forte, seus braços longos e musculosos e sua barriga lisa. Ele movia suas mãos por meu rosto, pescoço e braços – respeitando-me ao máximo. Então, por vontade própria,minhas mãos se arrastaram até a barra de sua camisa azul escura, puxando-a para cima, até que sua barriga ficar a mostra. Nathan pareceu engasgar e então voltou a beijar meu pescoço, agora mais voraz que anteriormente, parecendo mais confiante. Eu sorri e arfei e terminei de tirar sua camiseta, deixando o despido da cintura para cima.

Eu só havia visto Nathan sem camisa uma vez, mas estava tão envergonhada que não consegui aproveitar a visão. Ele era incrivelmente forte, puro músculo; passei as mãos por sua barriga e senti a pele macia levemente úmida de suor.

Nathan soltou um suspiro, meio gemido e voltou a beijar meus lábios.

Eu sabia que tudo estava indo um pouco longe demais, e senti um nervosismo na boca do estômago. Eu nunca havia feito isso antes e pensar em mudar isso agora... era no mínimo apavorante. Temerosa, recuei, empurrando os ombros dele e me sentando na cama ofegante.

— É... é melhor irmos com calma. – falei entre arquejos.

— Tem razão, é melhor. – Nathan se sentou ao meu lado; os cabelos desgrenhados, o peito despido e os olhos brilhantes e famintos, os quais voltavam ao normal aos poucos. Eu não devia estar muito diferente, podia ver minha blusa torta em meu corpo, e minha respiração estava tão desigual quanto a dele. Passei as mãos pelos meus cabelos, tentando alinhar os fios.

— Desculpe por isso. – falei depois de ter certeza que minha voz não falharia. – É que eu nunca...

— Shhh. – silenciou-me, colocando um dedo em meus lábios. – Tudo bem. Temos muito tempo para isso. – ele sorriu. – Vem aqui. – disse ele me puxando para perto até estar deitada em seu peito. – Eu te amo. – ele sussurrou no meu ouvido enquanto acariciava meus cabelos desalinhados.

— Eu também te amo. – respondi, o rosto enterrado em seu peito, respirando seu cheiro familiar e reconfortante. – Você nem sabe o quanto.

E ficamos assim, embriagados pelos sentimentos, abraçados um com o outro, dando-me a sensação de que esse amor que eu sentia por ele nunca acabaria e que ficaríamos assim, apaixonados, pelo resto de nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero o comentário de vocês.
Também quero deixar avisado que, para quem se interessar em acompanhar a sequencia de Burning, vai ser na visão da Sarah e o nome da fic vai ser Living. Quem quiser ler, fique atento, prometo postar o prólogo logo e conto com os comentários de vocês. E claro, agradeço por acompanharem e continuarem acompanhando minhas postagens.
Para quem deseja parar por aqui, agradeço por tudo: comentários, recomendações, criticas construtivas... tudo. E espero ter proporcionado a vocês uma história que vale a pena ter lido.
Beijos para todos e muito obrigada!!



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